As Asas de um Anjo

As Asas de um Anjo José de Alencar




Resenhas - As Asas de um Anjo


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Rafaelle 29/11/2020

As asas de um anjo
As asas de um anjo é uma peça de teatro escrita por José de Alencar em 1958 e que foi proibida pela polícia após poucas apresentações por ser considerada uma peça imoral. Confesso que foi foi ler sobre essa censura que me deixou curiosa para saber o que era tão escandaloso em As asas do anjo e me levou a ir atrás da peça para lê-la. 

A peça acompanha a história de Carolina, uma jovem de família simples que se deslumbra com as promessas de amor e de uma vida de luxo feitas por Ribeiro. Apesar dos conselhos de seu primo Luís, que é secretamente apaixonado por ela, Carolina foge com Ribeiro e se torna sua amante. 

De amante de Ribeiro, Carolina passa à prostituta de luxo. A peça acompanha a trajetória dela até a sua redenção. Carolina é uma personagem interessante, ao invés de moça ludibriados que precisou se tornar prostituta por não ter para onde correr, temos uma mocinha que tem diversas chances de redenção durante a trama mas que se recusa a mudar de rumo frequentemente devido às suas ambições. Ela se torna cética em relação à sociedade e é através das falas dela que José de Alencar tece suas maiores críticas à hipocrisia da sociedade da época. 

"Que importa que esses senhores que passam por sisudos e graves nos condenem e nos chamem perdidas?... O que são eles?... Uns profanam a sua inteligência, vendem a sua probidade, e fazem um mercado mais vil e mais infame do que o nosso, porque não tem nem o amor nem a necessidade por desculpa; porque calculam friamente. Outros são nossos cúmplices, e vão, com os lábios ainda úmidos dos nossos beijos, manchar a fronte casta de sua filha, e as carícias de sua esposa. Oh! Não falemos em sociedade, nem em virtude!... Todos valemos o mesmo! Todos somos feitos de lama e amassados com o mesmo sangue e as mesmas lágrimas!"

Essa é uma peça de leitura rápida e que vale a pena ser lida. Não é à toa que tenha escandalizado a sociedade da época. A peça esfregou a hipocrisia e a falsidade da sociedade na cara deles. Mesmo com algumas coisas quanto ao final não terem sido como eu desejaria que fossem, entendo que era o final mais feliz possível para a época em que foi escrita. E olha que mesmo assim a peça incomodou e muito, afinal, onde já se viu uma prostituta ter um final que não fosse trágico? 

"Luís ? Não fale assim, Carolina; a sociedade perdoa muitas vezes.
Carolina ? Perdoa a um homem como este; recebe-o sem indagar do seu passado, sem perguntar-lhe o que foi; contanto que tenha dinheiro, ninguém se importa que a origem dessa riqueza seja um crime ou uma infâmia. Mas, para a pobre moça que cometeu uma falta, para o ente fraco que se deixou iludir, a sociedade é inexorável!
Por que razão? Pois a mulher que se perde é mais culpada do que o homem que furta e rouba?"
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EXPLOD 02/03/2019

Cadê José de Alencar?
Para minha decepção, não encontrei José de Alencar nesta peça! Pelo menos não segundo minhas expectativas.
Aqui surge o tema da cortesã que mais tarde foi explorado em Lucíola, inspirado, por sua vez, em A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho.
Eu, particularmente, não gosto muito do tema: muito melodramático. A lição de moral e a representação dos costumes é interessante, mas, fora isso, é entediante! Mal consegui ler até o final de tão ruim. Péssimo! Infelizmente.
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Dudu 18/11/2023

A mulher que se perdeu... (revirando os olhos)
Esse daqui foi sofrido de ler tudo, muito cansativo e com um quê moralizante bem acentuado. Acho que um dos poucos méritos dessa peça é o de ter uma personagem que se assemelha bastante a Aurélia Camargo, de Senhora, que neste caso é a Carolina. Interessante como nesta personagem a gente tem um pensamento bastante contemporâneo em relação a como a mulher é submetida a tantas coisas injustas na sociedade, se comparada ao homem. No entanto, parece que a tese da "razão" é sempre aquela que se contrapõe à da Carolina, que traz uma série de argumentos idealistas e chulos sobre os deveres da mulher, suas virtudes, etc. etc. Sei que é o pensamento corrente da época, mas nem por isso deixa de ser cansativo ler essas coisas.
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Lerica 07/05/2023

Esta é a terceira peça escrita por José de Alencar, mais tarde, após três representações, foi censurada por ir contra a moral.

Neste texto teatral, Alencar traz a história de Carolina, uma jovem pobre que sonha em conhecer os teatros e a vida luxuosa da corte, no entanto, sua condição financeira não permite tal ato, mas com a ajuda do sedutor Ribeiro, Carolina foge de casa, deixando seus pais e o homem que a ama incondicionalmente.

Mas a vida se mostraria mais difícil que a jovem poderia imaginar, a rejeição social pela mulher que escolhe os prazeres da carne a pureza da alma e os golpes a qual sofre, acabam levando a jovem ao abismo e pobreza.

Neste momento, seu primo reaparece na intenção de dar um nome a ela e sua filha, restituindo a dignidade que perdera.

E assim, Alencar nos mostra uma de suas primeiras figuras importantes femininas.
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