Sara Muniz 27/01/2021
RESENHA - O RETRATO DE DORIAN GRAY (THE PICTURE OF DORIAN GRAY)
O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, foi publicado em 1890, no período da Inglaterra Vitoriana. Esse clássico, conta a história de um jovem que, por conta de um retrato seu e por ter trocado sua alma, nunca envelhecia.
Estou participando de um grupo de conversação e leitura em inglês, e a leitura dessa semana foi The Picture of Dorian Gray, by Oscar Wilde. Acabei lendo em uma versão reduzida, para que eu pudesse ler a tempo, mas ainda pretendo, em breve, ler a obra em português.
Dorian é um jovem muito bonito e charmoso, certa noite, em um evento, o pintor Basil o encontra e acha sua beleza única, isso o faz o convidar para ser seu modelo. Dorian aceita e Basil pinta, então, um retrato de Dorian. Basil comenta com Lord Harry (um amigo dele), que aquela foi a melhor pintura que ele já fez e Harry concorda, ficando extremamente interessado em conhecer Dorian.
Ao ver a pintura de si mesmo, Dorian vê o quanto é bonito e se apaixona pela obra. Ele faz um desejo, dizendo que daria qualquer coisa, até mesmo sua alma, se o quadro pudesse envelhecer e ele continuasse jovem e esbelto. A magia acontece e o quadro passa a envelhecer no lugar de Dorian. Porém, agora sem alma, o jovem se torna uma pessoa cruel por dentro e faz coisas terríveis para proteger sua juventude.
Lord Harry é a representação do corrompimento de Dorian, influenciando o protagonista a fazer coisas que erradas. Basil, o pintor, trata Dorian como se fosse um apaixonado, e essas cenas renderam as maiores críticas da época, uma vez que a Inglaterra Vitoriana era extremamente tomada pelo moralismo e era totalmente contra o amor entra pessoas do mesmo sexo (muito homofóbica mesmo).
A obra, inclusive, serviu de prova no julgamento de Oscar Wilde, depois de ser condenado por homossexualismo. Mesmo sendo casado e tendo dois filhos, Oscar trocava cartas de amor com um amigo dele chamado Douglas. Quando descobriram as cartas, Oscar foi preso e a prisão o destriuiu. Ao sair de lá, a família não queria mais saber dele, então ele se exilou em Paris, morrendo doente e sozinho, apenas 10 anos após a publicação de O Retrato de Dorian Gray.
Voltando ao livro, é importante ressaltar que ele traz como referência o mito de Narciso (aquele que se apaixonou pela própria imagem e isso ocasionou em sua morte) e a lenda do Dr. Fausto, de Goethe, que vendeu a alma para o demônio em troca de juventude e poder. Tecnicamente, Dorian vende sua alma para enfeitiçar o quadro e continuar jovem, mas isso trouxe consequências.
Recomendo MUITO a obra. De acordo com Oscar Wilde, a arte não tinha nenhum outro propósito, além de ser bela. Para ele, obras de arte não tinham função social ou política. Desde sempre, a sociedade venera o belo e o que se parece mais com os estereótipos, em vários âmbitos. Dorian era extremamente belo e preferiu vender a alma em troca da imortalidade, bem como para evitar ver, na vida real, a sua própria imagem de velho.
Para mais imagens do livro e citações completas, visite o meu blog:
site: http://interesses-sutis.blogspot.com/2020/09/resenha-o-retrato-de-dorian-gray.html