Marina 20/05/2016
[Resenha] Píppi Meialonga
Impossível ver essa capa e não me lembrar de todas as vezes que, com nove ou dez anos, li e reli as aventuras dessa menina de trancinhas ruivas que conquistou meu coração desde a primeira linha. Píppi Meialonga, um clássico escandinavo, é conhecido no mundo todo por sua personagem extremamente caricata e irreverente, um símbolo de diversão e travessura com uma pitada de deboche ao mundo adulto. Extremamente forte e destemida, a garota é certamente a heroína que todas as crianças aguardavam…
Totalmente tagarela e segura de si, a menina arranja diversão mesmo na tarefa mais monótona, transformando-as, quase que com um passe de mágica, em confusões deliciosas e muitíssimo bem humoradas. Para Píppi, tudo se resolve, para tudo tem um jeito. E que seja do jeito divertido. Com a ingenuidade inerente das crianças, misturada com uma auto confiança enorme, a garota mente pelos cotovelos e inventa histórias mirabolantes, para o prazer do leitor.
Para Tom e Aninha, vizinhos da Vila Vilekula, Píppi rapidamente se tornou um sopro maravilhoso de energia, liberdade e aventura, do qual eles ansiavam diariamente. Tal qual Mary Poppins, a babá voadora, Píppi Meialonga chegou para transformar, agitar e colocar alegria em tudo. Logo os meninos se tornaram melhores amigos, e o trio inseparável foi a fórmula perfeita para que toda e qualquer traquinagem pudesse acontecer.
Píppi foi, durante toda a minha infância, a heroína que faltava. A criança alegre, espevitada, forte, destemida, totalmente independente e que ainda por cima enfrentava os adultos com uma segurança admirável, certamente completava todos os requisitos. Sua coragem e determinação para encarar o mundo sempre pelo lado divertido, trouxe para o meu, uma leveza deliciosa. Assim como Pollyanna e o seu jogo do contente, a menina sardenta encheu meus dias com magia e diversão, mudando para sempre, - no alto dos meus nove anos - a minha visão do mundo.
Em uma análise mais adulta, o livro também é um antídoto eficaz para a baixa auto estima de pré- adolescentes. A garota quebra pré conceitos e aceita exatamente quem é, com todas as qualidades e "defeitos": o nariz, as sardas, o cabelo espevitado, as roupas que não estão dentro dos "padrões" de moda. A personagem foge de todos os esteriótipos, e - só assim - é extremamente feliz. O livro também nos mostra o quanto as coisas simples da vida podem ser maravilhosas. Para Píppi, a vida pode sim, ser uma festa; basta enxergá-las com outros olhos. Para um livro infantil, Píppi Meialonga é uma maravilhosa lição de vida para muitos adultos...
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site: www.depoisdaquelelivro.com.br