Uma Ilha de Paz

Uma Ilha de Paz John Knowles



Resenhas - Uma Ilha de Paz


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otxjunior 16/09/2022

Uma Ilha de Paz, John Knowles
O equivalente na literatura de Sociedade dos Poetas Mortos. O que me trouxe a sensação melancólica e agridoce de quando assisti o filme inspirador e tinha a idade dos personagens. Merece ser redescoberto pelos entusiastas de Dark Academia.
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morganarosana 31/05/2013

Uma ilha de paz é um livro publicado em 1959 pelo norte-americano John Knowles e conta as experiências de dois jovens em seu último verão em uma escola só para garotos, Devon, antes de receberem suas convocações para a Segunda Grande Guerra. Gene é um rapaz introvertido, estudioso e pacato, o seu total oposto é Phineas, ou Finny - um garoto cheio de energia e que ama os esportes. Finny parece ter seu amigo em alta conta, coisa que leva até mesmo Gene a questionar esta afeição e o merecimento dela. Já que para Gene o seu companheiro parece ser uma pessoa muito justa e de personalidade extrovertida que cativa a todos, e ele mantém sentimentos de competição e em alguns momentos, até mesmo de inveja com o colega.
A primeira parte do livro trata desta relação e dos dois, e a iminente convocação para lutar na guerra faz com que Finny funde a Super-Sociedade do Suicídio do Período de Verão, criando para eles uma situação de 'ilha de paz', como se a guerra estivesse se passando em outro mundo que não no deles. Na qual a cerimônia consiste em nada mais, nada menos do que pular do alto de um galho de uma árvore no lago da escola. É em uma destas cerimônias, em que Gene e Finny eram os primeiros a saltar juntos, em que Gene se desequilibra e acaba derrubando Finny, que cai na margem do lago e quebra sua perna. O acidente o impediu de praticar esportes.
Na segunda parte da história acompanhamos o ressentimento de Gene em relação ao acidente, que ele não tem exatamente certeza se ele se desequilibrou realmente, ou se fez de propósito.
O resto do livro trata destes conflitos, entre a guerra real cada vez mais perto deles, e as guerras pessoais que eles travam consigo mesmos. A tão complexa transição entre vida despreocupada de jovens estudantes para a vida adulta.
Porém, apesar de ser muito bem escrito e conter passagens realmente muito belas, achei que no final as coisas ficaram um tanto quanto atropeladas e o final foi brusco. Os momentos finais realmente form um pouco jogado fora em relação as outras partes do livro.
Eu diria que é um livro que vale a pena pelos conflitos retratados, mas para mim foi um livro mediano, que não sei dizer exatamente se gostei ou não gostei. Me preocupa esta situação 'em cima do muro' em relação a algumas coisas, quer dizer que eu realmente não consigo falar se ele fará ou não diferença para minha vida.

resenha originalmente publicada em: www.estranhomundinhoinsano.blogspot.com
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Aninha 21/05/2013

O que é a paz?
Eu nunca tinha ouvido falar neste clássico da literatura americana até decidir entrar para a Charlie’s Booklist. A palavra “clássico” pode assustar um pouco, por causa daquele nosso velho preconceito de que clássicos são chatos. Alguns realmente são, mas “Uma Ilha de Paz” é quase um young adult (YA) dos tempos antigos que trata sobre assuntos sérios.

O livro de 1959, escrito por John Knowles, retrata uma escola só para garotos, em Devon, nos Estados Unidos, em uma época de Segunda Guerra Mundial. Mas estes garotos ainda não tem idade suficiente para ir à Guerra e estão estudando matemática e artes, o que é bem discrepante ao resto do mundo. Por isso o título “Uma Ilha de Paz” foi tão brilhante pensado e colocado neste livro.

A maioria dos garotos nem querem ouvir falar de Guerra, passam seus dias de verão nadando no lago, ou fumando na Sala de Guimbas e conversando sobre a vida, como se nada estivesse acontecendo no mundo. Mas essa paz é realmente verdadeira? Talvez se a competitividade entre os meninos não fosse tão grande e o poder que sentem de julgar uns aos outros também sim. Mas eles vivem em uma escola, alguém tem que ser “o melhor atleta”, “o melhor aluno”, e às vezes uma rivalidade que nem existe de verdade, está entre eles.

Neste verão um terrível acidente acontece e sutilmente abala a paz entre os alunos da Devon e, principalmente os protagonistas de estória, Gene, Phineas, Brinker, Leper, cada um com seu jeito de lidar, entram em colapso. E eles não podem se livrar da Guerra, o verão termina e ela chega até a eles, destruindo de vez a aparente paz que eles achavam que tinham.

Este livro começa bem confuso e leve de se ler, mas a cada página vai ficando mais denso, assim como a estória. Temos a visão de Gene, um super nerd, que é melhor amigo de Phineas, um super atleta, e, apesar de tudo, não estamos sempre torcendo para que ele se dê bem. Gostei muito de como o autor foi sensível nas suas descrições, e Devon realmente pareceu uma redoma em meio à Guerra, uma que os alunos não souberam aproveitar. Não espere um final feliz. Este livro não é ficção totalmente, é algo que pode ter acontecido, e o indico para que gosta de livros que o vão distrair e ao mesmo tempo fazê-lo pensar. Este não é um livro com o foco sobre Guerra e grandes feitos, é um livro principalmente sobre a amizade, ou o que deveria ser ela.

“Penso que os fazíamos recordar como era a paz, nós, rapazes de dezesseis anos. Estávamos registrados sem folha de recrutamento, nós havíamos passado por exame físico. Ninguém jamais nos havia testado quanto a hérnia ou daltonismo. Joelhos frouxos e tímpanos perfurados eram queixas menores e não inabilidades que poderiam separar alguns do destino do resto. Éramos descuidados e selvagens, isso poderia ser encarado em nós como um sinal da vida que a guerra estava sendo lutada para preservar. ” – pág.19

“Como disse, aquele era meu verão sarcástico. Foi apenas muito depois que reconheci o sarcasmo como o protesto de pessoas que são fracas.” – pág. 23

“Eu também não pretendia permitir que me superasse nisso, mesmo sabendo que não importava se ele me exibia na árvore ou não. Porque o que se tinha no coração é que importava. E eu havia detectado que o de Finny era uma cova de ambição solitária e inútil. Ele não era melhor do que eu não importando quem vencesse todas as disputas.” – pág. 43
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jota 21/07/2012

Vítimas da paz
Esta foi uma releitura, uns dez anos depois que o livro me caiu em mãos pela primeira vez, emprestado da Gibiteca do Canal 5, em Santos (SP), que também tem revistas, jornais, livros, etc. Gostei muito então e me prometi relê-lo um dia...

A contracapa vem cheia de elogios de publicações e autores americanos conceituados e, como trata de adolescência e rituais de passagem para a vida adulta, a revista Encounter, de olho no livro mais célebre sobre o assunto, O Apanhador no Campo de Centeio (1951), perguntava, no lançamento de Uma Ilha de Paz(1959):

"Será ele [John Knowles, o autor] o sucessor de J. D. Salinger que há tanto tempo esperávamos?" Posso dizer que a pergunta tem sim, razão de existir, muito mais pela qualidade literária que os autores imprimiram às suas histórias do que pelas semelhanças dos enredos. Pais e professores aparecem muito pouco no livro de Knowles.

Grande parte da ação transcorre entre os anos de 1942-3, em plena II Guerra Mundial, na escola secundária Devon (na Nova Inglaterra), durante um curso preparatório de verão. Dois adolescentes, Gene (o narrador) e Phineas (ou Finny, seu melhor amigo) criam a Super-Sociedade de Suicídio do Período de Verão. Com um nome desses, ainda que uma brincadeira, já se pode imaginar o que virá pela frente...

Para ser admitido na sociedade é preciso saltar do galho de uma árvore (que aparece na capa do livro, anos depois, já velha e sem folhas) sobre um riacho de águas profundas, margeado por grandes pedras. Nesse salto, se o estudante não for habilidoso, pode cair sobre as pedras, sofrer graves ferimentos, até mesmo morrer... E é assim que começa a tragédia.

Um dos rapazes, muito habilidoso, se torna a primeira vítima. Não fatal é verdade, mas que quase teve uma perna esmagada ao saltar da árvore para o rio. Talvez esse adolescente nunca mais possa correr e praticar esportes (uma das coisas que mais adorava), mas ele mesmo não se vê tanto assim como uma vítima.

Não no começo. Até que um dia, depois de uma reunião tensa com os demais colegas que o convidaram para uma reunião que diziam ser informal, mas que na verdade se transforma numa espécie de processo em que buscam o culpado por sua situação: ele não teria sido empurrado da árvore ou desequilibrado por outro companheiro da sociedade, bem na hora de saltar? E depois da reunião acontece o pior...

A Ilha de Paz do título do livro é referência ao ambiente de liberdade e camaradagem que havia na escola durante o curso de verão, com os rapazes bem distantes das atrocidades da II Guerra Mundial. Mas agora, com o acidente, essa paz particular ficou seriamente abalada.

Fica um sentimento de culpa no ar, há dores, mentiras, um aluno à beira da loucura e alguém que diz que as guerras provocam vítimas até mesmo em lugares muito distantes dos campos de batalha. Até mesmo antes de se iniciarem, eu diria.

Quando alguém a quem amamos ou admiramos morre bestamente e nos sentimos tão mortos quanto ele, somos incapazes de chorar. Pois os mortos não choram, reflete um personagem. A partir dessa passagem e até o final, o livro torna-se tremendamente triste.

Então, diferentemente do livro de Salinger, que tem muitas passagens engraçadas, Uma Ilha de Paz é muito mais sobre dores e perdas na juventude. Mas é também um dos livros favoritos de americanos ilustres, como Bill Gates, se essa informação servir como consolo.

Lido entre 10 e 21.07.2012.
Daniel 17/10/2012minha estante
Tambem gostei. É um típico romance de formação, do tipo que costuma impressionar bastante os leitores mais jovens. Concordo com o que vc escreveu, há um tom solene na narrativa, de perigo e perda iminente, não só pela II Guerra em andamanto mas por questões pessoais: a chegada da maturidade, a amizade e a honra.


jota 17/01/2013minha estante
Se alguém viu o filme recente, As Vantagens de Ser Invisível, e prestou muita atenção numa cena rápida, verá que este livro é um dos que o professor Anderson (Paul Rudd) emprestou ou recomendou para Charlie (Logan Lerman). Só coisa fina, por sorte, li (quase) todos: O Sol é Para Todos (Harper Lee), O Grande Gatsby (F. S. Fitzgerald), Na Estrada (Jack Kerouac) e (claro) O Apanhador no Campo de Centeio (J. D. Salinger). Também há um livro de Albert Camus na estante (possivelmente O Estrangeiro) e de Henry D. Thoreau (conhecido como o pai do ambientalismo), Walden (este é o único que não li).


Lucas 01/03/2013minha estante
Que bom saber que achou em Santos amigo! Também sou daqui e estou a procura desse livro!




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