Poema Sujo

Poema Sujo Ferreira Gullar




Resenhas - Poema Sujo


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Marco 23/02/2022

Stalingrado resiste
Stalingrado resiste
Ferreira Gullar existe
Poema sujo transcende o tempo
O presente e o passado se confundem e tomam a forma do futuro
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Lais123 15/04/2024

??(me recomponho mais tarde, costuro as partes, mas os intestinos nunca mais funcionarão direito).?
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caspaeletrica 10/08/2023

9/10: Ferreira CULLar
Vários artistas tentam retratar a ditadura militar no Brasil, e falham miseravelmente, como o Chico. Entretanto, nesse livro, Ferreira traz uma escrita fantástica, feia (nos melhores sentidos) que retratam bem o tema junto de outras reflexões psicológicas interessantes. Gullar, embora escatológico demais durante o livrokkkk, traz uma poesia revolucionária. Ele me lembrou às vezes à Sylvia Plath na sua maneira de escrever, os poemas não muito na sua cara, o que eu particularmente gosto muito.

Uma poesia única, definidora, incisiva, enigmática e digna de mudar a sua maneira de visualizar a vida!
mpettrus 11/08/2023minha estante
Resenha maravilhosa de se ler. Ferreira Gullar é um escritor sensacional ????


caspaeletrica 14/09/2023minha estante
@mpettrus a minha demora mds. mas demais, eu amei demaaais esse livro. fico feliz de ter dado uma nova chance para ele, porque não tive uma experiência boa com uma coletânea de crônicas que li dele. mesma coisa ocorreu com a clarice. esse livro é fantástico demais


mpettrus 14/09/2023minha estante
Kkkkkkk realmente fiquei surpreso e contente com seu feedback.

Mas, mais contente fiquei em saber que você deu uma nova chance a narrativa do Gullar. Acho válido dar uma nova chance pra um escritor cujo o primeiro contato não resultou favorável. Uma segunda tentativa sempre é válida, Arthur!!!
????




Max 23/05/2023

Sujo...
Uma das importâncias desta obra está no contexto de sua escrita. Feita no exílio, em Buenos Aires, o autor sob risco iminente de ser assassinado pela ditadura brasileira e argentina, precisava escrever um libelo de angústia, de liberdade, ante a possibilidade da morte.
O que queria o poeta?
Voltar pro seu querido Maranhão, para os seus, exilado que estava de sua pátria amada, tomada pela ditadura arbitrária, sadista e sangrenta.
Débora 23/05/2023minha estante
Sempre perfeito!??


Max 24/05/2023minha estante
Obrigado, Débora! ?


Regis 24/05/2023minha estante
Parabéns por essas palavras cirúrgicas, Max. ?????


Max 24/05/2023minha estante
Obrigado, Regis! ?




Gabs Mantelli 26/02/2011

Para mim, o livro é, antes de tudo, uma conversa sincera e solitária com o tempo. Ferreira nos brinda com uma poesia crua e belíssima. Ótimo para ler e reler a vida inteira!
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Bruna 24/04/2021

Poesia
A leitura do Poema Sujo é uma experiência que estava pretendendo fazer a alguns anos. Não tenho muito a dizer, apenas que essa obra é tão viva que as palavras, além de escritas, são sentidas. Pra mim, esse é o valor das palavras, quando expressam o que é sentido profundamente, verdadeiramente. Durante a escrita do livro, Gullar estava exilado em Buenos Aires, mas é admirável a presença do Brasil no poema, das suas lembranças... A vida é um mistério eterno "e todos buscavam [...] a decifração do enigma".
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thecia 22/05/2021

A verdade que comove
Eu, que não sou lá amante da poesia, indico que todos leiam poema sujo! De início não tava entendendo quase nada (confesso que até no final não entendi algumas coisas, inclusive pretendo relê-lo mais pra frente), mas do livro como um todo consegui tirar muito. Gullar literalmente vomitou toda a verdade da humanidade brasileira, e da própria vida. Consegui reconhecer que muitas coisas ainda não mudaram no Brasil, o livro parece inclusive muito atual. E o mais legal é que ele escreveu esse poema tão longe do Brasil e ao mesmo tempo deu pra ver que ele estava muito perto! Poema sujo é uma reconstituição da vida do Gullar e do povo brasileiro.
Bea 22/05/2021minha estante
E ela terminooou hahahahaha..
Deu nota baixa mas terminou kkk


thecia 22/05/2021minha estante
acredito que vou ler poesia agora só em 2025 kkkkkkkkkkk definitivamente não é pra mim


Bea 22/05/2021minha estante
Tem que ter muitaaaaaaa paciência




Gabriel 13/06/2022

Esse poema me impactou de uma maneira que eu não estava preparado. Com uma potência simples e humilde Gullar nos destroça. Poema sobre o povo, a cidade, a memória, nossas entranhas... A beleza e a imundice do cotidiano. Vida real! Uma das melhores leituras dos últimos tempos.
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Italo145 23/06/2023

Magnum opus
Falar do Poema Sujo é falar de um magnum opus. Depois desse livro, Ferreira Gullar não poderia fazer nada tão tocante, incisivo, crítico e grandioso. É o tipo de livro que marca não apenas a arte de um autor, mas a arte de um país. Nesta pequena resenha, devo dizer de suas dimensões ontológicas, epistemológicas, éticas e estéticas, já colocando em xeque minha capacidade de fazê-lo, tendo em vista que um bom livro não se esgota em suas questões.

Quando tratamos de ontologia, tratamos da dimensão do Ser. O Ser, em Poema Sujo, é um Ser em falta. O autor, já o sabemos, escreveu o poema em seu período de exílio. Isso dá a significar que a falta do eu poético é uma falta geográfica. Mas essa falta geográfica, de um lugar a que se pertença, é também a falta de um sujeito que não se encontra e, para encontrar-se, revisita seu passado. O problema do eu poético é, nesse sentido, um problema de Ulisses: está obrigado a navegar, de porto em porto, através de seus pensamentos, através de seus vestígios de memória, mas sem encontrar o seu lugar. Nas primeiras partes do livro, uma frase que julgo ser significativa e que se repetirá em outros trabalhos de Gullar: "Que faço entre coisas? De que me defendo?" Um Ser sem lugar é um ser sem compreender. Não se possui razão de existir, e as coisas perdem-lhe o sentido.

A segunda dimensão é epistemológica, da apreensão do conhecimento. O eu lírico de Gullar sabe pelo que está passando? Sabe do que sabe? Não se pode responder a essa indagação. A citação colocada no parágrafo anterior já propõe o movimento de autoindagação que o eu poético faz. E, em um segundo movimento, quando revisita seu passado, dá a conhecer o que, para ele, resume, de sua infância, toda a conquista humana: "Só tijuco e água salgada". O conhecer de Gullar se faz, portanto, nas coisas simples e concretas. Pouco importam as grandes conquistas da humanidade se, na Baixinha, se sofre apodrecendo junto com a lama e se, na vida, vale mais viver o mangue que pensar o mundo inteiro.

A terceira questão é ética, já que pressupõe o compromisso do autor com as classes menos favorecidas. Lapsos do período da escravidão são relembrados. A proposição de racismo por parte do autor, em que o urubu fosse um "crioulo de fraque" não se sustenta quando pensamos que ele relembra um universo de mucamas, escravos e pessoas que eram tratadas com desumanização no período da guerra (resquícios ainda da escravidão). O eu poético se coloca na posição de algoz para representar o desumano, aquilo que não se poderia representar de forma racionalizada sob pena de se perder o valor poético (como, aliás, se faz hoje; as poesias mais parecem um manifesto que uma proposta de representação). Também o faz quando compara a noite na Baixinha a uma noite de apodrecimento. Não é um movimento taxativo, mas de constatação do óbvio: há pessoas que são tratadas de modo desumano e, portanto, a representação é desumana. Não para reproduzir, é claro; mas para fazer pensar através da linguagem poética.

Por fim, a dimensão estética sugere uma escrita de passagem: ao mesmo tempo que há referências às artes poética e musical clássicas (Olavo Bilac, Raimundo Correia, Villa-Lobos...), diz-se que "Nem tuba nem lira grega [...] fala humana, voz de gente, barulho do corpo". Por ser um poema "sujo", a linguagem popular está tão presente que revisita o baixo calão: "língua 🤬 #$%!& na boceta", "azul teu 🤬 #$%!& ". Uma escrita de passagem: revisitação dos antigos, rompimento, escrita do sujo sob um vocabulário poético.

Diante de tudo isso, afirmo que vale muito a pena a leitura. Sou suspeito a falar, porque meu amor por Gullar e pelo Poema Sujo nasce na adolescência. Desde lá, constantemente o revisito e retiro dele novos sentidos, novas cores, novas interpretações e novas possibilidades de saber. A quem lê, sugiro que leia devagar, se quiser em voz baixinha, sentindo cada palavra, cada sonoridade e pensando nas imagens que o autor coloca no texto. Se há o interesse, podem-se encontrar partes do poema recitadas pelo próprio autor. Desde já, desejo, a quem assim o fizer, uma ótima imersão no texto.
Erika Sá 23/06/2023minha estante
???




Gabriel 25/09/2021

Que livro. Que grande poema. Não sei por que fiquei de birra e demorei tanto tempo para lê-lo. Impressiona o modo como ele se parece com a produção de poesia contemporânea. Todos os códigos estão ali.
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Lu 03/06/2023

Excelente
Uma viagem riquíssima por memórias saudosas de um poeta cheio de sensibilidade e apaixonado por sua terra
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Kaicchan 23/01/2021

Um chamado à nostalgia
?O homem está na cidade
Como uma coisa está em outra
E a cidade está no homem
Que está em outra cidade?

Poema Sujo é um livro que me apareceu de surpresa, depois de ter feito uma aposta comigo mesma de ler mais livros brasileiros. Não esperava muito dele, afinal, não sou a maior fã de poema, mas, meu amigo, como eu estava enganada.
O livro é extremamente curto e pode ser facilmente lido em uma sentada, por assim dizer. Sua escrita é fluída e marcante e, apesar de ter uma divisão entre poemas, o tema central nunca se altera: a saudade daquele cidade que chamamos de casa.
Nunca fui para São Luís do Maranhão, mas me senti dentro de cada rua, de cada beco e de cada casa que compõem a cidade enquanto lia esse poema. Gullar se propõe, no ápice de seu exílio, a clamar por sua terra natal, a concretiza-la em texto, em poema... E ele consegue.
O sentimento de nostalgia é presente durante todo o poema, fazendo doer no peito aquela saudade de casa, aquela saudade da terra natal.
Poema Sujo era tudo o que eu menos esperava e tudo o que eu mais precisava nessa noite de sábado, tão distante da minha casa por conta dessa pandemia.

Recomendo a todos a leitura desse poema. Vocês não vão se arrepender.
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liv melo 07/07/2023

Poema sujo
"ríamos, sim,
mas
era como se nenhum afeto valesse
como se não tivesse sentido rir
numa cidade tão pequena."

Minha primeira leitura desse autor maranhense, foi uma experiência diferente.
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Yuri.Selaro 23/06/2023

Bárbaro
Fiquei um bom tempo longe dos livros de poesia, e voltar a esse gênero com Poema Sujo, de 1975, foi a escolha perfeita. Além dessa edição da Companhia das Letras ser belíssima, também traz um prefácio escrito pelo Antonio Cícero (deus) que contextualiza toda a trajetória do Gullar até a escrita do livro.

O conteúdo do poema muito me interessa: o passar do tempo, a repetição dos dias, a reprodução dos assuntos, os vários dias dentro de um só - tudo isso visto sob a lente observadora e crítica do Gullar, cuja a escrita por si só é acessível e fonética; enquanto lia senti vontade de ler em voz alta.

Uma coisa que senti falta na minha interpretação foi perceber mais o caráter político do poema - embora sabendo do contexto em que o livro foi escrito. Impossível absorver tudo de uma vez só, e em futuras releituras tentarei olhar mais por esse lado.

Dos trechos que mais me tocaram dou uma pincelada:

1.
[?]
Como se o tempo
durante a noite
ficasse parado junto
com a escuridão e o cisco
debaixo dos móveis e
nos cantos da casa
(mesmo dentro
do guarda-roupa,
o tempo,
pendurado nos cabides)
[?]

2.

[?]
A noite nos faz crer
(dada a pouca luz)
que o tempo é um troço auditivo.
Concluímos os afazeres noturnos
(que encheram a casa de rumores,
inclusive as últimas conversas no quarto)
quando enfim a família inteira dorme -
o tempo se torna um fenômeno
meramente químico
que não perturba
(antes propicia)
o sono.
[?]


3.
[?]
o tempo
não escorre nem grita,
antes
se afunda em seu próprio abismo,
se perde
em sua própria vertigem,
mas tão sem velocidade
que em lugar de virar luz vira
escuridão;
o apodrecer de uma coisa
de fato é a fabricação
de uma noite:
seja essa coisa
uma pera num prato seja
um rio num bairro operário
[?]

Obs: proibido considerar esse relato como spoiler, pois as poucas palavras dessas 109 páginas dizem muito mais do que qualquer mera explicação.

Nota mil.
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Vitória 23/05/2021

Arte pura, nua e crua.
Assim como a vida, esse livro é dramático, profundo e lindo! Com palavras ousadas e sinceras Gullar nos enche de comoção e reflexões necessárias sobre a vida. Digno de ser lido e enaltecido, é uma obra-prima que todos deveriam conhecer.
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