naju 12/07/2021
não tinha expectativas, mas n achei que ia ser TÃO ruim
primeiro, eu gostaria de dizer que esse é um livro surpreendente
não achei que uma protagonista poderia me irritar na primeira página: ela me irritou
pensei que torceria por eles em algum momento: eu não torci
e quando eu achei que não podia piorar: ele piorou. E muito
Para ser justa, eu vou começar com os pontos positivos do livro, já q são muito poucos:
Cenário- eu realmente gostei da descrição de lugares, e até certo ponto me ajudou a não abandonar a leitura. Tudo bem que não é nada muito profundo, mas seria incompatível com a capacidade intelectual bem limitada da protagonista, então ponto para a autora.
o comentário sobre o uso de doenças como plot também foi legal, uma pena que não passou disso, e poucas páginas antes a autora tinha feito a mesma coisa que criticou. As aulas sobre tradução também poderiam ter rendido alguma coisa, se a Anna fosse capaz em pensar em qualquer coisa que não fosse o quanto a vida dela é miserável em Paris.
agora, oq eu não gostei (todo o resto)
Anna- Deus que menina insuportável, eu pensei que não era possível a autora criar uma personagem tão prepotente e mimada na primeira página do livro e não apresentar nenhuma evolução no decorrer dele. Mais uma surpresa pra mim. A Anna é o ápice da ignorância, ela é mandada para estudar em um internato em Paris pelo pai contra sua vontade, e tudo que ela sabe fazer é reclamar por não saber a língua, por não querer estar lá, pelo CLIMA não estar cooperando com ela. Até me surpreendi ao descobrir que ela não foi rica a vida toda, e tecnicamente ainda não era. Inclusive, gostaria de dizer que nós temos a mesma idade e eu me sinto OFENDIDA de ser comparada a alguém tão intragável. Ela é simplesmente medíocre em tudo, mas todos passam a mão na cabeça dela e juram que seus problemas são realmente importantes, porque devem ter medo que ela se jogue no chão. Até fico feliz por ela não ter evoluído, porque a cada "realização" dela, ela se tornava vai esnobe (oq fica bem claro em uma cena que ela volta para casa). Anna é extremamente dramática com tudo, e quando dois personagens fazem algo que ela vinha fazendo o livro inteiro, ela chora e diz que "acabaram com a sua vida".
Isso sem falar da artista cult que ela é, fazendo críticas sobre filmes e criticando o trabalho do próprio pai, pena que para ela o cinema so exista nos EUA, e mesmo estando na França ela não faça o mínimo esforço para aprender sobre a cultura deles.
plot de traição- o livro gira em torno disso, e além do meu desgosto pelo tema, a autora teve a ousadia de colocar a culpa até nas roupas que a namorada do St. Clair usa
acho que ela percebeu o quão podre essa relação era e tentou tirar Anna e o franguinho inglês (créditos pra @judeswrath pelo apelido) da reta.
Pior, ainda faz parecer algo romântico o fato dele estar sempre pensando na Anna enquanto estava com a namorada.
Ainda por cima, a explicação do porque ele não terminar com ela foi absurda, e tirou qualquer respeito que eu ainda poderia ter pelo personagem: o coitadinho não queria ficar sozinho. Não sei de quem eu tenho mais raiva, dele (pq por mais que ele insista, traição não se resume a contato físico), ou da Anna por se prestar e insistir nisso (ela sempre devolveu os flertes dele, mesmo sabendo que era errado, e so se lembrava da existência da namorada quando era conveniente).
St.Clair- eu ainda não sei oq eu deveria ver no Rodrigo Hilbert de Chernobyl para ter alguma simpatia por ele. Ele é tão mimado quanto a Anna, não tem nenhuma responsabilidade afetiva e faz birra quando as coisas não saem como ele quer. Se tirasse seu deboche com distúrbios alimentares (vou falar disso daqui a pouco), sua namorada e sua sindrome de coitadinho que não sabe tomar decisões, não sobra nada além de um esboço de ser humano. A autora até tenta dar alguma profundidade a ele com seus problemas familiares, mas é tão jogado, tão usado como uma justificativa para o seu comportamento, que eu so pude ter raiva dela por fazer algo que, algumas páginas depois, ela estaria criticando
Personagens secundários: inexistentes. Bom, eles até existem, mas só. Ninguém parecia realmente ter uma vida além da Anna, e nos poucos momentos em que isso era abordado para trazer a Anna de volta a realidade onde nem tudo gira em torno dela, logo depois era deixado de lado para focar na nossa filha da Regina George com o Trump.
Plot- a história vai de nada para lugar nenhum. Poderia ser sobre uma evolução pessoal, mas Anna continua sendo uma chata. Poderia ser so um romance fofinho, mas o casal é podre, e o meis perto que eu cheguei de torcer por eles foi no final, quando eu já nao aguentava mais essa tortura e queria que tudo acabasse logo.
agr, o principal, as problemáticas
no início, eu estava disposta a relevar o slut shamming q acontece logo no início ("linguagem oficial de biscate") mas esse livro tomou tantos rumos péssimos e chegou tao fundo no poço que so nao encontrou petroleo pq isso seria algo bom, e a autora parecia dedicada a sugar minha felicidade
entao so vou deixar isso
(esses sao apenas quotes exemplificando, n significa que so aconteça uma vez no livro)
deboche com distúrbios alimentares:
"A menos que você seja uma daquelas garotas que nunca comem. Não consigo tolerar isso, me desculpe."
xenofobia:
"se eu não tivesse percebido que estava na França, teria percebido agora. Isso porque Like water for chocolate tem muito sexo. Muito sexo."
lesbofobia:
"A detenção foi dividida injustamente porque me recusei a dizer a ela o que Amanda disse. Porque odeio essa palavra. Como se o fato de ser gay fosse algo para se envergonhar. Como se o fato da Mer gostar de esportes a transformasse automaticamente em lésbica." (entao pq vc odeia a palavra linda?)
Alem disso, a unica personagem não branca do livro é tida como raivosa e temperamental, e a Anna até chega dizer que gostaria q ela fosse mais parecida com sua outra amiga (q é loira, diga-se de passagem), enqnt a Mer, o outro projeto de Taylor Swift, era hostil com ela só por um garoto q NAMORA.
"Sabe, Rash, você é tão grosseira como aqueles novatos estúpidos do meu andar."
"Queria que Bridge estivesse aqui. Queria que St. Clair não estivesse com Ellie, que Ellie não tivesse magoado Rashimi e que Rashimi fosse mais parecida com Bridge. E queria que Bridge estivesse aqui."
enfim, dei 0,5? pela coragem de publicar e pela primeira vez não recomendo que leiam para tirar as proprias conclusões, os quotes acima falam por si mesmo. Não acredito que me torturei dessa forma e me sinto uma palhaça por ter gastado meu tempo.