Jessica Alves 14/07/2022O livro contém dois textos.
O segundo texto, que não me cativou muito, é uma história curta, contada de maneira poética sobre um porta-estandarte.
O primeiro é composto por cartas enviadas por Rilke para Franz Xaver Kappus. (Em 1903) Nas cartas ele aconselha o amigo e aspirante a poeta a respeito da arte, da poesia, do amor, da solidão, dentre outros. É uma leitura rápida, mas que traz várias reflexões pertinentes ainda hoje em dia. O trecho que mais me chamou a atenção foi a visão não machista do autor a respeito das mulheres (tô tão acostumada a ver trechos antigos carregados de machismo, que quando vejo um que não é, fico admirada):
"Esta humanidade da mulher, levada a termo entre dores e humilhações há de vir à luz. (...) Ali está a moça, ali está a mulher cujo nome não mais significa apenas uma oposição ao macho nem sucitará a ideia se complemento e de limite, mas sim a de vida, de existência: a mulher-ser-humano. (..) Este progresso há de transformar radicalmente (muito contra a vontade dos homens a quem tomará a dianteira) a vida amorosa hoje tão cheia de erros numa relação de ser humano para ser humano, não de macho para fêmea."