Caro Michele

Caro Michele Natalia Ginzburg




Resenhas - Caro Michele


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annikav.a 25/03/2024

Quando não resta mais nada
Ginzburg criou um romance que fala pelas lacunas e sobre lacunas familiares e existenciais, através de muitas vozes, numa família despedaçada em plenos "anos de chumbo" italianos. O Michele é um não-protagonista, sobre ele temos apenas partes da história de sua vida de fugas (ou seria ele quem nunca fugiu?) e a percepção iludida dos familiares expressa em cartas, principalmente da mãe, que espera que ele seja feliz. Entretanto, ela mesma já não busca a felicidade, apesar de ter quarenta e poucos anos. Na verdade, não há uma única pessoa duradouramente feliz nesse livro - e na vida, há?-, mas todas a enxergam de determinada forma, moldada pelo dinheiro e pela violência, não pelos afetos. A passagem da Adriana (mãe do Michele) sobre a violência doméstica foi fenomenal, de um jeito estranho de explicar. No mais, A única pessoa que prevê o que aconteceria com as "plantinhas murchas" (Michele e Mara) com certa precisão é a Ada, justamente uma mulher de negócios sem nenhum envolvimento com Michele. O marido de Ada, Oswaldo, conhecia-o bem, e essa foi sem dúvidas a parte mais dolorosa do livro, porque remete a um romance impossível mas extremamente formador. Concluindo, é o tipo de livro cheio de imagens apesar de não ter gravuras. A leitura é fluida e envolvente, mas angustiante. Coloca-nos a pensar muito tempo após o final, vasculhando a memória pelos detalhes, movidos por imenso sentimento de vazio.
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Marina 16/12/2023

Esse é um livro que apresenta muito mais do que aparente na superfície. A história se passa através de cartas e estas deixam entrever, de forma discreta, os problemas sociais e políticos do país. É preciso estar atento para captar esses sinais. Sinto que é um livro que precisarei reler para captar mais dessas nuances.
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Ana Clô 25/09/2023

A gente se acostuma com tudo quando não tem mais nada
Natalia Ginzburg constrói uma narrativa avassaladora em ?Caro Michele?.
Com uma escrita que te corta ao meio, como uma navalha afiada, o livro constrói complexidades para além do que está escrito.
Gosto muito das nuances por trás de cada personagem e de cada relação. O pano de fundo político também chama a atenção porque ele alimenta os dissabores, as dores e lembranças.
Os personagens de Natalia tem uma crueza muito interessante, com uma tristeza muito paupável. A autora consegue construir uma história sobre memória, sobre vazio e sobre a felicidade também.
É bom. É cru.
Leiam!
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arthur966 08/06/2023

Mando-lhe um abraço e vitos de felicidade, admitindo que a felicidade exista, coisa que não deve ser de todo excluída, ainda que raramente vejamos traços dela no mundo que nos é oferecido.
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Catia Gama 05/06/2023

Livro complexo
Já tinha lido outro livro da Natalia Ginzburg maravilhoso - Todos os nossos ontens... e tinha outra expectativa para Caro Michele.
É um livro complexo, denso, cheio de nuances e achei bem difícil e triste.
Mas é um clássico e entender a forma como ela fala sobre o facismo sem cita-lo diretamente, vale o livro.
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Marcus.Vinicius 24/01/2022

Relações familiares
Primeira obra que leio da escritora italiana.

O livro é estruturado a partir de cartas entre os personagens, especialmente as de Adriana, mãe do jovem Michele que vai embora da Itália para a Inglaterra, e outras figuras, como Osvaldo, um amigo, e as irmãs de Michele.

O enredo transcorre entre 1970 e 1971, época em que a Itália ainda sofria intensamente com os ecos do fascismo advindo da 2ª Guerra Mundial, e no meio de uma tentativa de golpe de Estado.

Natalia Ginzburg tem como temática principal de suas obras as relações familiares. E com esse pequeno livro, que não é de seus mais famosos, vemos uma amostra disso. Com a troca de cartas entre os personagens mergulhamos em todas as nuances mais íntimas da família e amigos próximos. Posso dizer que é um livro melancólico, triste. Talvez pelo momento que foi escrito, esse devia ser o sentimento dos italianos como um todo, e a autora quis transportar isso para a história.

Nota para a excelente escrita de Ginzburg, que é muito bem construída e fluida.

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Ninasg 04/01/2022

Caro Michele
Penso que esse será um livro que lerei novamente no futuro, quando tiver passado por outras experiências e tiver outros repertórios.
É incrível como em todo livro, a autora traz a Itália da luta antifascista sem dizer claramente que esse é o ponto principal pra interpretação das suas obras.
Caro Michele é um desses livros que você só consegue entender depois que lê artigos sobre ele e sobre os temas que ele trata. Caso contrário, você só acha que ele é formado por uma série de cartas entre uma família cheia de problemas entre si.
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@buenos_livros 07/10/2021

Caro Michele (1973) - Natalia Ginzburg
?Não sei explicar por que me sinto mais sozinha desde que morreu. Talvez porque tivéssemos lembranças em comum. Éramos os únicos no mundo a termos essas lembranças. Não eram lembranças felizes porque eu e sei pai nunca fomos muito felizes juntos. É mesmo que tenhamos sido felizes por breves momentos, tudo foi emporcalhado, pisado e revolvido. Mas não se amam apenas as lembranças felizes. A certa altura da vida, percebe-se que se amam as lembranças.?
-
. Caro Michele (1973)
. Natalia Ginzburg ??
. Tradução: Homero Freitas de Andrade (IT)
. Romance | 194p.
. @companhiadasletras
-
. Um romance epistolar onde apesar de Michele ser a peça central, não é o protagonista. São cartas trocadas entre familiares e amigos desde sua saída de casa, onde desencanto e ressentimentos são escancarados. Fazendo alusão ao cenário político Italiano dos anos 70 e tocando superficialmente alguns temas tabu para a época, como a vida de um mãe solteira e uma suposta relação homoafetiva entre personagens, o livro tem como ponto forte a narrativa direta e elegante de Natália Ginzburg, no entanto, nenhuma parte me marcou realmente.
. ??????
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Andre.S 13/05/2021

Segundo livro que leio da Natalia Ginzburg e amei assim como ao primeiro que li, ?Todos os nossos ontens?. A maneira impar que a autora usa para narrar esta história simples , de gente simples, acaba nos envolvendo e cativando colocando-nos pela Roma dos anos 70.Maravilhoso!
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Caroline Gurgel 12/03/2021

Leitura agradável
Caro Michele, romance epistolar da italiana Natalia Ginzburg, escrito na década de 70, é um livrinho despretensioso, mas pungente, que me fisgou desde a primeira página. Histórias tristes, cartas tristes, de gente medíocre, de vida medíocre. Gente que, claramente, projeta sua felicidade no outro, no “se”, no “quando”.

Leitura que ora faz doer, ora nos faz refletir, por vezes nos é indiferente. Damos de ombros, acho é pouco, quem mandou… Poxa, que pena! Que dó!

Michele é um jovem de 23 anos que deixa a Itália para viver na Inglaterra. É um ingrato, filho da… Ou pelo menos assim é o que conhecemos dele, ou o que lemos nas entrelinhas das várias cartas trocadas com sua mãe, irmã ou alguns poucos conhecidos. Temos a sensação de que mente. Todos mentem.

Um livro que traz amargura em cada linha, mas que faz a gente ler sem querer parar. Uma escrita envolvente, uma história comum, nada de extraordinário. Ainda assim, marcante.

site: @historiasdepapel_
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Jose 14/08/2020

Gente infeliz lendo livro cheio de gente infeliz... Foi interessante mas não arrebatador.
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Thiago 20/03/2020

Muito engraçadinho, irônico, triste e leve. Gostei desde o princípio, embora chegando ao final já estava querendo que terminasse logo. Não porque seja entediante ou chatolas. É que ele vai se tornando um pouco repetitivo.
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Natália 09/03/2019

Geralmente me interesso muito por histórias que envolvam relações humanas, principalmente familiares. Este livro explora isso muito bem, os personagens são muito bem construídos, eu consigo vê-los como pessoas reais. Todos os personagens são melancólicos, mas, mesmo assim, achei um livro agradável de ler.
Algo muito interessante é que a autora, em poucas sentenças, consegue passar tudo o que precisa ser dito; é possível entender a dinâmica das relações entre os personagens, como eles se sentem, etc.
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