Guxta 12/12/2021Pantera Cor de Rosa à brasileira...Contém leves spoilers...
5° livro publicado por Jô Soares (2° romance), O Homem que Matou Getúlio Vargas tem um início promissor. Tudo começa com uma excelente construção do protagonista Dimitri Borja Korozec, um anarquista polidáctilo (nascido com um dedo a mais em ambas as mãos) treinado na arte do assassinato; estratégico, conhecedor de venenos, engenheiro de bombas, malabarista das lâminas e exímio atirador. Porém, infelizmente, muito estabanado e, alguns diriam, azarado. Preparado a vida inteira para lutar contra a tirania de líderes ao redor do mundo, Dimo, como é apelidado, passa o livro inteiro tentando realizar o seu primeiro assassinato e assim orgulhar a todos que o criaram. Oportunidades não faltam, levando-o à encontros com grandes personalidades históricas como: Mata Hari, Al Capone e outros.
Muitas passagens trazem momentos de leve humor que, diferente de O Xangô de Baker Street (primeiro romance do autor), não me fiizeram gargalhar. Porém, da mesma forma, diferente de As Esganadas (quarto e último romance do autor), também não me fizeram entortar o nariz. Me lembrou um pouco o humor dos primeiros filmes de A Pantera Cor de Rosa, onde ações totalmente calculadas pelo inspetor Clouseau, vivido por Peter Sellers, acabam dando completamente erradas. Seja por mera coincidência ou por total atabalhoamento.
Mesmo sendo um bom livro, há ressalvas. Jô ainda insiste em utilizar termos desnecessários, perdendo a oportunidade de ser mais simplista em seu texto e mais uma vez pecando pelo excesso de demonstração intelectual. Também há uma aceleração perceptível na história da metade para o final, mudando bastante a estrutura que se seguia, jogando fatos e acontecimentos de forma mais resumida.
Obs: Alguns aspectos se repetem em suas obras, tal qual o uso de anões na trama e de determinadas personalidades.