Pattr_ 26/10/2022
Leminski é poesia até mesmo sem querer
Dentre os poetas das décadas de 60 e 70, Leminski é o meu favorito. Antes fosse somente pela sua crível capacidade de contar tudo com muito pouco, mas é também pela sua plasticidade com as letras, o modo de como ele cria e recria sentido, feito um mago, um bruxo; ou no caso, um samurai.
Versos não são necessários, tampouco acentos, pois o "bicho alfabeto" é suficiente. Leminski ensina que poesia é tudo que se queira o ser. Até mesmo uma folha em branco. Diante de séculos de "etiqueta" e método poético, suas fórmulas e dogmas são, não ignorados, mas apenas retrabalhados, retidos, re-alguma coisa.
Aliás, para se ler Leminski é preciso saber que ele faz poesia quando se menos espera, e a qualquer momento alguma poesia nova pode surgir em outra já escrita. Para os que irão se aventurar nessas páginas, recomendo uma dose de excentricidade, e por que não, alegria.