Wagner47 18/02/2024
O assassinato do inacreditável espelho em Rhodes
Obra com Poirot contendo quatro. Geralmente não costumo fazer resenha dos contos e sim de um apanhado total, mas dessa vez resolvi falar de cada um separadamente com uma visão mais geral do que achei.
Média das notas: 2,875
- Assassinato no beco - Nota 3/5
Após uma noite com muitos fogos de artificio, o inspetor Japp convoca Poirot para uma missão. Uma mulher descobre que sua amiga de apartamento se suicidou. Se recusando a aceitar que a amiga faria tal coisa e que toda a cena envolve uma armação, pede por ajuda para que o verdadeiro culpado seja punido por seus atos.
Ele é bem delineado e com desdobramentos bem usuais de um romance policial, mas peca em questão de posicionamento algumas vezes. Porém acredito que houve muito amadorismo de diversos lados, principalmente na cena do crime.
- O roubo inacreditável - Nota 2,5/5
Um documento de extrema importância some de forma misteriosa, uma vez que não existia a menor possiblidade de acontecer isso em uma sala vigiada. Sabemos quem é o culpado e que está naquela casa, juntamente a várias outras suspeitas convocadas para o jantar, mas como incriminá-lo sem provas? Talvez chamar Poirot seja a única solução.
Foi um conto que terminei de forma satisfatória, mas quanto mais eu pensava nele, mais irreal parecia (e falo pela sua credibilidade). Foi uma parada tão abstrata que não consegui nem imaginar a necessidade dele sequer ser um conto. Toda a estrutura do gênero está ali e funciona muito bem juntamente a uma escrita fluida, mas na minha percepção foi algo que nem precisava virar um caso a ser investigado. É como se tudo fosse feito de uma forma complicada apenas para virar uma história.
- O espelho do morto - Nota 3,5/5
Poirot recebe um bilhete de sir Gervase Chevenix-Gore, solicitando que fique atento e que o detetive esteja à disposição de seu solicitante no próximo telegrama. O bilhete em si não choca Poirot, mas a forma como é tratado com extrema arrogância. Quando Poirot finalmente chega ao seu destino, Gervase está morto, tendo cometido suicídio. Após verificar que a cena do crime foi alterada, não demoramos para saber que muita gente tinha motivo para acabar com o velho.
Aqui se destaca o drama familiar que Agatha sabe fazer maravilhosamente bem. Gervase é um personagem magnífico em seu orgulho e loucura e sequer chegamos a conhecê-lo. A narrativa segue no estilo clássico de perguntas e respostas geralmente curtas, cada um sendo entrevistado separadamente
Infelizmente a resolução que o final traz é muito fraca, apesar de motivações plausíveis. Como se toda a circunstância dependesse de muitas variáveis (e dependeu), mas acabar soando como premeditado
- Triângulo de Rhodes - Nota 2,5/5
Poirot está descansando em Rhodes, mas aparentemente ele é um imã para problemas. Ele vê um problema se formando bem na sua frente e que pode trazer consequências trágicas. O que o detetive belga fará para impedir isso? Sendo o menor dos quatro contos, dessa vez temos um triângulo amoroso observado bem de perto por Poirot e outros hóspedes do hotel.
Um problema desse conto é seu tamanho e com isso temos mudanças de comportamentos muito abruptas para o fim do livro. Mas a maior incoerência dele é a inação do Poirot, vendo uma tragédia prestes a acontecer e se recusar a mexer um dedo para evitá-la. O pior ainda é como ele se justifica no final, o que pra mim acaba virando uma mancha no currículo do detetive.
Pontos para a ambientação, que torna uma praia como muito Sol nada convidativa por causa da tensão no ar entre os personagens.