Os Trabalhadores do Mar

Os Trabalhadores do Mar Victor Hugo




Resenhas - Os Trabalhadores do Mar


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@aprendilendo_ 30/01/2022

Resenha de "Os Trabalhadores do Mar"
Ambientado nas Ilhas do Canal, ainda no século XIX, “Os Trabalhadores do Mar” conta a história de Gilliatt, um homem excluído pelos habitantes de Guernessey, que, após descobrir uma chance de finalmente conquistar o coração de sua amada, parte em uma jornada inacreditável para o mar em busca de um barco encalhado. O livro de cerca de 350 páginas foi escrito por Victor Hugo e é tido, por muitos, como uma de suas três melhores obras literárias.

De início, logo no prefácio, Victor Hugo, o mais reconhecido escritor francês de todos os tempos, já deixa clara sua intenção de propor uma história sobre o homem contra a natureza. Nesse contexto, a obra toma tons épicos e emocionantes, os quais exploram com profundidade todo o tema da persistência humana ante a tribulação. No entanto, infelizmente, a leitura tem suas primeiras 160 páginas muito subjetivas e com uma narrativa lenta, a qual demora para apresentar a verdadeira premissa do romance. Tal elemento é, talvez, o grande responsável por causar certa antipatia em alguns leitores e até sua desistência no primeiro terço da narrativa.

Prosseguindo, a partir da devida apresentação do enredo, próximo ao início da segunda metade da obra, a narrativa começa a tomar toda uma desenvoltura épica e emocionante, a qual, página a página, faz a história valer a pena e cativar por sua inventividade em aventuras e contratempos. Cabe aqui pontuar o fato de que, em alguns momentos, a cena torna-se inesperada e engenhosa a ponto de vir a ser um pouco confusa, mas nada capaz de realmente tirar a imersão do leitor. Contextualizados os elementos, o grande ápice do livro acaba por ser o final, este, o qual entrega uma espetacular reviravolta, causando sentimentos inesquecíveis. Como consequência, toda essa gama de emoções no final eleva todo o romance à um nível incrível, além de, certa forma, explicar toda a necessidade da contextualização excessivamente vagarosa das primeiras páginas do livro.

“Os Trabalhadores do Mar” é um livro com um início arrastado, um meio empolgante e imersivo e um final espetacular, o qual justifica todas as escolhas narrativas do autor, desde a lentidão inicial até a imparável avalanche de problemas enfrentados por Gilliatt, um dos mais comoventes personagens feitos por Victor Hugo. Com certeza vale a pena a leitura.
Nota: 9,05
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Fábio 29/07/2011

"No momento em se afastava do escolho, alguém que lá estivesse tê-lo-ia entoar a meia voz a canção Bonny Dundee. "

Os Trabalhadores do Mar, livro dedicado à ilha de Guernsey, onde Victor Hugo cumpriu exílio, teve sua primeira tradução feita pelo famigerado Machado de Assis. Nesta obra o autor explora principalmente a superação, a perseverança, e a abrenúncia.

Victor Hugo é um exímio perscrutador da alma humana, consegue descrever de forma clara e comovente todos os aspectos emocionais de seus personagens. A força da natureza é uns dos elementos centrais deste livro, as descrições primorosas e seu poder de narração ilimitado é capaz de deixar o leitor molhado junto com Gilliatt depois de uma tempestade.

Gilliatt, protagonista, é um pescador rude que mora na ilha de Guernsey, desprezado pela cidade, leva a alcunha de feiticeiro, vive na solidão. Já no primeiro capítulo sua inércia é abalada pois seu nome é escrito na neve, por Déruchette, que virá ser a sua amada. Esse amor incondicional, que nasce em seu coração, terá consequências inacreditáveis durante o enredo.

Este livro agita os sentimentos do leitor, causa emoção, revolta, pena, indignação; ao terminar o último capítulo perguntamos: acabou? , e ficamos dias, semanas pensando sobre a história, sobre os personagens, imaginamos finais diferentes, imaginamos as causas, as atitudes, de cada personagem.

O nome Gilliatt pode ter apagado na neve, mas na mente do leitor é indelével. Victor Hugo é um escritor para pessoas sensíveis que gostam de se emocionar.

Gláucia 19/04/2011minha estante
Vc tem razão, fiquei "passada" com o final do livro, não podia acreditar no que meus olhos tinham acabado de ler.


Jumpin J. Flash 24/05/2011minha estante
Ótima resenha! Parabéns!


Math 04/02/2012minha estante
E esse "pode ter apagado na neve"? Espero não ter sido spoiler..


Fábio 08/02/2012minha estante
"pode ter apagado na neve" pois o nome foi escrito em uma rua, não é spoiler


vanessamf 12/09/2012minha estante
Uma curiosidade, você não achou a tradução de Machado estranha? Quando li parte desse livro, não parecia uma obra de Hugo, por isso fiquei com a sensação que tinha a ver com a tradução...


Fábio 13/09/2012minha estante
Eu só li, até agora, traduções do Victor Hugo e confesso que há muita diferença de um livro para outro, no que se refere a estilo (pontuação principalmente), todavia, com certeza, tem um toque machadiano nesta tradução, que até certo ponto é normal, porém por falta de outro tradutor neste mesmo livro, não sei dizer até que ponto o Machado foi além.


JosA.Mixto 18/05/2015minha estante
Sim, sim. Vim aqui buscar comentários justamente por isso. Acabei de ler e a imagem final de Gilliat perdura em minha mente. Livro incrível! Fiquei com muita vontade visitar a ilha.


Jefferson.IsaAas 18/04/2019minha estante
Vou dizer como é que encontrei esse livro fantástico: tenho com muito prazer 60 anos de idade. Comecei a ler muito cedo. Primeiro os gibis, depois, vieram os livros de bolso, bang bang e espionagem, tive coleção com mais de 200 destes livros na minha adolescência que eu trocava com outros leitores. Quando inda era garoto meu pai comprou de um vendedor de livros uma coleção de literatura infanto juvenil com 13 livros do autor Francisco Marins - A Aldeia Sagrada, Viagem Aos Martírios, O Segredo De Taquarapoca, O Bugre Do Chapéu De Anta, não lembro agora dos outros títulos. O que mais me marcou nas leituras eram as figuras em preto e branco chamada de xilografia. Todas às vezes que vejo um livro com esse tipo de ilustração sinto-me quase obrigado a lê-lo. Foi assim que dei de cara com o emocionante e inesquecível - Os Trabalhadores Do Mar. O enredo marca qualquer um que tenha a honra da sua leitura.


Fábio 16/05/2019minha estante
Que incrível Jefferson.IsaAas! Realmente é uma literatura de alta qualidade e uma história que é difícil não se emocionar.


Luciana.Rabelo 26/09/2019minha estante
Li-o três vezes e simplesmente a cada vez que releio esse livro consegue me emocionar de forma encantadora! ? claro que há algumas passagens meio enfadonhas nas quais acho que deveria ter algum compêndio de linguagem náutica para ajudar na compreensão de alguns termos técnicos! Outro dia, sem querer acessei o site do google no google livros tem um e-book de Os trabalhadores do Mar com ilustrações lindíssimas!


Fábio 03/10/2019minha estante
Realmente, Luciana.Rabelo, quando li vivia com um dicionário haha bom que aprendi várias palavras e expressões novas ligadas a área marítima.


Raquel 07/05/2020minha estante
Eu me emocionei. Emocionei tanto que não recomendo, na minha visão inclusive Gilliat morre com a ultima frase. Se entrega ao mar, não sei se estou errada sei que eu nunca chorei tanto com o final de um livro MDS chorei mais que com o Pequeno Príncipe eu nunca mais leio Vitor Hugo. Tenho emocional pra isso não...


Fábio 14/05/2020minha estante
Raquel Realmente final triste é com Victor Hugo mesmo. E olha que tem coisa pior viu!




Claire Scorzi 03/03/2009

Aventura, perigo, amor, sacrifício...
Como não se apaixonar por Gilliatt?
Um romance sobre amor devotado, sobre desprendimento, coragem, auto-sacrifício. Hugo começa a narrativa de um ponto de vista aparentemente distante, para só depois deixar claro onde quer chegar. Um romance à antiga, quando se escrevia sem ter pressa, com atmosfera e 'recheio' mais do que suficiente. Caudaloso, emocionante, com cenas de grande tensão, outras cheias de lirismo e mesmo tragédia, eu ainda não me conformo com seu final.
Será que alguém pode lê-lo sem se apaixonar por Gilliatt??
LER ETERNO PRAZER 04/08/2022minha estante
Irei dar início a essa leitura e suas palavras me deixaram cheio de expectativas!!??


Alessandro232 18/03/2023minha estante
Realmente, lindo e triste ao mesmo tempo, com descrições belíssimas da natureza. E a cena do polvo gigante lutando contra Gilliat- teria inspirado Verne na escrita de "Vinte Mil Léguas Submarinas"?


Souza.Barbosa 20/11/2023minha estante
Oi Claire boa noite
Claire qual foi a edição que você le
u
Outra coisa qual obra de Vitor Hugo vc me recomenda iniciar?
Beijos linda


Claire Scorzi 20/11/2023minha estante
Li a da Abril Cultural muito antiga. Tradução do Machado de Assis. E recomendaria este mesmo.


Rebeca Silva de Souza 12/03/2024minha estante
Estou lendo e me apaixonando por Gilliat SIM!


Claire Scorzi 12/03/2024minha estante
Rebeca mulher de bom gosto ?




Jumpin J. Flash 19/08/2009

O melhor!
Sem dúvida, o livro mais interessante que já li. Trata-se de uma verdadeira jóia da literatura, uma obra espetacular! Enquanto eu viver vou lembrar de Gilliat em sua luta contra a natureza por amor a Deruchette. Isso sem falar nos demais personagens memoráveis, como o capitão Clubin, mess Lethierry e o próprio "devil boat", que tanto trabalho deu a Gilliat!
Jumpin J. Flash 20/10/2023minha estante
Uma boa versão dessa obra pode ser achada neste site:

https://clubedeautores.com.br/livro/os-trabalhadores-do-mar-3




Adri 29/05/2012

Magnífico
Inacreditavelmente eu QUASE não o li....
Comecei a ler e o início detalha bastante o equipamento de um navio, nomes e funções de cada peça, e isso me deixou entediada, daí larguei a leitura. Mas depois pensei: Poxa, é Vitor Hugo, o cara não ia escrever algo assim tão chato... e pra mim livro é como gente, em geral merece uma segunda chance; então voltei a ler e foi a melhor coisa que fiz naquele ano...
Impressionante.... é de uma riqueza tão grande no mergulho da alma humana, tão poeticamente mostrando tanto o lado digno qto o ridículo, um tratado sobre as baixezas humanas, a hipocrisia então... palavras que nunca vi para descrever sentimentos humanos e que inesperadamente constroem a historia de maneira brilhante.
Depois de ler este, finalmente entendi a diferença entre um bom escritor e um escritor genial... E ainda por cima uma doce surpresa: a tradução do texto foi feita por ninguém menos que Machado de Assis!!! Simplesmente um dos meus autores favoritos, que eu amo de paixão!
É um livro pra reler ao longo da vida, com certeza...
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Diego Rodrigues 09/04/2023

Homem vs Natureza
Concebido no período em que Victor Hugo se encontrava exilado na ilha de Guernsey, devido a sua oposição a Napoleão III, "Os Trabalhadores do Mar" marca o terceiro capítulo na chamada "luta do homem". Hugo defendia a ideia de que a religião, a sociedade e a natureza configuravam as três grandes forças opressoras do ser humano. Sendo a primeira delas ricamente explorada em "O Corcunda de Notre-Dame" (1831) e a segunda profundamente analisada em "Os Miseráveis" (1862), faltava então um romance com foco no conflito homem e natureza. Surgia então "Os Trabalhadores do Mar".

Publicado originalmente na Bélgica, em 1866, o romance narra, com ares épicos, o drama de Gilliatt. À margem da sociedade, dado a solidão e a uma silenciosa contemplação da natureza, nosso herói se lança ao mar incumbido da mais colossal e irracional tarefa: resgatar, sozinho, um navio naufragado. O prêmio? A mão da mulher amada, Déruchette. A cada onda, a cada tempestade, a cada rajada de vento as forças de Gilliatt são testadas. Privado de abrigo, com provisões insuficientes e sem as ferramentas adequadas, nosso herói trava uma árdua batalha contra os elementos da natureza. Mas essa está longe de ser a sua única rival... Nessa odisseia de um homem só, um inimigo muito mais cruel, vil e impiedoso aguarda a espreita, seu nome é destino.

Apesar de ter como fio condutor o conflito homem e natureza, a obra não se atém a isso. Ambientado no conturbado período de Restauração, o romance também debate temas políticos, sociais e até mesmo religiosos. As famosas digressões de Hugo, embora mais enxutas aqui, marcam presença e o autor não se intimida em dedicar longas passagens, por exemplo, a vida marítima. Temas como a solidão e o sentimento de não pertencimento perante a sociedade também ganham destaque. O mar é propenso a nos mergulhar em um estado reflexivo, por vezes melancólico, e o mesmo acontece com o romance de Hugo. O drama de Gilliatt não só compadece como nos faz olhar para a própria vida em busca de respostas. Enquanto assistimos, em Gilliatt, a diminuição do homem físico em prol do engrandecimento do homem moral, comtemplamos a nossa insignificância perante a infinitude do universo.

Esse é um daqueles livros que transmitem aquela gostosa sensação de isolamento, indicado para leitores que, assim como eu, gostam de uma leitura mais contemplativa. Não é uma obra dotada de grandes reviravoltas ou ação, e nem de um grande arsenal de personagens, como costumam ser algumas obras de Hugo. Muito pelo contrário, aqui a maior parte da história se passa em uma rocha, tendo como único personagem Gilliatt e como cenário o vasto azul do mar. É o ser humano nu, sozinho e isolado, privado de tudo aquilo que o "intoxica" e posto em um microscópio para a minuciosa análise de sua alma.

A recém lançada edição da UNESP, parte da coleção Clássicos da Literatura, conta com nova tradução e notas de Jorge Coli. A tradução até então disponível era a de Machado de Assis, que trazia os problemas característicos de sua época, onde as traduções eram feitas às pressas para a publicação em folhetim. O novo trabalho, bem mais atento e fiel ao estilo do original, está primoroso e chega para reparar o fato de até então não termos uma tradução mais cuidadosa dessa magnífica obra por aqui. As notas complementam bem a experiência de leitura, dando luz a passagens que estão em outras línguas e aos temidos termos náuticos. Enfim, uma edição definitiva que não só faz jus a obra como a revigora, de certa forma.

site: https://discolivro.blogspot.com/
Maria 09/04/2023minha estante
Que espetáculo de resenha!!!


Diego Rodrigues 09/04/2023minha estante
Obrigado, feliz que tenha gostado da resenha!


@quixotandocomadani 10/04/2023minha estante
??? belíssima resenha


Jumpin J. Flash 11/01/2024minha estante
Há também essa outra versão, com 514 notas de rodapé que esclarecem as menções feitas no texto a pessoas, lugares, eventos históricos e a termos técnicos de marinha, construção naval, Meteorologia, Mecânica e outros ramos do conhecimento:

https://clubedeautores.com.br/livro/os-trabalhadores-do-mar-3




ELIZ 26/04/2023

O homem x natureza!
O que dizer de mais uma obra de Victor Hugo?
Como não amar Gilliatt? Nobre, justo e bom.
Um verdadeiro cavalheiro, onde sua armadura era a astúcia, a inteligência e suas mãos. Seu cavalo era a sua pança! Seu adversário a natureza.
Sua fraqueza, o amor!
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Thiago275 07/06/2021

Grandioso
Publicado pela primeira vez em 1866, Os Trabalhadores do Mar é uma homenagem de Victor Hugo à ilha de Guernesey, situada no Canal da Mancha e onde o autor passou muitos anos em auto-exílio.

A trama do livro não poderia ser mais simples: Gilliatt, um rapaz introvertido e marginalizado pelos demais habitantes da ilha, é secretamente apaixonado por Déruchette, sobrinha e filha adotiva de Mess Lethiery, dono do único barco a vapor daquela região. O barco, por certas circunstâncias não de todo naturais, encalha no meio do mar, num lugar terrível, e seu dono promete dar a mão de Déruchette ao homem que conseguir recuperar o maquinário da embarcação, tarefa praticamente impossível.

Estamos falando de Victor Hugo e, em suas histórias, a trama mais simples torna-se grandiosa.

Quem já leu outros livros do autor sabe que ele não economiza nas descrições e digressões. No entanto, tais trechos não são supérfluos. Ali, Victor Hugo coloca muito de si, sua visão da sociedade, suas críticas a comportamentos da época, sua ironia perante a hipocrisia das pessoas.

Nas mãos de Victor Hugo, o mar se transforma em personagem. A tempestade se torna uma batalha. Os rochedos viram labirintos traiçoeiros prontos a engolir o primeiro desavisado que aparecer.

Temos muitas descrições sobre o clima, conchas, cavernas, ventos, animais e monstros marinhos, refletindo o medo e a curiosidade do homem diante do desconhecido.

Sobre o final do livro, obviamente, não vou contar se a aventura de Gilliatt será bem sucedida. Só posso dizer que é um dos finais mais belos e tocantes que já li. Retrata a abnegação e o desprendimento de maneira grande e terrível, exatamente como o mar que os personagens tanto sonham em conquistar.
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Francisco 23/06/2021

Gilliatt e seu destino de abnegação
No vilarejo de Saint-Sampson, na Ilha de Guernesey, na região da Normandia, na França, Gilliatt leva uma vida tranquila e solitária como pescador. Porém é tido por todos os habitantes da ilha como um feiticeiro em razão de sua origem desconhecida.

Além de Gilliatt, há como relevantes personagens são Mess Lethierry e sua filha Deruchette, por quem Gilliatt nutre certo amor. Lethierry é proprietário de um barco a vapor intitulado "Durande" que leva e trás passageiros e mercadorias até a ilha e é tido pelo religioso povo de Guernesey como demoníaco . A figura de um antagonista da história está no criminoso Rantaine e no pérfido Clubin.

O autor traz nessa obra um fidedigno retrato dos costumes religiosos e da forma de viver dos habitantes de Guernesey, bem como a forma desse mesmo povo lidar com o surgimento de máquinas advindas da Revolução Industrial durante o século XIX. O romance é bastante centrado nos aspectos de Guernesey e de seus habitantes, prova disso são as inúmeras descrições da natureza e da forma de viver do povo de Guernesey.

Quando a Durande de Mess Lethierry tem um problema e fica encalhada em um rochedo em alto mar, a mão de Deruchette é oferecida ao homem que trouxer o barco até Saint-Sampson. Então Gilliatt irá e enfrentará a fome, o mar, as intempéries e inclusive monstros marinhos.

Com certeza essa não é uma leitura fácil, pois há muitas descrições e digressões, mas sem dúvida é uma leitura que recomendo àqueles que são habituados a ler as obras de Victor Hugo.
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Edna 07/08/2020

Natureza
É esse o efeito das existências esvaziadas. A vida é a viagem, a idéia é o itinerário. Sem itinerário, para-se. Perdido o Alvo, morre a força."

Essa é uma das frases literárias mais copiadas da Literatura Francesa.

Em outubro de 1855, Victor Hugo chegou a Guernsey, em busca de refúgio. Opositor do Segundo Império de Napoleão III, foi primeiro banido de sua terra natal, a França, depois da Bélgica e da ilha de Jersey. Buscou exílio na minúscula ilha, também no Canal da Mancha, o escritor precisava desesperadamente de asilo.

E ali o encontrou, esse cenário que seria seu lar durante mais de quinze anos, como escreveu na dedicatória:

"Dedico este livro ao rochedo de hospitalidade e de liberdade, a este canto da velha Normandia onde vive o nobre e pequeno povo do Mar, à ilha de Guernesey, severa e branda, meu atual asilo, meu provável túmulo."

"O exílio não me afastou só da França, mas sim do mundo", ele escreveu numa carta. Nesse retiro isolado e selvagem, uma dependência britânica a pouco mais de 40 quilômetros da Normandia, no litoral da França, Hugo passou o período mais produtivo de sua vida.

Guernesey o Cenário do livro é ? um lugar de contemplação silenciosa, caminhadas vigorosas à beira dos penhascos e baías sedutoras ? ainda está presente, como estão também os elementos da vida do Autor.

"Ser impotente é uma força. Diante das nossas duas grandes cegueira, o destino e a natureza, é na sua impotência que o homem acha o ponto de apoio, a oração."

Victor Hugo escreveu que são três as lutas do homem e as suas necessidades:

A RELIGIÃO como Ele descreve a hipocrisia e a deturpação por trás da mesma, equivalendo ao tempo e o que cada um faz com o seu na terra ? na sua grande obra O Corcunda de Notre-dame.

A SOCIEDADE e o como o homem pode contaminar e destruir em sua Obra mais conhecida ? Os Miseráveis

A NATUREZA Do ponto de vista humano a luta pela sobrevivência tanto do ponto de vista físico e espiritual, qual busca de cada um e o que ele empenha em busca de suas realizações, lembrando que cada ser é único mas que cada um compreenda que independe de sua vontade, sempre à uma força que os rege, o mistério natural.

Neste romance que Ele diferentemente romantizou quando criou um Personagem no estilo herói tanto em força física como extremamente invejável em suas atitudes como humano e ainda com um espírito livre e aventureiro.

Gilliatt um órfão que habita um casarão um tanto sombrio e que os moradores da Ilha atribuem o fato dele pertencer a uma gerações de bruxos, não é muito sociável,
vive no seu mundo isolado entre a casa e o Mar.

Deuruchette a garota que escreveu o nome de Gilliat na neve e que o despertou de sua solidão, e ela é tão infantil que no calor das emoções pela tristeza e o choque do Tio Mess Lethierry um homem dominador e torturado pelas rasteiras que a vida deu, e ter perdido a Durande a Chalupa, que ficou encalhada em um lugar quase impossível de resgate, promete se casar com quem o resgatasse e entra o nosso herói.

E o miolo do livro, vamos acompanhar a Luta homem e natureza que em uma linguagem marítima vamos desvendando os segredos e mistérios do Mar, eu gosto muito e vi comentários que isso deixou o livro cansativo, sim é descritivo mas me encantou saber sobre o murmúrio, sobre a as cores que compõe uma majestade crepuscular até os espectros que dela emana, realmente amei mergulhar nessa grandeza misteriosa, das esferas solares, do vento de sua força, da tempestade até os ventos invisíveis no fundo dos oceanos. São fenômenos inexplicáveis.

Em todo o tempo que durou o resgate da Chalupa um momento escruciante foi a luta com o Polvo, Gilliatt tinha um pensamento em Deruchette, apostou todas as fichas em um ser humano que como a maioria pela manhã pensa algo e à noite já não mais o avalia, a natureza humana a mais incompeendida no mundo e temos um final poético, doloroso mas tão humano que fará o leitor retornar e reler as últimas páginas.

#Bagagemliteraria
#Ostrabalhadoresdomar
#VictorHugo
#Bookstagram
#Clássico
#Amoler
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voandocomlivros 02/05/2023

Você vai encontrar poucos livros onde o mar é descrito com tanta clareza. Sua escuridão, sua luz, sua generosidade, sua magnificência, sua dificuldade, sua beleza, sua glória, sua raiva...


Hugo entrega, ao leitor, o tempo, o local e a estrutura da época ao mais ínfimo detalhe, e o faz de forma sublime, de modo que tudo o que está descrito esteja mesmo ao seu lado, é possível fechar os olhos e sentir a brisa do mar e grãozinhos de areia salgada na pele.


Hugo foi exilado na Ilha de Guernsey, onde passou 15 anos. Com toda certeza ele ficou vários dias observando cada pormenor da vida marítima. E é exatamente essa ilha que temos como cenário em "Os trabalhadores do Mar".


Esse romance épico já mostra sua grandeza pelo título, e engloba toda uma pluralidade que completa a obra, porque epopeia não se limita à guerra. Nessa história, Hugo, glorifica os homens, o mar, o vento, o trabalho incessante das forças naturais incansáveis, perpéuas e por vezes violentas. Tudo isso com poesia, profundidade e intensidade.


Na parte ficcional, acompanhamos a epopeia de Gilliatt. Ele tenta sozinho salvar a máquina de um navio que tinha sido pego por ondas violentas. Os riscos e perigos são grandes, mas seu esforço tem um objetivo muito específico: o amor.


O herói Gilliat carrega uma humanização com áurea mitológica que me encantou desde as primeiras páginas e passou a figurar entre meus personagens favoritos.


Durante a leitura eu me senti apenas um mexilhão sobre uma rocha vendo a vida passar, cheia de esperanças inalcançáveis. Vi navegar diante de mim o romance mais poético que li do autor (como se eu tivesse lido todos, mas fora esse li "Os Miseráveis", é que pra mim vale por 10 rsrs... ). Sobre a cena final, só direi que é uma das mais belas e sublimes que tive contato até agora.

site: https://www.voandocomlivros.com/post/os-trabalhadores-do-mar
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Lorien 20/11/2009

"O homem pode embriagar-se com a própria alma.Essa embriaguez chama-se heroísmo"
Apesar de eu ter curtido ler, principalmente em alguns pontos específicos, foi uma leitura bem arrastada. Adiada por anos, com o livro já na estante, e, quando começada, interrompida várias vezes.

O início do livro é muito interessante. Hugo usa vários capítulos e páginas descrevendo um mosaico de personagens, e,a princípio, é meio difícil de imaginar onde a história vai desembocar. Mais para o meio, o livro parece infinito, interminável. A impressão que se tem, pelo menos na versão que eu li, edição de bolso com letras miúdas e margem pequena, é que por mais que se leia, o marcador de livro não se move, a leitura permanece no mesmo lugar. E, talvez, o livro acabe, nesse ponto, irritando as pessoas que não gostam de descrições longas e minuciosas.
De minha parte, li marcando trechos e pensando em leituras prévias. Lembrei-me muito do Gaston Bachelard, no "A Água e os sonhos", sobre a imaginação da matéria. E um relato dos perigos do mar, sempre lembra os outros: Foi impossível não lembrar do Crusoé de Defoe, do Ulisses de Homero. Sem dúvida, a figura de Gilliat espelha essas e outras, pois a boa literatura, é, mesmo, a intertextual.
Mais para o fim, o livro é agoniante: Quando você pensa que está tudo bem e tudo vai dar certo, aparece outro imprevisto, e outro, e outro, e outro. O final, não é o de um conto de fadas, mas não deixa de ter sua beleza. E, como diz o Willian Goldman, no "O noivo da princesa", é um daqueles livros para ler sabendo que a vida não é justa.
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Bell_016 04/12/2009minha estante
Exatamente a mesma sensação que tive, um ótimo começo e depois uma parte descritiva arrastada que parece que o livro não termina




Daniel 09/04/2024

Victor Hugo tem uma escrita tão detalhista que pode ser cansativa e difícil, mas a persistência vale a pena, pois a história ganha uma profundidade exorbitante!
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Dhyan Shanasa 02/12/2009

A Obra-prima!
Os Trabalhadores do Mar, na minha opinião, é a obra-prima de Hugo. Vejam que - e falo isso por ser escritor -, é mais trabalhoso escrever sobre coisas simples do que sobre coisas complexas. Nossa mente é preparada para lidar com quebra-cabeças sejam eles de qualquer forma. Quando nos deparamos com algo simples, a mente tende a travar. Em os Trabalhadores do Mar, Hugo usa toda a maestria que lhe é característica inerente, todo seu poder de observação quanto ao simples, ao cotidiano, ao simplório, ao belo mas pequeno, ao grande, porém limitado. A genialidade simples desta obra guerreia contra a complexidade épica dos Miseráveis, por exemplo. E, ao meu ver, ganha. E ganha com louvor, pois não há no mundo literário obra que diga mais sobre a junção homem/Todo, sobre a delicadesa da beleza, sobre a engenhosidade do homem simples, sobre a sabedoria do homem velho, sobre a velhacaria dos desconfiados, sobre a gatunice dos desavisados, sobre as direções dos ventos, das ondas, da mecânica do oceano, do hediondo poder da tempestade, da sombra obscura da criatura marinha...
Em suma, Os Trabalhadores do Mar é a obra perfeita.
Quem não o leu, ainda não leu nada.
Jumpin J. Flash 12/01/2010minha estante
Como fã número 1 dessa obra, só posso cumprimentá-lo pela resenha. Parabéns! Concordei com tudo.


Jumpin J. Flash 25/05/2010minha estante
Só por dizer que "é a obra perfeita" sua resenha já merece minha total aprovação!


Jefferson.IsaAas 18/04/2019minha estante
Sobre o navio a vapor ser rejeitado pela igreja católica que o chamou de a Máquina Do Diabo - porque o homem não pode unir o fogo e a água... é fantástico. Era essa a mentalidade daqueles tempos.




gabzsch 24/02/2021

Finalmente terminei.
Vou dar duas estrelas por causa do Gilliatt e pela história. Não queria usar o fato do livro ser antigo como um motivo do meu desgosto, mas infelizmente não tem como. Simplesmente detestei o estilo de escrita do Victor Hugo; ele usou umas 10 páginas pra descrever um sentimento sendo que já dava pra entender com dois parágrafos. Tem vários momentos extremamente entediantes - que só consegui passar sem me importar graças a leitura coletiva - que te dão uma vontade imensa de abandonar. Fora que a edição que eu li é horrível. São quarenta linhas por página - num livro que já é suficientemente largo -, ou seja, se ele fosse numa edição mais bem trabalhada, ele pegava fácil umas 500 páginas. Tendo até outras edições dele com 700 páginas. Enfim... o Gilliatt é o que salva, junto da história que é legal, anexado ao plot twist no final.
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