Queria Estar Lendo 28/03/2015
Resenha: Anna e o Beijo Francês
Eu não... Sei como escrever essa resenha direito. Não consigo. Sou humanamente incapaz de expressar todas as emoções que Anna e o Beijo Francês passou pra mim, mas foram muitas. MUITAS. Tantas a ponto de se tornar um dos meus YA's favoritos, junto de Fangirl, Um Amor de Cinema e qualquer outra coisa fofa que eu tenha lido até agora. STEPHANIE PERKINS, VOCÊ ARRUINOU A MINHA VIDA! Te amo por isso.
Anna Oliphant está sendo forçada a se mudar para a França. Forçada, sim, porque seu pai, um famoso autor de romances dramáticos (Nicholas Sparks feelings, mais precisamente) acha que ela precisa aproveitar seu último ano do Ensino Médio numa escola aclamada - depois de conseguir a vaga lá, e sendo obrigada a deixar tudo que conhece para trás em Atlanta (e por tudo que conhece lê-se sua melhor amiga, Bridge, e o seu possível futuro namorado, Toph). Na França, no entanto, nada é tão sombrio e solitário como Anna imaginava - ela se aproximava de Meredith e de seus amigos. Principalmente de Étienne St. Clair, que, infernos, vai acabar se mostrando uma amizade deliciosamente complicada.
"Ele é Étienne. Étienne, como na noite em que nos conhecemos. Ele é Étienne; ele é meu melhor amigo. Ele é muito mais."
Deuses eternos, o que falar desse livro? Como explicar a história adorável que foi a da Anna? (Anna, que se tornou uma das protagonistas de YA que eu mais amo, só perdendo pra Cath de Fangirl. Ou não. As duas são maravilhosas, eu quero chorar.).
A narrativa da Stephanie é toda querida. Do tipo que te faz querer se jogar no chão guinchando sons de pterodáctilos morrendo. Ela tem um jeito muito fofo de contar a história pelo ponto de vista da Anna. Um jeito tão diferente e cuidadoso que te faz ver os arredores como se estivesse mesmo passeando pelas ruas de Paris. Como se pudesse ver St. Clair com seus olhos, como se tivesse sido forçada a se mudar para a França na companhia da senhorita Oliphant.
"Gostaria que amigos andassem de mãos dadas com mais frequência, como as crianças que vejo nas ruas às vezes. Não estou certa do porquê de termos de crescer e nos envergonhar de fazer isso."
Eu adorei a brincadeira com o nome da Anna, aliás. Banana Elefante. O fato de ela colecionar elefantes e bananas por causa da amiga dela e presentear Bridge com várias pontes por causa do nome dela, achei tão bizarramente criativo! A Perkins tem muito disso. Piadinhas e tiradas e comentários bobos, mas muito perspicazes, que criam um humor excelente na história.
"Aha! Luke Skywalker! O que não tem uma mão, mas tudo bem. Amidala e Luke se beijam. Espere. Ela não é a mãe dele? Eu jogo Luke para o lado como se ele tivesse me ofendido pessoalmente."
O que eu mais amei, claro, foi a relação da Anna com o Étienne. O rapaz é um misto de francês, inglês e americano - o que gera vários comentários engraçadinhos por parte da Anna - e tem toda uma presença marcante e personalidade parecida com a dela. O único problema é que ele namora. Porque claro que minha vida de shipper não pode ser completamente feliz!
"Desculpe, chefe Pierre. Estou um pouco distraída por causa desta obra-prima de garoto inglês, francês, americano."
Étienne e Anna desenvolvem, ao longo daquele ano estudantil, uma ligação fortíssima. O romance não está destacado em letras garrafais, mas você consegue sentir ele crescendo conforme os dois se aproximam. Consegue entender as dúvidas da Anna, as hesitações e questionamentos dela, e o receio de se aproximar demais. Afinal de contas, Étienne está ou não apaixonado de volta? Será que é tudo coisa da mente dela?
"É possível que lar seja uma pessoa e não um lugar? Bridge costumava ser meu lar. Talvez St. Clair seja meu novo lar."
Étienne, aliás, EU QUERO ME CASAR COM ESSE MENINO ASFJKBASIGBGBASO achei que nenhum mocinho de YA me faria surtar mais do que o Levi, de Fangirl, ou o Shane, de Um Amor de Cinema, MAS EU ERREI VIU? PORQUE ST. CLAIR! Ele é tão... TÃO. Todo engraçadinho e melhor amigo pra todas as horas, meio quebrado por coisas envolvendo a família, receoso e um pouco misterioso - porque, sendo pelo ponto de vista da Anna, a gente nunca tem certeza do que o St. Clair está sentindo. As duas únicas coisas certas a respeito dele é que: 1) o sotaque é uma delícia e 2) eu queria poder morder as bochechas desse menino!
"Adoro sua risada de menino, suas camisetas amassadas e seu gorro de crochê. Adoro seus grandes olhos castanhos e o modo como ele morde as unhas, e gosto tanto do seu cabelo que eu poderia morrer."
O grupo de amigos formado por Mer, Josh, Rashimi, St. Clair e Anna se mostrou muito querido. Apesar do romance e do foco no crescimento da protagonista-narradora, os coadjuvantes nunca são apenas plano de fundo. O casal Josh/Rashimi tem vários momentos importantes - principalmente a Rashimi em determinado momento tenso da trama - e a Mer é uma fofa. Tem uma problemática grande envolvendo ela e dois personagens em determinado momento da história, mas não vou contar pra não estragar a surpresa.
Este livro da Stephanie Perkins conseguiu roubar o primeiro lugar de YA favorito da minha vida, sim. Talvez a trilogia (Anna, Lola e Isla) ocupe esse topo do pódio ao fim das leituras, porque já comecei Lola e estou apaixonada pela personagem e pela história dela logo nos primeiros capítulos. Sinto que vai ser o meu favorito da trilogia. Logo tem resenha!
Sobre a edição brasileira, preciso falar que a capa me incomodou MUITO. Não gosto da montagem dela e nem do photoshop e nem de nada. A americana é aquela coisa linda toda especial pra coleção e não sei se já existia na época em que o livro foi lançado aqui, mas prefiro muito mais. A tradução está boa e encontrei poucos erros, mas senti que o português tirou parte da magia do texto. As piadinhas sobre o sotaque do Étienne, algumas tiradinhas que com certeza têm sentido em inglês... Não é culpa da edição daqui, claro, mas ainda quero ler o original pra me sentir ainda mais na história.
Pelo amor dos deuses, VÁ LER A TRILOGIA DA PERKINS!
"Pela primeira vez desde que cheguei em casa, estou completamente feliz. É estranho. Casa. Como eu pude querer estar aqui o tempo todo, só para perceber que ela se foi. Estar aqui, tecnicamente na minha casa, e descobrir que minha casa agora é em outro lugar."
Link original da resenha: http://migre.me/pcXL3