O Palhaço e sua filha

O Palhaço e sua filha Halide Edip Adivar




Resenhas - O Palhaço e sua filha


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Monma 02/02/2022

De bleh a blah
Não esperava muita coisa dessa leitura, que para mim foi bem cansativo ler em algumas partes e deixei mais de uma semana encostado. Hoje li o 1/3 que faltava e se no começo parecia parado, o fim parecia o começo hihihihi
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Beasantiagoo 23/11/2020

Achei um pouco fraco, a leitura simplesmente demorou muito para fluir.
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Kymhy 01/04/2018

O Palhaço e sua filha - Halide Edip Adivar
Criada em um ambiente extremamente rígido, Rabia passa a repensar a forma de ver o mundo conforme entra em contato com muitos outros personagens. Uma narrativa que aborda com maestria o feminismo Vs patriotismo/religião.

site: https://gatoletrado.com.br/site/resenha-o-palhaco-e-sua-filha-halide-edip-adivar/
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Renata CCS 26/05/2014

“As crianças são o ornamento da vida neste mundo.” (Corão)

"O mundo é uma arena em que Deus, o diabo e os seguidores deles reinam enquanto lutam pela supremacia. Se você desejar participar da briga, tem de se alistar no exército de um ou de outro." (página 206).

Uma das melhores formas de viajar, de conhecer novos lugares, é através de livros. Com o livro O PALHAÇO E SUA FILHA, Halide Edip Adivar nos leva pelas ruas de Istambul e podemos sentir como realmente vive e respira uma cidade. É o único que tem um pé na Europa e outro na Ásia, o que o faz um país de contrastes, e acabamos por vivenciar, durante esta deliciosa leitura, uma miscelânea cultural e religiosa.

Este romance se passa na Turquia em fins do século XIX, mais precisamente em um lugarejo pobre de Istambul, uma ruela minúscula chamada Sinekli-Bakkal, que significa “mercearia infestada de moscas”, onde boa parte da narrativa se passa. A protagonista, Rabia, cresceu sob uma rígida educação de seu avô, um severo e tradicional imã, autoridade religiosa muito respeitada no Islamismo. Proibida de ter brinquedos ou de fazer qualquer coisa que lhe desse prazer, a menina passa a se dedicar à única tarefa que seu avô lhe permite: ser uma Recitadora do Corão. Rabia é filha de pais divorciados. Seu pai, Tevfik é um artista, um palhaço, mas não no sentido circense que conhecemos: é um comediante, um ator popular de teatro de improvisações, como o teatro de sombras, manipula marionetes, faz imitações e mímicas.

Dona de uma belíssima voz, Rabia se entregar de corpo e alma à recitação do Corão, e aí encontra uma saída para sua formação rígida e cheia de restrições. Suas apresentações eram tão encantadoras que logo sua fama fez com que fosse levada para o palácio do paxá, (denominação dada entre os turcos aos governadores). Rabia é rapidamente seduzida por esse ambiente inovador, onde encontrou amigos, risos, diversão, música e dança seculares. É desde cedo que a garota vive um paradoxo: de um lado, a tentativa de obter a espiritualidade através da oração e da negação de prazeres físicos e psicológicos, e do outro, as tentações da vida e prazeres considerados mundanos, já que na tradição ortodoxa islâmica, quase tudo fora das preces e abstinência é pecaminoso. Rabia acaba sendo como um elo entre esses dois modos de vida, encontrando o “meio termo” da cultura islâmica.

Um dos principais elementos necessários para um bom livro são personagens interessantes e Halide Adip Adivar consegue isso com perfeição. Seus os personagens são reais o suficiente para mergulharmos na narrativa sem termos que escolher um lado, um ponto de vista. A autora nos apresenta todos os lados e seus respectivos motivos e passamos a considerar cada um deles. Achei isto um grande mérito de Adivar, já que nunca coloca uma visão negativa sobre algum dos personagens, respeitando cada um deles e suas histórias. E é a partir da história de Rabia que aborda os dois temas essenciais de suas obras: o feminismo e o nacionalismo, refazendo um panorama do final do império turco-otomano ao retratar o conflito profundo da sociedade confrontada com o choque entre as culturas orientais e ocidentais.

Adivar foi, sem dúvida, uma das mais importantes autoras da literatura turca e merece seu devido respeito. Mas o melhor de tudo é poder acompanhar a história da pequena Rabia e torcer para ela, frente a todas as dificuldades que enfrenta.

Quem puder seguir a encantadora história desta pequena recitadora do Corão, não vai se arrepender!
Nanci 26/05/2014minha estante
Renata:

Quem resiste a uma recomendação assim?


Renata CCS 27/05/2014minha estante
Nanci, espero que goste tanto qt eu gostei!


Helder 30/05/2014minha estante
Comprei este livro há um tempo numa promoção por R$10,00 e desde então está na minha fila se prioridades. Depois dessa resenha acho que está valendo a pena que ele fure a fila.


Renata CCS 02/06/2014minha estante
Olá Helder,
Tenho certeza que vc irá gostar muito!


Carol 15/08/2014minha estante
Suas resenhas são sempre ótimas, Renata! Eu sempre me pego sendo influenciada por elas e desejando algum livro do qual você falou bem. Com "O Palhaço e sua Filha" não poderia ser diferente. Abraço!


Renata CCS 15/08/2014minha estante
Muito obrigada pelo seu gentil comentário, Carol. Este livro é encantador! Tenho certeza que irá gostar.
abraços




Paty 29/01/2014

É possível conhecer todas as Turquias neste livro, por que seus personagens passam pelos limites sociais. Halide Edip Adivar não esconde a pobreza que existe, como também não ignora a riqueza tão próxima. Suas descrições dos locais não cansam, porém não te deixam no vazio. Ela te leva para dentro desse mundo que pouco se conhece no ocidente. Se não se pode ver na realidade, não há lugar melhor de ir que não seja através dos olhos de um escritor.
Renata CCS 30/01/2014minha estante
"(...) não há lugar melhor de ir que não seja através dos olhos de um escritor." ADOREI ISSO PATY!


Arsenio Meira 30/01/2014minha estante
IDEM !!(referindo-me ao comentário da Renata)




DIRCE 17/09/2012

Me vi obrigada, por minha conta e risco, utilizar sinais de pontuação.
Quando, li “ Uma aprendizagem ou o Livro dos prazeres” ( Clarice Lispector), não me passou despercebido que o romance se inicia e termina de forma bem peculiar e inusitada – com sinais de pontuação: virgula no inicio “, estando tão ocupada,(...)” , e dois pontos no final do romance – “Eu penso, interrompeu o homem e sua voz estava lenta e abafada porque ele estava sofrendo de vida e de amor, eu penso o seguinte:”
Acredito que Clarice, ao se utilizar desses dois sinais de pontuação, quis dar a entender que a “vida” de Lori tinha um passado, e que, juntos, Lori e Ulisses, teriam um futuro.
Mas, o que tem a ver tudo isso, com o romance, da escritora turca Halide Edip Adiva “O palhaço e sua filha”? Bem, é que eu, ousadamente, me vi , mentalmente, colocando no início da primeira frase desse romance, uma virgula, e, no final , também fiz uso de um sinal de pontuação, só que, não foram os dois pontos utilizados por Clarice – fiz uso do ponto de exclamação.
A constatação de que a menina Rabia- protagonista do romance- foi vítima de um passado histórico, foi o que me motivou tamanha ousadia. Sim, porque a menina Rabia, neta de um imã turco, teve sua infância roubada em decorrência de uma herança religiosa fundamentalista. A esse avô fanático coube a educação de Rabia, visto que logo após a separação, o pai de Rabia (Tevfik ) - um artista mal visto-, foi exilado, e, sua mãe(Emine), volta a viver na casa paterna. Aos olhos do imã, qualquer fonte de prazer, era uma ponte para o inferno, e, sob esse olhar míope, Rabia se torna uma recitadora do Corão. O sucesso como recitadora , leva Rabia até o palácio do sultão, onde ela se depara com a riqueza, com outras culturas, com outros costumes e modo de pensar.
Gostei do livro, antes mesmo da leitura, pois pela sinopse, foi me dado saber que a mítica Istambul serviu como cenário para o romance, entretanto, do que gostei mesmo foi “conhecer” Halide Edip Adiva que, sem dúvida, além de grande escritora foi uma MULHER admirável.
Esse “conhecimento” foi possível graças à leitura do romance e das informações contidas no livro sobre a vida e as obras de Halide Edip Adiva.
Essa mulher que, na vida real, advogava a sua religião - o Islamismo – , não se furta de defendê-la também no seu romance, contudo, reconhece e denuncia, por meio dos protagonistas do “O palhaço e sua filha”, o quanto o fundamentalismo é danoso para a mente de qualquer ser humano independente da fé que ele professa.
Claro que o livro não aborda apenas a religião, aborda também aspectos relevantes ,como a insatisfação da população turca em relação a sua condição social que destoava do luxo que reinava no palácio do sultão no final do século XIX e início do século XX, e da força de uma menina ( Rabia) que à despeito de sua infância roubada, da ausência do pai, da tirânia de sua mãe, não se deixou dobrar e conseguiu quebrar as barreiras da diferença cultural, social e religiosa, quando conheceu o amor.
Não. Não me esqueci do ponto de exclamação. Por acaso não é ele que, usamos quando algo nos espanta? E não é espantoso constatar que, em pleno século XXI ( o futuro associado ao romance da Clarice) que, embora a mulher turca tenha conquistado seu patamar na liberdade, a maioria das mulheres mulçumanas continua a mercê de uma tradição desumana, e, infelizmente, ao contrário do destino de Rabia, o destino dessas mulheres está longe de um final feliz.
É... pelo que parece o futuro da maioria das mulheres mulçumanas se conjuga no tempo passado.
Esse livro só não leva 5 estrelas porque o título me deu uma sensação de incompletude. Eu o considerei um tanto quanto improprio.

“ As bonecas são tentativas idólatras de fazer imagens, elas são abominação aos olhos de DEUS!” pregava o imã ( pag. 33)

(...) o que se seguiu a isso foi ainda mais terrível. O imã a levou para o quarto dele e, exibiu- lhe um bastão, uma relíquia dos dias em que era professor numa escola, e com ele bateu na menina com uma seriedade oficial. Embora seu corpinho já estivesse roxo e seu rosto inchado de tanto chorar, ela a obrigou a ajoelhar-se e repetir orações de arrependimento em árabe até sua garganta doer(pag. 34)

(...) aos nove anos, ela já tinha sulcos profundos entre as sobrancelhas e rugas de dor nos cantos da boca cor-de-rosa (pag.35)

(...)” Mas o que acontece se alguém casar com um cristão apesar da lei?” , insistiu a garota, franzindo a testa.
“Suponho que as pessoas que moram na rua dessa mulher iriam apedrejar a ela e seu amante cristão até a morte. É uma das leis que não podem ser infringidas, Rabia”. (pag.147)
Jon 12/03/2013minha estante
E não é que tu correu mesmo atrás dele? rs
É sem dúvida um ótimo livro! Ficou por muito tempo me acompanhando pelos cantos de casa junto a imagem forte e dedicada da nossa querida Rabia Abla! É um livro pra vida. x)
Ótima resenha!


Renata CCS 30/01/2014minha estante
Pelas resenhas aqui no Skoob, só me resta colocar este livro na lista de futuras aquisições.


Nanci 26/05/2014minha estante
Dirce:

Ótima resenha como sempre.




Literatura 01/06/2012

Dando voz às palavras
Eu estou apaixonado, extasiado e, ao mesmo tempo órfão de um dos melhores livros que já li na minha pacata vida de leitor abandonado. Sabe aquele livro que você quer deixar de canto por longos dias só para não terminar de ler? Aquela pequena criatura que você olha com todo o amor possível, mas foge para não abraçar e dizer “eu te amo, seu lindo, agora vem pra cama comigo!”, pois bem, esse é o “Palhaço e Sua Filha” – Halide Edip Adivar (Editora Planeta Literário, 399 Páginas.)

Quando peguei o livro e olhei a sinopse vi que se tratava de uma autora Turca. Nunca havia lido nada de autores turcos então, “Why not?” - seria uma experiência no mínimo interessante. Culturas diferentes, modelo de escrita diferente, nomes até então difíceis – impossíveis - de serem pronunciados. Ok, desafio aceito! Vamos ver o que o livro tem para me dar.

A história já começou assim, como quem não quer nada, meio encabulada e contida, ganhando meu coração e minhas lágrimas em algumas ocasiões de grande euforismo!

Pois bem, o livro nos conta a vida da pequena Rabia Abla, uma menina nascida em uma família extremamente religiosa, sendo sua mãe uma louca desalmada que sente grande amargura pela vida e pelo ex-marido exilado “Tevfik”; Seu avô é um homem de grande religiosidade e que repudia quaisquer praticas ligadas a alegria e ao prazer, para ele, tudo que não é vindo com dor e sofrimento, tudo que é ligado a brincadeiras infantis e divertimento vem diretamente das profundezas do inferno e devem ser cortadas de seu convívio. “São praticas Pecaminosas!”

Por ter uma voz bonita, Rabia desde cedo recebeu o treinamento de uma Hafiz, ou seja, de uma Recitadora do Corão. Algo muito bem visto pelo seu avó – e professor – que a fazia decorar e entoar com a mais firme e delicada voz.

Veja mais no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/JXBJBw
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Lori 14/10/2011

omente percebi recentemente o quanto de leitura com voz infantil eu tenho lido nos últimos tempos. Ou eu sem querer eu consegui encontrar todos disponíveis, ou é uma voz que os autores gostam de utilizar para observar o mundo. É compreensível, já que é uma visão mais inocente e sonhadora, ao mesmo tempo tem uma profundidade que muitas vezes não é creditada as crianças. O melhor de acompanhar a história de Rabia é poder torcer para ela, por poder torcer para ela frente às diferentes dificuldades que enfrentou. Embora o livro acompanhe uma boa parte da vida de Rabia, não parece apressado ou que pulou momentos importantes. Muitas vezes quando se passa grandes períodos, passa à impressão que você perdeu algum momento importante, no livro de Adivar isso não ocorre.

Na última resenha eu disse que um dos elementos necessários para um bom livro são personagens interessantes. Adivar consegue isso com maestria, os personagens são reais o suficiente para que não seja necessário que você goste para valorizar sua existência. Há momentos que eles te irritam, não se concorda com suas decisões, mas não se é assim com todos? E o bom é que a autora não escolhe um lado na questão da independência turca, todos os lados têm seus motivos e ela considera cada um deles, nunca colocando algum deles em uma luz negativa. Talvez esse seja um dos maiores créditos de Adivar, teve o respeito por seus personagens e por suas histórias. Foi por isso que um dos meus personagens favoritos é paxá Selim, a autora nunca o colocou como um retrógrado ruim ou personagem cruel. Foi bom acompanhar sua luta entre ordem e amor, a obediência ao seu trabalho ou vontade da família.

Uma das melhores formas de conhecer um lugar é através de livros. E Adivar te leva pelas ruas pequenas, passa um tempo na fonte e te impressiona com as festas nos palácios. É possível conhecer todas as Turquias em seu livro, por que seus personagens passam pelos limites sociais. Ela não esconde a pobreza que existe, como também não ignora a riqueza tão próxima. Suas descrições dos locais não cansam, porém não te deixam no vazio. Ela te leva para dentro desse mundo que pouco se conhece no ocidente. Se não se pode ver na realidade, não há lugar melhor de ir que não seja através dos olhos de um escritor.

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http://depoisdaultimapagina.wordpress.com/
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