Marquim 11/09/2022
Livro da vida
Com certeza, esta foi uma das minhas leituras favoritas deste ano. A princípio, eu achei a leitura um pouco difícil pela maneira de escrever de Santa Teresa de Ávila. No entanto, a empreitada foi de grande valia, uma vez que essa "dificuldade" possibilitou-me realizar uma leitura mais detida e apurada da vida dessa santa.
E isso foi muito bom. Muito bom mesmo, porque me identifiquei com muitos dos pensamentos dela. E fiquei feliz por ver que a santidade não depende de que eu realize alguma coisa por minhas próprias forças ou também de fazer tudo certo (e menciono isso porque Teresa se considerava uma grande pecadora). Depende, isso sim, de minha disponibilidade de acolher o amor gratuito de Deus por mim a cada dia de minha vida.
A seguir, alguns trechos de que gostei bastante. Vamos ler, galera!
"Procuremos então sempre olhar as virtudes e coisas boas que virmos nos outros e tapar os defeitos deles com nossos grandes pecados." (p. 124).
Um auxílio grande para não julgar nem condenar os que estão ao meu redor por suas ações.
"Servos sem utilidade somos, o que é que pensamos poder?" (p. 205).
"(O demônio) É amigo de mentiras e é a própria mentira: não fará pacto com quem anda na verdade." (p. 235).
"Não há alegria segura nem coisa sem mudança." (p. 339).
"Teve início em mim muito maior amor e confiança nesse Senhor ao vê-lo como alguém com quem tinha conversa tão frequente. Via que, ainda que fosse Deus, era Homem, que não se assusta com as fraquezas dos homens, que entende nossa composição miserável, sujeita a muitas quedas por causa do primeiro pecado que Ele veio para reparar. Posso conversar como com um amigo, ainda que seja o Senhor (...)." (p. 353).
"Se não o tivesse achado todo de uma vez (o lavrador que encontrou um tesouro maior do que o que poderia caber em seu ânimo), mas fossem lhe dando pouco a pouco e sustentando com o tesouro, viveria mais alegre do que sendo pobre e não custaria sua vida." (p. 367).
Assim Deus faz comigo: manifesta-se não de uma vez, mas pouco a pouco.
"Então, ia dizendo que é perigoso ir contando os anos que se teve de oração, pois ainda que haja humildade, parece que pode ficar um não sei quê de parecer que se merece algo pelo tempo servido." (p. 380).
"E foi de muito grande proveito para mim para não confiar muito em ninguém, porque não há quem seja constante, a não ser Deus." (p. 382).