Berlim Alexanderplatz

Berlim Alexanderplatz Alfred Döblin




Resenhas - Berlin Alexanderplatz


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kiki.marino 31/03/2021

Na loucura não há dor,a consciência é o juiz, carrasco, prisão e morte do malandro (nada de herói) Franz Biberkopf,que só queria viver uma vida decente e acaba sendo tragado pros esgotos humanos de Berlin e a efervescência da cidade urbana e da industrialização e de um novo modelo de vida burguês de conforto do qual todos querem mas poucos alcançam.
Queria ter eloquência critica para para descrever lucidamente as encruzilhadas da vida de Franz o serralheiro,o assassino o cafetao ,marcado como Caim após sair da prisão, conduzido pelas sombras de Berlim, herói?vítima?coitado? Ou só mais um desgraçado cego no mundo,tão ingênuo na mesma medida que a gravidade do seus crimes.
Uma narrativa confusa no início, que constantemente muda para primeira e terceira pessoa, que exige atenção, quase uma quarta parede do escritor, Franz e o leitor. É cru, brutal como as novelas de Zola e detalhista ao extremo de ambiente e psicológico como nas obras de Balzac, mais é um epico com estilo próprio ,do sofrimento e perseverança humana é de Franz que cai e levanta tantas vezes até finalmente sentir...

Um mantra que ecoa durante todo o livro é:
"Não há justiça neste mundo "
Mas a consciência grita e assim nasce o novo Franz, com olhos, bocas, ouvidos, porém sem braço, que não tenta mais bem vencer a "besta " de 7 chifres e se põe no seu lugar da "razao" e insignificância.
O mundo não espera a Berlim entre guerras é um copo a transbordar, numa crueldade ainda maior que virá, dá pobreza,decadência, desemprego, dissidências politicas.

"Um momento de existência ..."
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Paulo 30/06/2020

Expressionismo Alemão
O livro reifica de certa forma os anos 20 da Alemanha em seus personagens. Vadios, ladrões e prostitutas estão presentes nesse que é um dos livros mais vanguardista que eu li. O estilo a trama, e a própria cidade de Berlim formam um panorama decadente da época.
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Valdirene.Silva 04/02/2019

SINOPSE
Berlim, década de 1920. Um cidadão, após cumprir pena durante quatro anos por assassinato, vê-se livre para começar uma nova vida. No entanto, a única convicção que Franz Biberkopf - personagem central desta obra - tem é a de se tornar e se manter decente. No início, guiado por esse forte sentimento, ele consegue andar no caminho do bem - até que algo acontece, ele não sabe dizer o quê, e sua vida acaba seguindo um rumo diferente, mais adverso. 'Berlin Alexanderplatz' foi uma obra da literatura expressionista alemã, em que a expressão do sentimento tem mais valor do que a razão. E o sentimento da época era o de uma nação derrotada e humilhada, o que contribuiu para que Alfred Döblin desse voz a esse desafortunado personagem.

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Thiago Varjão 28/05/2016

1928, a serpente põe seus ovos em surdina que, em breve, choca o dragão da humanidade, renascer, florescer e destruir-se em uma Nova Era, um cidadão comum que sai da cadeia após quatro anos... Berlim: desempregados, inflação, fome, um levante de miseráveis, classe operária desestruturada; marxistas, nazistas, judeus, prostitutas, homossexuais, bêbados e viciados são um só espírito, uma só nação-mãe com sete cabeças e dez chifres da puta-mor Babilônia, onde existe uma ceifeira que se chama morte, e nesse cenário se percorre a cidade ao lado de Franz Biberkopf ex-operário, cafetão, ladrão, receptador, ex-entregador de jornais da frente nacional socialista dos trabalhadores alemães (mais tarde seria chamado de Partido Nazista) e assassino... um homem fascinante, inocente e decente até a última gota de sangue... um passeio pela decadência alemã abraçada com a marginalidade das ruas esfaimadas, do romantismo no espancamento da mulher sedenta em amor, da violência traiçoeira por todos os lados, da ingenuidade infantil, da redenção, sem arrependimentos em mundo onde todos são feras, do broto podre que exala um estado de sítio, num misto onde carne e sangue se enlaçam no mais puro e vibrante amor... o braço forte que se ergue com o martelo a bramir na fronte dos cordeiros, “nu saí do ventre da minha mãe, e nu tornarei para lá. Deus me deu, e Deus tirou; bendito seja o nome do Senhor”, amém, Jó moderno Biberkopf, entre a espada de Deus e o machado do Satanás... Berlin Alexanderplatz onde o homem vive à margem da vida, uma obra-prima, certamente está no panteão dos 30 melhores livros que já li na vida...
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Ricardo Rocha 01/02/2012

uma experiência inesquecível. ver o filme de Fassbinder, outra ler o livro. as obras se completaram de modo perfeito. as tais duas linguagens que não se podem comparar: se conciliaram. o livro é quase um filme. tem elementos de filme. montagem, colagem, vários focos narrativos. contempla a cidade e época e o protagonista. a crise econômica, desempregados. prostituição e carência afetiva. violência e riquezas. contraste entre esses mundos. o indivíduo perdendo lugar para a metrópole. destino deixando de ser pessoal. a escrita de doblin se beneficia confessadamente da tragédia grega e de joyce mas seu legado é maior que as referências. a vitória e a derrota pessoal, a decência individual e a moral do mundo: rataplan. o peixinho dourado brilha no aquário. a sobrevivência não tem lugar na mídia.
"voce vai ter que ficar de olho, mietze"
"mas eu não sei como"
como assim não sei?
não sei como fazer
por Deus criatura não chore
essa não, fazer uma cena dessas
sua tonta.
voce não merece o franz








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BIU VII 30/01/2012

Alemanha
Retalhos de fatos, idéias, vidas convergem para um final comum, afinal Biberkofp, aliás sua trajetória de vida, forma uma colcha comum que são os anos entre guerras na Alemanha, já em 1928 ele sentia que aqueles modos de vidas não iam acabar bem como não acabou. O Livro é sensacional pela sua história, pelo estilo retalhado e inovador como Döblin escreveu e merece Cinco Estrelas e vai para minha lista de favoritos. Mas um que bateu comigo.
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Ricardo Rocha 19/09/2011

Frank Biberkopf passou por maus bocados na prisão e também quando libertado, teve pesadelos e esteve impotente, mas agora pode-se dizer que realmente voltou, que está realmente livre pelas ruas de Berlim, desejando apenas ser um homem decente. Com essa aparentemente tênue estrutura, Doblin cria sua obra-prima, que é literária, filosófica e – por que não? – religiosa. Como disse ele próprio, o livro começa com uma certeza e termina com uma dúvida. Por que alguém não poderia tornar-se bom, se tão-somente assim o desejasse? O Dr. Alfred Doblin sabe que se trata de oferecer-se ao sacrifício. Baseando-se na linguagem falada de Berlim (que implicará em soluções mais ou menos atraentes na tradução para o português) e supondo um destino humano, deixando que as velas do monólogo interior então apenas reconhecido em Joyce – que todavia o credita a Dujardin – soprar em suas velas, Berlim Alexanderplatz é um encontro e mais que um reencontro. Em que momento um homem é livre? Se ele não acreditar em nada mais neste mundo, como poderá tomar o rumo da plena liberdade? Mas se é livre por se forçar a acreditar, qual será o preço?
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