Camis 19/08/2013Identidade Roubada é o thriller de estreia da autora Chevy Stevens, mas eu só conheci a Chevy mesmo após ler seu segundo livro publicado no Brasil: É Melhor Não Saber, também publicado pela Arqueiro. Gostei tanto do livro que não pude perder a oportunidade de ler Identidade Roubada também, e me impressionei com a habilidade de Chevy de criar um enredo tão bom e tão envolvente em ambos os livros.
Annie O’Sullivan estava vivendo mais um domingo qualquer enquanto fazia seu plantão como corretora de imóveis em uma das casas que estava encarregada de vender, mas quando já estava prestes a ir embora um homem com uns 40 anos, bem vestido e carismático chegou, pedindo para dar uma rápida olhada na casa antes que ela encerrasse seu turno. Em busca da tão almejada venda, Annie autorizou a entrada do homem junto a ela na residência, mal sabendo o que lhe aguardava.
Aquele estranho simpático que a abordou com um sorriso quando ela já entrava no carro, foi o mesmo homem que a dopou, trancou-a em um porta-malas, sequestrou-a, e a levou para uma cabana isolada no meio do nada. Tudo sem nem ao menos explicar o porquê. Annie não entende a razão, mas por algum motivo ela foi a escolhida pelo Maníaco para ser sua nova esposa. Ela então passa 365 dias ao lado de seu sequestrador, sem saber onde está ou se tem alguém a procurando.
É assim que o livro começa, com Annie narrando os dias que viveu ao lado do Maníaco para sua psiquiatra Nadine. Pra quem já leu minha resenha de É Melhor Não Saber vai se lembrar que esse é o nome de ambas as psiquiatras nos dois livros, fazendo de Nadine a constante nas obras da Chevy Stevens. A narrativa também segue o mesmo estilo do livro anterior: cada capítulo é uma sessão da protagonista com Nadine, e em cada capítulo ela narra não somente o que passou no cativeiro, como também como está sendo retomar a sua vida com todos os traumas e inseguranças que adquiriu desde o dia em que voltou para sua família.
Mais uma vez essa autora conseguiu criar um enredo que surpreende e tira o fôlego do leitor. Sem deixar que o leitor se sinta confuso ou frustrado, Chevy desenvolve sua estória de forma habilidosa e inteligente, fazendo-nos roer as unhas a cada página. É muito interessante ouvir Annie narrando todas as atrocidades que vivenciou e como cada uma delas afetou seu psicológico diretamente, deixando-a com traumas severos. À medida que o livro segue vemos a personagem avançar e retroceder em seu processo de cura, e também como somos frágeis e suscetíveis aos eventos da vida, principalmente aos mais traumáticos.
Identidade Roubada vicia o leitor um pouco mais a cada parágrafo, não nos deixando desgrudar dele até o fim. Quando finalmente pensamos que tudo se aquietou e se resolveu, Chevy surge com mais uma reviravolta. Com um final brilhante e surpreendente, não dá pra dispensar essa leitura!
"(...) Aquilo era como uma montanha-russa no inferno, pilotada pelo diabo, mas a rotina era a única coisa com a qual eu podia contar. (Página 38)"
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