O Cemitério dos Vivos

O Cemitério dos Vivos Lima Barreto




Resenhas - O Cemitério dos Vivos


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SocorroBaptista 31/03/2024

Uma narrativa triste, um retrato talvez realista de uma instituição para doentes mentais no início do século XX no Brasil. Não é um retrato positivo. Achei deprimente.
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Bruna 20/03/2024

A todo estudante de psicologia já deve ter sido recomendado este livro. Assim foi comigo. Eu devia esta leitura a mim mesma desde os tempos de graduação, mas finalmente li e, quando li, foi num final de semana. Trata-se de um romance inacabado. Lima Barreto contava a sua história através do protagonista Vicente Mascarenhas quando faleceu, antes de finalizar sua escrita. O material foi publicado, então, póstumo e incompleto. Vicente, assim como Lima, foi internado em um manicômio e nos conta sua triste experiência. Aliás, nesta edição, assim como em outras, a primeira parte é reservada para apresentar ao leitor uma série de escritos nos quais o próprio Lima relata seu dia a dia na instituição, como num diário. A leitura desta primeira parte auxilia na ambientação para a segunda, a do romance propriamente dito.
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Stella F.. 16/02/2024

Relato angustiante
O Cemitério dos Vivos
Afonso Henriques de Lima Barreto - 2012 / 240 páginas - Domínio Público

Vemos nesse pequeno relato, incompleto, as angústias do autor ao ser internado entre 1919/1920 no Hospício Pinel em Botafogo, Rio de Janeiro. Essa foi uma de suas internações.

Ele descreve sua entrada, pessoas que já conhecia porque eram amigos do pai, os médicos e enfermeiros, alguns pacientes, seu gosto pela biblioteca, suas vestes, o tratamento que recebe, e as várias alas em que transita. Fala de alguns privilégios que tem por ter conhecimento, e vai falar da sua loucura, do seu vício pela bebida, sua insegurança e a falta de dinheiro que levaram ao vício.

A cada capítulo vai detalhar um assunto, descrever o Pavilhão e o Pinel, um setor que ficou internado (Calmeil), dar conta de seus vícios e loucuras e descrever alguns doentes que conviveram com ele nesse período.

"Não me incomodo muito com o hospício, mas o que me aborrece é essa intromissão da polícia na minha vida. De mim para mim, tenho certeza que não sou louco, mas devido ao álcool, misturado com toda a espécie de apreensões que as dificuldades de minha vida material há 6 anos me assoberbam, de quando em quando dou sinais de loucura: deliro." (posição 7).

O livro possui duas partes. Quando comecei a entrar na segunda parte fui perceber que a primeira parte são relatos soltos, falando sobre determinados assuntos, alguns datados e outros não., tentando relatar minuciosamente o que estava acontecendo no momento, suas impressões pelos doentes, pelos ambientes, alguns assuntos específicos ou referências bibliográficas, talvez para uma pesquisa futura. Nessas primeiras anotações vai citar a família, sua esposa, sogra, uma empregada querida, suas agruras com a bebida e sua falta de dinheiro.

Entramos na segunda parte temos contato com os mesmos dados, em forma de um relato romanceado, de maneira corrente, agora em capítulos, com detalhes, mas não tão minuciosos. Capítulos sobre suas internações, principalmente essa de 1919/1920, sobre como conheceu sua mulher e de como se arrepende de não a ter compreendido, de seu filho que tem dificuldades de leitura, da morte da sua mulher e de suas intuições em relação a ele, da doença de sua sogra, da sua falta de dinheiro, de seu cargo público, citando várias obras, sempre com um viés de crítica social e algum sarcasmo. Ainda vai falar de seu retorno à bebida e de suas experimentações na escrita, em jornais, e em romances. Lima Barreto usa o codinome Mascarenhas nessa prosa romanceada de sua internação.

“[..] não tendo nenhuma ambição política, administrativa, via escapar-se por falta de habilidade, de macieza, a única coisa que me alentava na vida – o amor das letras, da glória, do nome, por ele só.” (posição 121)

Não deseja depender de ninguém, para não ter depois que pagar. Tem uma ideia do que seria sua vida, mas tudo vai por água abaixo, fica deprimido, até se deprecia. Realiza um estudo detalhado dos tipos de loucura, falando criticamente da medicina, da academia, do academicismo exagerado, de como deseja escrever para o povo, em linguagem acessível. Apesar do relato franco e direto, alguns trechos foram herméticos para mim, e por ser uma condensação do relato da primeira parte ficou bastante repetitivo. Talvez se visse os originais da escrita do autor fosse bastante interessante conhecer esse relato angustiante e interessante ao mesmo tempo.

“Decididamente, a mocidade acadêmica, de que fiz parte, cada vez mais fica mais presunçosa e oca.” (posição 28)

Ele descreve em minúcias os vários delírios dos pacientes que conviveram com ele. Temos vários conhecidos do autor circulando pelo hospício, mostrando que qualquer um pode sofrer algum tipo de delírio mental.

Lima Barreto se preocupou em descrevera arquitetura do hospício e suas diferentes alas, usadas de acordo a cada situação em particular: indigentes, epilépticos, leprosos, crianças, sendo os pavilhões Pinel e Calmeil para homens e os pavilhões Morel e Esquirol para mulheres.

Durante sua internação frequentou bastante à biblioteca que encontrou modificada desde sua primeira internação.

“Todos nós estávamos nus, as portas abertas, e eu tive muito pudor. Eu me lembrei do banho de vapor de Dostoiévski, na Casa dos Mortos. Quando baldeei, chorei; mas lembrei de Cervantes, do próprio Dostoiévski, que pior deviam ter sofrido em Argel e na Sibéria.
Ah! A Literatura ou me mata ou me dá o que peço dela.” (posição 18)







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André 16/01/2024

Mesmo se tratando de uma obra inacabada e por isso ser uma leitura bem truncada, o Cemitério dos Vivos merece ser lido por tratar de um assunto tão sério e tão marginalizado, a vida de pessoas com alguma enfermidade mental.

O autor foi internado algumas vezes em manicômios e a obra é, basicamente, um relato autobiográfico dessas internações, contando descaso do tratamento das pessoas ali hospitalizadas. Descaso médico, social e familiar, já que ninguém trata ou se preocupa muito com os enfermos. A instituição é precária, a vontade de oferecer tratamento digno é mínima, os médicos quase não mantêm contato com os pacientes etc.

O pior é saber que essa ainda é a regra nos hospitais psiquiátricos, especialmente os hospitais prisionais. Ainda hoje há uma forte segregação de doentes mentais do convívio comunitário, preferem retirar essas pessoas da sociedade ao invés de oferecer um mínimo de dignidade.

Para quem se interessou pelo tema do livro e quer saber mais sobre manicômios e tratamento de doenças mentais no Brasil recomendo ler as obras de Débora Diniz (seu censo psiquiátrico é obra fundamental), Virgílio de Mattos, Raphael Ribeiro, Haroldo Caetano, Thayara Castelo Branco, Priscila Tagliari e Daniela Arbex. Tem outros que não lembro de cabeça, mas todos citados possuem obras super necessárias sobre manicômios e que deveriam receber mais atenção.
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Jackson 14/11/2023

Mesmo sendo uma obra inacabada, o livro consegue propôr temas delicados vividos pelo próprio autor, como o racismo, problemas com álcool e a precariedade dos hospícios, onde infelizmente teve passagem.
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spoiler visualizar
Roberta 14/10/2023minha estante
Deve ser bom!


Pedróviz 14/10/2023minha estante
Roberta, esse livro não é dos melhores, mas li e não me arrependi.




verAnica54 22/07/2023

Interessante, mas li por obrigação da escola então não me apeguei muito.
me exigiu bastante atenção pra entender a cronologia do livro, já q narra lembranças do protagonista e tal
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marinão 28/06/2023

Cemitério dos vivos
O livro se trata de o diário de Lima Barreto durante sua internação psiquiátrica, aborda assuntos pesados que ocorrem dentro do mesmo e como seus personagens chegaram até lá.
Em um momento você se identifica com algum dos doentes ou mesmo a melancolia.
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Henggo 10/06/2023

Exposição dos nossos preconceitos
Autobiográfico, este é um daqueles livros que exigem entrega por parte de quem vai ler. Não tanto pela linguagem, como em outras obras do autor, mas sim pela imersão nas internações dele em hospícios. Lima Barreto expõe a triste realidade dos doente mentais, empurrados para o ostracismo, ignorados por todos. "O Cemitério dos Vivos"vaga entre a tristeza da intimidade e a reflexão sobre a realidade nua e crua de nossa vergonha em relação a essa parcela da população. Está é uma obra que nos ensina a exumar nossos preconceitos.
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Ci 06/02/2023

Confuso de ler
A narrativa começa quando Vicente Mascarenhas é internado, pela 3? vez em um hospício. Ali são narradas suas amizades, desavenças, sentimentos em relação à vários personagens, que são descritos à exaustão.
Mais ou menos da metade para a frente do livro, começa-se a ser narrada a história de vida de Mascarenhas, como ers sua família, como seu casamento, o nascimento de seu filho, etc, e essa parte foi a que mais gostei, visto que até a narrativa foi bem objetiva. Mas depois logo volta-se a narrar sua vida no hospício, e os rodeios recomeçam.
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Ana Carolina C. Crescencio 27/01/2023

Um clássico difícil
Inspirado em Recordações da casa dos mortos, de Dostoievsky, o livro tem um tom bastante autobiográfico, a partir do testemunho da internação de Lima Barreto num hospício. Para mim, a narrativa me pareceu truncada e difícil, mas condiz com o perfil do personagem.
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wxlfstar 23/12/2022

incrível e muito triste. acabei consumindo muito material nessa temática e mexeu demais comigo, tudo que envolve esse tratamento que recebiam é pavoroso
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Gabriella.Davet 21/10/2022

Comecei a ler ele quando estava no cursinho pré vestibular, mas quando entrei na faculdade abandonei. Agora depois de muito tempo voltei a ler e finalmente finalizei. Gosto bastante de livros assim, que mostram a prte "ruim" e verdadeira da sociedade. Gostei bastante do começo, que conta a parte do próprio escritor.
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Ronnayse 10/07/2022

O Cemitério dos Vivos é uma obra autobiográfica de Lima Barreto, que relata seu período de internação no Hospital Nacional de Alienados no Rio de Janeiro, entre 1919 e 1920.
Entre as duas internações de Lima Barreto, em seus momentos de lucidez, escreveu o Cemitério dos Vivos (obra inacabada). No livro ele retrata suas vivencias, dores e descobertas a respeito de si e do outro. As injustiças e preconceitos sofridos por quem chega (ou passou) por ali (o hospital).
Interessante perceber também entre os relatos que o Lima Barreto como como foi o seu contato com os livros quando estava interno e como foi desenvolvendo sua escrita e seu estilo literário.

"Ah! A literatura ou me mata ou me dá o que peço dela."

"É indescritível o que se sofre ali."

"Conversar com os colegas era quase impossível. Nós não nos entendíamos."

"Os nossos sentimentos nunca são lógicos, por isso mesmo não são simples."

"aquela quase morte em vida"

"O hospício é bem construído e seria adequado, se não tivesse quatro vezes o número de doentes para que foi planejado."

"Há homens que, durante uma existência inteira, não demonstram o mínimo sinal de loucura e, ao fim da vida, perdem o juízo.
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Malu 26/04/2022

Só li por causa da escola mesmo. Pensei que seria mais interessante, a estrutura me incomodou e é isso aí
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