Caroline Gurgel 12/03/2021Leitura agradávelCaro Michele, romance epistolar da italiana Natalia Ginzburg, escrito na década de 70, é um livrinho despretensioso, mas pungente, que me fisgou desde a primeira página. Histórias tristes, cartas tristes, de gente medíocre, de vida medíocre. Gente que, claramente, projeta sua felicidade no outro, no “se”, no “quando”.
Leitura que ora faz doer, ora nos faz refletir, por vezes nos é indiferente. Damos de ombros, acho é pouco, quem mandou… Poxa, que pena! Que dó!
Michele é um jovem de 23 anos que deixa a Itália para viver na Inglaterra. É um ingrato, filho da… Ou pelo menos assim é o que conhecemos dele, ou o que lemos nas entrelinhas das várias cartas trocadas com sua mãe, irmã ou alguns poucos conhecidos. Temos a sensação de que mente. Todos mentem.
Um livro que traz amargura em cada linha, mas que faz a gente ler sem querer parar. Uma escrita envolvente, uma história comum, nada de extraordinário. Ainda assim, marcante.
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