Vera Sabino 22/10/2015Diversão garantida!
Não tinha lido nada ainda do Mario Prata e me deliciei com este livro dele; narrativa rápida, fluída e muito, muito divertida.
Os capítulos do livro são curtos e, antes de cada um deles, há citações de detetives e investigadores de autores consagrados como Agatha Christie, Arthur Conan Doyle, Edgar Alan Poe, Ruth Rendell, Georges Simenon, Montalbán, Nelson Rodrigues -- dentre outros --, para delícia dos leitores amantes do gênero policial.
"Sete de Paus" começa com um crime intrigante: Hans Schneider, professor da Universidade Federal de Florianópolis em SC, é encontrado morto com um tiro na testa e o próprio pênis enfiado na boca; na virilha, a carta de baralho sete de paus.
Outro crime ocorre poucos dias depois em São Luis do Maranhão. Maneco Schneider, deputado federal e irmão de Hans Schneider, é encontrado morto. Mesmo "Modo Operandi" (MO).
O agente da Polícia Federal de Sta. Catarina, Ugo Fioravanti (Fiora para os íntimos), e seu jovem parceiro, Darwin Matarazzo, são encarregados do caso. Para os agentes, a carta de baralho na virilha era uma mensagem bem clara: sete homens teriam o mesmo fim trágico.
As investigações em Florianópolis e em São Luis do Maranhão não levaram a nada. Nenhuma pista, nenhuma impressão digital, nenhuma testemunha, nada. E enquanto Fioravanti fazia planos para o Réveillon que aconteceria dali a 2 dias, ocorre um terceiro assassinato, dessa vez em Mindelo, na África. Mindelo é uma cidade da ilha de São Vicente, uma das 10 ilhas vulcânicas que formam o arquipélago de Cabo Verde.
Um próspero advogado e empresário, dono de uma fábrica de cervejas, é encontrado morto, com um tiro na testa, pênis cortado enfiado na boca e sete de paus na virilha.
Ainda em Mindelo, Fiora fica sabendo por sua secretária que um homem de Brasília ligou querendo falar com ele urgente porque achava que seria a próxima vítima.
De volta ao Brasil, Fiora entra em contato com o tal homem de Brasília e fica sabendo que ele, apavorado, já tinha telefonado para os outros amigos, também possíveis próximas vítimas, e marcado uma reunião num SPA em Jaguariúna, onde todos tinham se conhecido uns anos atrás.
Dessa reunião participariam também Fiora e seu colega Darwin, que esperavam obter informações importantes que os ajudassem a elucidar o caso.
Como nem só de trabalho vive o homem, Fiora leva consigo para o SPA a dinamarquesa Gertrudes, uma loura estonteante e insaciável, que ele conheceu em Mindelo, por quem se enrabichou e com quem estava tendo um caso.
Um "serial Killer" matando no Brasil e no exterior sem deixar nenhuma pista. O que teriam feito esses sete homens para estar na mira do maníaco assassino?
Esse é o mistério que Fiora e Darwin terão que desvendar.
"Sete de Paus" é um suspense policial com muito humor e erotismo e com um desfecho surpreendente. A descrição dos personagens da trama, em notas de rodapé, é divertidíssima e me fez dar boas gargalhadas.