Lygia 29/01/2012A garota do espelho de Prata - Laura M. CastroLaura Castro conseguiu me surpreender com 'A garota do espelho de prata', e quase nos 45 minutos do 2º tempo, seu livro entrou para a minha lista de favoritos de 2011. É extremamente gratificante elogiar um livro nacional.
Anne mora em um país em guerra: de um lado temos o poderoso ditador Nicolau e do outro, os rebeldes K.F.(Kingdom Fighters) e L.K.F.(Little Kingdom Fighters). O primeiro grupo é formado por 'rebeldes' já adultos, sendo que alguns são dotados de magia e outros são treinados para combate. O segundo grupo, por sua vez, é formado por crianças que ajudam os adultos com trabalhos menores, como colheita, treinamentos, entre outros. A protagonista, cheia de vida e energia, é uma maga que precisa esconder seus poderes, assim como várias outras pessoas do acampamento dos K.F. e L.K.F., para não serem recrutados por seu governador tirano, que instaurou o denominado Novo Regime.
Como se não bastasse viver em uma época de Guerra Civil, Anne ainda enfrenta o que talvez seja o maior dos seus problemas: ela sofreu um acidente aos 11 anos de idade, algo que lhe rendeu uma cicatriz e a perda das lembranças de todos esses anos da sua vida. Encontrada pelos K.F. e agora com 16 anos, vive junto ao acampamento dos rebeldes relativamente bem, próxima aos seus amigos e ajudando no que pode. Mas muitas dúvidas pairam em sua cabeça, incluindo as principais: quem ela é, o que houve com sua família e porque, de repente, ela se vê envolvida no enigma da aparição de uma garotinha em um espelho em uma velha casa abandonada.
A história se desenvolve de uma maneira simples, rápida e muito gostosa. Fiquei muito curiosa com o enigma da garota do espelho e o que isso poderia ser relacionado ao passado/presente de Anne. Devorei o livro rapidamente e, sinceramente? Nunca adivinharia a reviravolta do final. Achei sensacional. O enredo é bom, porém, acho que a 'guerra' ficou como pano de fundo e a história focou-se demais na Anne. A autora poderia ter trabalhado melhor os seus elementos e o livro poderia ter mais páginas sem maiores problemas.
Uma coisa que me incomodou bastante foi essa nomenclatura K.F. e L.K.F. Achei desnecessário os nomes serem em inglês, algo que a autora parece apreciar bastante, pois, a narrativa apresenta fragmentos musicais no decorrer do livro, e todas são estrangeiras. Isso, particularmente, é algo que não me agrada.
Pela idade da autora quando escreveu o livro (14 anos), achei tudo muito bem construído e pensado. Pontos positivos para a Laura Castro. Hoje, mais madura aos 18 anos, a escritora deve ter desenvolvido ainda mais seu potencial. Assim que tiver oportunidade, gostaria de ler mais livros dela.