Vicky 17/07/2014
Uma das obras mais emocionantes do mundo!
Eu sei que até agora só tenho dado cinco ou quatro estrelas para os livros resenhados mas eu tenho duas grandes explicações para isso: a) tenho um ótimo gosto literário b) estou cogitando como fazer uma resenha dos livros que eu não curti. Acontece que não é dessa vez que vou dar um dois ou um porque quem fizer isso com A Guardiã da Minha Irmã, pelamor, né? Esse livro é indetestável, gente, não tem como não se apaixonar com essa obra tão linda, tão maravilhosa, que Picoult nos deu. Dá para começar dizendo que a sinopse já acende o fogo de um bom leitor, certo?
Anna Fitzgerald tem treze anos, mas todas as suas experiências a tornam madura o bastante para ser considerada adulta. Embora seja uma adolescente que frequente a escola normalmente, é quase impossível se referir a Anna sem meter o nome de Kate no meio. A Kate já é outra história. Ela tem dezesseis anos e ao contrário da irmã, não frequenta a escola há um bom tempo, pois simplesmente não dá para se levar os estudos estando quase sempre infurnada numa cama de hospital. O problema não poderia ser pior: aos dois anos, Kate foi diagnosticada com leucemia promielocítica aguda, um tipo raro e muito agressivo de leucemia. Ela é diariamente castigada pela doença e agora, mais do que nunca vai precisar da irmã caçula. Mesmo depois da medula óssea, dos linfócitos, das bolsas de sangue e todo o mais fornecidos por Anna para a irmã, no momento Kate está com falência renal e precisa de um rim. Adivinha de onde viria esse rim? De Anna, claro. Mas a garota não quer mais ser usada dessa forma, então contrata o advogado Campbell Alexander e entra na justiça com um pedido de emancipação médica, para que seus pas, Sara e Brian deixem de usá-la como fonte de vida para Kate. Acontece que uma família que já tem uma filha com câncer, um filho problemático que se mete com drogas, bebidas e cigarro não precisa e nem quer um tribunal na agenda de compromissos. Mas a decisão é de Anna. E ela não quer voltar atrás.
Esse meu resumo, creio eu, causa um arrepio no leitor, porque, sim, é todo esse drama. Jodi Picoult escreveu um livro humano, com pessoas que erram, têm dúvidas e sofrem com a situação na qual foram postas. Eu gostei dessa simplicidade, desse humanismo. A história não deixa vácuos, mas deixa perguntas. Por quê? O que a autora tinha na cabeça? Pelo amor de Deus, isso precisa acontecer? e coisas do gênero. É necessário muito estômago e muita força para segurar as lágrimas porque Picoult NÃO TEM DÓ de brincar com os sentimentos do leitor.
Quanto a humanidade dos personagens, é necessário apontar que talvez, se você for ler o livro, alguns personagens vão te tirar do sério com a cegueira. Sara, por exemplo. A mãe dos garotos é totalmente desprovida de argumentos que justifique suas ações, porque afinal, Anna sempre dissera que não queria fazer mais aquelas coisas. Seu amor por Kate e seu medo de perdê-la são tão grandes que ela esquece que tem um filhon causando problemas mundo afora e uma filha que não aguenta mais a vida que lhe foi imposta. Já Brian, o pai, é um caso diferente. Ele compreende a atitude de Anna e não joga na cara dela as consequências que surgiriam para Kate, embora sofra com a possiblidade de perder a doadora mais fiel da filha doente. Ele é bombeiro e um grande adimirador de estrelas e chega até a citar que o nome de verdade da caçula é Andrômeda e Anna é o apelido.
Jesse é o problemático da família. Desde pequeno foi de causar confusões e agora é de usar drogas, fumar, beber tudo quanto é álcool e causar incêndios. Campbell é o advogado com personalidade muito forte e prórpia com um caso inacabado com a curadora ad liten chamada para o caso de Anna, Julia Romano. Os dois tiveram um relacionamento na adolescência e por obra do destino se encontraram agora, envolvidos no caso da protagonista.
Picoult dividiu o livro para seis narradores (Anna, Sara, Brian, Jesse, Campbell e Julia) e talvez esta seja a coisa mais legal no livro. É incrível como a autora soube encarnar cada personagem em sua narração, como cada um tinha seu prórpio estilo, seus próprios pensamentos, coisa e tal. Kate ganha voz apenas com o epílogo, o que me faz lembrar do final. O mais triste de toda a minha caminhada literária. Parece que Picoult sabia o que o leitor esperava para o desfecho e destroçou tudo o que ele poderia imaginar com um final... cara, de tirar o fôlego. Chorei por horas a fio, porque aquilo nãe era para ter acontecido!!! Mas é uma leitura que vale muitíssimo a pena e que vai comover você sim, de qualquer forma. É isso. Esse é um livro que você precisa ler e depois ver que a vida é rápida. Passa num piscar.
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