Glory 25/04/2021
Relacionamentos são crimes, crimes revelados em sacrifícios
A Rainha do Crime, Agatha Christie, de um jeito que você nunca viu. Aqui, Agatha abandona, não que totalmente, mas por alguns instantes, a sua base narrativa criminalista, e passa a trabalhar sob o teto de um relacionamento: mãe e filha. Porém, o que gostei dessa leitura é justamente que Agatha não deixa esvair a ideia de que há um crime e ele se chama sacrifício, a morte pelo bem do outro e pelos feitos de quem se ama.
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Ann e Sarah, mãe e filha, são personagens com personalidades opostas mas com intensidades semelhantes. Ambas estão a procura de preencher um vazio que as abarca, mas a singularidade individual com que lidam com isso é o estímulo para prosseguir com essa leitura.
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Porém, o que não gostei foram algumas atitudes por parte da filha Sarah que, consequentemente, acabaram por afetar de forma intensa sua mãe, que se vê agora presa em decisões designadas somente ao que a filha estipula. Então, senti que a relação no final ficou aberta sobre como iria prosseguir.