Apocalipse Zumbi

Apocalipse Zumbi Alexandre Callari




Resenhas - Apocalipse Zumbi


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Fabricio 25/09/2012

Perda de tempo
Esse é de longe um dos piores livros que já li.

Simplesmente mal escrito. E o pior, o autor é arrogante e parece pensar estar escrevendo algo épico. Isso faz com que os acontecimentos fiquem forçados, os diálogos irreais e empolados, os plots não são resolvidos.

E é claro que os personagens são rasos como um pires. Os nomes são ridículos: Manes, Zenóbia, Dujas, e Cufu. Super coincidências que em um apocalipse zumbi em São Paulo (ou sei la aonde) só as pessoas com nome esquisito sobreviveram. E os personagens são clichê puro: o japonês é mestre em kunk fu e em usar uma katana (claro né. todo japonês é um samurai), o Negão é super forte, especialista em facas e capoeira, mas é o mais pacifico e zen (boi Ferdinando me vem a cabeça), a esposa do protagonista, já que não pode entrar em ação e matar zumbis, é quase uma paranormal e tem visões do futuro. E eh claro, os técnicos que sabem tudo de computação, são nerds de óculos e curtem Alan Moore.

Se não acredita na qualidade dúvidosa do livro, de uma olhada no trailer que produziram para a divulgação da obra: http://www.youtube.com/watch?v=KFd4fU7Zazc

Acho que o livro seria pelo menos engraçado se ele não se levasse tão a sério. Parece que o Callari realmente achava que estava escrevendo uma obra prima.

E mais, os desenhos são horrorosos.

não vale a pena.
Natallia.Domingues 22/10/2012minha estante
Olhei o trailer só até os 40 segundos e depois fechei a aba. Estava até me interessando este livro, mas depois desse video ridículo e da sua resenha me convenci que esse livro é pior que o cocô do cavalo do bandido.


Eduardo 06/11/2012minha estante
Crítica rasa e pobre. Mais sincero seria simplesmente dizer que não gostou porque não gostou. Até isso seria mais coeso.

Não, o livro não é mal escrito. Se discorda, aponte um trecho (redigindo-o aqui, e dentro do contexto) para avaliarmos se assim mesmo o é. Muito dos plots não são mesmo resolvidos pelo simples fato de o livro ser o primeiro de uma trilogia, o que significa que ainda há muita coisa a se revelado e explorado no universo criado por Callari.

Mais uma prova da superficialidade de sua análise é o fato de vocês dizer que "só as pessoas com nome esquisito sobreviveram". "Manes" vem de "Maniqueu", autor da corrente filosófica maniqueísta (ao qual o personagem dá sinais claros de seguir). "Dujas" é um anagrama de JUDAS. "Cuju" é a junção de dois nomes; entre outras coisas que você não se deu nem ao trabalho de pesquisar ou se questionar, antes de falar besteira.

Cliquês? Ok, talvez alguns. Mas me aponte uma história onde homossexuais são reprimidos de se expressarem para evitar conflitos internos e instigam uma rebelião... E isso PÓS-apocalipse! E só para constar, a presença de um japonês, lutador de artes marciais, é bem improvável numa cidade com a terceira maior colônia japonesa fora do Japão, né? Pessoas com dons paranormais em histórias de zumbi... Você conhece muitas? E claro que quem cuida da comunicação é o negão especialista em combate corpo-a-corpo, po... Porque um nerd, antenado com todos os lances de tecnologia, se importaria em trabalhar numa área que sabe "tão pouco", né?

O trailer é, sim, uma produção amadora. Ele foi feito não pra complementar o livro, mas como um elemento a mais ao universo zumbi da história e como ferramenta de divulgação.

Concordo apenas quanto às ilustrações, que poderiam ser bem melhores... Mas, segundo o próprio Callari me disse, há novos ilustrados para as próximas edições.

De toda forma, repito que sua crítica foi tão rasa quanto você alega ser o livro.


Fabricio 07/11/2012minha estante
Eduardo

Não poderei apontar um trecho do livro. Eu estrategicamente esqueci o livro em um lugar público, esperando que uma pessoa menos exigente adotasse o livro e fosse mais feliz.

Mas eu lembro de um trecho (logo no inicio) que era algo assim: "Manes levantou da cama, enquanto um vento gelado beijava suas costas firmes e musculosas". Digno do Premio Bulwer-Lytton Fiction (se fosse a abertura do livro).

Sério que você não achou os nomes ridículos? Vou dizer de novo: Manes, Zenóbia, Dujas, e Cufu.

A impressão que tenho é que o autor se esforçou para criar nomes que supostamente significam algo, mas não construiu uma boa personalidade para eles.

Eles ficaram rasos, e chiches sim. Reprimir homosexuais (inovador não?), usar um japones (?) samurai (uau) e a esposa do protagonista que se mostra uma paranormal (que coincidência incrível! A esposa frágil é a unica que compreende as coisas como são)sem uma construção de quailidade fica:
( ) Cliche
( ) Super Original (só que não)

Mas sabe que eu também achei minha critica rasa? Achei mesmo. Foi mais um desabafo sabe? Eu queria (com sorte) mostrar para as pessoas que o livro era ruim, e quem sabe (com muita sorte) salvar alguém de passar pelo mesmo sofrimento que passei.

Nat. Seja feliz nas suas leituras. Você é uma mulher de sorte


RIAN 26/12/2012minha estante
kkkkk Só pela "briga" me deu vontade de ler, para formar minha opinião! rsrsrs


Fabricio 27/12/2012minha estante
Rian meu caro, boa sorte. Espero que se divirta mais do que eu.

particularmente, achoque você será mais feliz lendo "Guerra Mundial Z" do Max Brooks, ou "orgulho e Preconceito e Zumbis" da Jane Austin e cia, mas vá la. Quem sabe...


Fabricio 14/02/2013minha estante
Até que eu gosto bastante desse universo zumbi/infectado/contaminado!!! Max Brooks, Romero, Kirkman e cia.


Daniel 29/04/2013minha estante
Olá Fabricio

Gostei bastante de sua crítica. Eu estava doido para ler esse livro, mas, pelo o que vc escreveu já desisti. Uma das coisas que eu EXIJO em um livro é plausibilidade, por mais fantástica que seja a história/conto.

O japonês kung fu foi foda!

Eu tb tenho um desabafo para fazer aqui, após ler alguns comentários na discussão. O brasileiro é um leitor muuuuuito pouco exigente, prova disso é o enorme sucesso do André Vianco.

Claro que não são todos os leitores brasileiros, mas uma enorme parcela deles se contenta com livros pobres e clichês. E não que o clichê bem empregado não seja legal, muito pelo contrário, mas clichês estilo sessão da tarde é brabo.

Acabei de ler a trilogia "Apocalipse Z" do Manel Loureiro e digo que esse, sem sombras de dúvidas é o melhor livro sobre zumbis que eu já li. Simplesmente fantastico! Um livro muuuito bem escrito, com personagens bem construidos que chegamos a nos apegar a eles. Fica aqui a dica de leitura.

Abraço e até a proxima


Fabricio 07/05/2013minha estante
Daniel, Ainda não li a obra do Manel Loureiro, mas tenho bastante curiosidade. Valeu pela dica.

Também nos acho pouco exigentes, de forma geral. Pena.


Daniel 10/05/2013minha estante
Eduardo

Eu não costumo desistir de ler um livro simplesmente por ouvir dizer que ele é "ruim". Até pq o que pode ser ruim para mim, pode não ser para vc.Mas existem fatos a respeito do livro que já fazem eu perder totalmente o interesse por ele. Um samurai sobrevivente juntamente com um negro capoeirista, é demais de improvável e ridículo.

Eu acho que não se deve existir limites para a fantasia e o romance literário, mas é uma exigência MINHA que se tenha o maior grau de realismo e plasibilidade por parte dos personagens e da trama.Pode ser um livro que conte a história de uma chuva de gnomos assassinos, não tem problema, mas a construção dos personagens assim como as reações devem ser no mínimo realistas.

Quando eu li "os sete" do André Vianco tive a maior decepção de todas (e olha que já li muita coisa ruim). Eu simplesmente não podia entender como um cara que escrevia daquela forma podia ter tantos admiradores e fãs. Diálogos do tipo "O sangue dele caiu no chão, parecendo suco de groselha" ou "Cara, o que é isso branco na sua perna? É osso?"

Com relação aos livros do Manel Loureiro eu particularmente achei a melhor história sobre zumbis que já li. E olha que eu sou um grande fã do gênero. Existem clichês? Sim, mas clichês agradaveis, muito bem construidos e o mais importante, na medida certa.
Enfim, um livro muito bem escrito!

Talvez um dia eu até leia o livro do Alexandre Callari, mas com certeza ele foi muuuuito para o final da fila.


Karen Alvares 12/07/2013minha estante
Sua resenha disse várias coisas que eu pensei, e olha que só estou no capítulo 15 (mas tá difícil de continuar, a última cena que eu li sinceramente me fez querer largar o livro). Os personagens são rasos, a escrita é pretensiosa. O autor fica tentando colocar defeitos nos personagens para torná-los humanos mas logo depois se arrepende e "justifica" os erros como uma mãe faria para seus filhos. O livro é cheio de clichês que irritam, não que acrescentam. Os nomes são ridículos mesmo. Às vezes o estilo do autor trata o leitor como burro, explicando o óbvio.
E se alguém falar que eu não tenho trechos, eu tenho sim: o livro está cheio de marcadores aqui e eu vou resenhá-lo depois que terminar de ler (mas tá difícil, porque tá muito chato e, quando não é chato, o livro dá raiva).


Fabricio 24/07/2013minha estante
Karen Alvares, você disse tudo, e de forma mais elegante que eu. Você me avisa quando fizer sua resenha? Quero ler. E boa sorte com o final da leitura.Obrigado


Luci Eclipsada 31/07/2013minha estante
Nossa, sua resenha praticamente fez estourar a terceira grande guerra aqui no Skoob. Bom, você não é um crítico literário, escreveu usando seu ponto de vita de Leitor e ainda tem gente que vem achincalhar. Por favor,né pessoal! Viva a liberdade de expressão! Sobre o nome dos personagens, sinceramente são feiosinhos sim e se tem significados, como um ser anagrama de Judas e o outro remeter a Maniqueu, isso pouco importa porque o leitor não é obrigado a conhecer todos os pormenores dos livros que lê.
Bom, essa é a minha opinião, se tiver alguém que discorda paciência, mas vamos saber respeitar o colega que leu o livro e resenhou ainda que, conforme ele mesmo tenha escrito, a resenha (dele)tenha ficado "rasa".


nerito 02/08/2013minha estante
Eu tinha pensado recentemente nesse livro, uma vez que eu havia abandonado a leitura, depois de me esforçar muito, mas muito mesmo, para continuar lendo. Sou fã da literatura de zumbis e li muita coisa. Fiquei até assustado com o livro, já que o Callari me parece um cara muito coerente em suas críticas na internet. Fato é que concordo, infelizmente, com o Fabrício e com a Karen.


Karen Alvares 11/08/2013minha estante
Fabrício, consegui terminar o livro. Foi difícil, pensei que fosse abandoná-lo no meio, mas consegui. Já fiz minha resenha e postei aqui no Skoob.
Abraços!


Tabloide de sangue 28/08/2013minha estante
Não entendi o porque de tanta crítica, ou você não entendeu a história, ou está somente acostumada a Paulo Coelho, desta forma fica difícil


Karen Alvares 29/08/2013minha estante
Zotto, pelo menos muda o disco. Você usou o mesmo comentário na minha resenha e na do Fabrício e nem trocou o feminino de "acostumada" para o masculino "acostumado". Leitor não pode ter preguiça, concorda?


Dr. Raniel 08/10/2014minha estante
colega tu declarou guerra ao livro mesmo né: eu heim kkkk ta certo que o livro e bem cansativo mas... não e dos piores...


Dr. Raniel 08/10/2014minha estante
a e Manel Loureiro é o CARA!!! Apocalipse Z e o melhor livro q li na vida e o ultimo passageiro entrou pro top 10


Damon 05/02/2016minha estante
Bem triste que uma "resenha" tão rasa e pobre como diz o amigo ali em cima influencie tantas pessoas a não lerem o livro, mas também, não espero grande coisa de quem decide ou não ler um livro por resenhas. Afinal, enquanto uns amam um determinado livro, outros odeiam, é confiança demais para um terceiro.

PS: Sobre o trailer (que eu nem assisti), muito tosco julgar trailer de livro. Livro é livro, filme é filme. Por favor.


Vick 08/02/2016minha estante
Sua resenha realmente detonou a coisa toda huahua Me deixou até a impressão de que o livro é a maior bosta literária do universo. Apesar disso e do book trailer meio tosco, quero ler mesmo assim. Cada leitor tem a sua opinião e não tem como basear nossos gostos através da opinião alheia. Só saberemos se é bom ou se é uma grande merda depois da leitura, não é mesmo?
Mas numa coisa eu preciso concordar: esses nomes que o autor escolheu são bem ruinzinhos mesmo.


Toni 01/06/2018minha estante
Eu ri demais com a sua crítica e estou até curioso quanto ao que você acha das "Crônicas dos Mortos" de Rodrigo de Oliveira (que é muito legal!).




PorEssasPáginas 14/08/2013

A Cuca Recomenda Apocalipse Zumbi - Por Essas Páginas
Sempre tive muita curiosidade para ler esse livro. Apocalipse Zumbi, de Alexandre Callari, foi o primeiro livro nacional do gênero. E eu sou completamente fascinada por zumbis. Leio/assisto/devoro tudo o que encontro sobre o assunto. Por todos esses motivos, esse era um livro pelo qual eu ansiava muito e, claro, construí expectativas. No entanto, mesmo que eu não as tivesse criado, acredito que ainda assim me decepcionaria. Eu queria muito gostar desse livro, queria mesmo, mas não consegui. Encarem essa resenha quase como um desabafo. E é mesmo.

Apocalipse Zumbi é um livro mais sobre pessoas do que sobre zumbis. Compreensível e corretíssimo, claro, são os personagens que movem uma história, seja ela de zumbis ou de qualquer outro tema. O problema é que o autor não conseguiu construir nenhum personagem cativante. Nenhum. Durante toda a leitura tentei me apegar a alguém, mas não funcionou. Na verdade, acho que o mais gigantesco de todos os problemas nesse livro são os personagens. Impossível se identificar com alguém dessa história. Não consegui torcer por ninguém, não consegui me afeiçoar com nenhum personagem, cheguei a ficar feliz quando alguns morreram. Sabe aquele sentimento de “já foi tarde”? Pois é. Remotamente eu gostei um pouquinho da Zenóbia, mas essa admiração logo caiu por terra quando percebi que ela foi criada com o único propósito de ser o objeto (e sim, vou usar essa palavra: “objeto”, porque é assim que o personagem e o autor a tratam) de afeição do Manes, o personagem principal.

Vamos por partes. Ou melhor dizendo, por personagens.

Manes é o “líder” da comunidade a respeito da qual gira a história do livro. E o negócio já começa pelo nome dele (aliás, todo personagem tem no seu nome um significado, o que no final se tornou excessivo e cansativo e, claro, chegou uma hora que perdeu o sentido): Manes. Fui pesquisar porque achei o nome estranho e percebi que o nome do personagem foi inspirado no nome do fundador da filosofia do maniqueísmo, um profeta chamado exatamente Manes ou Maniqueu. Não sabe/não lembra o que é maniqueísmo? A Wikipedia explica:

“O Maniqueísmo é uma filosofia religiosa sincrética e dualística fundada e propagada por Maniqueu que divide o mundo simplesmente entre Bom, ou Deus, e Mau, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal.” Fonte (Wikipedia)

Então é isso aí: ou você é bom ou você é ruim, não existem nuances. Manes é o exemplo vivo disso. Contudo, ele não é o único: todo e qualquer personagem desse livro segue essa filosofia. O autor tenta sim colocar alguns defeitos neles, mas falha e muito quando, ao mesmo tempo, tenta explicar esses defeitos, até mesmos justificá-los, como uma mãe faria para defender seus filhos. Foi exatamente essa a impressão que o livro me passou: o autor tem um grande apreço por alguns de seus personagens enquanto detesta outros e então, na tentativa de humanizá-los, insere falhas, mas paralelamente tenta justificá-las para o leitor. Parece que Alexandre tem receio de que seus leitores amem ou odeiem as pessoas erradas e o resultado é que você não consegue gostar de nenhum deles por isso. Os personagens não parecem reais, verossímeis. É muito difícil mergulhar no universo e acreditar nele. E quando você não acredita no que está lendo fica muito complicado se envolver com a história.

Voltando ao personagem principal, Manes. Ele nos é apresentado como um líder querido por quase toda a comunidade (mais tarde percebemos que não é bem assim, mas sim, Manes é querido, admirado, até mesmo idolatrado pelos personagens considerados bons pelo autor – olha aí o maniqueísmo novamente). O problema já começa quando ele é citado como líder, o que é quase a todo momento. Manes não é um líder. Em administração, quando se estuda liderança, há uma diferença muito clara e simples entre um líder e um chefe: o líder inspira e obtêm respeito através de seus exemplos e sua atitude; já o chefe ordena e obtém respeito através da coerção, do medo, da punição. Exemplos de líderes na literatura, inclusive de zumbis? Rick Grimes, de Walking Dead, é um líder, mas deixa de ser quando se torna autoritário – todas as pessoas de quem ele cuida começam a desconfiar dele quando percebem que ele não é mais equilibrado e que suas ações não refletem sua liderança (isso muda mais tarde, quando ele retoma sua consciência). Outros líderes? Roland, de A Torre Negra. Aragorn, em Senhor dos Anéis. E existem vários outros. Esses sim são líderes, que conquistaram essa liderança e o respeito de seu povo/grupo pela inspiração e confiança que transmitem. Manes não faz nada disso durante todo o livro. Suas ações são completamente desencontradas e ele não tem nenhum planejamento. Ele está completamente perdido e isso é compreensível como um drama para o personagem, o que não é compreensível é que seu grupo, em quase sua totalidade, e o próprio autor, continuem venerando-o e tratando-o como um ser supremo e inatingível, quase inquestionável. Apenas os personagens ruins o questionam. Algumas vezes um ou outro personagem bom faz isso, mas é com completa e abjeta subserviência. Todos o tratam como um superior militar e até parece que todos ali eram soldados – apesar do autor se referir dessa maneira ao grupo de batedores que deixam o Quartel e se aventuram no mundo. Manes é imprudente, autoritário e obcecado pelo poder – nenhuma dessas características é qualidade de um líder. Ele é apenas um chefe – e um chefe muito ruim, daqueles que fazem a gente querer deixar o emprego, se fosse o caso – e muito superestimado, tanto por seu grupo, quanto pelo autor. De fato, parece que o autor é fascinado pelo personagem e tenta sempre exaltá-lo. Entendo que personagens são como filhos para o autor, mas não se pode dar esse tipo de preferência: ela fica evidente para o leitor e é uma atitude enervante durante a leitura.

"- Você cala a boca, seu merdinha. Você não tem direito de falar aqui dentro, entendeu? Você não me questiona aqui dentro, entendeu? Você não faz parte da comunidade, só está aqui como cortesia e, quando eu voltar – e eu vou voltar -, nós dois iremos ter uma conversa bastante séria. Agora cala essa boca e saia daqui."

O trecho acima ocorre já na página 39, o que significa que eu fiquei com essa má impressão de Manes desde aí e por todo o livro. Era só ele aparecer (e ele aparece muito, claro, é um dos ou o personagem principal), que eu já torcia o nariz. Essa frase citada certamente não é a atitude de um líder.

Além disso, perceberam o problema estilístico da construção do parágrafo? A repetição? Como é um diálogo, a gente pode até deixar passar – as pessoas não pensam em estilo quando conversam, principalmente quando estão irritadas. Tudo bem. Porém, isso se repete também nas narrações. Há vários erros de estilo, repetição de palavras, erros de revisão por parte da editora e distração do autor que não podiam passar de maneira alguma. Outro exemplo:

"Três grupos grandes no meio do caminho e mais a volta… Aja bala para tantos deles." Página 57.

“Aja”? A conjugação verbal “aja” vem do verbo agir, mas claramente no sentido empregado a intenção era utilizar o verbo haver, no sentido de “existir”. Isso não podia passar na revisão, mas também não podia passar pelo autor, graduado em Letras, como é informado na contracapa. Isso é um erro frequente em fanfics, não em livros editados. Várias vezes, no entanto, esse mesmo erro ocorre com o verbo haver durante todo o livro. E o autor também abusa das exclamações, outro problema que não podia passar pela revisão. O excesso de exclamações dá a impressão de um texto imaturo, portanto, elas devem ser utilizadas somente quando necessário, geralmente em diálogos, e devem ser evitadas com intensidade ainda maior nas narrações. Mas há também erros de grafia, como na página 331: “Ela era um ser humano descente e valoroso (…)”. Eu coloquei um marcador especialmente nesse trecho com a palavra em caixa alta. Mas tem mais, sim, tem mais.

"Ainda assim, não guardava memórias recentes de como havia chegado ali, naquele lugar onde estava (…)." Página 64.

Vocês concordam que ou você coloca “chegado ali” ou “naquele lugar onde estava”? Redundância gritante. Outro erro de estilo que poderia ser evitado, especialmente na revisão. Certo, eu estou sendo implicante. Mas é que foram muitas coisas que me incomodaram. Muitas mesmo. Esse livro foi o campeão de marcações que eu fiz. Por isso tantas citações aqui na resenha. Vamos continuar.

Preciso agora comentar algo que me deixou muito irritada, mas que provavelmente pode gerar discussão (não é a primeira vez que isso acontece comigo em resenhas, mas enfim): O tom machista do livro. Não posso ficar calada quanto a isso. Principalmente por ser mulher e por ter tantas vezes passado por humilhações devido ao machismo, não devo ficar calada nesse sentido. Vou começar com exemplos:

"Dujas deu de ombros. Pelo menos não havia apanhado dessa vez. Judite podia ser mulher, mas ela com certeza lhe daria uma surra também – era bastante durona." Página 40.

"Ela levou as mãos à cintura mimetizando o clássico sinal de indignação. Havia raiva em seu olhar, a raiva típica que o orgulho das mulheres aponta quando elas são preteridas." Página 59.

"Conflitos internos são o calcanhar de Aquiles de qualquer estrutura, e o que é melhor para causá-los do que uma mulher?" Página 73.

As citações falam por si mesmas e isso é uma pequena porção do quanto, em várias situações, o livro é machista. Até mesmo nas mulheres que o autor tenta colocar como “guerreiras”, percebe-se claramente o tom diferenciado com o que tanto os personagens, quanto o próprio autor, tratam as mulheres. Liza, a esposa de Manes, é a típica vidente, uma mulher descrita como frágil e vulnerável; no final, achei que ela fosse se redimir e fazer alguma coisa, mas não. Outra que tem destaque é Ana Maria, que passa o livro inteiro servindo para ser a esposa, a mulher bonita, a mãe do bebê salvador (vou comentar mais sobre isso daqui a pouco). As mulheres nesse livro não parecem ter vontade própria e estão sempre subordinadas a algum homem. Elas não tem personalidade. Conhecem o teste de Bechdel? Pois é, esse livro não passa no teste, na verdade, tira zero nele. Enquanto isso, Zenóbia, que é de longe uma das poucas mulheres com potencial no livro, é rebaixada a mero objeto de afeição de Manes, como eu já disse ali em cima. Para completar, ela e Manes protagonizam uma das cenas mais revoltantes que eu já li e foi nessa cena que eu quase abandonei o livro. O único motivo para não fazê-lo era porque o livro era de parceria. Vou citar a cena abaixo, quem quer ler, leia, mas acredito que são spoilers. Estão avisados. O trecho está na íntegra.

"De repente, Zenóbia, tremendamente irritada com tudo o que ocorrera, cerrou os punhos e deu uma pancada com as duas mãos como se fossem martelos no peito de Manes, berrando:

- Eu avisei que isso ia acontecer, cacete. Mas você tinha que me contradizer.

- Eu fiz o que achei certo, Zenóbia. – retrucou o líder sem demonstrar arrependimento.

- Ô caramba. Se Cortez tivesse dito para não correr, você o teria escutado. Mas como fui eu que falei, você fez exatamente o oposto. Agora olha só no que deu. Meus parabéns.

Sem pestanejar, Manes virou um violento tapa no rosto da moça, pondo fim à sua histeria. Sua mão pesada a arremessou a dois metros de distância, e o sangue de todos no grupo gelou com a atitude inesperada do líder. Zenóbia caiu no chão, tamanha a força do impacto. Colocou-se imediatamente de quatro na posição cachorrinho, os joelhos nus raspando no contrapiso malfeito, as palmas abertas apoiadas e os cabelos negros lambendo o rosto suado. Acometida por um sentimento de humilhação, ela deu uma leve sacudida na cabeça e se recompôs. Olhou para Manes e, ao erguer o rosto, revelou que já havia um enorme hematoma em sua face e um pequeno corte sobre o supercílio.

- Você está em uma missão, soldado, e aqui eu não vou tolerar esse tipo de comportamento, entendeu?

Zenóbia levantou-se com ódio no olhar e bateu uma continência forçada.

- Sim, senhor! Como quiser, senhor!

Obviamente a atitude irônica dela foi outra forma de desafiar a autoridade do líder, mas Manes concluiu que não era hora de discutir sobre aquilo." Página 113.

Ok. Eu preciso respirar fundo antes de comentar esse trecho, porque apenas ao reler essa parte já fico tremendo de nervoso. Foi exatamente aqui que eu fechei o livro e passei mais de uma semana sem tocá-lo. Essa cena é tão aviltante que me dá nojo. O problema não é ter um homem violento no livro que tem uma atitude estúpida como essa: oras, nós sabemos como são as coisas ainda no mundo, infelizmente, e também sabemos que existem homens desse tipo, que na verdade não são homens, mas sim bárbaros pré-históricos. O problema real aqui é que esse personagem que fez isso é o tão glorioso líder da comunidade, “o bom e justo Manes”, e pior, ele é citado como líder exatamente nesse trecho. Isso é um líder, gente? Um homem com uma atitude dessas? Isso sequer é um homem de verdade. Isso é um covarde. Isso não é um ser humano.

Bater em mulher não é engraçado, não é bonito. É revoltante. Isso não é uma atitude aceitável, nunca deveria ter sido e certamente não é agora. E o personagem que fez isso é visto no livro como um bom homem, um bom líder. O tom desse trecho é de que ele, Manes, fez o que era certo, apenas exerceu sua autoridade – como homem das cavernas, com certeza – enquanto Zenóbia, rebelde, desafiou-o e teve seu castigo. Repararam na posição que o autor a colocou e frisou? “Cachorrinho” foi o termo utilizado. Uma posição historicamente humilhante na qual a mulher torna-se subjugada. Ler essa parte do livro foi ultrajante. E não só para mim, que sou uma mulher, para um homem também é. Porque nenhum homem decente quer ter um exemplo como esse, uma figura como essa sendo exaltada como um “bom homem”. Uma coisa é você inserir um personagem desse tipo no livro e mostrar o mal que ele representa; outra completamente diferente é colocá-lo como um personagem do bem, um personagem que deve ser admirado, um líder, um protagonista respeitado pelos demais. Um personagem que claramente está no livro para que os leitores torçam por ele. Não, gente, isso não é legal.

Sabem o que é pior? Depois disso, eles transam. Sim, meus amigos, eles tem uma ardente cena de sexo, cheia de paixão.

Não vou comentar isso. Não consigo. Ficou travado na minha garganta o quanto isso é detestável. O quanto isso é tratar a mulher como um objeto de uso puramente sexual. Mulheres são pessoas, são seres humanos. Mesmo em um mundo devastado após um apocalipse, você tem que ter noção disso. E não me digam que esse personagem horroroso é um líder e uma boa pessoa. Ele é um dos personagens mais odiosos que eu já conheci. Sério, esse Manes deveria ir preso, mas infelizmente isso aqui é o apocalipse. Se a Zenóbia tivesse alguma fibra e sangue correndo nas veias, ela daria uma lição nesse cara – exatamente como no filme A Vingança de Jennifer, ironicamente citado no livro. Para mim, isso seria o único final que salvaria a história. Mas não, ela transa com ele.

Agora, tirando essa situação horrenda que é descrita como aceitável, vamos comentar outras coisas sobre o trecho. Primeiro: isso não foi um tapa, foi um soco. Os personagens estavam próximos demais para que fosse um simples tapa. E ela voar por dois metros de distância? Isso é o quê, U.F.C., por acaso? E ninguém faz nada a respeito, o povo só assiste a essa barbaridade? “Obviamente a atitude irônica dela foi outra forma de desafiar a autoridade do líder”, sim, eu tenho que citar isso novamente, porque é revoltante! Quer dizer que depois de tudo isso, de a personagem questionar esse personagem imbecil que só faz errar o livro inteiro, é ela que está errada?! Ela é culpada por “desafiar a autoridade”? Que autoridade tem um homem das cavernas como esse? Vou repetir: isso não é homem.

Além disso, o autor não precisava explicar que a atitude de Zenóbia foi irônica. Isso estava óbvio apenas pela descrição do seu gesto e pelas suas palavras. E não foi a única vez que isso ocorreu. Vamos a mais trechos:

"Conan virou-se para ver quem havia dito aquilo e deu de cara com Kogiro. Os dois nunca haviam conversado muito, e ele achou curioso que o oriental o tivesse abordado daquela forma.

- O que você disse?

Na verdade, ele havia entendido muito bem a frase, mas agiu daquela forma de propósito. Foi o artifício que encontrou para estender o contato com o japonês." Página 62.

"Os cientistas chegaram à conclusão de que fatores intrínsecos e extrínsecos (fatores ambientais, estilo de vida, condições nutricionais e a presença de doenças) atuavam de forma a acelerar ou retardar a contaminação (…)." Página 63.

Quando eu estava na escola – faz tempo, mas eu me lembro -, nas aulas de redação e de português, os professores diziam que, se eu fosse explicar alguma coisa, jamais colocasse entre parêntesis. Por exemplo, se eu fosse colocar alguma sigla, jamais deveria inseri-la e depois abrir parêntesis para explicá-la.

Modo errado: ”O IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) é um imposto brasileiro instituído pela Constituição Federal cuja incidência se dá sobre a propriedade urbana.”

Modo correto: “O Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) é um imposto brasileiro instituído pela Constituição Federal cuja incidência se dá sobre a propriedade urbana.” Fonte (Wikipedia)

Foi isso que eu aprendi quando tinha aulas de redação. Se você colocar a explicação, seja de uma sigla, seja de uma palavra, entre parêntesis, você estará sendo indelicado com o leitor. E na primeira citação, por que ele explicou que o cara perguntou “o que você disse?” de propósito? Dava para entender claramente. É um ato comum!

Mas vamos voltar aos personagens, que são os maiores problemas do livro.

Já falamos de Manes e de Zenóbia, então agora vamos falar de alguns outros que dão as caras no livro. Cufu, Conan, Espartano, Kogiro. Gente, que nomes são esses? E no Brasil ainda? Claramente o autor quis dar significado a quase todos dos personagens no livro, ligando o nome às características da pessoa. Clichê cansativo. Cufu é um guerreiro negro, enorme, muito religioso. Conan, bem, esse eu não preciso descrever, ele é como o Conan, o Bárbaro, claramente uma citação (e o nome dele é esse, não é apelido). Espartano… bem, a frase This is Esparta! já diz muito sobre o personagem. Kogiro é japonês, tá na cara. Samurai, claro, porque se você é japonês, você automaticamente é samurai. Sério, não ficou legal. Eu entendo querer fazer citações e homenagens, mas tem que ser algumas só, para dar aquele brilho na história, não encher o livro disso. Não fica bom; pelo contrário, torna-se cansativo e forçado.

Agora mais nomes: Ana Maria, Marcos José e Dujas. Ana Maria está grávida de uma criança que, segundo Liza, a vidente, será o salvador do mundo. Deixa eu esclarecer um pouco mais as coisas: “Dujas” é um anagrama de “Judas”.

Não, isso também não foi legal. Aliás, foi de pouquíssima criatividade e excepcional mau gosto. É mesmo que o vilão da história tem praticamente o mesmo nome do traidor bíblico? E que os pais da “criança salvadora” se chamam Maria e José? Eu esperava, realmente esperava, que no final do livro dessem o nome de Jesus ao menino, ou ainda um outro anagrama, quem sabe outro dos nomes de Cristo… Mas eu fui frustrada nessa parte porque não deram ainda um nome para o menino, por enquanto. Talvez eu nunca saiba se ele realmente teve algum nome desses porque, sinceramente, não vou ler as continuações.

Ah, gente, e o Dujas? Dujas parecia ser um vilão altamente promissor, mas à medida que o livro foi avançando ele se tornou tão caricato (aliás, quase todos os personagens desse livro são caricaturas), mas tanto, que ficou engraçado e decepcionante, claro. Toda vez que ele aparecia eu começava a rir porque ele era simplesmente patético. Não inspirava nem raiva, nem ódio, nem aversão, antipatia, empatia, nada, ele só inspirava graça. Ele foi se tornando ridículo, nada mais. Foi uma grande perda para a história o vilão se tornar tão burlesco.

E também há o fato irritante de que todos os personagens centrais parecem ter saído de um filme de Hollywood. Todas as mulheres são lindas, com corpos esculturais e perfeitos, esguias e fantásticas. Todos os homens são musculosos, gigantes e verdadeiros guerreiros saídos de Esparta. Vocês assistiram 300? É bem por aí. Quem não segue esse padrão ou é inútil ou é nerd. Ou isso:

"Seria cômico se não fosse trágico ver mulheres gordas, que dentro do Quartel tinham a função de limpar ou cozinhar, enfrentarem a morte armadas de vassouras e frigideiras; ao lado delas, homens, supostamente incapazes de lutar, ao terem a vida ameaçada, deixaram vir para fora uma bravura até então escondida e viram suas mãos serem transformadas em armas." Página 297.

Machismo mandou um alô de novo. Quer dizer que “mulheres gordas” só servem para limpar e cozinhar e, ao lutarem por suas vidas, são quase uma comédia, enquanto homens incapazes de lutar são bravos e valorosos. Ok, eu não consigo voltar nesse assunto porque fico seriamente enjoada.

Tudo nesse livro é tão pretensioso e as situações são tão sem pé nem cabeça que a obra cheira a um filme hollywoodiano, mas um filme B. Só que o problema maior de um filme B não é ele ser sem sentido: é ele se levar a sério. E esse livro se leva muito a sério. Houve partes em que eu não resisti e comecei a rir, porque era a única maneira de seguir a leitura adiante: rindo do que estava acontecendo. Trechos como:

"O líder concordou. Ele e o gigante nórdico forçaram as portas (…)." Página 203.

"Certo senso de responsabilidade, misturado com dor, medo e principalmente culpa, começou a crescer gradativamente em seu estômago, subindo como um foguete, passando apertado pela garganta inchada, até explodir nos lábios na forma de um violentíssimo grito que, se tivesse sido tão alto quanto ela gostaria, teria sido ouvido pelo estado inteiro, e não só pela vizinhança." Página 88.

Gigante nórdico? Violentíssimo grito? O autor tenta ser tão rebuscado, que termina sendo pretensioso. O resultado é cômico. A parte do “teria sido ouvido pelo estado inteiro, e não só pela vizinhança” é uma citação a música Há Tempos, do Legião, mas novamente não foi uma citação certeira, não teve o efeito pretendido de impactar, mas ficou desencontrada e proporcionou uma sensação incômoda de irrealidade. Ficou parecendo um exagero, não poesia. Porque zumbis e poesia dificilmente combinam. O segundo trecho é tão enfeitado que eu não consegui me ligar sentimentalmente a personagem e a situação aparentemente triste que estava ocorrendo ali teve um efeito engraçado ao invés de sensível. Se tudo isso (e todos os outros trechos antes e depois dele) fossem resumidos, o efeito seria muito melhor. Na verdade, o livro todo poderia ser resumido.

Há um capítulo inteiro (19) que é inteiramente dedicado a uma conversa entre dois personagens (nerds, claro, porque segundo o livro, nerds só servem para serem técnicos, resolverem problemas de informática e falar de nerdices) sobre ícones populares. Filmes do Romero, bandas, jogos. O capítulo inteiro é dedicado a isso e não acrescenta absolutamente nada à trama. É um capítulo que você tranquilamente pode pular e continuar a leitura do livro. O capítulo praticamente só serviu para mostrar o quanto o autor domina o assunto filmes. Completamente desnecessário.

A sensação de irrealidade perdura durante todo o livro. Durante uma cena de estupro, a personagem pensa “Meu Deus do Céu! Eu estou sendo violentada!”. Quem, em sã consciência, pensa isso, dessa maneira, em um momento de extremo desespero como esse?

O livro é repleto de ilustrações sofríveis. Eu não sei desenhar, não sou nenhuma especialista, mas era difícil de olhar para as figuras, algumas vezes eu não conseguia identificar do que elas se tratavam. Quanto à diagramação, as letras são muito pequenas e espremidas, as margens são estreitas, o que torna o livro ainda mais cansativo do que já é. Eu demorei tanto para lê-lo que sei com certeza que passei do prazo previsto nas regras de parceria da editora. Li uns dois ou três livros enquanto tentava ler Apocalipse Zumbi, porque a leitura simplesmente não avançava. Se eu tenho alguma coisa boa a dizer é que senti um alívio tremendo ao terminá-lo.

Deixo vocês com mais um trecho do livro. Adeus, Apocalipse Zumbi! Não lerei mais você nem suas continuações!

"Manes sentia como se estivesse lendo uma obra-prima, um livro que, de tão bom, já nasce um clássico. Um livro que chega a ferir os olhos do leitor, tal o entusiasmo que suas páginas determinam, mas que, inexplicavelmente, encerra em seu cerne uma única página ruim, medíocre ao extremo, cheia de desconcertos, incoerências e absurdos. Uma página fora do tom, capaz de comprometer o valor da obra em sua totalidade; uma página cujo número o leitor jamais esquecerá, pois, mesmo que ele decida reler o livro – já que tem uma história muito boa -, pulará a dita página, quando a hora chegar. Uma página maldita que, arrancada de sua posição inicial, amassada e abandonada na lata do lixo, não faria a menor falta." Página 267.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-apocalipse-zumbi-os-primeiros-anos
Tabloide de sangue 28/08/2013minha estante
Não entendi o porque de tanta crítica, ou você não entendeu a história, ou está somente acostumada a Paulo Coelho, desta forma fica difícil


PorEssasPáginas 28/08/2013minha estante
Assim fica difícil também, meu caro. Parece que você não entendeu a crítica.

E até eu que detesto Paulo Coelho sei que os livros dele são melhores que esse livro.


Eduardo 29/08/2013minha estante
Gostei da sua crítica, vc percebeu coisas que eu não tinha notado no livro. Porém, não concordo quando vc diz que o livro é ruim, pois eu gostei muito da leitura, que não é truncada e nem cheia de erros de português. Achei o personagem Conan muito carismático, o Manes, nem tanto. No segundo livro eu achei o Manes mais carismático. Enfim, crítica muito bem feita, mas passional num sentido feminista.


PorEssasPáginas 30/08/2013minha estante
Obrigada, Eduardo. Eu tentei ser o mais justa possível, mas infelizmente para mim o livro foi muito ruim, o que foi extremamente decepcionante, visto que eu tinha muitas expectativas a respeito dele.
E sim, a crítica foi passional no sentido feminista. Pensei muito se deveria colocar as passagens que coloquei, mas simplesmente não consigo engolir esse tipo de abordagem machista em nenhum veículo cultural, especialmente em livros.


Daniel 26/04/2014minha estante
Bela crítica! Eu já tinha lido outras resenhas que me alertaram sobre esse livro, mas, a sua, com certeza me fez tomar a decisão final de não ler esse livro. Eu prezo muito por obras de qualidade, não gosto que um escritor me faça de bobo criando uma história mal feita, recheadas de clichês e sem o mínimo comprometimento com o bom senso. Também adoro zumbis, sejam filmes, livros ou games, esse tema sempre me atraiu. Não faz muito tempo eu terminei de ler a brilhante trilogia do espanhol Manel Loureiro (Apocalipse Z) e simplesmente achei os livros perfeitos, com personagens realísticos que de tão reais eu simplesmente não conseguia largar o livro sem antes ter certeza que eles tinham saído de algum apuro. Simplesmente perfeito! Em contrapartida só pelos nomes dos personagens do livro Apocalipse Zumbi já me fez ter certo receio inicial desse livro, mas após ler todas essas suas colocações pertinentes, (que, com certeza eu me identifico e exijo em um livro), não irei le-lo jamais. Parabéns pela resenha e obrigado pelo aviso!


Alexandre Naves 21/05/2015minha estante
Conan e Shane (The Walking Dead) parecem as mesmas pessoas.


Eduardo 05/08/2015minha estante
Caro Márcio!! O Conan e o Shane não tem nenhum paralelo, nem em livros, nem na série e nem em HQ, Shane é um "amigo" que surta e trai. Conan é um batedor que sai para pegar mantimentos e se transforma em meio zumbi e nem é abatido pelo líder do quartel, coisa que acontece com o Shane. o comentário do amigo é totalmente sem noção.


Damon 05/02/2016minha estante
Haja criatividade mesmo para comparar o Conan com o Shake, que comparação bosta. (Se é que podemos chamar isso de comparação).

Quanto a crítica, acho que a pessoa que escreveu isso levou mais tempo escrevendo e criando defeitos do que tentando entender a história, nada contra críticas, mas escrever uma bíblia desse tamanho apenas criticando é demais. Parei no 3º ou 4º parágrafo seguido em que falava mal dos personagens.


Rodrigo 30/06/2020minha estante
Porra é uma resenha de um livro sem maiores pretensões como é essa obra ou um rascunho da história de toda a humanidade? Tá louco,escreveu tanto e sobre tantos pontos sem nexo que fica até difícil tentar entender de uma forma organizada,e o colega ali em cima quer refutar uma opinião simples do cara e ainda me escreve "Shake" ao invés de Shane kkkk Milk-Shane




Ronan.Azarias 26/07/2012

faltou um pouco de originalidade
Para quem é fã e acompanha a cultura zumbi é fácil perceber que Callari fez uma compilação de várias cenas.

Claro que quando se trata de um apocalipse zumbi, não se escapa de fatores clássicos: problemas de convivência, destruição em massa, dúvidas existenciais e lesbianismo, mas mesmo assim é fácil perceber que algumas cenas são cópias adaptadas.

A cena do estrupo, na minha opinião, não precisava de tantos detalhes.

Em si o livro é muito bom. Mas espero que na sua continuação o nosso autor revele-se mais original, ou pelo menos disfarce melhor suas fontes de inspiração.
Fabricio 25/09/2012minha estante
Esse livro eh de longe o pior que eu ja li. Dos que eu me lembro pelo menos. Lotado de Clichês, autor presunçoso, escrita empolada, ritmo chato, personagens nada carismáticos. Uma perda de tempo.

Só não ofereço ele como troca porque deixei ele em algum lugar onde saberia que eu o perderia e nunca mais o vi. ufa




Wender.Carlos 10/08/2022

Apocalipse Zumbi: Primeiros Anos
Aqui temos a história de um grupo de sobreviventes mostrada após 4 anos de ocorrer todo o caos no mundo. Acompanhamos a partir desta história em como podemos mudar através dos anos, mas nossa essência sempre estará lá.

Começamos a história de uma forma tensa acompanhando um grupo de batedores? onde infelizmente o pior acontece. Através das consequências temos todo o desenrolar da nossa trama, com um grupo de salvamento em meio ao caos. E em paralelo ao resgate acompanhamos desastres acontecendo dentro do quartel, emoções suprimidas vindas à tona onde uma faísca pode trazer graves consequências.

O livro trás uma construção interessante se baseando em capítulos curtos, trabalhando com diferentes pontos de vistas de vários personagens. Algo que traz muita dinâmica e tensão, mas alguns capítulos que tem como objetivo trazer histórico / motivações de personagens, acabam quebrando o ritmo da narrativa. Algo interessante a se mencionar também que como temos vários pontos de vista a história demora um pouco a pegar embalo, tendo um ritmo muito gostoso após a metade do livro.

Além disso temos aqui uma história de passando em pleno Brasil, mas sinto falta de referência a nossa própria terra sejam eles pontos que referenciem ou nome de alguns dos personagens. Mas nada que venha atrapalhar nossa experiência tanto que temos uma situação a grande batalha da Sé.

Portanto o livro é interessante para quem ama todo esse universo de zumbis, trazendo muitas questões filosóficas em meio ao caos. Essa é a primeira parte da história no qual me deixou curioso referente a continuação.

Morte e Honra !
DANILÃO1505 10/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Jones 28/11/2011

Simplesmente perfeito.
Apocalipse Zumbi - Os Primeiros Anos, foi um dos livros que mais me surpreendeu nas minhas últimas leituras. Nele, a evolução dos personagens é visível, os acontecimentos ao redor do ambiente em si, faz com que passemos dezenas de páginas sem nem mesmo perceber. A ação te faz ficar com os nervos a flor da pele, rezando pelo seu personagem preferido não ter a garganta rasgada na próxima esquina. O ambiente em que a história se passa mostra toda a genialidade do autor em descrever os mínimos detalhes. E nos faz, também, repensar se não seria melhor dormir com uma Magnus embaixo do travesseiro, afinal, quem sabe o dia de amanhã?!
Ju 02/12/2011minha estante
Gostei da resenha, me convenceu, quero ler HAHA




Draylla 28/08/2016

O pior
O pior exemplo de como amalgamar clichês sem o mínimo de critério. Existem sim outros autores que fazem uso de clichês extraídos de filmes, séries e livros de zumbis, mas esse é o top do top (sqn). Construção confusa e personagens rasos... O pior é ver que o texto poderia ter algo mais... Mas não.
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Taiara 28/11/2013

zzzzz acabou?
Bem, não sou boa em escrever resenhas, por isso vou apenas comentar o que achei do livro.
Eu pedi esse livro de presente a um tempo atrás, pois sou apaixonada por histórias sobre zumbis e me animei bastante com um escrito por um brasileiro. Desde então foi um longo caminho até a última página do mesmo, desisti umas cinco vezes de ler esse livro... infelizmente meu estoque de livros acabou e como estava sem dinheiro para outros, então resolvi tentar esse.
Vou contar que foi muito difícil engolir esse livro! Cade os personagens carismáticos? (Os únicos que consegui 'gostar' foi Kogiro. José e Junior)Muuitos clichês... Isso sem contar os nomes dos personagens, nada comum a uma comunidade brasileira. Só é possível digerir o livro a partir da página 180 e pouco o resto é zzzZZZZZzzZ
Fiquei entediada com a tentativa de criar um vinculo com os personagens tentando conhecer seus costumes antes do dia Z. Até gostei das teorias sobre o que aconteceu mas de resto zzzzZZZ
Pra quem já leu grandes livros sobre zumbis não recomendo em nada esse livro. E pra quem não tem costume também não recomendo como começo ou vai morrer de tédio. Recomendo apenas para quem tem interesse em dormir. Mas mesmo assim penso em comprar a continuação, apenas para ver se o autor conseguiu fazer um personagem ser digerido;
Damon 05/02/2016minha estante
Também desisti a mais ou menos 1 ano atrás dele porque achei os personagens bem sem graça, mas quando tentei novamente agora, li do início ao fim e achei muito bom. Começar e parar diversas vezes não ajuda em nada, realmente, o ideal é pegar pra ler quando realmente estiver afim e aí sim entender as mensagens passadas pelo autor.

Única falha brutal do autor pra mim é a quebra de clímax constante que ele faz, tipo "ele puxou o gatilho..." na outra página a história de outra pessoa em outra época, tipo???? Quebras assim são perdoáveis em filmes, mas livros é bem complicado.




Leo 28/09/2015

Sono.
A cidade de São Paulo teria sido um ótimo cenário para o apocalipse zumbi, se fosse escrita por outro autor. O livro aparece cheio de pretensões, querendo passar uma imagem de épico, quando na verdade é raso, com narrativas superficiais e personagens nem um pouco interessantes.
Chega a um ponto que queria simplesmente que os zumbis devorassem todos ali.
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Maju Raz 15/01/2012

Resenha Apocalipse Zumbi e entrevista com Alexandre Callari
“-Não há um único ser humano no mundo que não tenha perdido alguma coisa. Mesmo se o Dia Z jamais tivesse ocorrido, desde o começo dos tempos, todos sempre perderam alguma coisa. A existência é efêmera, e a perda faz parte dela. O que importa não são os momentos que perdemos,mas, sim, os que ganhamos.” Página 312.

E se um belo dia você acorda e o mundo está de ponta cabeça e repleto de mortos-vivos? O que você faria?
Eu sempre gostei muito de games sobre Zumbis. Apaixonei-me pelo “Resident Evil” e por “Terra dos Mortos”. Depois veio “Extermínio”, “Zumbilândia”, “Fome animal”, “Eu sou a Lenda” até que descobri “O Despertar dos Mortos” de George A. Romero. Sei que fiz um processo inverso já que esse último é o melhor filme de terror sobre mortos-vivos de todos os tempos.

E se nós misturarmos um pouco dos filmes acima citados com mais um clima de fim do mundo você encontra “Apocalipse Zumbi” de Alexandre Callari. . O livro é o primeiro a ser escrito no Brasil com o tema “mortos-vivos”. Callari é escritor, professor, e tradutor. Também trabalha com música e traduziu “Conan – o Bárbaro” da Editora Évora. É editor e apresentador do site Pipoca & Nanquim.

A história mostra os dias ameaçadores que uma comunidade fragilizada vive dentro de um Quartel chamado Ctesifonte. Seguimos o dia-a-dia de humanos (alguns sem esperança de vida e outros com expectativa) “liderados” por Manes, um homem bronco e justo. Criaturas famintas caminham pela terra em busca de carne humana. Manes faz o que pode para manter a comunidade juntamente com a ajuda dos batedores, homens que saem em busca de suplementos para a comunidade.

Qualquer descuido pode ser mortal, já que lá fora estão os contaminados famintos por carne humana. A paz dentro do Ctesifonte já não era uma das melhores, afinal, que ser humano gosta de ficar preso? Com a chegada do “novato” e estranho Dujas o equilíbrio que já estava cambaleando cai de vez e nos faz pensar: o perigo verdadeiro está lá fora ou ao nosso lado? Às vezes os maiores inimigos não são os zumbis, e sim, os próprios humanos.

É a luta dignidade X humanidade em pleno apocalipse. Vemos confrontos com zumbis e humanos assim como nos deparamos com a exploração da natureza do nosso próprio ser. Alguns personagens foram tão individualistas que chega a dar raiva do ser humano. Em compensação outras personalidades têm compaixão até dos contaminados.

Eis que um grupo de batedores é atacado! Então Manes e seu outro bando de batedores se ausentam da comunidade para ajudar seus amigos lá fora, num mundo apocalíptico cheio de contaminados. Contudo o estranho Dujas poderá colocar a perder todo o esforço que Manes tem feito para sobrevivência do Ctesifonte. Aguardo ansiosamente os próximos volumes de um projeto que pretende ser uma trilogia.

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ENTREVISTA FEITA PARA O BLOG em 31/10/2011: www.tribooks.blogspot.com

Hoje é Halloween, e para vocês TriLeitores encomendamos uma entrevista com o autor brasileiro Alexandre Callari, um dos apresentadores do programa “Pipoca e Nanquim” e grande colecionador de HQs. O livro é o primeiro a ser escrito no Brasil com o tema “mortos –vivos”.

Na história o mundo foi dominado por contaminados (zumbis) ágeis e incansáveis. Os humanos vivem isolados em um quartel chamado Ctesifonte. Para continuarem a viver, enviam para a cidade apocalíptica os chamados “batedores” os quais coletam suplementos para a comunidade. Em determinado momento, um desses grupos sai, mas demoram a voltar, e então Manes, líder do grupo, convoca mais batedores em busca do resgate de possíveis sobreviventes, dando início à jornada de suspense, terror e muitos, mas muitos zumbis.

Confira a entrevista abaixo:

Qual o maior desafio de se lançar um livro com o tema mortos-vivos no Brasil?
Acredito que lançar um livro não é algo complicado. Qualquer um pode fazê-lo hoje em dia. O problema é conseguir um contrato com uma boa editora (já que tem um monte de picareta no mercado) e dar visibilidade a esse livro. Produzir é fácil, vender é difícil. É preciso uma boa organização, perseverança, trabalho firme em redes sociais e paciência, muito paciência. O nome do livro é firmado aos poucos, assim como o do autor. Com um tema como zumbis, a coisa piora por causa do preconceito que muita gente tem. Felizmente, o gênero vive um bom momento.

De onde surgiu a idéia de lançar um livro com cd de música e com esse tema?
Tenho um passado muito rico na música. Fiz parte de uma banda de heavy metal chamada Delpht que chegou a ter certa importância na cena underground em SP. Produzi o disco William Shakespeare’s Hamlet, até hoje um dos maiores trabalhos de metal já feitos no Brasil, com 14 bandas e uma orquestra. Sabendo desse meu background, meu editor pediu que eu fizesse uma música para lançar na Internet. Fui resistente a princípio, mas após certa insistência dele, concordei. O problema é que quando comecei a compor, surgiram várias músicas, e o projeto acabou tornando-se um CD acompanhando o livro – algo bastante diferente e inusitado. Espero que o pessoal esteja curtindo.

Por que o tema mortos-vivos e não vampiros e lobisomens?
Gosto muito do gênero terror, mas vampiros têm uma longa tradição na literatura, inclusive no Brasil. Não dá para competir com Andre Vianco e Giulia Moon, então optei pelo ineditismo. Fora isso, zumbis servem mais ao propósito da história que queria contar. Mas não vou ficar preso a esse gênero. Meu próximo livro, que sairá antes do Apocalipse Zumbi II, foge completamente ao que qualquer um espera de mim – e será muito, mas muito legal mesmo. Só não posso contar o que é.

Apocalipse Zumbi foi lançado recentemente, o que é mais compensador para você?
As críticas positivas e reação do público. Toda semana alguém me envia um e-mail elogiando o material, ou me adiciona no Facebook, ou se junta à página do livro no Facebook, ou me segue no Twitter... Não recebi nenhuma resenha ou crítica negativa ainda – e isso é o mais legal. Saber que seu trabalho está sendo aceito pelo público.

No livro algumas personagens suas parecem sentir compaixão pelos zumbis e os chamam de "humanos"? Você também enxerga igual às personagens?
Não. No meu ponto de visto, eu cortava a cabeça de quem precisasse. Mas como sei que nem todos seriam duros assim, tive que criar ambientes mais verossímeis. O mundo pode vivenciar o pior de todos os cenários, que ainda haveria compaixão, e isso é uma realidade que precisa ser expressa.

No filme "Terra dos Mortos" os zumbis "pensam", porque os seus não?
Há muitas interpretações para zumbis. Quis que meus monstros fossem brutais, selvagens e desprovidos de emoção – seres movidos apenas pela necessidade mais básica: se alimentar. Não quero evolução para eles, quero apenas um elemento perigoso, mas até certo ponto previsível. A grande incógnita do livro acaba girando em torno dos próprios seres humanos. Nunca sabemos o que eles farão.

O que acha dos filmes e seriados mais recentes com o tema mortos-vivos como "Resident Evil", "The Walking Dead", etc? Acha legal a idéia de filmes baseados em HQs e livros?
Sou a favor de adaptações, mas elas precisam ser bem feitas. Resident Evil não é um filme de terror, mas uma aventura/ficção científica de ação, voltado para o público jovem. Para essa proposta, o filme é bem sucedido. Mas eu curto mais longas casca-grossa, como REC e Madrugada dos Mortos. A série The Walking Dead, embora esteja fazendo muito barulho, não está cumprindo com as expectativas. Mas estou curioso mesmo para saber o que Brad Pitt vai aprontar no ano que vem, com a estreia de World War Z.

Pretende lançar um filme sobre seu livro?
Meu livro está na mão de uma grande produtora de cinema. Seria um sonho vê-lo filmado, mas não alimento grandes esperanças. Estou, a passos de formiguinha, trabalhando nessa direção, porém é extremamente difícil. Mas se me fizessem uma proposta, eu aceitava na hora.

Você também teve compaixão de alguma personagem e não a matou? Ficou com pena de matar alguém?
Não. Pessoas morrem. É a vida.

Você comentou comigo sobre a continuação da série, pode nos dizer um pouquinho do que está por vir?
Sim. O Quartel tomou consciência de que seus recursos acabarão muito antes do que os zumbis. Eles precisam partir para as cabeças e tomar as rédeas da situação, mas isso não será nada fácil. Como vencer onde os próprios governos e exércitos do mundo inteiro fracassaram? Qual será a estratégia? Veremos no próximo volume outras comunidades de humanos, nem todas boazinhas. A tensão entre Manes e Espartano irá se intensificar à medida que as opiniões de ambos irem em direções cada vez mais opostas. Algo ainda pior do que ocorreu no volume 1 acontecerá com a comunidade do Quartel no final de volume 2. Teremos novos personagens entrando e mais algumas perdas. Mas antes de entregar mais o jogo, convido a todos a conhecerem o primeiro volume a também a HQ, que sairá provavelmente em abril. Ela se chamará Apocalipse Zumbi: Crônicas do Dia Z e irá narrar os primeiros dias da epidemia.

Agradecemos pelas experiências compartilhadas conosco ;) Você tem alguma mensagem a passar para nossos leitores?
Obrigado a todos que acompanharam esta entrevista e espero encontrá-los em um futuro próximo. Grande abraço!



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TriBooks 09/05/2012

Resenha do TriBooks - Apocalipse Zumbi
Esta resenha foi publicada no blog TriBooks
(http://tribooks.blogspot.com)

“-Não há um único ser humano no mundo que não tenha perdido alguma coisa. Mesmo se o Dia Z jamais tivesse ocorrido, desde o começo dos tempos, todos sempre perderam alguma coisa. A existência é efêmera, e a perda faz parte dela. O que importa não são os momentos que perdemos,mas, sim, os que ganhamos.” Página 312.

E se um belo dia você acorda e o mundo está de ponta cabeça e repleto de mortos-vivos? O que você faria?
Eu sempre gostei muito de games sobre Zumbis. Apaixonei-me pelo “Resident Evil” e por “Terra dos Mortos”. Depois veio “Extermínio”, “Zumbilândia”, “Fome animal”, “Eu sou a Lenda” até que descobri “O Despertar dos Mortos” de George A. Romero. Sei que fiz um processo inverso já que esse último é o melhor filme de terror sobre mortos-vivos de todos os tempos.

E se nós misturarmos um pouco dos filmes acima citados com mais um clima de fim do mundo você encontra “Apocalipse Zumbi” de Alexandre Callari. . O livro é o primeiro a ser escrito no Brasil com o tema “mortos-vivos”. Callari é escritor, professor, e tradutor. Também trabalha com música e traduziu “Conan – o Bárbaro” da Editora Évora. É editor e apresentador do site Pipoca & Nanquim.
A história mostra os dias ameaçadores que uma comunidade fragilizada vive dentro de um Quartel chamado Ctesifonte. Seguimos o dia-a-dia de humanos (alguns sem esperança de vida e outros com expectativa) “liderados” por Manes, um homem bronco e justo. Criaturas famintas caminham pela terra em busca de carne humana. Manes faz o que pode para manter a comunidade juntamente com a ajuda dos batedores, homens que saem em busca de suplementos para a comunidade.
Qualquer descuido pode ser mortal, já que lá fora estão os contaminados famintos por carne humana. A paz dentro do Ctesifonte já não era uma das melhores, afinal, que ser humano gosta de ficar preso? Com a chegada do “novato” e estranho Dujas o equilíbrio que já estava cambaleando cai de vez e nos faz pensar: o perigo verdadeiro está lá fora ou ao nosso lado? Às vezes os maiores inimigos não são os zumbis, e sim, os próprios humanos.
É a luta dignidade X humanidade em pleno apocalipse. Vemos confrontos com zumbis e humanos assim como nos deparamos com a exploração da natureza do nosso próprio ser. Alguns personagens foram tão individualistas que chega a dar raiva do ser humano. Em compensação outras personalidades têm compaixão até dos contaminados.
Eis que um grupo de batedores é atacado! Então Manes e seu outro bando de batedores se ausentam da comunidade para ajudar seus amigos lá fora, num mundo apocalíptico cheio de contaminados. Contudo o estranho Dujas poderá colocar a perder todo o esforço que Manes tem feito para sobrevivência do Ctesifonte. Aguardo ansiosamente os próximos volumes de um projeto que pretende ser uma trilogia.

Boa Leitura,

Equipe TriBooks, Maju Raz
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Thays 21/01/2013

Apocalipse Zumbi - Os primeiros anos
O livro é empolgante desde o prólogo, onde o autor te mostra a cena da pele de alguém contaminado, (como são chamados os zumbis no livro). A partir daí a história vai sendo tecida e surpreende de novo, por não se tratar de uma história apocalíptica, e sim pós-apocalíptica, pois já se passaram 4 anos desde que os mortos caíram e se levantaram.

A história se passa com os moradores de uma comunidade que tenta continuar suas vidas, mantendo um pouco dos costumes que tinham antes de tudo acontecer, e apesar de serem afortunados por terem um lar seguro, com água, energia elétrica e comida, entre os membros da comunidade há também pessoas que sentem-se descontentes e algumas vitimizadas pelo preconceito pelo resto da comunidade e que acabam vendo em seu líder uma figura para culpar por seu infortúnio. Ele, que bem ou mal, fora quem os acolheu e se tornara responsável pela segurança e bem estar da comunidade até então. O que os revoltosos não contavam é que se era ruim com ele, muito pior seria SEM ele.

No decorrer do livro, o autor não segue uma linha de tempo linear, onde a história só segue a diante, mas faz uso também vários recordatórios, onde vai nos apresentando ao que costumavam ser e fazer os personagens na era A.A. (Antes do Apocalipse).

A minuciosa descrição do autor, numa linguagem simples e de fácil assimilação, nos dá oportunidade de conhecer melhor o caráter de cada um dos personagens, além de nos ajudar a ambientar melhor as cenas, ainda de que vez por outra se torne um pouco enfadonha.

O livro é repleto de ação, mas se de um lado há lutas e derramamento de sangue nos locais mais corriqueiros, há também muito de filosofia empregada no livro, em questões como a índole e o espírito mesquinho e egoísta do ser humano, que mesmo vivendo num mundo destruído e cheio de criaturas horrendas sedentas por sangue e carne humana, os maiores inimigos da raça humana são os próprios homens. Bem como faz questionamentos sobre o valor de uma vida e da importância de uma pessoa no mundo.

"A maioria nós, pessoas comuns, é como o pai de Dujas, como ele próprio, um infeliz que caminha na crosta terrestre, um inseto que julga ter um rumo, julga viver uma vida, que se acha especial por contribuir com algum tipo de quadro social, mas, no fundo, bem lá no fundo, somos todos fúteis e dispensáveis. A maioria de nós não passa de idiotas, de carne para o abate..."

Na minha opinião, é um bom livro e vale bastante lê-lo, algumas pontas não estão totalmente amarradas, mas a obra promete ser uma trilogia, logo isso faz bastante sentido. Então, que venham as próximas duas partes e sempre seguindo o lema: “Morte e honra!”
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Summy 04/07/2013

Surpreendente
Eu não tinha muita fé na história, mas o livro me surpreendeu enormemente.

Como o Alexandre (escritor) conseguiu ser tão claro, conciso, e ainda assim, ter várias nuances humanas em suas histórias.

Sua escrita é fantástica. Realmente fiquei impressionada com sua qualidade linguística. Seus personagens foram mostrados de forma breve, com pequenos flashbacks de suas vidas antes do dia Z.

O temor que se sente pelos personagens, pois nunca se sabe quem morrerá no próximo capítulo. A ansiedade de saber como acabarão os conflitos foram a melhor parte para mim.

Apesar de ser um volume inicial e não saber ainda quando virão os próximos, eu me envolvi com a história de forma geral completamente.

Recomendo a todos mais um escritor nacional que surpreende na escrita.

site: http://dicasdasummy.blogspot.com/2013/07/resenha-apocalipse-zumbi.html
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Eduardo 31/10/2012

Uma excelente história para fãs do gênero!
RESENHA
Publicada em: http://www.roubandolivros.com/2012/10/resenha-entrevista-apocalipse-zumbi-os.html


Me atreveria a afirmar que Apocalipse Zumbi não é um livro sobre zumbis, mas sobre os humanos sobreviventes. O cultuado diretor George Romero já dava sinais em seus filmes de zumbis que, apesar destes serem o principal elemento das histórias, eram as tramas e desafios que se desenrolam aos que restaram da humanidade que realmente importavam. Callari segue a mesma linha e consegue escrever uma história fantástica, onde a atenção do leitor é completamente presa do começo ao fim, aflito a todo o desenrolar da narrativa.

Na trama, que se passa 4 anos após o "Dia Z", um grupo enorme (para os parâmetros de um mundo pós-apocalíptico) refugiou-se em um antigo centro de treinamento de segurança privada (batizado de Quartel Ctesifonte, ou só "Quartel"). Nele, situações inusitadas e intrigas pessoais desestabilizam gradativamente a harmonia do lugar, influenciado - direta ou indiretamente - na segurança que o local oferece. Do lado de fora, uma legião infindável de zumbis (surgidos de um Apocalipse que ninguém sabe, e sequer se importam, como começou) os aguardam para devorar-lhes as carnes, num ímpeto de fúria e insanidade.

O livro conquista o leitor logo no prólogo. E Callari não tem medo dos fãs mais ortodoxos do gênero, dando sua própria leitora ao "universo Z". Para começar, seus zumbis não são os tradicionais "lerdões" canibais, gemendo e perambulando por aí em busca de carne fresca. Ao contrário, seus zumbis tem características muito peculiares, que lembram os contaminados dos filmes Extermínio e espanhol Rec. Olhos vermelhos, veias salientes, mais fortes e mais rápidos que os não-contaminados. Além, é claro, de serem dotados de uma fúria insana e um implacável instinto canibal. Interessante também observar que o autor trás uma perspectiva obscura dentro do gênero: a do próprio contaminado e de todo o processo de transformação do homem em uma monstruosidade.

O mundo de Apocalipse Zumbi conta também com uma série de recursos à sobrevivência que não costumam haver em outras obras do gênero. Alexandre comentou em sua palestra que fez uma criteriosa seleção do que funcionaria ou não no seu mundo. Isso dá um toque pessoal a trama e ao universo zumbi criado pelo autor, inclusive. Contudo, importante ressaltar aos fãs ortodoxos o fato de que ter eletricidade e água, e não ter celular, por exemplo, funciona sempre em prol da própria trama.

Como disse anteriormente, a história se passa 4 anos após o dia do Apocalipse Zumbi ("Dia Z") e os eventos do livro, em 24 horas (ou quase isso). No entanto, por ter se passado tanto tempo após o começo do caos, Callari termina por criar toda uma "mitologia" ao seu cenário zumbi. Para vocês terem uma ideia, os eventos mencionados no livro, quais que sejam, são "datados" em A.A. e D.A. ("Antes" e "Depois do Apocalipse"). Isso dá para dar uma dimensão do negócio... rsrs. Afinal, um evento tão drástico para a humanidade só poderia dividir mesmo sua história em "antes" e "depois"...

A capa do livro é muito foda, apesar de o livro pecar nas ilustrações internas. Algumas são boas, mas a maioria não são (bastante comentadas, inclusive). Já os capítulos são curtos e a narrativa é muito boa. Particularmente, adoro capítulos curtos por darem um ar meio "cinematográfico" à narrativa, além de torná-la muito mais dinâmica (e dinamismo é algo imprenscindível quase se fala em zumbis... especialmente os que correm!). Contribui também o fato de Callari ter um estilo narrativo flúido e fácil de se ler, o que prende ainda mais o leitor ao livro.
Apesar de muitos aspectos positivos, óbvio que o livro não é perfeito (e não é desmérito algum, pois está para ser publicado um que o é). Em certas situações dentro da trama, o leitor apenas se pergunta "Mas por que diabos esse cara insiste nisso?" ou "Putz, como?!". A motivação dos personagem em certas atitudes é duvidosa e, apesar do "quê" filosófico que Callari dá aos seus personagens (como o próprio protagonista, Manes, inspirado no fundador da corrente filosófica do "maniqueísmo"), algumas coisas parecem não se encaixar. Talvez lacunas (poucas, até) que os próximos livros tratarão de sanar.

Apocalipse Zumbi - Os primeiros anos é o primeiro livro de uma trilogia. O próximo vem em 2013, e já estou muito ansioso pela continuidade. O livro, inclusive, inclui um CD (um "mimo aos leitores", como comentou o autor comigo) que contém músicas de metal (pesado) e com letras em português que remetem diretamente ao livro e suas tramas. Particularmente, gostei bastante do CD, que não deve ser encarado como trilha sonora, mas um "adendo" transmidiático ao cenário criado por Callari.

Eduardo Costa
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Fabricio 27/08/2013minha estante
Eu odiei. Não recomendo nem para os piores inimigos.

Personagens sem carisma, historia arrastada, Machista, cheia de clichês, e péssimo estilo narrativo.

Uma pena.


Tabloide de sangue 28/08/2013minha estante
Simplesmente amei o livro, agora é saber se realmente quem leu, é acostumado com leitura, ou faz pouca causa de quem lê 1 livro por ano e se acha especialista




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