Como curar um fanático

Como curar um fanático Amós Oz




Resenhas - Contra o Fanatismo


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Gustav.Barbosa 03/03/2024

Amós Oz nos oferece algumas centelhas de esperança ao refletir sobre o fanático e sua possível cura. Para ele, dois antídotos primordiais para o fanatismo seriam a curiosidade e o humor. "Nunca vi em minha vida um fanático com senso de humor, nem nunca vi uma pessoa com senso de humor tornar-se um fanático", ele escreve.

A capacidade de imaginar o outro como um indivíduo e não como um soldado das linhas inimigas também é um exercício sempre necessário para nos mantermos longe do fanatismo. E uma forma de conseguir isso é por meio da literatura. A boa literatura nos abre a novos horizontes, novas perspectivas e ideias.

O autor finaliza o livro apresentando uma forma de pensar o ser humano como uma península. "Nenhum homem é uma ilha, mas cada um de nós é uma península, metade ligada ao continente, metade voltada para o mar; metade ligada à família e amigos e cultura e tradições e país e nação e sexo e língua e muitos outros laços. E a outra metade quer ser deixada só e ficar voltada para o oceano." É importante compreender que cada pessoa não é apenas o conjunto de crenças e valores que seu grupo ou governo representa. É importante ver o outro como tal.
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Pilar 21/02/2024

Escutar não é concordar.
Livro com algumas das opiniões políticas de Amos Oz escrito de uma forma muito leve, quase oral. Dá a sensação de conversar com um amigo, e confiar nessa espécie de companhia me ajudou a desenvolver ritmo de leitura!

Alem desses há outro ponto positivo no livro: pode ser um início fácil pra quem começa a se aproximar de outras influências judaicas e do oriente médio.

Amos Oz tem autoridade sobre o tema não somente por ser uma grande voz da literatura israelense. Ele também foi profundamente envolvido, ativo e pessoalmente afetado pela história recente (de que ele foi contemporâneo). E ele oferta ao público parte de si, de suas visões de quem tanto testemunhou quanto viveu o assunto, guerreou, mudou de ideia, foi criticado mas também abraçado.

Pode ser positivo pra atrair leitores falar disso sem o peso de um linguajar acadêmico? mas também sem os mesmos métodos. Aí é que começam os pontos negativos. Porque é claro que artistas podem falar sobre temas do nosso mundo sem usarem certos crivos científicos, mas cabe a quem vai ler filtrar com muita atenção o que está sendo dito, ou não, e como.

E eu filtrei essa leitura menos com o olhar de curiosidade que o autor preconiza e mais com o olhar da simpatia, mesmo. Eu já li querendo gostar do que ia ler, querendo fortalecer relações com os professores que me indicaram essa leitura e com as pessoas dessa cultura, querendo respeitar o tipo de proposta que o livro traz. Minhas chances de me decepcionar eram grandes.

Não adianta enumerar aqui as minhas muitas discordâncias:

O autor é um israelense judeu sionista de esquerda com pensamento liberal que opta por defender dois estados. Pra argumentar ele apaga a correta solidariedade de muitos países que acolheram refugiados (pág 22), apaga séculos de convivência pacífica entre palestinos e outros povos árabes, bem como palestinos e judeus (pág 36), apaga a participação inglesa na criação de seu país (pág 37), mescla diferentes conceitos territoriais como o país Israel e a terra de Israel (pág 45), não nomeia o Nakba (pág 51), fala sobre dois lados como se não houvesse uma enorme diferença de poder (financeiro, bélico, políticos, etc) entre o país Israel e a Palestina (pág 53), fala sobre a necessidade de remover a maior parte (porém não todos) dos estabelecimentos criados na Cisjordânia (pg56)?

Essas são minhas anotações nos cantinhos do livro e se eu tivesse tempo de reler hoje em dia eu explicaria com mais minúcia os vários pontos problematicos na escrita de Amos Oz. Mas durante sua vida ele já ouviu e superou críticas, com muito mais dedicação do que as minhas, vindas de colonos conservadores e de extrema direita. Por isso prefiro nem reler e apenas lembrar que eu pude curtir muitos de seus contos, romances e entrevistas antes de chorar sua morte lá em 2018. Afinal, não precisamos concordar pra sermos capazes de nos escutar uns aos outros.

Paz e bem.
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Thaís 14/01/2024

Um ensaio lúcido sobre a questão da disputa territorial entre Israel e Palestina que levanta pontos importantes sobre os dois lados do conflito. Não sei quão relevante ele permanece nos tempos atuais, dada as novas circunstâncias na região, mas vale a leitura para aprofundar e complexificar nossas perspectivas.
Louise F 15/01/2024minha estante
eita como resenha!!!!!




Matheus656 24/12/2023

Livro que trata sobre as polarizações, preconceitos e convicções cegas.

Sob o contexto do conflito Israel e Palestina, apresenta reflexões em torno de uma possível solução entre as partes, levando o leitor a pensar sobre os principais motivos para existência dos extremismo em ambas nações.

Livro excelente para se ler, principalmente ao levarmos em consideração os últimos anos que o Brasil tem vivido entre conflitos políticos e ideológicos.
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myhtuck 11/12/2023

Como curar um fanático
"Desde a minha infância em Jerusalém, tenho me perguntado como seria ser um palestino, refugiado ou não. Como seria viver na pele de um palestino. Abrigar as memórias de um palestino. Sonhar os sonhos palestinos."

Nota: 5/5
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AndrAa58 02/12/2023

Ponto de vista de um judeu israelense pacifista
Amós Oz emprega uma abordagem única ao entrelaçar suas experiências pessoais com reflexões profundas sobre o fenômeno do fanatismo. Sua perspectiva como judeu israelense proporciona uma visão que eu nunca havia imaginado. Quando criança, ele foi um fanático do lado judeu no conflito Israel/Palestina, o que, segundo ele, o capacita a abordar o fanatismo com uma compreensão íntima de suas origens, motivações e, mais importante, oferece insights sobre como lidar com essa mentalidade radical.

Pequeno spoiler à frente: Uma das "curas" propostas por Oz envolve a literatura, e entre os antídotos estão o humor, o ceticismo e a argumentatividade.

Oz explora as raízes do fervor extremista, não apenas em contextos políticos e religiosos, mas também em níveis pessoais e sociais.

"O fanatismo é mais antigo que o Islã ou qualquer outra religião, sistema político, ideologia ou crença no mundo. O fanatismo é, infelizmente, uma parte onipresente da natureza humana."

"A essência do fanatismo reside no desejo de forçar outras pessoas a mudar."

"Acredito que a síndrome de nossa época é a luta universal entre fanáticos, todos os tipos de fanáticos, e o resto de nós. Entre aqueles que creem que seus fins justificam os meios, todos os meios, e o resto de nós que julga que a vida humana é um fim em si mesma."

Ao se curar do extremismo de sua infância, Oz avança para a militância pacifista, tornando-se politicamente ativo na busca pela paz. Ele acredita que a única forma possível é através do compromisso e da concessão de ambos os lados, referindo-se ao conflito como uma "disputa imobiliária".

"Não existe alternativa a uma solução de dois estados, Israel e a vizinha Palestina."

Alguns argumentos e posições do autor chamaram minha atenção:

- Tanto judeus quanto palestinos são vítimas da Europa. Os judeus foram perseguidos e expulsos, sem contar o Holocausto. Os palestinos tiveram sua terra conquistada, dividida e tomada. Na perspectiva do autor, nenhum dos dois povos tem outro lugar, e não há solução possível que não lide com a questão dos refugiados palestinos e a criação de dois estados.

- Não há como ser contaminado (o autor vê o fanatismo como um vírus com alta capacidade de transmissão) com o extremismo se mantivermos o senso de humor, conseguirmos ser críticos e céticos, inclusive com nossas próprias ideias e crenças; e sermos capazes de argumentar (o que pressupõe a capacidade de ouvir argumentos e ideias contrárias).

- Não há solução simples para problemas complexos. Se, um dia, acreditarmos que uma ideologia, doutrina, religião tem o jeito certo para corrigir problemas complexos, é A SOLUÇÃO... Cuidado, você pode estar a um passo de ser contaminado. Se ainda acreditar que você, sua ideia ou crença é a CERTA e todas as outras estão erradas, e se recusar a ouvir qualquer ideia contrária, você foi contaminado. Se ainda por cima dedicar toda a sua energia para impor o que pensa aos outros, não importando o que tenha que fazer para conseguir seu objetivo, infelizmente, você já é um extremista fanático.
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Erica 06/11/2023

Leitura rápida e reflexiva
Leitura rápida, de fácil entendimento. O autor nos faz refletir sobre nossas convicções e traz uma visão interessante sobre o fanatismo e a participação direta da Europa no conflito Israel-Palestina. Gostaria de destacar o seguinte trecho: ?Porque ambos os povos amam o país, porque judeus israelenses e árabes palestinos têm igualmente profundas e diferentes raízes históricas e emocionais no país.?
O conflito é muito maior e mais complexo do que todas opiniões rasas que vemos em redes sociais e mídias jornalísticas! É preciso ser curioso, ir atrás de informação, ler o que nos traz desconforto, ouvir opiniões opostas e se colocar no lugar do outro!
Recomendo a leitura como os primeiros passos para entender sobre fanatismo e oriente médio?
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Gi Santos 27/10/2023

Uma leitura agradável
Acabei lendo sem querer bem no meio desse conflito entre Israel e a palestina. É uma leitura fácil e esclarece algumas coisas que nós que estamos de fora não entendemos. O livro é Curtinho então a leitura é rápida.
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oslivrosdagiu 20/10/2023

Pontos de vista interessante
Possíveis soluções para o conflito entre Israel e Palestina do ponto de vista de um judeu israelense. Ótima escrita, várias reflexões valiosas e algumas questões complexas demais para um livro curto. Vale bastante a leitura como mais uma obra para auxiliar na elucidação sobre esse conflito, de pouco mais de um século, que vai de mal à pior. Todos temos uma opinião e tendemos a um lado, nos simpatizamos com um lado, mas considero importante ouvir sobre pontos de vista de figuras que estão mais próximas à essa história, seja do lado palestino, seja do lado de Israel, seja equidistante como aqui nesse livro.
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Poly 18/09/2023

Gam lemar?e noshan iesh rega shel huledet
Significa: Mesmo uma visão antiga tem um instante de nascimento.
Todos nós comemos da Árvore do Conhecimento, cujo nome completo em hebraico é ??? ??? ???? ??, Ets haDaat Tov veRá, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Se eu tivesse de destilar os Dez Mandamentos em um só, ou o imperativo categórico de Kant em duas palavras, eu diria: ?Não ferirás?.
[Ou em três palavras: ?Não infligirás dor?.]
Tenho mantido uma discussão amarga com um compatriota muito famoso e meu correligionário judeu, Jesus Cristo, que diz: ?Perdoa-lhes: não sabem o que fazem?. Às vezes concordo com a primeira parte da sentença, a parte do perdão, mas rejeito energicamente a segunda parte, que implica que devamos ser todos, ou a maioria de nós, perdoados porque somos moralmente imbecis. Não somos. Sabemos o que significa a dor. Sabemos que é errado infligir dor. Toda e cada vez que infligimos dor aos outros, sabemos o que estamos fazendo. Ah, sabemos, sim. Mesmo uma criancinha inocente que puxa o rabo do cachorro sabe que está causando dor. A dor é o grande denominador comum de todas as coisas comuns. A dor é uma experiência democrática, até mesmo uma experiência igualitária. A dor não distingue entre o mais rico e o mais pobre, entre o mais poderoso e o mais submisso. Sempre que infligimos dor aos outros, não o fazemos a partir da ignorância, mas porque, ao que parece, deve haver algum gene malévolo em quase todos nós.
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Flavio.Vinicius 14/09/2023

Como curar um fanático
Livro curtinho de ensaios do escritor israelense Amós Oz sobre a questões Israel-Palestina. É um livro esclarecedor sobre essa questão, escrito sob o ponto de vista de um israelense da época dos primeiros anos de formação do Estado israelense.

O autor fala, por exemplo, sobre o conceito de pacifismo não estar atrelado, necessariamente, a não-guerra, mas à não-agressão, o que dá a entender que a guerra, apesar de abominável, pode ser necessária em certos momentos.

Amós Oz defende uma solução de dois Estados, em que ambos os lados vão se sentir extremamente insatisfeitos, mas que o autor vê como única alternativa possível. Ele fala como o conflito se dá entre duas vítimas da Europa, as quais, ao invés de se unirem contra o inimigo comum, acabaram ficando uma contra a outra. Segundo Amos Oz, o conflito Israel-Palestina é um drama no sentido antigo do termo: um conflito entre o certo e o certo.
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thaisa 12/07/2023

Todos somos uma península.
?Eu comecei dizendo que o fanatismo muitas vezes começa em casa. Deixe-me concluir dizendo que o antídoto também pode ser encontrado em casa, virtualmente na ponta dos dedos. Nenhum homem é uma ilha, disse John Donne, mas eu humildemente ouso acrescentar a isso: nenhum homem e nenhuma mulher é uma ilha, mas cada um de nós é uma península, metade ligada ao continente, metade voltada para o mar; metade ligada à família e amigos e cultura e tradições e país e nação e sexo e língua e muitos outros laços. E a outra metade quer ser deixada só e ficar voltada para o oceano.? Pág. 82
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Alessandra.Lantimant 29/06/2023

?Fanáticos não tem senso de humor, e raramente são curiosos. Porque o humor corrói as bases do fanatismo e a curiosidade agride o fanatismo ao trazer à baila o risco da aventura, questionando, e as vezes até descobrindo que suas próprias respostas estão erradas.?
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Simone 28/05/2023

A culpa pelos grandes males do nosso tempo, sem dúvida, está no fanatismo.
Gostei muito desse trecho do livro:
?Os fanáticos são irremediavelmente sentimentais: é muito comum que prefiram sentir a pensar.?
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Gabriela.Rossi 23/05/2023

Temas relevantes
Com alguns ensaios de leitura raápida com temas bem relevantes e que nos fazem pensar por diassss! Amei o livro
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