Resenhas - Becos da Memória

Lucas 12/01/2024

Termino esse livro sentindo as palavras de Tio Totó. ?Cada dor cai como uma pedra no peito. Pedras pontiagudas, e foram tantas!? Foi como ouvir muitas histórias de alguém muito querido. Um sofrimento gigante. Os becos labirínticos, as bacias de roupa, os desastres, a miséria, o riso do samba e do futebol. É tudo nosso, tá aqui do lado e a gente ignora. Obrigado Conceição Evaristo.

Ayaba.

Manu 30/12/2023

Conceição consegue nos envolver em todas as suas histórias. Ainda que tenham questões muito dolorosas e que passam da ficção, é muito importante se aprofundar em cada virada dee página. Uma das frases que mais impactou do livro foi: "era duro viver, mas valia a pena". Assim é a vida, assim ela nos retrata a realidade de cada família entre os becos da memória.

belbs 21/08/2023

Oitava maravilha contemporânea!!
Que livro incrível!

Amei a escrita da Conceição Evaristo, achei dinâmica e muito funcional. São contadas diversas histórias de uma forma não cansativa e que me entreteve muito. Abriu meus olhos para a histórias das pessoas na periferia.

Tive que ler rápido para uma prova na escola, mas pretendo reler e aproveitar mais.

Fayane 14/06/2023

Becos da Memória
Em becos da memória de Conceição Evaristo, a história será construída a partir de relatos, fragmentos de histórias de homens, mulheres e crianças da favela e é a menina Maria-Nova que toma para si a incumbência de escrevê-los de "soltar as vozes, os murmúrios, os silêncios, o grito abafado que existia, que era de cada um e de todos", de narrar a história de seu povo. Povo este, que vive a margem da sociedade, que carecem de visibilidade e são expostas a condições de extrema pobreza mas que, mantém vivo dentro de si, o desejo pela vida e pela felicidade.

O livro aborda a política do desfavelamento que é cruel ao expulsar seus moradores de um lugar que é mais do que apenas "um lugar", é também uma família, é pertencimento. Relega-os a uma condição de ainda mais vulnerabilidade e incerteza, afastando-os de seus trabalhos e escolas, da vida que conheciam. Tio Totó, outra figura apresentada no texto, logo no início da narrativa questiona: "Por que a gente não podia nascer, crescer, multiplicar-se e morrer numa mesma terra, num mesmo lugar" e mais para frente ele complementa "(...) já velho, mudar de novo, num momento em que seu corpo pedia terra".

Maria-Nova faz alude, ainda, sobre a relação entre senzala e favela, entre o passado escravocrata e as desigualdades vividas no presente: "Duas ideias, duas realidades, imagens colocadas machucavam-lhe o peito. Senzala-Favela" e ainda, "Tinha para contar sobre uma senzala de que, hoje, seus moradores não estavam libertos, pois não tinham condições de vida.".

Em resumo, este é um livro que provoca o leitor à reflexão sobre nossa sociedade e como ela é construída. O fato de o livro ser concebido na forma de breves histórias, que nem sempre seguem uma linearidade temporal mas que, de alguma forma se conectam, trouxe ao meu imaginário a visão dos becos e vielas, dos "becos da memória".

Daniela 23/04/2021

O amor e a falta.
Conceição Evaristo tem uma escrita bonita, poética, inspiradora. Ao mesmo tempo e por causa disso fala de luta de classes, de racismo e de faltas, muitas, do estado, de quem mora próximo à favela, da polícia, da falta de comida, de direitos. Os personagens são complexos e eu fiquei o tempo todo torcendo por Nego Alírio, que ele ensinasse a luta para os outros, mas foi como na vida real é. Como não amar Maria-Nova, Mãe Joana, Bondade e Vó Rita.
Fui profundamente tocada.

Jacqueline 30/12/2017

Uma história de família
Ler "Becos da Memória " pra mim foi como ler parte da história da minha família. Repeti inúmeras vezes nos últimos dias que a Conceição Evaristo preenche uma lacuna na história dos negros do Brasil no período pós abolição da escravatura. A associação entre senzala e favela; as narrativas sobre violência, as quais a autora faz de forna linda e tristemente poética; tudo isso eu li com a voz da minha avozinha Maria Joaquina. A história das torneiras públicas pra lavar roupa e cozinhar, as histórias de enchentes e desfavelamento, historias de pobreza e privação, histórias de rompimentos e peemanências,tudo isso foi pra mim uma rememoração de histórias previamente escutadas. A favela era em outro lugar e tinha outro nome, era o "Morro do Urubu " ao invés do "Pindura Saia" mas o resto estava tudo ali.Chorei (muito) mas amei.

Marcio 16/09/2017

Você precisa ler esse livro!
Livro maravilhoso! Tendo como pano de fundo o desfavelamento em uma cidade grande, temos contato com histórias diversas, de sobrevivência, resistência, sofrimento e amor.

Roseane 05/05/2017

Surpreendente
Conceiçao Evaristo mais uma vez em uma escrita mágica e tocante. Esse livro tocou em meu coração e minha alma.