Danielly 12/04/2024
Esse livro se passa durante a ditadura militar e acompanha a vida de três meninas: Lorena: burguesa. Lia: militante de esquerda. Ana clara: drogada. Durante o livro inteiro eu associei essas três a três músicas de Chico Buarque. Respectivamente, cotidiano, construção e geni e o zepelim. (Que por coincidência, as duas primeiras músicas foram lançadas em 1971, Antes do lançamento do livro)
Primeiramente, não leia esse livro rápido. Aproveite esse dia a dia dessas meninas aproveita o cotidiano não tenta ler de uma só vez q vc vai se arrepender. Antes de ler, tenha noção que essa história se passa em plena ditadura militar brasileira, em 1973, pq o contexto é mto importante pra história (aplausos pra coragem q Lygia fagundes teve de mostrar uma cena de tortura nesse época) não darei 5 estrelas por motivos de achar q poderia ser um pouco mais aprofundado certas coisas da vida das meninas, sinto q tem coisas q foram só jogadas lá, como o porquê da lorena acreditar fielmente em uma certa questão sobre o irmão dela(não falarei pois é spoiler) Se fosse algo banal da história, não teria tanto problema, só que está claramente atrelado a construção da personagem. Gostaria q tivesse falado mais sobre a madre alix tbm, essa mulher mostrou um nível de sabedoria com apenas poucas aparições que até eu vejo ela como uma avó.
Voltando, gostei muito da forma que Ana Clara foi escrita. Acho ela a personagem mais bem escrita e explorada dessa trama. Desde o primeiro capítulo em que introduziram ele eu fiquei meu Deus como alguém pode ser tão eu. Dentre elas, era a mais incompreendida e prova de como o vício e uma infância traumática podem influenciar na vida de alguém. "?mas não é mesmo impressionante? Ana Clara não ter nenhum parente, ninguém no mundo, ninguém!" A forma da personagem dela reflete a realidade de tantas mulheres, aborto, sexo, prostituição ect ect. Poderia falar mais sobre a minha criança incompreendida, mas não quero mto spoiler
Outra, Tem uma certa questão, que se não fosse um livro escrito em uma época de extrema censura e repúdio a esquerda, eu teria criticado, que é terem abordado tão superficialmente a viagem e relacionamento da Lia, ambos são muito importantes para a história da personagem, porém a autora já foi corajosa o suficiente de ter colocado uma personagem militante de esquerda em plena ditadura militar então não dá para exigir tanto assim. Por isso eu não considerei tanto essa questão na nota.
Mais uma, como foi importante a única(que eu lembre) cena em que a mãe da Lorena aparece. Juro, deu pra entender tanta coisa sobre a personagem dela. A mãe dela é todinha aquela música "Did you hear about that, mother? Broke her daughter's legs in two
And said, "It's too dangerous out there to walk, so I had to save you" (você ouviu falar sobre aquela mãe? Que quebrou as pernas da filha e disse 'e mto perigoso andar lá fora, então eu tive que lhe salvar.) e ela se importar menos que o amante da filha era CASADO do q com a POSSIBILIDADE dela ser homossexual?? Pra você ver como os valores da época ainda permanecem né. E o fato da Lorena se apaixonar por quem ela não pode ter (o homem que ela ama é casado, com filhos, mto mais velho e etc.) Me faz refletir sobre o quanto os filhos se baseiam nos pais, tanto pra parecido, tanto pro contrário. O peso de educar uma criança é realmente mto pesado.
Eu certamente tenho muita coisa para falar, só que eu sou boa falando e não escrevendo bjs??