Li 14/05/2012DESAFIO LITERÁRIO 2012 - MAIO - FATOS HISTÓRICOS *LIVRO 2*Sinopse: Amigo de infância do célebre Niccolò Machiavelli, Antonino Argalia viveu na Florença renascentista até perder os pais para a peste. Sozinho, decide tentar a sorte em terras distantes, oferecendo seus serviços como mercenário. Peripécias diversas acabam por alçá-lo à frente das forças otomanas em luta contra o xá da Pérsia, em 1514. Uma vez derrotado o xá, Argalia conhece Qara Köz, ex-amante do soberano e mulher de beleza e poderes mágicos, por quem se apaixona de imediato.
A história de Qara Köz, a feiticeira de Florença, é contada ao imperador Akbar, o Grande, por um atrevido forasteiro que atravessa o mundo para comunicar ao soberano mongol que é seu parente direto. Numa intrigante sucessão de aventuras, o misterioso contador de histórias vai revelando os caminhos que conduzem Argalia e sua bela mulher desde Istambul até a Florença dos Medici.
Mesclando habilmente realidade e ficção, A feiticeira de Florença aproxima a cidade de Machiavelli de um império oriental que atinge, também no século XVI, apogeu comparável nas artes e no pensamento filosófico. Teriam as idéias e os ideais renascentistas florescido também do outro lado do mundo, na corte de Akbar? É a resposta a essa pergunta que Salman Rushdie expõe com graça e agilidade nesta obra-prima encantadora.
Opa, vou ler outro de Salman Rushdie! Na verdade este era o que estava programado para o mês passado e eu não consegui ler pois comprei num sebo virtual e deu o maior problema...
Bom, como “os filhos da meia noite”, este é bem complicado! Principalmente porque Salman não se ateve a um fato. Fiquei na dúvida se este livro valia para o tema do mês, mas ele vai desde anos antes da renascença na Itália, até o governo de Jalaluddin Muhammad Akba, terceiro imperador mogol da Índia /Hindustão, (http://pt.wikipedia.org/wiki/Akbar). Até a criação d´O príncipe, de Niccolò Machiavelli e a descoberta das américas entram na história, então tem fatos históricos para dar e vender na trama!
É um livro interessante, Salman faz tantas divagações filosóficas sobre a vida pela boca e pensamentos dos personagens que meu livro está praticamente todo riscado pelas indagações bem boladas dele. É o tipo de leitura que você precisa fazer com calma... Eu terei que reler este também, porque só escolho livros grandes para ler e depois não tenho tempo de dar a devida atenção a eles, mas a essência fica se eu gosto do livro e coloco na minha lista de releituras futuras.
Ah, sim, tem uma lista bibliográfica enorme no final mostrando o trabalho de garimpeiro e costureiro que ele teve para contar com realismo fatos históricos tão desconexos quanto os dois primeiros, que são o âmago do enredo.
"(...) Ele não queria ser como seus ancestrais sedentos de sangue, mesmo que seus ancestrais fossem os maiores homens da história. (...) Seu avô Babar, o senhor da guerra de Ferghana que havia conquistado, mas sempre deplorara, este novo domínio, esta "Índia" de riqueza excessiva e deuses demais, Babar, a máquina de guerra com seu dom inesperado por ditos felizes e, antes de Babar, os príncipes assassinos de Transoxiana e da Mongólia, e o poderoso Temüjin acima de todos, Gêngis, Changez, Janguis ou Chinggis Qan - graças a quem ele, Akbar, tivera de aceitar o nome de mughal, tivera de ser o mongol que não era, ou não sentia ser. (...)"
Vale a pena ler os livros de Salman Rushie, mas se preparem para a complexidade e a sopa do realismo fantástico.