O museu da inocência

O museu da inocência Orhan Pamuk
Orhan Pamuk




Resenhas - O Museu da Inocência


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jota 25/10/2020

BOM (uma boa história de “amor impossível”, mas um tanto cansativa de se acompanhar)
As gerações mais jovens da Turquia aspiram a que o país faça parte da comunidade européia de nações, desejam usufruir das benesses que enxergam nos países europeus, na Alemanha, principalmente, para onde foram muitos imigrantes turcos há algum tempo já. Também parecem desejar livrar-se dos antigos padrões turcos de comportamento, muitas vezes ditados por rígidas normas religiosas (muçulmanas). Mas sobre o jovem adulto Kemal, personagem central de O Museu da Inocência, que já levava uma vida um tanto ocidentalizada em Istambul, praticamente desde o nascimento nos anos 1950 numa família de classe média alta, que já havia passado algum tempo nos EUA, também viajado pela Europa, os padrões tradicionais de comportamento vigentes no pais não tinham tanto peso. Ele pensava à européia, digamos...

Kemal parecia ter como país perfeito a França, melhor, Paris (e não Berlim ou outra capital próxima) como o lugar mais encantador para se viver ou passar algumas temporadas na cidade, não sozinho, claro, mas acompanhado de uma bela mulher. Alguém como a formosa e fogosa Füsun, uma parente distante vários anos mais nova que ele e sem grandes posses, pobre mesmo, que trabalhava como vendedora numa loja de artigos femininos. Kemal estava noivo da bela, rica e culta Sibel, mas quando reviu Füsun aos dezoito anos, depois de um longo tempo sem encontrar-se com ela (desde que era menina), decidiu que aquela seria a mulher de sua vida. Após muitos encontros com a moça num apartamento usado como garçonière, em muitas tardes de amor ardente entre os amantes, ele entende que não deseja mais casar-se com Sibel. Desfaz o noivado decidido a viver o resto de sua vida com Füsun. Mas não serão somente flores no caminho para o coração da moça, também muitos espinhos...

Bem, resumido assim, o caso se parece, suponho, com várias histórias de amor que entopem livrarias e bibliotecas mundo afora, e que são avidamente consumidas pelo público leitor feminino. Nada mais distante disso. The New York Times escreveu que O Museu da Inocência é “um delicioso romance sobre como um primeiro amor resiste dolorosamente a uma vida inteira.” E tendo sido escrito por um ganhador do Nobel de literatura (premiado em 2006), Orhan Pamuk, era de se esperar que o livro tivesse alguns ingredientes diferentes daqueles encontrados nas tradicionais histórias românticas. De fato. A narrativa, que compreende principalmente os anos entre 1975 e 2008 (quando o romance foi lançado), traz muitos dados sobre Istambul, sua história, geografia e cultura (cinema e música, especialmente), também sobre a Turquia como um todo, com muita informação acerca da vida política no país, que passou (ou passa, já que a Turquia não é exatamente um país democrático) por períodos conturbados, especialmente nos anos 1970-1980.

Curiosa ou propositalmente, o personagem principal tem o mesmo nome do primeiro presidente da Turquia moderna, Kemal Atatürk, que declarou Ancara como a capital do país em 1923 e é citado inúmeras vezes no livro. Quase tanto quanto ele, Orhan Pamuk, o próprio autor do livro, se faz presente na narrativa. Entramos no terreno da metaficção, mais um ingrediente acrescentado à estrutura do livro. Kemal, o personagem, chama o escritor Orhan Pamuk, amigo de sua família, que já havia estado em sua festa de noivado com Sibel e até memo dançado com Füsun na ocasião, para finalizar, melhor, escrever a história de sua vida, com ênfase na (longuíssima) parte que trata de seu amor por Füsun, uma interminável epopeia. Ou odisséia, não sei bem... Claro que Pamuk aceita a tarefa, e nesse ponto Kemal cede seu lugar ao nobelizado escritor, que se apresenta assim (com maiúsculas mesmo, para chamar a atenção de algum leitor desavisado, talvez):

“OLÁ, AQUI É ORHAN PAMUK! Com a permissão de Kemal Bey, começarei descrevendo minha dança com Füsun: ela era a jovem mais bonita da festa naquela noite, e eram muitos os homens que esperavam a vez de dançar com ela. Eu não era bonito nem ousado o bastante para atrair sua atenção, e, embora cinco anos mais velho que ela, não tinha, como direi, a maturidade necessária, e naquele tempo tampouco era muito seguro de mim. Minha mente vivia abarrotada de pensamentos moralistas, livros e romances, de maneira que me foi impossível aproveitar aquela noite. Que o espírito dela estava ocupado com questões muito diversas, vocês já sabem.” Estava ocupado, muito preocupado, com o noivado de seu amante com Sibel, claro.

Com a entrada definitiva de Orhan Pamuk em cena, temos especialmente o desfecho da história, que não vale a pena adiantar aqui, estragar o prazer de quem se aventurar a atravessar as mais de 550 páginas do livro, que parece ter muito mais do que isso. Por vezes fica parecendo que a história roda, roda, e não sai do lugar. Não estamos lendo sempre a mesma coisa, sobre os prazeres e os infortúnios do amor, mas parece que sim, que as coisas estão a se repetir. Que já lemos tudo aquilo antes sob outra forma, uma sensação que foi sentida por vários leitores. Enquanto Pamuk dá conta de narrar a história de Kemal e Füsun, o rapaz continua sua tarefa iniciada há vários anos, desde que passara a se encontrar na garçonière com a amante: colecionar peças que trouxessem a presença da amada a sua memória, sempre. Isso incluía fósforos usados, bitucas de cigarros manchadas com o batom dela, grampos de cabelo, até mesmo um ralador de marmelo furtado da cozinha da mãe dela...

São peças que junto com inúmeras outras compõem o tal museu do título, da inocência, porque era feito de amor puro (conforme acreditava Kemal) e que de fato existe em Istambul. Sua inauguração se deu em 27 de abril de 2012 e deve ter sido notícia no mundo (cultural) todo. Reproduzo, a seguir, parte do texto publicado no site do G1 daquele dia: “O prêmio Nobel turco de Literatura Orhan Pamuk inaugurou nesta sexta-feira (27), em Istambul, seu "Museu da Inocência", um estranho espaço dedicado à memória de personagens fictícios saídos de seu último romance, mas que também fala de emoção literária e da vida em Istambul. No total, 83 vitrines - uma para cada capítulo do romance "O Museu da Inocência", publicado em 2008 - reconstituem passo a passo o amor impossível de Kemal, um istambulita de uma família abastada prestes a se casar, por Fusun, uma prima distante pobre, na Istambul dos anos 1970.” É isso aí: a vida, mais uma vez, imitando a arte...

Lido entre 04 e 24/10/2020.
Paulo Sousa 28/10/2020minha estante
Eu comecei a ler um do Pamuk, mas senti isso mesmo: história boa mas cansativa demais por ser arrastada...


jota 28/10/2020minha estante
Paulo: até que sou um leitor bastante constante de Pamuk. Para Neve, Istambul (que virou favorito), Meu Nome é Vermelho, Outras Cores e A Maleta do Meu Pai dei 5 estrelas. Apenas para este e também para O Romancista Ingênuo e o Sentimental dei 4 estrelas. Não que minhas avaliações tenham lá muita importância, mas demonstram que considero Pamuk um autor bastante interessante. Ainda tem outros livros dele que pretendo ler daqui a algum tempo, sim.


Paulo Sousa 28/10/2020minha estante
O livro que citei foi ?O castelo branco?. Meu Deus, que livro arrastado. Eu não sei se comecei bem, mas tenho Istambul, Meu nome, Neve (acho essa a capa mais linda), O museu da inocência, Uma sensação estranha, O livro negro...não queria não ler nada dele...Por qual recomeço?


jota 28/10/2020minha estante
Eu começaria com Istambul (como de fato comecei), que não é ficção e trata da cidade com sua história, geografia e cultura evocadas através da memória do menino e depois do homem Orhan. Neve e Meu Nome é Vermelho poderiam vir na sequência, que foi como li essas obras, já mais familiarizado com a escrita de Pamuk.




Alexandre Kovacs / Mundo de K 20/09/2011

Orhan Pamuk - O museu da inocência
Editora Companhia das Letras - 568 páginas - Tradução de Sergio Flaksman - lançamento 17/05/2011

Orhan Pamuk declarou que este romance, o último de sua carreira, lançado originalmente em 2008 e primeiro a ser publicado após a sua premiação com o Nobel de literatura em 2006, levou seis anos para ser escrito e, o mais curioso, foi planejado na forma de um catálogo de museu que ele pretende tornar real, constituído por objetos que Pamuk reuniu ao longo dos anos e fazem parte do enredo de "O museu da inocência" como fotografias e postais antigos da cidade de Istambul, vestidos de época, cartazes de filmes turcos, cigarros e todo tipo de coisa que possa guardar uma memória afetiva, uma espécie de mapa ficcional. Ainda segundo Pamuk, o museu está sendo finalizado e ocupará um prédio em Istambul que ele comprou há 12 anos, sendo que todos os objetos mencionados no romance estarão lá para apreciação pública, bastando para isto ao visitante apresentar um exemplar (em qualquer idioma) de seu livro.

A história tem início em 1975, mesmo ano em que termina o autobiográfico "Istambul", quando o protagonista Kemal Basmaci se apaixona pela bela e sensual Füsun, uma prima afastada e de uma classe social menos favorecida. Eles mantêm um curto e intenso relacionamento com vários encontros sexuais há poucos dias antes da festa de noivado de Kemal com Sibel que seria a escolha apropriada do ponto de vista da sociedade turca dos anos setenta. Kemal tenta ignorar o seu amor por Füsun, fazendo a opção mais conservadora e decidindo abandoná-la, mas logo percebe que a sua vida nunca mais será a mesma e que o amor ou paixão por Füsun se transforma em uma obsessão muito próxima da loucura. A dor por esta perda é compensada pela criação de um triste museu de objetos coletados compulsivamente por Kemal e que contam também a história da sociedade turca da época e da cidade de Istambul, dividida entre a tradição e a influência moderna europeia.

"Era o momento mais feliz da minha vida, mas eu não sabia. Se soubesse, se tivesse dado o devido valor a esta dádiva, tudo teria acontecido de outra maneira? Sim, se eu tivesse reconhecido aquele momento de felicidade perfeita, teria agarrado com força e nunca deixaria que me escapasse. Levou alguns segundos, talvez, para aquele estado luminoso tomar conta de mim, mergulhando-me na paz mais profunda, mas ele me pareceu ter durado horas, até mesmo anos. Naquele momento, na tarde de segunda-feira, 26 de maio de 1975, em torno de quinze para as três, assim como nos sentíamos além do pecado e da culpa, o mundo todo parecia ter sido liberado da gravidade e do tempo."

Mesmo sem o brilhantismo e originalidade encontrados, por exemplo, em "Meu nome é vermelho", Pamuk sabe contar uma história como poucos escritores contemporâneos, fazendo deste museu uma leitura rara e indispensável aos amantes da literatura.
Liana.Sayuri 22/03/2020minha estante
Visitei o museu em 2012, se não me falha a memória. E lá adquiri o livro "The Innocence of Objects", onde há descrições sobre os objetos do museu, que estão dispostos em pequenas vitrines, sendo cada uma referente a um capítulo do livro.
No sótão está o quarto onde Kemal contava sua história de amor para Pamuk.


Alexandre Kovacs / Mundo de K 22/03/2020minha estante
Que experiência incrível Liana, obrigado por comentar! Gostei muito do livro, assim como os outros romances do Pamuk! Abs




O Leitor 11/06/2020

Sim, cairam algumas lagrimas do meu olho no final.
Uma obra prima...
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Anica 09/07/2011

O Museu da Inocência (Orhan Pamuk)
Publicado pela primeira vez em 2008, O Museu da Inocência é o livro mais recente do escritor e ganhador do prêmio Nobel Orhan Pamuk a ganhar tradução aqui no Brasil. O romance fala basicamente do amor de um homem sobrevivendo ao tempo, mas seria injusto reduzir a obra a apenas isso. Tal como um passeio por um museu, a realidade é que O Museu da Inocência oferece possibilidades variadas de leitura, e talvez nisso resida um dos tantos charmes desse excelente livro.

Através do texto de Pamuk somos levados à Istambul da década de 70, conhecendo o protagonista e narrador da história, Kemal. Ele é um homem de 30 anos, rico, feliz e noivo de uma mulher da sociedade, tendo um futuro promissor. Uma vida perfeita, embora não seja nesse momento que ele reconheça a própria felicidade. O que o narrador nos confidencia é que ele nunca fora mais feliz do que em uma tarde passada com a amante, uma prima distante chamada Füsun, que reencontra por acaso mas que nunca mais sai de sua vida.

Como já dito, em uma leitura superficial poderíamos falar que a história é sobre o amor de Kemal por Füsun, amor que vira uma obsessão quando ele se dá conta que a perdeu, o que faz com que ele desenvolva o hábito de coletar todos os objetos que ela tenha tocado para lembrar dela. Kemal ama Füsun e toda sua vida (e narrativa) se dá em função dela a partir do momento em que a garota aparece. Mas a sensação que dá é que ele não enxerga que o amor não é recíproco, pelo menos não na medida em que faria ambos felizes.

O interessante na narrativa sobre o amor dessas personagens é que Pamuk utiliza uma série de vezes o recurso de flashforward, seguindo uma narrativa linear da década de 70 até o fim da década de 90, mas em alguns momentos fazendo esses saltos para o futuro. O texto já abre com um desses saltos, descrevendo a tarde que Kemal via como o momento em mais fora feliz. Outras vezes isso se repete, antecipando algo que virá a acontecer, mas com isso superlativando a paciência da personagem para conseguir reconquistar a amada.

Mas O Museu da Inocência vai além disso. Há na obra um relato das mudanças pelas quais a Turquia passou ao longo dos anos, de um tempo em que o sexo antes do casamento ainda era visto como costume “europeu” e “moderno”, até os dias mais atuais, quando as ruas e prédios pelos quais a personagem andara não mais existiam. Essa marcação do tempo, a surpresa diante das mudanças, o descompasso de quem está tão apegado às memórias que não vê o futuro chegando, aparece a todo momento na história, como no momento em que Kemal diz:

Quando vi, mais ou menos nessa época, que a boutique Şanzelize tinha fechado, fiquei penalizado não só pela perda das minhas memórias, mas igualmente por uma sensação repentina de que a vida tinha seguido em frente sem mim.

A memória é peça-chave no romance, porque é a partir dela que a personagem consegue por muitos anos o seu contato com Füsun, e manter vivo o amor (ou obsessão) que sentia por ela. É a mesma coisa que nos faz guardar uma carta de um antigo amor, a foto de algum lugar que visitamos ou o canhoto de uma apresentação de teatro em especial. Mas no exagero de Kemal tantos objetos são recolhidos que próximo ao fim ele resolve fazer o Museu da Inocência, para manter viva a memória de sua amada.

É curioso o momento em que Kemal passa a ficar obcecado por museus (visita mais de 5000 até o momento da conclusão do livro), conhecendo detalhes, investigando o funcionamento e se encantando com o que via. No que era uma pesquisa para criar seu próprio museu, é possível dizer que a personagem desenvolve uma nova paixão. E da necessidade de catalogar os itens, e contar as histórias dele (e em uma jogada de metalinguagem bem legal) Kemal pede ajuda do escritor Orhan Pamuk para contar seu amor por Füsun.

Nisso, temos um texto com duas vozes. A maior parte do tempo domina o narrador-protagonista Kemal (e é curioso ler a personagem queixando-se da escolha do autor pela narração em primeira pessoa, a partir do ponto de vista de Kemal), mas mais para o fim ele diz adeus e então Pamuk se apresenta, e assume o resto da narrativa como um narrador-personagem, que investiga a história de Kemal buscando outros pontos de vista.

É um romance lindo, porque apesar do protagonista bastante obsessivo com relação ao amor, ele ainda assim consegue através de metáforas e comparações fazer dele uma personagem bastante comum, muito crível. É impossível não se reconhecer em algumas nuances das personalidades de Kemal, e compreender a personagem, especialmente quando no belíssimo desfecho ele garante ao leitor: Que todo mundo saiba que tive uma vida muito feliz.

Vale a pena entrar nesse museu e conhecer esta história, tão sensível e tão bonita, não só sobre o amor mas também sobre a passagem do tempo. Do que nos faz feliz e como atribuímos valores diferentes a determinados objetos por conta da lembrança que eles nos trazem. Curiosamente, Pamuk resolveu fazer de fato um “Museu da Inocência”, que ainda não está pronto mas será inaugurado em breve, seguindo exatamente as descrições do romance. Sorte de quem poderá ir para Istambul e conferir. Mas como o próprio autor diz em entrevista, “deixe eu lhe dizer muito claramente que o romance veio primeiro. Para mim, a literatura está sempre na frente. O romance vale por si e eu não quero falar muito sobre o museu antes de falar o bastante sobre o livro.” E que fale muito sobre o livro mesmo, porque há camadas e camadas a serem comentadas após a leitura, isso é certo.
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Antonio 20/01/2022

Um livro sobre o tempo do amor
Em uma época como a nossa, em que tudo ocorre a uma velocidade estonteante, o livro de Pamuk causa surpresa ao narrar a história de um amor durante um longo período de tempo, detalhando as dificuldades todo o percurso desse amor de forma minuciosa. Chega a dar angústia e até certa irritação em algumas passagens em que as coisas parecem que ?não andam?, mas essa é a beleza dessa narrativa, que procura passar ao leitor a sensação desse tempo que não anda quando se ama.
karinna adad 20/01/2022minha estante
Que inspiradora essa frase: a sensação desse tempo que não anda quando se ama. ?


Antonio 20/01/2022minha estante
??


Gorette 23/01/2022minha estante
Se eu tivesse um amigo que abre mão da sua vida em nome de um suposto amor tentaria buscar ajuda pra ele em uma intervenção com urgência. Provavelmente perderia a amizade mas, não conseguiria ficar inerte a situação. Ainda bem que é só ficção e ninguém perguntou, mas até onde li isso não é amor. É só minha opinião.


karinna adad 24/01/2022minha estante
Acho que existem vidas e vidas. Além do mais é sempre bom lembrar que nenhuma vida é construída sozinha. Às vezes, a vida que imaginamos como ideal acaba se revelando muito pior do que uma outra totalmente diferente e acompanhada. E sinceramente não vejo problema e nem necessidade de intervenção se alguém decide mudar tudo por apostar no amor.


Gorette 29/01/2022minha estante
Percebi uma pessoa que jogaria tudo para o alto pelo amor.. É bonito devo admitir, mas é saudável ? Sendo uma pessoa real um vizinho ou amigo, irmão.. Você já leu o Copo Vazio ? Este tipo de amor não é limitante ? Passar a vida em uma adoração de tudo que poderia ser ? Como eu não terminei o livro ainda nem li spoiler talvez o sofrimento compense. E foram felizes para sempre. Ou a felicidade era só aquilo mesmo. Mas, é só uma opinião. Quem disse que aqui também não tem um coração ?


Antonio 29/01/2022minha estante
Pela descrição do romance ele realmente amava muito ela, então não era um ?suposto amor?, era um amor (que se tornou meio impossível) daqueles de adoecer mesmo. Mas o romance também deixa claro que esse amor virou uma obsessão pra ele, beirando o doentio. E ela se deixou levar também por essa obsessão dele. Não tenho dúvida que se ele não tivesse abandonado a terapia, e ela pudesse ter feito uma, a história teria sido bem diferente. Mas tem um detalhe: a história se passa nos anos 70, em uma época em que o acesso a um terapeuta era raríssimo/dificílimo e havia preconceito (terapia = louco). Então mesmo que alguém tentasse buscar essa ajuda, na época em que o romance se passa, não haveria para onde encaminhá-lo porque não havia ainda qualquer tipo de atendimento para uma ?dor de amor? como essa: o único apoio que se poderia conseguir era com amigos e familiares e olhe lá. Mas esses, de um modo geral, condenavam esse amor. Enfim, a situação era BRABA mesmo? ?


Gorette 31/01/2022minha estante
Um Romance triste. Mas, a maioria não é ? Quer final feliz e ver filme da Disney.


karinna adad 01/03/2022minha estante
Nossa, Gorette, vc tem uma visão meio negativa do amor romântico? Vivo um romance de quase 10 anos e o saldo é positivo. Tivemos/temos/teremos nossos problemas por causa das nossas diferenças, mas é um amor tranquilo e reconfortante. E por esse amor, tanto ele quanto eu jogariamos tudo para o alto e começaríamos uma vida totalmente nova. Não acho que estou sozinha. Acho que por aí devem ter mais romances felizes.


Gorette 01/03/2022minha estante
Oi Karina... Fico muito feliz por ser ter um amor e está bem, eu acredito no amor também, ainda que pareça que não, fiquei parecendo alguém seca e sem coração admito, mas, vamos pensar se o protagonista fosse seu irmão, ou amigo não teria nada pra dizer ele além de apoiar este amor que vale simplesmente por existir ?


karinna adad 29/03/2022minha estante
Eu tô super dando oitavo aqui, mas eu nunca li o livro, então não tenho como te responder. No momento eu tô com muita leitura atrasada, fazendo graduação e pós, então não posso me comprometer com mais nada. Mas assim que tiver um tempo vou pegar esse livro e respondo sua pergunta. ?


karinna adad 29/03/2022minha estante
oitavo = pitaco


Gorette 30/03/2022minha estante
Infelizmente nunca há tempo suficiente para todas as leituras necessárias.




Pedro Valadares 05/05/2012

Paixão, dor e sofrimento
Logo no primeiro capítulo do livro, o personagem principal descreve o dia mais feliz de sua vida. Deduz-se, então, que o restante do romance narrará dias mais melancólicos. E é isso que acontece. Contudo, durante as quase 600 páginas, Ohan Pamuk descreve o cotidiano e os fatos históricos da Turquia. Podemos conhecer os costumes do país islâmico mais ocidentalizado do mundo.

Os livros de Pamuk são símbolo dessa Turquia moderna que tenta equilibrar a tradição com o modernismo e decidir se é mais asiática ou europeia.

O romance ajuda a entender melhor o país e combater esteriótipos. Além disso, a leitura é super agradável, apesar de exigir bastante. Kemal, personagem principal, nos faz sentir todo tipo de emoção, da alegria à pena.

Recomendo!
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Julia.Martins 11/11/2016

Decepcionante
É sempre muito frustrante quando vc espera tanto de um livro e aquele livro não satisfaz você. Principalmente quando as pessoas fazem críticas tão positivas do livro e vc se acha um alienígena por ser a única pessoa da face da Terra que não gostou do livro. Enfim, é assim que me sinto com O museu da Inocência. O livro tem desfecho inesperado e uma vida paralela, que não pode ser comentada aqui por motivos de spoilers, mas toda a leitura é bastante enfadonha e muitas descrições são bastante desnecessárias. Acredito que se o livro tivesse umas 250 páginas a menos daria conta do recado sem ser tão monótono. Entretanto, gostei muito das partes em que a Turquia dos anos 70 é descrita, seus costumes e preconceitos.
Renata 25/06/2018minha estante
Concordo plenamente com tuas impressões. Enquanto relato dos costumes da Turquia achei ótimo, já o romance em si achei cansativo. Os personagens principais me irritaram, em especial o Kemal. As situações foram repetitivas e diversas vezes chequei quantas páginas faltavam para acabar, infelizmente.




E. 25/04/2020

"[...] e eu era ela".
Não lembro se algum outro livro impactou tão profundamente a minha alma.

O panorama político, histórico e cultural da Istambul dos anos 70/80, contextualizado à narrativa, causou-me o sentimento de pertencimento.

O privilégio do amor, o sofrimento inevitável da vida, a passagem do tempo, a ausência de controle sobre os acontecimentos do mundo concreto, os afastamentos e os reencontros consigo mesmo e com os outros, trouxe-me a crueza da vida.
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Renan 14/04/2021

Arrastado, cansativo
Não cumpre a promessa de falar melhor sobre a cultura da Turquia nos anos 70 em diante.
O protagonista não tem carisma, não segura diálogos ou acontecimentos de maneira interessante. Acompanhamos apenas a classe rica do país que nem sente os vários golpes de estado que acontecem durante o tempo. Além de tudo romantiza a perseguição e a obsessão do protagonista a sua "amada" e me peguei revirando os olhos de aflição e chatice em vários momentos. Precisava de pelo menos 200 páginas a menos.
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Sophia Estrela 25/03/2021

Pode comer a minha esposa, eu deixo
O museu da inocência nada mais é que o retrato de um cuck. E sabe a pior coisa? Que eu me emocionei com isso.
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 06/11/2018

Já Li
Orhan Pamuk, nascido na Turquia, é, de longe, o escritor mais famoso do país. Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, suas obras já foram traduzidas para mais de 63 idiomas.


"O Museu da Inocência" foi publicado em 2008. A estória se passa entre os anos de 1975 e 1984 e acompanha o protagonista Kemal. A narrativa é contada em primeira pessoa, como se nós, os leitores, fôssemos visitantes do Museu da Inocência, e escutamos a estória de Kemal enquanto ele aponta e expõe itens que estão neste museu imaginário.

Kemal, um jovem de uma família rica de Istambul, está noivo de Sibel e ambos são o casal mais popular da alta sociedade turca, pois são tidos como modernos. Sibel, que morou um tempo na Europa, voltou de lá com uma mentalidade mais aberta do que as outras mulheres e, por isso, ela decide fazer sexo antes do casamento com Kemal. Sua decisão é bastante revolucionária, tanto pela época quanto pelo fato de a Turquia ser um país bastante conservador. Assim, desde o princípio do livro, Pamuk explicita os paradigmas e as tradições de sua cultura, sobretudo a maneira como esta vê e trata as mulheres.

Faltando dois meses para a festa de noivado (um evento grandioso e importante que reunirá os maiores nomes da Turquia), Kemal se apaixona por Fusun. Fusun é vendedora em uma butique da cidade e Kemal a conheceu enquanto comprava uma bolsa para Sibel. A personalidade tímida e misteriosa de Fusun logo chamou sua atenção, um contraponto à Sibel, que é descrita como superficial e muito extrovertida. Kemal justifica seu interesse por Fusun por causa de um parentesco muito distante entre as duas famílias e, depois de algumas investidas, ele e Fusun passam a se encontrar todas as tardes em um apartamento vago da família de Kemal.

Até aqui, a leitura estava bastante interessante. Orhan Pamuk forneceu um ótimo cenário sobre a Turquia da época, descrevendo s valores morais e a cultura das classes sociais mais altas de Instambul. No entanto, um dia, Fusun some (depois de comparecer à festa de noivado de Sibel e Kemal) e, daí em diante, a leitura tornou-se muito maçante.

Por meses a fio, Kemal retorna ao apartamento na esperança que Fusun estivesse esperando por ele. Capítulo após capítulo, o leitor se depara com um protagonista apático, repetitivo e com pouca profundidade, o que torna o livro uma chatice sem fim. Confesso, inclusive, que pulei alguns capítulos, e a estória continuava exatamente a mesma.

Depois deste suplício, Kemal, finalmente, encontra Fusun. À esta altura, ele já confessou a traição para Sibel, que some completamente da trama como se nunca tivesse aparecido (o que achei um erro). Fusun está casada mas parece infeliz. Os pais de Fusun sabem de seu relacionamento anterior com Kemal e, diante da insatisfação da filha no casamento atual, pedem que Kemal fique por perto esperando o fim do casamento. Neste momento da leitura, acreditei que Orhan Pamuk retomaria meu interesse pela obra, mas eu estava enganada.

Kemal vai jantar com Fusun, seu marido e seus pais por oito anos - OITO ANOS! - e todas as noites são exatamente iguais. O único conflito é que Kemal abre uma produtora de cinema para o marido de Fusun, mas a cultura rígida dos turcos não permite que ela vire atriz. São mais capítulos e capítulos onde nada acontece, até que Fusun, finalmente, se separa do marido. Cuidado que haverá spoiler adiante: quando acreditei que, enfim, eles ficariam juntos, Fusun morre. Acho que nem preciso dizer o tamanho do desgosto que eu senti com esse livro, não é?

Porém, ainda assim, ele me extraiu uma reflexão. Quando pensava no que escrever para esta resenha, planejei comentar o quanto eu tinha odiado a personagem de Fusun. Apática, submissa, indiferente, fraca e quase invisível, ela serviu apenas para destacar a obsessão e a confusão moral de Kemal, sem ganhar corpo, forma, força ou uma identidade própria. Depois, percebi que Fusun, na realidade, representa as mulheres turcas, que são asfixiadas por uma sociedade machista e são vistas como "propriedade" dos seus maridos. Foi aí que percebi que o quem me me incomodou mesmo na estória é Kemal, que preferiu Fusun a Sibel, uma mulher moderna, independente e com vontades próprias.

Por tudo isso, não é uma leitura que recomendo. Orhan Pamuk careceu de pontos-de-vista diferentes (se a estória fosse escrita alternando Fusun e Sibel seria muito mais relevante), de conflitos, de construção de personagens e de ritmo.

site: https://perplexidadesilencio.blogspot.com/2018/11/desafio-livros-pelo-mundo-turquia-o.html
Mauricio (Vespeiro) 06/11/2018minha estante
Prometi que nunca mais passaria perto de Orhan Pamuk depois de ter lido o terrivelmente chato "Neve".


Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 06/11/2018minha estante
Hahahaha imagino! Também achei ele terrivelmente chato


Vanessa 28/01/2020minha estante
Obrigada por contar o final, eu não consegui nem terminar de ler, de tão maçante!


D.Angelo 12/12/2020minha estante
Esse livro é uma das coisas mais monótonas. Falta 1/3 pra terminar e ele continua falando sobre a mesma coisa há 200 paginas! Cruzes!


Mauricio (Vespeiro) 12/12/2020minha estante
Sem contar que o Pamuk é desonesto até a medula. Procurem pesquisar mais sobre a sua biografia.


D.Angelo 12/12/2020minha estante
To com medo!!!!! Hhaha
Mas eu vou até o fim pra poder falar com convicção que é ruim!




Fernanda DCM 20/07/2018

Cansativo
O livro começa muito bem, gostei muito da história, mas chega uma hora que cansa. Você não aguenta mais aquela ladainha,aquele sofrimento obsessivo do personagem principal pela sua amada, tantos detalhes, objetos e datas, quer só saber o final. Deveria ter umas 200 páginas a menos que ficaria bem melhor.Tirando isso, o livro foi muito bom pois permitiu conhecer um pouco da Turquia, seus cidadãos, costumes, lugares e história, o que foi o motivo principal para eu o lesse.
"Quando eu a via sorrir a esperança e a alegria afloravam em mim com a força de girassóis se abrindo. Sua beleza e seus gestos, de que eu gostava tanto, e sua pele luminosa me lembravam que o centro do mundo, o centro para o qual eu precisava viajar, ficava ao lado dela. Todas as outras pessoas, todos os outros lugares e passatempos não passavam de exaltações vulgares."
"No fim das contas, a finalidade de um romance, como também de um museu, aliás, não é narrar nossas memórias com tamanha sinceridade que conseguimos transformar a felicidade individual numa felicidade compartilhável?"
D.Angelo 12/12/2020minha estante
Cansativo é pouco. Falta 1/3 e eu num guento mais!


Fernanda DCM 14/12/2020minha estante
pula um pouco!


D.Angelo 14/12/2020minha estante
Mas aí eu to roubando no jogo! Mas li bastante agora. Faltam 30 páginas.




Wellington.Pimente 08/01/2023

Brilhante!
O livro me surpreendeu, e o autor também, nunca tinha lido nada dele. Uma história real, em que o escritor, de forma magistral, mostra ao leitor paciente como um amor verdadeiro, diria até obsessivo, pode ter sobrevivido há tantos anos? Até nós leitores, podemos ficar cansado por esse amor cheio de obstáculos, principalmente por uma sociedade com tabus sociais e religiosos a serem superados no período. Orhan Pamuk é um escritor brilhante.
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LUISA 16/11/2022

tio da sukita narcisista
isso é menos uma história de amor e mais uma jornada de um tiozão da sukita rico, obcecado pela prima e 100% narcisista. me poupe
Gorette 16/11/2022minha estante
Definição perfeita.


Gorette 16/11/2022minha estante
É um livro arrastado. Mas, venci. Quero ler outras obras do autor pra fazer um julgamento.


LUISA 17/11/2022minha estante
Gorette, "a mulher ruiva" é muito bom.


Gorette 18/11/2022minha estante
Colocando na lista. Obrigada.




Paulo Henrique 18/03/2024

Leitura agradável.
Segundo livro de Orhan que leio, sempre trazendo uma história com romance por trás. Não sou fã de leitura romântica, mas gostei da escrita desse escritor turco. O livro em si não me empolgou, porém a mistura entre ficcção e vida real, torna a leitura interessante. A maneira que Orhan escreve te faz entrar dentro da história e muitas vezes a sentir o que os personagens sentem.
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