National Geographic Brasil - Fevereiro 2011 - Nº 131

National Geographic Brasil - Fevereiro 2011 - Nº 131 Equipe National Geographic Brasil




Resenhas - National Geographic Brasil - Fevereiro 2011 - Nº 131


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z..... 29/08/2018

Serra do Navio
Li apenas a reportagem sobre Serra do Navio (de Fevereiro de 2011), após pesquisar o tema 'Amapá' nas revistas disponibilizadas no momento pelo site da NatGeo. Essa foi a primeira edição que encontrei, resultando em exercício interessante a leitura em paralelo com a realidade vigente.

A reportagem tem oito páginas e o direcionamento é turístico, com breve parecer histórico e realidade do local.
Historicamente, destacou-se a projeção da mineradora ICOMI na exploração do manganês a partir da década de 1950, onde se insere a construção de Serra do Navio e ferrovia. Esta última foi referenciada como escoadouro da produção agrícola naquela região no contexto da reportagem, citando-se a extensão de quase 200 km e viagens realizadas em cerca de 6 horas. O autor também relata o passado áureo da vila, considerada cidade modelo, e sua decadência após a saída da ICOMI nos anos 90.
Tem duas informações que considerei equivocadas: quando compara Serra do Navio à Fordilândia (oras, essa foi fadada ao fracasso desde o início, com o insucesso do projeto de Ford, enquanto Serra do Navio, pelo menos por três décadas, foi localidade diferenciada em toda Amazônia) e a referência à igreja como ecumênica (não procede, os evangélicos serranos, no passado de gestão da ICOMI, não tinham templo, fazendo as reuniões em casas, e falo como testemunha em visitações em minha infância, entre as décadas de 70 e 80).
Entre as possibilidades turísticas, a Serra tem potencial ecológico e posso citar o Parque Municipal do Cancão e o Parque Nacional do Tumucumaque. Nesse contexto, ambiental, foi mencionada a famosa Lagoa Azul.
A questão da mineração também é citada com potencial de retomada de desenvolvimento na região.

No contexto atual, a realidade é de decadência maior ainda: a ferrovia está inoperante desde 2015, com vandalismo e destruição galopante por conta do abandono. Algo tão triste! A viagem, que ultimamente capengava em até 10 horas (e fiz uma peculiar nos últimos momentos operantes do trem, tendo que dormir no vagão madrugada adentro, quando a locomotiva apresentou problema e ficou parada na estação - tinha planejado ida e volta sem sair do veículo, curtindo o passeio e acompanhando um amigo que coletava histórias para um cordel, ficando com mais uma pessoa, parado na estação, sozinhos, sem luz, no meio da mata, a três quilômetro da vila, em local de trânsito de onças), além da importância para os agricultores, era uma aventura ambiental muito legal, ao se contemplar os contrastes na região de cerrado que atravessava, algumas partes alagadas onde imperava o buriti e, a parte mais legal, a densa floresta ao entrar na região montanhosa.
Alguns locais citados, como o clube e escola, desabaram com danos grandes ou parciais, a estrada de acesso para a vila é horrível, principalmente no período das chuvas, e a cidade toda agoniza na falta de cuidados, alterações do espaço e decadência.
É de impressionar os extremos entre cidade modelo na Amazônia e a situação atual. Uma das razões está nos acordos feitos com a ICOMI quando operante, que mantinha gerência absoluta sobre tudo de maneira fechada e meticulosamente controlada. Era para a vila ter sua autonomia como município naquele período e ir caminhando com suas próprias pernas com os recursos providos na época (registre-se que a ICOMI explorou e ganhou em uma proporção gigantescamente colossal ao diminuto que retribuiu ao Amapá). Dessa forma, com recursos e melhores acordos, acredito que hoje seria uma das maiores e mais desenvolvidas cidades do Amapá.
Viajo em outros paralelos, mas para não soar como um texto depreciativo, findo aqui. Com investimentos, Serra do Navio tem potenciais para recuperar um pouco ou muito de seu brilho na história amapaense...
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