Paisagens Noturnas

Paisagens Noturnas Vera Carvalho Assumpção




Resenhas - Paisagens Noturnas


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Tito 14/02/2018

JK Rowling perdeu feio...
"Certa noite em meados do século XIX, um grupo de estudantes pertencentes a sociedade Epicureia, vagueava pelo Cemitério da Consolação, pisando em sepulturas e declamando versos de Byron. Foi quando tiveram a ideia de pegar uma mundana, envolveram-na em aparatos da maçonaria, colocaram-na em um esquife e retornaram ao cemitério. Lá, no meio da terra recém cavada, do pio das corujas e talvez até sob a luz de uma lua cheia, todos eles se lançaram sobre a moça e a estupraram e possuíram até a morte. , segundo a crônica da época, continuaram a possuí-la mesmo morta e gritavam: Osculei um cadáver!"
ssa crônica de um crime real de S Paulo dos tempos passados inspirou Vera Carvalho a criar esse interessante e incrível thriller de mistério, suspense e investigação noir.
Datado de 2003, tem todos os traços do detetive Cormoran Strike, criado por Robert Galbraith, nada menos que o pseudônimo para romance policial de JK Rowling.
Os fãs desses livros da escritora britânica se surpreenderão com a qualidade, a amibentação e o macabro e sinistro ambiente do livro de Vera Carvalho, uma obra prima no gênero para a literatura nacional.
Se Vera se inspirou em JK? Não. JK criou o personagem dez anos depois de Vera, e o ambientou nas histórias, ruas e paisagens de Londres, como Vera fez com Alyrio Cobra em São Paulo do século XXI.
Curioso lembrar que JK Lê, fala e escreve português perfeitamente. Será? De qualquer forma, se for, a criatura não superou a criadora e Vera Carvalho nos brinda com um super livro. Vale muito a pena ser lido, um dos melhores nacionais policial que já li.
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Cristiane.Krumenauer 05/09/2019

A São Paulo do Alyrio Cobra - leitura maravilhosa!
Ambientado em São Paulo, a ficção policial da autora nos apresenta seu detetive Alyrio Cobra, contratado para desvendar o mistério em torno do homicídio de Rita. À medida que a investigação avança, a aproximação da verdade só vem a trazer mais mortes. O detetive se vê juntando peças soltas de um quebra-cabeça que, a princípio, parece sem sentido, mas sua determinação para resolver o caso é inabalável.
A descrição do protagonista é tão sutil quanto a de Philip Marlowe, de Raymond Chandler. Fisicamente, não sabemos como é Alyrio Cobra, a não ser por algumas indicações no diálogo com outros personagens ou numa discreta mirada dele no espelho. Aliás, essa inexpressividade física apenas acentua suas qualidades morais e emocionais. Com um backstory problemático (filho gerado a partir da traição da mãe + abandono da esposa e dos filhos), Alyrio encontra na agência Cobra o passatempo ideal para lidar com as próprias frustrações. Dedicado, dedutivo, intuitivo, nem por isso deixa de lado seu lado boêmio, dos cigarros, uísques, cervejas, vinho, ou o que estiver por perto, remetendo o leitor ao universo noir, cheio de cenários obscuros.
Além de um ótimo entretenimento, o leitor vai mergulhar numa São Paulo do século XIX, com os alunos da Escola de Direito - entre eles, Álvares de Azevedo (nosso poeta sublime e, sim, um exímio transtornado) e a influência dos poetas românticos nos jovens daquele tempo. No livro da autora, o Romantismo e sua tendência à melancolia, tristeza, orgias e mortes ressurge com força total, envolvendo os personagens numa atmosfera funesta e mórbida.
E a solução do caso, bem, será necessário que Alyrio Cobra se desdobre na decodificação das evidências para chegar à verdade.

Ótima leitura a todos.
vera 05/09/2019minha estante
Olá Cristiane, fiquei muito feliz que você leu e gostou. O comentário de uma escritora como você é muito importante. Obrigadíssima!




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