Beatriz Gosmin 12/04/2012Resenha por Beatriz Gosmin - www.livroseatitudes.com.br - “Uma vez eliminado o impossível, o que sobra, por mais improvável que pareça, deve ser a verdade” – falei.
- Sir Arthur Conan Doyle – disse Mario.
- Exatamente.
- Você está disposto a ir tão longe assim, Bolitar?
- Até onde for preciso.
Como eu nunca tinha lido nenhum livro do Harlan, não sabia o que esperar de “Quando ela se foi”, mas, assim que comecei a lê-lo, não consegui mais parar. Ele possui na medida certa características fundamentais para que um livro seja dado como bom: suspense, mistério, romance e claro, alguns momentos divertidos e hilários. Por isso eu digo: o livro é viciante.
O livro é uma história de Myron Bolitar, o personagem central que narra o livro em 1ª pessoa e que já protagonizou em outros livros do autor. Pude perceber isso de acordo com as menções que ele fazia ao passado, de como ele citava fatos que ocorreram em ‘outro tempo’ e do modo como alguns personagens já estavam totalmente formados, extinguindo assim, algumas apresentações mais detalhadas. Mas isso não é nada que interfira diretamente na história, o leitor pode compreender totalmente o que o livro quer passar mesmo sem ter lido as aventuras anteriores do intrigante Bolitar (que é o meu caso).
Após receber um misterioso telefonema de Terese Collins - uma mulher com quem ele fugira para uma ilha há dez anos - com um simples, mas urgente “Venha para Paris”, Myron não entende o por quê desta ligação repentina e hesita em ir. Mas, após levar um ‘pé na bunda’ de sua namorada Ali, Myron resolve seguir rumo à cidade da luz.
Junto de seu melhor amigo Win – um cara machão e muito rico – Mayron resolve ajudar Terese a desvendar o mistério que ela lhe havia apresentado: seu ex-marido ligara pedindo a ela que fosse para Paris, pois iria fazer uma revelação que mudaria sua vida para sempre. Mas, como ele simplesmente não apareceu, ela ligou para que Mayron viesse ajudá-la a entender o ocorrido.
Descobrindo-se então que Rick Collins fora assassinado e na cena do crime se encontrava sangue e fios louros de sua filha com Terese que supostamente morrera em um acidente de carro há dez anos, o mistério começa a ficar cada vez mais profundo.
Mayron se vê em uma busca por respostas que o faz rodar pelo mundo todo, sendo muitas vezes perseguido e envolvendo-se constantemente em brigas entre outros afins.
- Você tem complexo de herói – disse ela.
- Tenho, é? Mentira.
- Por causa disso você às vezes se arrisca às cegas. E é sempre melhor saber para onde se está indo.
O livro possui uma narrativa que te prende de uma maneira muito boa, cada página tem algo que te estimula a ler a próxima e assim por diante, fazendo a leitura fluir automaticamente.
Desde o começo não fui com a cara da Terese, achei ela meio ‘só existo porque o caso tem haver com a minha vida’ e nada mais. Ela é sem sal, sei lá. Ao contrário, gostei demais do Win - apesar de desaprovar a maioria dos seus pensamentos. O que me fez gostar dele foi o seu lado sarcástico, em vários momentos me vi rindo sozinha para as páginas das coisas que ele falava.
O livro em si é extremamente complexo, são muitas as coisas que se interligam e que deixam o leitor maluco querendo saber as respostas que por sinal, só são reveladas nos nos últimos capítulos.
Gostei demais da narrativa e do contexto da história, com certeza irei ler outros títulos do autor.
> Muito mais que indicada a leitura deste livro!
Beijos,
Bia