Ingrid 24/04/2023Pela primeira vez, um livro de Myron Bolitar em primeira pessoa.
Engraçado, nas últimas duas resenhas que fiz, destaquei uma coisa ou outra que não gostei tanto e, bem, até agora, Harlan Coben tem sempre buscado me agradar um pouco mais no livro seguinte, rs.
Primeiro ele desapareceu com Terese Collins em ?A Promessa? ? ironicamente, só para trazê-la totalmente ao centro da história neste volume, depois de OITO ANOS (!!!) longe da vida de Myron ? e aumentou o tempo de interação entre Myron e Win ao longo da história; agora, ele trouxe a história narrada pelo próprio Myron ? eu tinha mencionado em minha resenha que preferia narrativa sob o ponto de vista de Myron ? e, ainda nas primeiras páginas de ?Quando ela se foi?, ele terminou o romance de Myron com Ali (obrigada, Coben).
Com relação a Terese, agora que vimos um lado mais humano e vulnerável dela e passamos a conhecê-la melhor ? assim como Myron passou a conhecê-la de verdade, diga-se de passagem ?, acho que simpatizo um pouco mais com ela. Mas só um pouco.
Encerrei a leitura com o mesmo sentimento de desconfiança de Myron, mas torcendo que Carrie não desaponte Terese e que elas possam se tornar uma família. Viu? Como eu disse, passei a simpatizar um pouco com ela. Mas ainda espero que ela continue em Angola, bem longe de Myron. Ela não é a mulher certa para ele ainda.
Acredito que seja uma opinião compartilhada por muitos quando digo que acho que Coben foi um pouco longe demais neste volume em específico, certo? Não que a história seja ruim, não é isso, mas ele não é um agente do FBI ou da CIA, apenas um agente... daqueles que representam pessoas e eu gosto disso. Assim, a trama da vez me fez notar que o envolvimento dele em absolutamente tudo ? inclusive o enfrentamento ao Técnico Bobby ? tem se tornado cada vez mais pessoal e não gosto tanto disso. Na verdade, percebi que sinto falta de quando ele apenas tinha interesse profissional na resolução dos casos, ainda que fosse para defender os interesses pessoais dos clientes e potenciais clientes dele.
Não posso deixar de mencionar como isso me faz voltar ao mesmo sentimento que eu tive com todo o envolvimento que ele teve em ?Um passo em falso?, na história de Brenda, e torcer o nariz um pouco. Acho que foi aquele ali o momento que mudou tudo para Myron e provavelmente as tramas se tornarão cada vez mais pessoais para ele.
A resolução do caso foi engenhosa? Foi. Inteligente também, de uma maneira sutil, fez uma crítica que eu achei realmente legal e necessária, só que essa história mexeu com temas (sim, no plural!) bem mais sérios ? e polêmicos, em alguma medida ? do que os livros anteriores e, consequentemente, trouxe mais mortes e traumas ainda maiores para Myron.
Em relação ao final em aberto, desde que Terese contou que eram dois embriões sobejantes, imaginei se ela, assim como eu, não esteve se questionando qual das crianças que Myron encontrou naquele porão seria o outro filho ou filha dela e admito que gostaria de saber o que veio depois daquele final.