GH 30/07/2017
Luta pela Democracia
O período entre 1911 e 1914 é marcado pela luda pela democracia. Luta em todos os sentidos. A princípio, o Brasil teria sua primeira eleição democrática e com a participação do povo votando de fato. O que não ocorreu, é claro. Até ocorreu, mas daquele jeitão... Em diversas cidades em que o Rui Barbosa era tido como favorito, foi organizado uma desorganização premeditada para que faltassem mesários, prejudicando a eleição do civilista. Nesses moldes, Hermes torna-se nosso oitavo presidente, não sem contar com extremo oposicionismo militante e sem ser postulado como fralde (comprovada por Rui tempos depois no que diz respeito aos votos).
Esta de volta (já esteve longe?) o governo militar, de espada, de estado de sítio!
Hermes não teve a vida tão fácil, visto que logo de cara encarou a ''Revolta da Chibata'', onde os revoltosos da Marinha (elitistas que flertavam com a Monarquia) ainda racistas possuíam negros em seus navios e os punia com severos castigos (incluindo chibatadas). O Marechal Hermes ordenou o bombardeio aos portos e colocou o país em estado de sítio. Mais de 1200 marinheiros foram expulsos e centenas foram presos e mortos.
Também inaugurou a ''A política das salvações'', onde promovia intervenções federais em alguns Estados, como Pernambuco e Bahia, alegando corrupção visando colocar militares no poder ao invés de políticos.
Para finalizar seu pífio mandato (ressalva a Revolta da Chibata), contribuiu para manter as pernas do Brasil bem abertas aos capitais estrangeiros, renegociando a dívida externa em 1914, efetuando um segundo funding loan.
‘’Entre as instituições militares o militarismo vai em substância o abismo de uma contradição radical. O militarismo, governo da nação pela espada, arruína as instituições militares, subalternidade legal da espada à nação. As instituições militares organizam juridicamente a força. O militarismo a desorganiza. O militarismo está para o Exército como o fanatismo para a religião, como o charlatanismo para a ciência, como o industrialismo para a indústria, como o mercantilismo para o comércio, como o cesarismo para a realeza, como o demagogismo para a democracia, como o absolutismo para a ordem, como o egoísmo para o eu. Elas são a regra; ele a anarquia. Elas a moralidade; ele a corrupção. Elas a defesa nacional; ele o desmantelo, o solapamento, a aluição dessa defesa, encarecida nos orçamentos, mas reduzida, na sua expressão real a um simulacro. ‘’ (Pág. 67 - Rui Barbosa sobre Hermes e o Militarismo.)