Resenhas - Morte Proibida

Claire Scorzi 15/06/2011

Dom Quixote de Uniforme Azul
Uma das prováveis razões da permanência e ascensão de um gênero que nasceu "menor" - o romance policial - é que se trata de um gênero no qual ainda é possível manter crenças básicas, conservadoras (você tem medo dessa palavra? Eu não) radicais mesmo: o Mal é o Mal e o Bem tem por missão combatê-lo e puni-lo sempre que puder. Um pressuposto que jaz na raiz do gênero.

Harry Bosch, o detetive criado por Michael Connelly, segue a melhor tradição - a do policial que dá a vida por seu trabalho. Alguém que se acredita vocacionado para fazer justiça pelos que foram injustiçados. Para falar pelos mortos.

Um Dom Quixote de uniforme azul. Com a ressalva, porém, de que, ao contrário do herói de Cervantes, Bosch consegue obter justiça. Às vezes, sacrificando suas relações pessoais. Às vezes, com um gosto meio amargo.

"Morte Proibida" é a chance de ler uma excelente trama policial com um detetive também excelente. Alguém cuja empatia com o leitor é tal que nos faz concluir: este é o detetive que gostaríamos de encontrar se precisássemos de alguém lutando por nós.

Virgílio César 19/11/2018

Os livros de Michael Connelly nem precisam de comentários, todos são excelentes, Melhor escritor policial da atualidade.

Fred Zanitti 14/03/2024

Interessante...
Gosto das histórias do Connelly, acho que ele escreve de uma maneira que mesmo que a história não esteja num momento tão empolgante, ele tem a capacidade de nos prender com sua escrita fácil e interessante. Mas confesso que essa história achei um pouco fraca, 17 anos depois o caso foi solucionado "num estalo". É inacreditável que tenham deixado passar uma checagem que pareceu tão obvia depois aos olhos do Bosh. E outra questão: tudo bem que foi há 17 anos, mas depois com o avanço da ciência e medicina, não dava pra ter pegado uma amostra do DNA do filho da vítima e descobrir a paternidade? O livro é de 2017, então estamos falando de 1990, já existia teste de DNA nessa época... acho que foi uma falha aí da história. Mas no geral, o livro é bom, empolgante.