Poemas 1913-1956/Bertolt Brecht

Poemas 1913-1956/Bertolt Brecht Bertolt Brecht




Resenhas - Poemas


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Alê | @alexandrejjr 15/02/2021

É tempo de… poesia?

Bertolt Brecht foi uma figura engajada e complicada - pelo menos em termos de produção literária.

De acordo com uma entrevista dada pelo poeta André Vallias ao podcast da revista Quatro Cinco Um, organizador de outra seleção de poemas pela lendária editora Perspectiva, Brecht produziu mais de 2 mil poemas. Dá para imaginar? Pois é.

Brecht é o típico homem do século XX. Intelectual, militante político (marxista) e artista. Nesta seleção de 260 poemas feita por Paulo César de Souza, os leitores podem se deparar com as múltiplas faces do conhecido dramaturgo: o satírico, o crítico sagaz, o apaixonado, o militante, o criador de elegias (poemas que se dedicam ao luto ou à tristeza, na explicação palpável, ou aqueles produzidos em hexâmetros e pentâmetros alternados, na explicação técnica), entre outros.

E tem uma coisa que é engraçada nisso tudo. Bertolt Brecht é, creio, ao lado de Samuel Beckett, um dos principais dramaturgos do século XX. Mas confesso que não me lembro de ter visto algo baseado em suas peças. Portanto, vocês podem imaginar que eu sabia menos ainda da sua produção poética e, se você também se identifica com essa situação, esse pode ser um bom livro para se ter na estante.

Brecht é, como muito bem definido na contracapa do livro, um poeta-cronista. Sua poesia, de cunho popular e militante, é feita muito mais da vivência que de sentimentos.

São muitos os poemas incríveis e muitos os poemas inertes (afinal, temos aqui 260 poemas) da seleção. Como eu não faço anotações enquanto leio - tenho para mim que a leitura de qualquer livro deve ser sensorial ao extremo, sem paradas ou distrações, leve o tempo que for -, vou falar apenas de dois poemas que realmente me marcaram muito: o belíssimo "Lista de preferências de Orge", que é sucinto e de uma força imensurável, e o pequeníssimo "Se fôssemos infinitos", que termina o livro de forma épica, ambos facilmente possíveis de encontrar na internet. Dois poemas que mostram o poder da literatura em duas páginas, talvez menos, sem precisar de sagas ou volumes intermináveis. Vale a leitura.
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Adriano 05/02/2020

Brecht é atualíssimo
De que Serve a Bondade

1

De que serve a bondade
Quando os bondosos são logo abatidos, ou são abatidos
Aqueles para quem foram bondosos?

De que serve a liberdade
Quando os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Quando só a sem-razão arranja a comida de que cada um precisa?

2

Em vez de serdes só bondosos, esforçai-vos
Por criar uma situação que torne possível a bondade, e melhor;
A faça supérflua!

Em vez de serdes só livres, esforçai-vos
Por criar uma situação que a todos liberte
E também o amor da liberdade
Faça supérfluo!

Em vez de serdes só razoáveis, esforçai-vos
Por criar uma situação que faça da sem-razão dos indivíduos
Um mau negócio!
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null 30/09/2021

Excelente coletânea pra conhecer a obra poética de Bertold Brecht, que é mais aclamado por sua obra enquanto dramaturgo. Diversos poemas de notória sensibilidade sobre a segunda guerra, o nazismo e a situação dos refugiados como o próprio Brecht. Muito bom!
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jota 23/11/2023

Brecht: Poemas: 1913-1956
O nome de Bertolt Brecht (1898-1956) está eternamente associado ao teatro, à dramaturgia, mas o genial autor alemão além de ter publicado dezenas de ensaios dedicados à poesia também escreveu muitos, muitos poemas, dizem que cerca de 2.300. Este livro, com seleção e tradução de Paulo César de Souza, inclui apenas 260 deles, mas como diz a Editora 34, o volume “oferece uma substancial amostra da obra poética de Brecht: baladas, sátiras, canções de amor, versos para crianças, exortações à luta, louvações e elegias.” Ou seja, escreveu praticamente sobre todas as coisas e sentimentos, foi assim um cronista do tempo que viveu. Mas alguns de seus poemas podem muito bem ser aplicados aos dias de hoje.

Reproduzo um trecho de uma sátira alemã, Dificuldade de Governar, lembrando que para um bom entendedor, meia sátira (ou um pedaço dela) basta:

Os ministros não cansam de dizer ao povo
Como é difícil governar. Sem os ministros
O grão de trigo cresceria para baixo, não para cima.
Nenhum pedaço de carvão sairia das minas
Se o chanceler não fosse tão sábio. Sem o Ministro da Propaganda
Nenhuma mulher ficaria grávida. Sem o ministro da Guerra
Jamais haveria guerra. Sim, se o sol se levantaria de manhã
Sem a permissão do Führer
É inteiramente discutível, e se o fizesse
Seria no lugar errado.

Lido entre 17 e 22 de novembro de 2023.
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Zuca 22/04/2009

Dentre as poesias de Brecht, gostei muito da "Soube que vocês nada querem aprender" e "Necessidade de propaganda".
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Viquetoria 17/09/2020

Poemas de diferentes épocas
É nítida a diferença entre as diferentes "fases" de Brecht. Particularmente, minhas partes favoritas foram "1926-1933" e "1933-1938". Também é interessante o conhecimento da linha do tempo do autor (que está no final do livro), e do momento histórico de cada fase.
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Caio380 13/04/2016

Poemas para a revolução
Lindos e revolucionários poemas para serem lidos na urgência de um ritmo de trabalho. Brecht apresenta o resumo do seu tempo marcado por guerras, lutas operarias e a ascensão de governo autoritários de esquerda e direita. Os tempos de Brecht eram sombrios, não muito diferentes do que vivemos por aqui.
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Adriana Scarpin 22/09/2017

Espécie de resumão poético do que aconteceu sociopoliticamente na primeira metade do século XX, é um livro pra se carregar debaixo do braço enquanto clamas por teus direitos. Livrão.
Douglas 14/09/2020minha estante
Comprei recentemente, Adriana. Espero gostar.




Marcelo 09/07/2022

Está seleção de poemas de Bertolt Brecht é bastante abrangente no que diz respeito ao período de criação do autor (como o título já entrega, entre 1913 e 1956), ainda que represente um recorte pequeno das obras escritas neste formato, devido à grande quantidade de material por ele produzido.
Mais conhecido como dramaturgo, o escritor alemão demonstra um estilo que deixa sua poesia muitas vezes próximas de crônicas, abrindo mão frequentemente do lirismo em prol da mensagem.
Ainda que represente um percentual pequeno de sua extensa produção literária, este livro é excelente.
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Cecilia.Rodrigues 21/04/2018

Intenso, triste, alegre e por vezes revoltante.
Como citado na outra resenha é uma deliciosa espécie de resumão poético, recomendo não só a leitura, mas também que comecem do fim, com as explicações sobre as escolhas das obras de Brecht pelo tradutor, e uma pequena biografia do autor, depois voltem as orelhas e o resumo para melhor compreensão e uma ampla visão do período que foram escritas.
Não precisa ter ordem para ler estas obras, do jeito que escolher a leitura vai ser boa, principalmente, ao meu ver o "1926-1933 Poema de um manual para habitantes das cidades" que tem um toque especial de profundidade, encanto e sensibilidade do escritor. Boa leitura!
Douglas 14/09/2020minha estante
Estamos precisando de boas leituras, no momento atual, Cecília.




agathinhadegotham 05/07/2021

Poemas mais atuais do que tudo
Escritos durante a primeira, segunda guerra mundial, período pós guerra. É tudo muito tristemente atual e real, a melancolia, a esperança, de uma pessoa que viveu naquela época, que passou por diversas metamorfoses do século XX, existem diversos poemas (se não todos) que farão o leitor repensar sua realidade e seu mundo VALE NÃO A PENA E SIM A GALINHA TODA
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churchboy 23/08/2023

Nas profundezas da humanidade
Bertold brecht abre o livro de forma chocante, com poemas que se destacam pela frieza e referências claras as guerras, além de 1ue ao longo da narrativa suas obras não mantém uma sinfonia em relação ao período relatado, tendo assim épocas com poemas mais íntimos e outras com a pesada mensagem social.
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gwasem 05/07/2021

Este foi meu primeiro contato com Brecht. Achei ótima a escolha pela disposição cronológica, em faixas de anos, dos poemas. Percebe-se as fases do autor e seu desenvolvimento dialético em face dos eventos históricos, portanto está longe de ser um processo de simples evolução, mas sim de conservação e transformação, ao mesmo tempo, de sua brilhante poesia. Incrível!
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