Fabio Shiva 27/08/2010
Clássico!
Não há palavra melhor para definir essa pequena obra-prima do romance policial. Todos os elementos clássicos estão ali: um misterioso assassinato ocorre na sombria mansão. Todos os presentes são igualmente suspeitos, todos têm um motivo para matar e, aparentemente, algum segredo a esconder. O crime foi cometido de forma fantástica, em um quarto trancado por dentro. Para deslindar o mistério, só mesmo o intelecto superior de um grande detetive. Que sorte que Hercule Poirot estava por perto!
Que cena mais clássica no romance policial que o momento da revelação? Quando o detetive reúne todos os suspeitos para analisar minuciosamente cada possível hipótese antes de finalmente elucidar, com um golpe de mestre, a identidade do assassino!
Clássico dentre os clássicos, não há quem rivalize com Poirot na hora de fazer suas revelações. Ele fica calado ou dá uma de bobo durante o livro todo, largando aqui e ali umas insinuações tão sutis que ninguém entende. Mas quando o homem resolve que é hora de falar...
A cena da revelação em O Natal de Poirot (Hercule Poirots Christmas no original) bem poderia servir de modelo para todos os romances policiais. É simplesmente brilhante! Ou, em uma palavra, clássico!
O livro teve como mote uma fala de Shakespeare, extraída do excepcional Macbeth: Quem iria pensar que o velho tinha tanto sangue dentro de si?
Frase essa que Agatha explica, toda faceira, na dedicatória que faz a seu cunhado James:
Você tem sido sempre um dos mais fiéis e gentis de meus leitores, e eu fiquei portanto seriamente perturbada quando recebi de você uma crítica.
Você se queixou de que meus assassinatos estavam ficando muito refinados anêmicos, na verdade. Você ansiou por um bom e violento assassinato com bastante sangue. Um assassinato onde não houvesse dúvidas de que se tratava de um assassinato!
Então eis a sua história especial escrita para você. Espero que possa agradar.
Imagino que o cunhado de Agatha Christie ficou bem satisfeito. Indeed, Mr. James!!!
(29.04.09)