Espíritos de Gelo

Espíritos de Gelo Raphael Draccon




Resenhas - Espíritos de Gelo


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Clio0 23/07/2015

Espíritos de Gelo é uma história com um tema simples: você pode fazer tudo o que quiser, mas vai responder por tudo o que fez.

A história trata sobre um jovem que sem saber como foi parar numa câmara de tortura, é cruelmente - e explicitamente - interrogado a cerca dos últimos acontecimentos de sua vida. Parece com algum filme de Guy Ritchie ou de Quentin Tarantino? Sim, parece. E é bom igual.

Não há muito que eu possa falar sem entregar a trama, então vou tratar de outras coisas...

Draccon faz centenas de citações de cultura pop e os menos avisados podem se sentir ressentidos, mas acreditem em mim, não há necessidade. É perfeitamente possível acompanhar a história sem saber de tudo, mas o editor poderia ter dado uma mãozinha e posto mais algumas notas de rodapé.

A escrita foi cuidadosamente balanceada e em nenhum momento tem-se aquela impressão que o autor se perdeu entre o formal acadêmico e o informal "de mano".
Bruno 30/07/2015minha estante
Eu também gostei muito desse livro. Mas pelo que andei vendo sobre o autor, trata-se de uma exceção.




Raphael 13/07/2014

Livro ruim como o episódio tal da série "Referência Nerd Gratuita"
Truman Capote costumava separar autores entre os que escreviam e os que digitavam - ou seria datilografavam? -, pra separar aqueles que se esforçavam pra desenvolver um estilo e moldar frases cuidadosamente e aqueles que só batiam palavras em sequência pra de alguma maneira inventar uma história. Verdade que, quando disse isso, Capote se referia a Jack Kerouac, o que foi injusto, visto que Kerouac, embora usasse vírgulas e adjetivos excessivamente, tinha uma poética e ritmo próprios. Em Espíritos de Gelo, Raphael Draccon - um dos autores da minha lista de leituras em busca de compreender a literatura brasileira contemporânea -, não escreve, digita; creio eu que com os pés.

Começa com o protagonista sem nome, mas que apelidarei de Narciso, acorrentado em uma sala suja, escura e misteriosa. Ele está sendo interrogado por um baixinho vestido com uma camiseta do Black Sabbath - sem nenhum motivo aparente, só uma das milhões de referências gratuitas do livro - que comanda dois torturadores vestidos com trajes sadomasoquistas - sem motivo também, só mais uma referência, dessa vez ao Gimp, de Pulp Fiction, provavelmente. Eles encontram Narciso em uma banheira de gelo, com um rasgo no abdômen, e o levam pra ser torturado porque eles precisavam saber o motivo de ele estar naquela situação. O problema é que ele não se lembra. Os três patetas decidem que a amnésia foi causada por trauma e só outro trauma maior pode reativar essas memórias tão importantes. Gostaria, então, de dramatizar aqui como o baixinho descobre a primeira informação:

Baixinho: acho que você não gosta de mulher.
Narciso: gosto sim!
B: não sei, tô achando que tu é viado.
N: não sou.
B: é sim
N: sou não!
B: é sim.
N: sou nããão!!!
B: é sim.
N: sou não! Eu tenho namorada e o nome dela é Mariana e ela é mais bonita que todas as mulheres que você já conheceu, tá?, seu arrombado!!!

Tá certo, eu inventei esse diálogo - exceto pelo arrombado -, mas a ideia é a mesma. E o pior, o protagonista tem 27 anos - eu acho, minhas memórias desse livro estão sumindo iguais as de Narciso, deve ter sido trauma da leitura.

Falando em Narciso, vamos tentar definir esse cara. Ele teve um pai distante, mas isso não abalou sua criação, muito embora o fato dele ter tocado umas na adolescência ouvindo os gemidos das mulheres com quem seu pai transava seja um caso freudiano - essa possibilidade de distúrbio nunca é aprofundada pelo autor, mas por si só já é uma premissa melhor que a do livro. Conforme ele foi crescendo, foi se tornando um playboy padrão, indo pra academia, gastando dinheiro do papai, fodendo todas as mulheres do mundo etc. Aí o pai morre, os negócios não especificados do pai - sabe como é esse mundo dos negócios genérico feito exclusivamente pra criar personagens ricos sem nunca ter que explicar a fonte da riqueza - são passados pra ele, mas ele é moleque e não consegue aguentar a pressão. Até aí tá mais pra uma premonição do futuro do Thor Batista, menos o atropelamento/assassinato.

Se você ler o livro, vai ver que Narciso é possessivo, por vezes machista, infantil, sem graça - apesar de tentar e muito ser engraçado, voltarei nesse ponto mais tarde - e um babaca completo; o pior disso tudo, não acho que intencionalmente. Talvez o protagonista tenha sido moldado pra incomodar um pouco, mas acho difícil que o objetivo fosse "intragavelmente desagradável", sem falar que o apelido que dei a ele não foi sem motivo. Apesar de se amar, no entanto, é extremamente inseguro, seja ficando irritadinho sempre que insinuam que ele é gay ou deixando bem claro que não reparou nos homens ao descrever determinada cena, seja quanto a sua relação com Mariana.

Raphael Draccon simplesmente não consegue criar uma voz pro seu personagem que seja condizente com seu estilo de vida. O narrador é ocupado, vive em balada, academia - se gaba da sua própria aparência mais vezes do que recomendado pra um livro em primeira pessoa -, parece se achar um cara genial e vivido, embora nunca demonstre nada de genial em suas ações ou falas. Ele tem um conhecimento enciclopédico de referências nerds, mesmo que, em determinados momentos, tire sarro desses mesmos nerds. Fica claro que o narrador, por mais que seja em primeira pessoa, é apenas o Draccon falando pelo personagem. Narciso não só não tem nome como também não tem voz própria, pobre Narciso.

O que me leva a outro problema, o número obsceno de referências à cultura pop. Contei umas três por página, todas extremamente variadas pra saírem de uma mente não-nerd, indo de X-Men a Crepuscúlo, passando por Supernatural, Senhor dos Anéis, e essas são só as diretas. O que torna tudo muito repetitivo já que pra 90% das descrições ele usa o comparativo "como" e geralmente a coisa descrita é comparada a uma referência pop.

Existe uma função pra referência à cultura pop na literatura e em todas as outras formas de arte. A mais comum é aprofundar um personagem, dá-lo gostos, preferências, conhecimento de mundo. Outras vezes pode servir pra auxiliar na criação de mundo, desenvolver uma atmosfera bacana. Espíritos de Gelo não as usa em nenhuma dessas maneiras. A referência à cultura pop nesse livro é pra, pura e simplesmente, forçar uma relação com o leitor. O desavisado lendo o livro esbarra por uma referência que ele conhece ou gosta e, pronto, está feita a identificação. Como o narrador desse livro atira pra todos os lados, obviamente acerta alguém, mas nunca de maneira profunda. Esse é outro problema do uso excessivo de um artifício, com o passar das páginas e toda a repetição, fica batido, previsível e perde a força, até mesmo de identificação.

Esse não é o único artificio do qual Draccon, como qualquer escritor amador, abusa. Ele também gosta de separar frases em parágrafos de sentença única pra enfatizar certas coisas. O problema é que ele nunca enfatiza nada de relevante.

Nunca.

Mesmo.

Desse jeito, assim, sem exagero.

Muitas vezes por capítulo.

E.

Os.

Capítulos.

São curtos.

P.

R.

A.

Caralho.

Irrita, não é? Eu sei, também quis jogar a porra do livro pela janela antes de chegar na página 60. Mas eu gastei dinheiro com ele. Pouco, se o livro custasse muito mais de 10 contos eu não comprava. Se pelo menos fosse só isso, mas não, a revisão também é abaixo da média pra uma editora de porte respeitável como a Leya. Erros de vírgula, concordância, ortografia. Todos perfeitamente evitáveis, se o livro tivesse sido lido mais de uma vez pelo editor. Isso sem falar das coisas que não estão erradas, mas estão mal-escritas. Muitas vezes me vi perguntando que porra o editor estava fumando pra deixar certos trechos passarem.

Admito que a coisa começa a ficar interessante quando a história do templo do sexo tântrico começa a se desenvolver. Muitos conceitos poderiam ter sido trabalhados ali, desde o ciume até a relação entre espiritualidade e repressão sexual. Mas o narrador é um idiota, então nada disso é falado e todo o potencial vai pela descarga, sendo somente arranhado na superfície, e o sexo é narrado numa prosa digna de E. L. James; só várias releituras de Trópico de Câncer pra me exorcizar dessa desgraça.

Não consegui superar a estupidez de Narciso. Ele não só atrapalha o andamento da história com seu vocabulário simplório (cheio de "maldito"s e "desgraçado"s, como um filme dublado; leva umas 40 páginas pro autor perceber que ele pode escrever um palavrão sem problema), ele atrapalha toda atmosfera que o livro poderia querer passar ao leitor. Até agora não sei se o objetivo era fazer uma história de terror, porque não dá medo, principalmente quando o narrador passa a maior parte das cenas de tortura tirando sarro dos torturadores ou fazendo referências nerds durante seu próprio sofrimento; se era comédia, porque, a não ser que sua idade mental seja de 13 anos, não tem graça; se era suspense, porque é previsível.

Não vou dar spoilers. Eu queria. Faria de tudo pra impedir as pessoas de lerem esse livro, inclusive estragar o final. Mas parte do meu código de ética de crítico exige que eu sempre deixe uma brecha pra que o leitor procure o livro e tome suas próprias conclusões, afinal, por mais objetivo que eu ache que estou sendo, o livro não foi feito pra mim, não sou o público-alvo. Talvez você seja, talvez você me ache um filho da puta por estar escrevendo tudo isso, seu direito. Eu estou pouco me fodendo pra você. Mas a primeira parte do final (o culpado pelo caso da banheira), eu descobri logo no início. Só não previ o twist à M. Night Shyamalan que ele tirou do cu nas últimas páginas, mas foi uma merda, então não fazia questão nenhuma de ter adivinhado mesmo.

Espíritos de Gelo é um livro amador. Se eu não tivesse feito o dever de casa e pesquisado um pouco sobre o autor antes de fazer a resenha, teria achado que era seu primeiro livro. Na verdade é o quarto, o que só piora as coisas. Faria mais sentido se o livro fosse um primeiro rascunho escrito por um moleque de 15 anos que acabou de ler Stephen King e acreditou que também podia escrever um romance. Pra finalizar, Draccon, não é porque você escreve pra pré-adolescentes, que você precisa escrever como um. Tome nota disso e parta pro seu próximo livro, já que, se Paulo Coelho não parou, parar você não vai.

Nota: 1/5 - pra fazer caridade e porque eu gostei de ler o Narciso sendo torturado, achei até pouco.

site: http://delirandoeescrevendo.blogspot.com.br/2014/02/espiritos-de-gelo-raphael-draccon-2011.html
fabianelima 08/12/2014minha estante
MELHOR RESENHA


Thai Tavares 13/09/2015minha estante
Amador. É essa a palavra.


Sara Muniz 06/11/2015minha estante
KKKKKKKKKKK SEU DIÁLOGO FOI MUITO BOM! é mais ou menos assim mesmo ://




Lodir 20/11/2011


Esqueça “Dragões de Éter”. Se você já leu a saga, não espere algo parecido aqui. O Raphael Draccon que se apresenta em “Espíritos de Gelo”, o seu primeiro fora da série, é quase outro Draccon. O novo livro, lançado em maio em Portugal e que chega só agora ao Brasil, é quase o oposto da série que tornou o escritor um sucesso de público. Enquanto “Dragões” é doce, inocente e infantil, este novo livro é pânico, sexo e violência. É bem mais sujo, no bom sentido do termo. Enquanto “Dragões” é fantasia narrada em terceira pessoa, “Espíritos” se aproxima mais da realidade, mostrando em primeira pessoa o drama de um cara comum, com sua namorada, o pai e a herança deixada após sua morte.

Na trama, um homem acorda acorrentado em uma banheira. Ele está sem um rim. Três homens mal encarados, com pinta de roqueiros, querem saber o que aconteceu e como ele foi parar ali. O problema é que ele não sabe, já que não se lembra de nada. Eles passam a espancá-lo até que ele conte algo e, de fato, aos poucos o sujeito começa a reviver os seus últimos dias e a recordar. Assim, o leitor acompanha suas tragédias a partir de uma frustrada tentativa de suicídio até aquele ponto. Os capítulos, curtos, se alternam entre a conversa do homem com seus torturadores e os flashbacks das lembranças.

O livro é muitas coisas ao mesmo tempo. Há um pouco de romance, mas quase nada. O protagonista se evolve com uma seita secreta, que pratica rituais sexuais com objetivo espiritual. Essa parte proporciona um dos momentos mais “animados” do livro, com relatos chocantes de tão fiéis e detalhados das cenas de sexo (principalmente para quem estava acostumado com “Dragões”). Draccon consegue expressar bem as dúvidas do personagem sobre o significado daquilo e todo o preconceito que cerca a seita, algo que certamente está se passando na cabeça do leitor. Dessa forma, além das referencias óbvias ao terror, é possível perceber uma pitada de Dan Brown e até Paulo Coelho, principalmente de “O Aleph”, último do mago, ainda que possa ser apenas uma coincidência.

Assim como em “Dragões”, o ponto alto de Draccon, acima de tudo, continua sendo a sua excelente narrativa, ainda que em parâmetros diferentes. Claro, há algumas semelhanças aqui: as descrições leves e recheadas de metáforas, que aparecem em quase todos os parágrafos. Raphael as utiliza para descrever tudo. Dessa vez, ele emprega a primeira pessoa e torna a narração mais próxima do leitor, descrevendo belamente todas as passagens e sentimentos que elas causam ao protagonista, assim como a relação dele com os outros personagens e seus conflitos. O personagem conta sua vida em poucas páginas, e é possível sentir a mesma empatia que se experimenta ao conhecer uma pessoa e ouvir sua história pela primeira vez.

Uma das melhores coisas são as referências à cultura pop. Atuais, estas citações nos levam a filmes, livros, álbuns e outras coisas do tipo. Mesmo diante de uma tortura, os personagens conseguem provocar diálogos interessantes, dignos de nota, como a influência cultural nos Beatles ou o significado diabólico de algumas capas de discos de rock. O excelente final do livro me pegou de surpresa, pois é daqueles inesperados que, quando acontece, deixa o leitor embasbacado. Isso, claro, é sempre muito bom, já que surpreender é algo difícil, mas bem-vindo.

O ponto baixo, no entanto, não é o livro em si. O lançamento de “Espíritos de Gelo” no Brasil deixou muito a desejar. Tratando-se de um romance que já estava circulando lá fora, e de um autor que já tem um considerável sucesso, merecia mais. Por incrível que pareça, no momento em que eu já estava com o exemplar em mãos, não havia nenhuma referência sequer a ele no site oficial da editora, a Leya. É como se ele não existisse. O site do autor trazia poucas informações, quase nada. A venda está acontecendo antecipadamente no site Submarino, mas isso não está sendo muito divulgado, e quem está fazendo a maior parte é a própria loja. Ao entrar para realizar a compra, o livro aparece com uma capa, mas o exemplar recebido veio com outra. Não há na internet imagem dessa capa, o que me levou a utilizar a capa misteriosa do site para ilustrar essa resenha. Desorganização. Enquanto isso, a Leya está empolgadíssima divulgando a série Guerra dos Tronos, e já anunciou até mesmo os próximos dois volumes, incluindo a capa de um deles. Parece ter se esquecido do livro que já está na praça, e que deveria ter preferência. Isso explica porque há tão poucos autores nacionais da lista dos mais vendidos, principalmente do gênero fantasia. Até as editoras parecem fazer pouco caso deles, favorecendo sempre os estrangeiros, uma atitude lamentável que não ajuda a mudar esse cenário. Tratando-se do autor brasileiro que já esteve várias vezes no topo da lista dos mais vendidos do Submarino, a maior livraria virtual do país, esse possível novo best-seller acaba tornando-se uma oportunidade desperdiçada por mero desleixo.

Apesar desses problemas, Draccon se mostra um escritor com talento que ultrapassa os gêneros, seja ele terror ou fantasia. É algo que nem todos conseguem. Muitos escritores, ao tentar experimentar novos ares, acabam tropeçando em seus próprios vícios. É o que acontece com André Vianco em “O Caso Laura”, que tenta abandonar os vampiros para escrever um policial, e com Paulo Coelho em “O Vencedor Está Só”. Draccon, dessa forma, mostra que, independente disso, tem futuro – mesmo após o último “Dragões de Éter” chegar às prateleiras.
Karol 27/01/2012minha estante
Ahh, Lodir, o nosso gosto literário diverge totalmente quando o assunto é Raphael Draccon.. hahaha Ganhei esse no natal e terminei de ler hoje. Odiei.. rs

Paciência, né? =)


Saulo 05/08/2014minha estante
Na verdade ele não acordou acorrentado na banheira com gelo. Ele foi encontrado na banheira com gelo. Quando acorda já está acorrentado, fora da banheira e sem o rim.


Elvis 17/08/2014minha estante
Você pode me explicar o final do livro? Não consegui compreender muito bem!




Vinicios0 05/01/2024

Bom para ler após a ressaca literária
Um livro muito bem escrito, com texto fácil de ser compreendido e numa linguagem bem moderna, além de muitas referências a nosso período.

A estória é bem dinâmica e rápida de ser e entender. Não é nada impressionante, mas vale a pena para desentoxicar o celebro e se recuperar da ressaca literária.
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Evaldo7 28/03/2024

Um livro estranho, com pessoas estranhas e um final interessante
Raphael Draccon oferece aos leitores uma narrativa intensa e envolvente, que não apenas prende a atenção com sua trama misteriosa e elementos de magia, mas também provoca uma profunda reflexão sobre as consequências de nossas ações e a facilidade com que podemos nos perder ao perseguir nossos desejos mais profundos.

O livro nos apresenta a um protagonista anônimo, acordando em circunstâncias terríveis, acorrentado e confuso, confrontado por personagens que parecem ter saído diretamente de um cenário de pesadelo. Sua jornada para recuperar a memória e entender como ele chegou a essa situação é o fio condutor que nos arrasta para dentro do abismo de sua própria psique.

Draccon habilmente explora a ideia de que nossos desejos mais íntimos podem ter consequências devastadoras, não apenas para nós mesmos, mas também para aqueles ao nosso redor. À medida que o protagonista luta para juntar os pedaços de seu passado, ele é forçado a confrontar a realidade de que suas escolhas, muitas vezes movidas por desejos obscuros e impulsos incontroláveis, o levaram a um caminho de destruição e desespero.

A narrativa é rica em simbolismo, usando o gelo não apenas como um elemento literal dentro da história, mas também como uma metáfora para o estado emocional congelado e distante do protagonista em relação ao mundo ao seu redor. O gelo representa as barreiras que construímos ao redor de nossos corações e mentes quando damos rédea solta aos nossos desejos sem considerar as consequências.

"Espíritos de Gelo" é um conto cautelar sobre a importância da autoconsciência e do autocontrole. Nos lembra que, enquanto é humano ansiar e desejar, há uma linha tênue entre a busca por satisfação e a queda na obsessão. Draccon nos convida a questionar até que ponto estamos dispostos a ir para satisfazer nossos desejos e se o preço a pagar por essa satisfação vale a pena.

Além de ser um thriller psicológico e sobrenatural de primeira linha, este livro é um estudo de personagem profundo, mergulhando nas profundezas da alma humana e expondo as fragilidades e falhas que todos nós possuímos. Draccon demonstra uma compreensão íntima da condição humana, entregando uma história que é tanto um entretenimento arrepiante quanto uma reflexão sombria sobre as escolhas que fazemos e os fantasmas que essas escolhas criam.
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Lit.em Pauta 17/10/2014

LITERATURA EM PAUTA: seu primeiro site de críticas e notícias literárias.
"É complicado encontrar algo em Espíritos de Gelo que se salve. Raphael Draccon escreveu um livro protagonizado por um sujeito repugnante e idiota, sob a perspectiva do mesmo, contado por meio de uma estrutura narrativa extremamente repetitiva que falha miseravelmente em construir o suspense de uma história povoada por personagens aleatórios e unidimensionais, embora faça questão de arranjar espaço, em meio a inúmeras cenas de tortura e sexo, para encher o leitor com frases de autoajuda. Espíritos de Gelo é aquele típico livro que faz o leitor agradecer por seu pequeno número de páginas e lamentar por ele não ter sido ainda menor."

Prestigie o site, conferindo a análise completa em:

site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/espiritos-de-gelo-critica/
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DéboraMP 04/01/2024

Espíritos de gelo
Essa é a minha primeira leitura de 2024 e foi indicação de um amigo. Pela premissa, achei que seria uma história massa, mas, na verdade, não gostei tanto.

No início há muitas referência e não entendi todas, confesso. Também não fui atrás de entendê-las, pois estava meio entediante.

A história é uma viagem bem louca sobre sexo e magia, que fica bem morna a não ser por algumas cenas da tortura enquanto o personagem é interrogado. O plot final também não me cativou. Ainda assim, é uma leitura rápida, pois o livro é curto.
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Karen Muguet 24/07/2021

Livro um pouco confuso
Achei o livro ok, quase não quis terminar. Eu gosto dos outros livros do autor, me identifico e fico presa aos personagens e o desenvolvimento da atmosfera em si da trama. Mas nesse livro isso não ocorre, pelo menos pra mim. Achei fraco e não me prendeu. No início ele começa legal, vc não entende o que tá rolando mas o autor te dá uns spoiler ali e aqui, mas confirme vai indo, vai ficando uma coisa confusa e eu realmente não gostei da abordagem.
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Gabriella 14/10/2023

Horrível
Mdss, que livro ruim, no início eu não tava entendendo nada, e no final tava igual no início!
Eu tava esperando outra coisa por causa da sinopse, achei q ia ser um livro legal e rápido, mas no final foi um livro péssimo, sem sentindo e parecia que não acabava
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Camila 18/12/2011

Espíritos de Gelo
Acostumada com o mundo criado por Draccon em Dragões do Éter, me surpreendi com a narrativa nua e crua desse livro! Mas a surpresa foi boa, posso garantir!! Acho que a melhor definição para esse livro seria: cheio de testosterona!! Sério mesmo... O livro tem violência, sexo, rock'n'roll, sarcasmo e palavrões, mas tudo com muito propósito! Uma pena que a imagem da capa aqui no Skoob não mostre o principal - a mão ensanguentada!! É de arrepiar!!

www.leitoracompulsiva.com.br
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Maria Joana. 27/01/2012

Conclusões de quem não sabe fazer resenha, irra.
Um livro que prendeu minha atenção de primeira. Mesmo que eu tivesse largado um livro erótico, alegando que "não gosto de histórias com muito sexo", acabei lendo esse, que também tem sexo. Só que esse não é explícito, creio eu. Ou é?

De qualquer forma, gosto da maneira como as personagens são construídas, e as cenas de tortura são tão bonitas (ou eu que sou estranha) que isso me fez ler até o final em algumas horas.

A verdade é que o protagonista só precisava lembrar do que tinha acontecido nas últimas horas, mas ele acaba por lembrar desde quando conheceu Mariana, sua namorada, até o momento presente.

E o que vem depois disso acaba sendo um pouco desanimador, mas não muda o fato de que amei o livro.

É pesado e sujo, mas não é encardido.
É quase que perfeito.
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Felipe Araújo 14/01/2021

Perdoai a quem nos tem ofendido.
O livro apresenta uma boa proposta de leitura, mas sabe quando você vai percebendo que nem o autor sabe exatamente o que está escrevendo? Então, este livro possui essa característica. Referências bem mal colocadas, diálogos desnecessários que claramente foram pra encher linguiça. Não recomendo a compra e muito menos a leitura. Porém, se você tiver apreço por livros toscos e mal elaborados, pode ler sem medo, que você vai amar.
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Patrick.Pereira 05/07/2023

Gostei principalmente do plot
No início eu gostei mais ou menos "achei que tinha referências demais, assim como nos outros livros que li do autor... Ele escreve muito bem, mas parece que extrapola nas referências." Que não foi o caso deste livros pq quando vc chega no plot inicial vc percebe que tem sentido nas referências não são só jogada do nada .
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Thiago de Andrade 21/06/2020

Problemático.
Em "Espíritos de Gelo", conhecemos a história de um homem que ao acordar acorrentado em um cativeiro é interrogado por 3 capangas, na intenção de extrair a confissão do que lhe aconteceu para que fosse achado desacordado em uma banheira com gelo. Dentre eles, quem toma a frente nessa investigação é um baixinho com camiseta do Black Sabbath, que tenta arrancar a informação de como ele foi parar nessa situação por meio de torturas, já que o homem diz não se lembrar de como tudo aconteceu.

Antes de debater sobre alguns aspectos, vale lembrar que Espíritos de Gelo faz parte de uma coleção luso-brasileira que explora alguns mitos urbanos em histórias mais curtas (média de 160 páginas em formato de livro juvenil e letras maiores do que o normal). Tendo isso em vista, não se pode esperar personagens e ambientações tão bem desenvolvidas e aprofundadas. É preciso compreensão de que os assuntos abordados, inclusive os mais interessantes, sirvam apenas como condutores complementares que ligam a jornada a resolução de seu caso central. Entretanto, apenas isso não isenta o autor e sua obra de críticas.

O protagonista é um dos maiores defeitos. Por mais que a literatura não seja feita apenas de personagens corretos, o machismo, as imaturidades e preconceitos pontuais e a petulância frente a sua situação torna-o intragável em vários momentos, ainda que isso dependa dos olhos de cada leitor.

Mas é na escrita de Draccon que está o ponto mais problemático. Ao decorrer das páginas somos soterrados de referências da cultura contemporânea, em sua maiorias rasas, sendo que algumas até se repetem. Em determinado ponto da leitura temos a impressão que algo só será descrito se nela tiver a oportunidade de fazer menção a alguma música, filme ou personagem, na tentativa de cativar pela memória afetiva do leitor. O estranho é que, ao mesmo tempo que nosso personagem-narrador desdenha e se mostra completamente oposto a qualquer coisa "nerd", usa um vasto conhecimento sobre o assunto para essas referências, deixando, no mínimo, em dúvida se quem da a voz ativa da narração é seu protagonista ou o próprio autor. Contudo, quando o homem acorrentado e o torturador traçam um paralelo sobre o ocultismo entre a história contada e os simbolismos de bandas de rock, temos alguns dos diálogos mais interessantes.

O livro é dividido entre capítulos curtos que intercalam o presente/cativeiro, onde encontramos a maioria das críticas citadas, e as lembranças dos acontecimentos anteriores narradas pelo personagem principal conforme ele vai se lembrando, onde a história é mais fluída e interessante, principalmente a partir da inserção da personagem Mariana, onde nos surpreendemos com a mudança de rumo dos acontecimentos. Nesse ponto o mistério prometido na contracapa enfim se faz realmente presente e interessante, a ponto de me fazer parar a leitura para pesquisar um pouco mais a respeito sobre o tema abordado, antes mesmo da breve explicação dada páginas depois.

O final faz jus ao que foi construído do meio para o fim da tragetória. Dificilmente decepcionará ou surpreenderá, mas encerra bem o enredo que é crescentemente interessante e fluído, embora sofra com conturbados personagens e escrita.

A nota mais condizente seria 2,5 pra ser exatamente na média.
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Kel Arteira 07/10/2020

Interessante.
Gostei. Mas tinha potencial de ser melhor . Leitura pesada cheia de sensualidade e mistério.
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