De Profundis e outros escritos do cárcere

De Profundis e outros escritos do cárcere Oscar Wilde




Resenhas - De Profundis


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Vanessa 25/08/2009

A cada linha, sente-se o frio da prisão. Não a fortaleza construída de pedras, mas a prisão que ele mesmo criou para si.
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Cassia 14/12/2012

Oscar Wilde foi o grande personagem de seu tempo. Porém, envolveu-se em um romance com Lorde Alfred Douglas (Bosie), pelo qual foi condenado a três anos de encarceramento, sendo que pouco mais de dois foram passados na prisão de Reading, em 1895. Perto do final de sua pena, decidiu escrever uma longa carta, que posteriormente ficou conhecida como “De Profundis”, endereçada a seu ex-amante, que o abandonou e nunca fez questão de visitá-lo, escrever uma mísera carta, ou mesmo, prestar alguma forma – ainda que ínfima – de solidariedade.

De Profundis é um texto forte, e transmite toda a dor contida em uma longa espera sem recompensa. E, como em toda a situação em que seguramos o que queremos falar por longo tempo, nele estão contidas acusações fortes, promessas, recriminações, contradições. Mas ainda há certa dose de amor por aquele amante ingrato, e, principalmente, aquela dor que sentimos quando finalmente a nossa ficha cai e descobrimos que muito da nossa infelicidade é causada por nós mesmos e nossa tolice em ignorar a verdade e tentarmos nos iludir a respeito dos outros e de nós.

É realmente uma leitura fascinante. Mas não é fácil. Não por uma questão de linguagem ou estilo, mas pela montanha russa de sentimentos que nos aguarda a cada parágrafo. Outro fator que torna, por vezes, a leitura um tanto quanto complicada é a parte final, onde ele acaba ingressando por digressões sobre a vida de Cristo e sobre a arte que podem ser um tanto quanto enfadonhas.

Mais do que das profundezas da prisão, De Profundis vem das profundezas de uma alma que, por uma série de razões, não soube preservar seu próprio coração, e o deu a alguém que o tratou como menos que um brinquedo sem valor.
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Kim 08/04/2013

Impactante!
O livro é extremamente biográfico, já que se trata de uma carta pessoal endereçado ao seu amado Bosie.

No começo, a carta é MUITO voltado ao Bosie e fala de vários detalhes e picuinhas entre os dois, que levaram o Oscar Wilde pra trás das grades. Isso torna a leitura meio chata às vezes, mas depois melhora enormemente!

Do meio pro fim, o livro é pura Filosofia, discussão sobre Moral, Costumes, Religião, Arte, Literatura... É FODA!

O Oscar Wilde diz que viveu todas as glórias que um artista poderia desejar em vida, mas também enfrentou toda a dor de ter seu prestígio arrastado na lama. Ele demonstra como a prisão foi essencial para que ele pudesse enxergar a vida com outros olhos e ver o que de fato importa na vida de um homem.

Ele cita a Bíblia, Jesus, São Francisco, Marques de Sade, Edgar Allan Poe e vários personagens para ilustrar seus argumentos e demonstra profundo conhecimento de teologia e das mazelas de seu tempo, especialmente da sociedade londrina.

Recomendo fortemente!!!

*Sua obra-prima, no entanto, é o Retrato de Dorian Gray, livro de valor incomparável e que, muitas de suas passagens, corroboraram para o levar pra prisão.

Só lembrem de ter paciência com o começo meio maçante de reclamações várias sobre o Bosie e seu pai.
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Ana Ferreira 14/02/2015

Um Livro Sincero

Eu li “De Profundis” aos treze anos de idade, pela primeira vez. O que buscava nesse relato era a história completa de Oscar Wilde, por quem eu era – e ainda sou – fascinada. Confesso que foi decepcionante, porque não havia nada ali, em termos de biografia, que eu já não soubesse.

Reli essa magnífica carta recentemente, aos dezoito anos, e notei que, para entender “De Profundis”, é preciso ter conhecido a dor. De outra forma, o livro é apenas uma grande lamúria.

Oscar Wilde nunca negou ser narcisista e viver unicamente para o prazer. Alguns anos na cadeia, entretanto, forçaram-no a reconsiderar tais certezas. Ao longo dos parágrafos, evidenciam-se (apesar do que o autor estabelece no início do texto) o arrependimento e a mágoa.

Pela primeira vez em suas criações, o escritor abre mão do sarcasmo para contar ao destinatário que não há nada pior do que viver em ilusão. Pela primeira vez, a frase de efeito não é “o único meio de vencer uma tentação é render-se à ela”, e sim “por detrás da alegria e do riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível. Mas por detrás do sofrimento, há sempre sofrimento. Ao contrário do prazer, a dor não usa máscara”.

Admito que, se olhado de fora, o monólogo pode parecer um discurso invertido de autoajuda mas, plenamente compreendidas, as palavras de Wilde são evidência da inevitável epifania que todo homem há de receber: a decadência chega para todos e há duas maneiras de lidar com ela. Você pode ignorar sua iminência e receber a humilhação com surpresa, ou abraçá-la como a uma cruz no caminho do Gólgota.

Tendo escolhido a segunda, Wilde sabia que todo seu falatório a respeito do orgulho necessário à arte tinha ido por água abaixo – ninguém compraria nada escrito por ele, depois de sua sentença. Então, resta-lhe a humildade, além de uma nova e estranha sensação de ingênua afeição: escrever uma carta para Lord Alfred Douglas, o homem que ele amava e que o traiu na primeira dificuldade.

Sempre admirei Sir Oscar Wilde porque ele foi, em alguns aspectos, o que eu gostaria de ser e nunca serei: assertivo, destemido e dono de uma autoestima inabalável. Mas, muito mais do que tudo isso, admiro-o porque ele não alcançou seus dias de glória nas peças, livros e contos que escreveu, mas sim lavando o chão da cela que lhe designaram. Foi lá onde ele entendeu, depois de uma vida inteira procurando, o propósito dela, e o resumiu em algumas palavras:

“Eu não escrevo esta carta para colocar amargura em seu coração, mas para arrancá-la do meu. Por amor a mim mesmo, eu preciso perdoá-lo”.
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Rafael 03/09/2010

chorão Inglês
Comecei empolgado com o fato de ler algo do Wilde que não fosse camuflado por sua afetação, presentes em livros como Dorian Gray, no entanto o livro foi me descepcionando, nas paginas finais quando o autor começa a falar sobre jesus cristo e o que é a arte para ele, quase não consegui ler. Ele, em um trecho, diz ao amante não publicar nada falando sobre o relacionamento dos dois e sobre as desavenças do amante com o pai, pois as pessoas não se interessariam, no entanto relato seu próprio sofrimento como se fosse algo de especial; como se o fato dele estar sofrendo significasse mais que siginificaria se ocorresse com uma pessoa não pública.descepcionante
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Luciana Barboza 04/10/2012

Trecho do Livro:
“Os deuses me concederam quase tudo: eu possuía o gênio, um nome, posição, agudeza intelectual, talento. Fiz da arte uma filosofia e da filosofia uma arte, nãohavia nada que dissesse ou fizesse que não provocasse a admiração das pessoas. Peguei o drama, a mais objetiva das formas da arte que se conhece, e transformei-o numa forma de expressão tão pessoal quanto o poema lírico ou o soneto, ao mesmo tempo que ampliava o seu alcance e enriquecia as suas características. Drama, novela, poema em prosa ou verso, diálogos fantásticos ou sutis, o que quer que eu tocasse tornava belo, com um novo tipo de beleza; atribuí à própria verdade, como sua legítima jurisdição, tanto o que é falso quanto o que é verdadeiro e demonstrei que o falso e o verdadeiro são apenas formas de vida intelectual. Tratei a arte comoa suprema realidade e a vida como uma mera ficção. Despertei a imaginação do século em que vivi, para que criasse um mito e uma lenda em torno da minha pessoa. Resumi todos os sistemas numa única frase e toda a existência numa epígrafe. Além de todas essas coisas eu ainda tinha algo diferente. Mas me deixei atrair por longos períodos de ócio sensual e insensato. Divertia-me ser um flâneur, um dândi, um homem da moda. Cerquei-me de naturezas menores e de inteligências medíocres. Dissipar o meu próprio gênio e desbaratar uma juventude que me parecia eterna provocava em mim uma estranha alegria. Cansado das alturas, desci voluntariamente às profundezas em busca de novas sensações. O que o paradoxo significava para mim no âmbito do pensamento, a depravação passou a significar no âmbito das paixões. No fim o desejo era como uma doença, uma loucura, ou ambas. Deixei de pensar nos outros, desfrutava o prazer onde quer que o encontrasse e seguia adiante. Esqueci que cada pequena ação cotidiana pode fazer ou desfazer um caráter e que tudo aquilo que fazemos no segredo da alcova teremos que confessá-lo um dia, gritando do alto dos telhados. Deixei de ser senhor de mim mesmo. Já não era mais o comandante da minha alma e não sabia. Permiti que o prazer me dominasse e acabei caindo em terrível desgraça. Agora só uma coisa me resta: a mais absoluta humildade".
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annnnnnnnnnnnna 03/06/2021

"o mistério final é a própria pessoa. quando houvermos pesado o sol na balança, e medido a trajetória da lua, e mapeado os sete céus estrela por estrela, ainda restaremos nós mesmos. quem pode calcular a órbita da própria alma?"


gadice convertida em poesia e eu gostei
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Brenda 03/05/2021

Dor.
É inegável a profundidade, sensibilidade, tragédia e sofrimento descritas em cada linha dessa carta. Sinto muito que Oscar tenha passado por isso, por todas essas injustiças a que foi cometido pela sua época e por suas leis, e pelo infortúnio de uma amizade tóxica. Como ele, embora de forma diferente, sei o que é perdoar um amigo e não conseguir se desfazer de sua presença, mesmo ela sendo tóxica e maldosa para nós. É impossível não se identificar e não compartilhar das sensações e filosofias que ele passa por aqui.

Consegui refletir sobre muitas, muitas coisas mesmo nesta leitura. Doeu, foi um texto azedo e cru, mas com uma imensa beleza e filosofia da qual nos coloca o prazer de pensar. Sempre tive conflitos com o catolicismo e através do texto consegui extrair uma imagem diferente de Cristo. Ainda não consigo simpatizar com os religiosos cristãos e com o histórico da Igreja, mas de fato olho para Jesus como um artista, tal qual ele foi. Não somente, Oscar traz análises sobre a natureza, a humilhação, o pecado, o amor e o sofrimento que é tão, mas tão incrível, que não tem outro caminho senão ficar perplexo e encantado.

Amo Oscar Wilde de todo o meu coração. Sou apaixonada por sua figura, sua arte, sua mente, quem ele foi e ainda permanece nas obras. Gratidão por ter existido, Wilde. Gratidão.
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André 26/05/2020

Desesperador a condição que Wilde se submete ao relatar o relacionamento com Alfred Douglas. Em alguns momentos da carta dá pra perceber muitos aspectos do autor: individualista, aristocrático e fascinado pela arte. Nas cartas pós-cárcere, um Wilde libertário que luta por melhorias do sistema carcerário dos mais humildes.
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Jéssica 13/11/2011


A alguém que me perguntasse o enredo do livro e eu respondesse, ah o livro é uma carta de um escritor que estava na prisão acusado de práticas imorais (em suma, a homossexualidade), a seu 'amante'; essa pessoa, certamente, não faria uma ideia fiel ao conteúdo do livro.
Ele discorre sim, sobre o relacionamento dos dois, mas o que me salta os olhos são suas divagações a respeito de sua experiência na prisão, de como para ele o sofrimento se tornou uma maneira de se aproximar d'A verdade.
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Victoria Espacate 26/04/2020

o gay mais gado do mundo meu deus do céu imagina deixar um cara que nem te trata bem arrancar todo o seu dinheiro, fazer você ir pra prisão, divorciar da sua esposa, perder todo o respeito na sociedade...
ainda amo o Wilde mas QUE
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andyelivros 24/01/2021

de Profundis...
A obra de redenção de Oscar Wilde!!
Por meio de cartas, o autor nos coloca a par dos dois anos que viveu no cárcere.
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Cássia 21/06/2020

A escrita de Wilde é extraordinária. O relato em si é muito triste e em alguns momentos bem massante
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Locimar 24/07/2020

Incomparável
Fico sempre me perguntando: Oscar teria perdoado Alfred? Que intensidade de narrativa!
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