Resenhas - O Silêncio da Água

Beatriz 21/03/2024

Conto
Um livro infantil , ideal para história antes de dormir.
Tem palavras difíceis para crianças.
A história é interessante.

Bruna 09/12/2023

Praticamente um Moby Dick da roça rs
Ahh eu achei bonitinho hahaha mas é puro puxa-saquismo com o Saramago. Ele tentando escrever pra criança é tipo VER uma criança tentando criar uma história hahaha é bobinho, mas é fofo. Ele mesmo dizia “tenho tanta pena de não saber escrever pra crianças” hahaha fofooo

site: https://www.instagram.com/alendolivro/

regifreitas 29/11/2023

O SILÊNCIO DA ÁGUA (2010), de José Saramago; ilustrações Manuel Estrada.

Um pequeno conto de José Saramago, uma aventura sua de infância, ilustrado por Manuel Estradas.

Um garoto passa o dia a pescar na foz do rio Almonda, sem qualquer sucesso. Já no finzinho do dia, um peixe enorme morde o anzol. Mas a luta entre o menino e o peixe é rápida. Num rápido impulso, o peixe arrebenta a linha e foge com tudo - anzol, boia e chumbada. O garoto fica por momentos desnorteado com o acontecimento, mas decide regressar a casa dos avós - distante mais de um quilômetro dali - e se munir novamente de novos apetrechos para tentar capturar a fera. Quando ele retorna ao rio, o sol já se pusera. Ficam, então, ele e o profundo silêncio da água, no aguardo de um novo embate.

Não falarei mais nada para não estragar o final da história. Ela é realmente muito curta - 24 páginas, contando as ilustrações, nesta minha edição.

É um Saramago diferente. Mais lírico e mesmo sarcástico. Não se trata de uma historinha infantil boba. Seu final meio abstrato pode acabar não agradando crianças muito pequenas, mas creio que pode gerar boas discussões para os pais que quiserem se aventurar a apresentar Saramago para seus pimpolhos.

Aliahtan 22/08/2023

O silêncio da água
Segue o trecho que me arrepiou:

"Voltei ao sítio, já o Sol se pusera, lancei o anzol e esperei. Não creio que exista no mundo um silêncio mais profundo que o silêncio da água. Senti-o naquela hora e nunca mais o esqueci".

Fiquei na dúvida se esse livro é mesmo uma história infantil.

teixeiraluciana 10/12/2022

Encantada
História intrigante e enigmática, contada ao estilo Saramago, para encantamento de crianças e adultos.

Nub 23/06/2022

Saramago sempre bom no que faz ?
Esse é um livro lindo e muito gostosinho de ler. Uma ótima leitura para desfrutar com alguma criança mostrando as gravuras e sua relação com a história e, com base nisso, refletir sobre as perdas e ganhos da vida.

Karla Lima 09/03/2017

Fábula com uma moral inesperada
Era uma vez um José que, antes de se tornar um adulto escritor, foi um menino pescador. Inspirado em uma experiência pessoal, Saramago escreveu este breve conto infantil sobre um peixe que morde a isca, luta bravamente e escapa. O menino insiste e o peixe foge de novo. Os fatos não passam disso – é nos sentimentos que o livro se concentra.

Para quem ainda está aprendendo a lidar com suas emoções, será reconfortante encontrar eco para a frustração (pois o empenho não é recompensado por uma vitória, como a Disney e a Pixar tantas vezes nos fazem crer) e para a sensação de impotência (que acompanha a derrota e ninguém nos ensina a digerir). Como lidar?

O menino não grita, não se atira no chão, não sai chutando as pedras, mas sua raiva é evidente, ele se sente “ridículo e sem saber o que fazer”. Decide afinal correr mais de um quilômetro até a casa da avó, para pegar mais iscas, e outro quilômetro de volta ao rio, onde vai tentar mais uma vez capturar o danado.

Seja porque um adulto lhe deu o livro de presente, seja porque no momento da leitura está ao seu lado, a criança entende que aquela representação de emoções “ruins” tem legitimidade. O livro não sugere que sentir essas coisas é gostoso, mas a literatura está ali dando acolhimento, informando ao pequeno leitor que é ok ficar bravo de vez em quando.

Mais do que dar exemplos açucarados de persistência e superação, como uma fábula comum faria ao apresentar um happy end, esta mostra que finais menos felizes também podem proporcionar satisfação.

Educa sem entediar e dá amparo sem mimar, uma pérola da literatura infantil.

Caroline Gurgel 30/09/2016

Uma pequena memória de infância
Diferente do que eu pensava, esse livro não foi escrito especialmente para o público infantil. O Silêncio da Água nos traz um conto não-ficcional extraído do livro Pequenas Memórias do autor. Por ser apropriado para crianças, recebeu ilustrações e uma bela edição póstuma em grande formato e capa dura.

Quando um vencedor de Nobel escreve um livro – no caso um conto – o leitor sempre espera algo genial. Confesso que terminei a leitura decepcionada, querendo algo a mais. Abri o computador para escrever o que achei do livro e tive vontade de relê-lo, mas nem precisei. A história foi tomando forma, foi crescendo, se agigantando tal qual o enorme peixe ilustrado na capa e, ao mesmo tempo, se tornando delicada, como uma simples, mas memorável, lembrança de infância.

Saramago nos conta uma pequena aventura de seu tempo de criança, quando vivia perto do rio Almonda e, ao ir lá pescar, encontra um grande peixe com o qual trava uma breve luta.

O autor sempre expressou seu desejo de que seus livros não deveriam ser adaptados para o português do Brasil, portanto temos aqui um linguajar que talvez soe estranho, mas nada que os pais não consigam explicar. Por mais que o texto seja bem curto e ilustrado, acredito que as crianças menores não consigam compreendê-lo ou achar graça. Já para as maiores, é uma ótima introdução a uma literatura mais realista, menos fabulosa e romântica.

ig: @historiasdepapel_

site: www.historiasdepapel.com.br

Thiago 06/01/2016

Uma breve história infantil escrita por um gênio da literatura.
Livro: O Silêncio da Água
Autor: José Saramago
Editora: Companhia das Letrinhas
Páginas: 24

A singela história da pescaria de um garoto se torna bela nas palavras de Saramago e ilustrações de Manuel Estrada.
Para se ler para uma criança antes de sua primeira pescaria, e ensinar tudo sobre a ventura e desventura de um pescador.

Deize 01/10/2013

Saramago para um despertar de uma criança
Saramago é um dos meus autores favoritos, tive contato com sua obra desde a minha infância de forma peculiar. Tinha um livro em casa “O evangelho segundo Jesus Cristo” e julgava ser puramente religioso e li sem entender muito bem. Anos depois mais embebida de conhecimento e já conhecendo mais sobre seu estilo literário e sobre a sua importância para a literatura, voltei a ler aquele livro sob uma nova perspectiva. Sobre o livro “O silêncio da água” comprei para atinar o gosto por Saramago para meu sobrinho de 3 aninhos e espero que ele descubra não de forma peculiar como foi o meu caso e sim, aos poucos sabendo justamente a importância que existem nas palavras do grande Saramago, entrelinhas e sobre a sociedade.

Betinha 06/05/2013

Saramago fez a água falar
Para quem está habituado ao estilo do autor é particularmente delicioso ler essa pequena história infantil. Pequena pela sua extensão, não pelo valor.

Saramago descreve pura e simplesmente uma pescaria, o garoto e seu anzol e o peixe que o desafia.

Adorável para e com uma criança, com ilustrações lindas, mas principalmente, para desfruta faceta do autor: uma breve história infantil.

Déa Paulino 29/04/2012

O Silêncio da água foi um dos livros que veio até mim pessoalmente, sem o intermédio de nenhum amigo ou da Internet - que é quem mais me apresenta livros e autores. Eu estava encantada pela vitrine da minha livraria favorita quando ele apareceu sem que eu nem soubesse que existia.
Depois de vê-lo na livraria encontrei muitas críticas, também negativas, para o fato de ter sido publicado. Muitos vêem a publicação póstuma de um dos trechos de outro livro do Saramago como oportunismo. Eu vejo como oportunidade - não para a editora, mas para nós, leitores, e, principalmente, para as crianças, leitores em formação, que muito provavelmente desconhecem o autor.
Hoje um exemplar de O Silêncio da água veio morar na minha estante.
Foi ótimo reler esse excerto do belíssimo "As pequenas memórias", acompanhado pelas ilustrações-colagens de Manuel Estrada, dedicadas "A José, que fez a água falar.".
O livro é grande e bonito. Tem a capa dura. É atraente. Os livros precisam ser atraentes. As crianças precisam de livros que usem roupas de festa, para que se deixem seduzir.
O conto, simples, múltiplo e delicioso, como toda a prosa - e também a poesia - do autor, me tornou, durante alguns instantes da tarde chuvosa, companheira e cúmplice da criança que um dia viria a tornar-se um grande escritor.
Durante alguns minutos vivi e observei o rio, o trajeto, a casa dos avós, os questionamentos e devaneios do menino já fabulante, e o peixe que todos nós, leitores, gostaríamos de ter a sorte de pescar - ou que talvez tenhamos pescado a cada uma das palavras tão marcadas quanto o grande peixe, que imortalizam Saramago a partir de nós.

Aguinaldo 16/07/2011

o silêncio da ãgua
Este é o tipo de livro para ser desfrutado com alguma criança, para ser compartilhado com algum jovenzinho, para ser lido em voz alta para o filho de algum amigo, principalmente aqueles meninos e meninas que ainda não passaram pelos primeiros aborrecimentos desta vida. José Saramago nos conta uma pequena história, onde ilustra como até nas perdas se aprende algo (lembra uma frase de Voltaire: "O homem roubado que sorri, rouba alguma coisa do ladrão"). No caso da história dele um rapaz pesca, vagabundo e feliz, nas margens do grande rio Tejo. Quando está quase a conseguir pescar um grande peixe ele escapa. Procura um novo anzol, uma linha mais forte. Conta sua perda para a avó. Quando volta ao rio e tenta uma segunda vez o peixe não vem. O rapaz se põe a pensar nos sucessos da vida. A história é ilustrada pelo espanhol Manuel Estrada, que utiliza várias técnicas (colagem, aguada, aquarela, grafismos digitais, pastel, óleo) para produzir imagens poderosas. O texto original pertence ao livro infantil "As pequenas memórias", onde Saramago reune lembranças de sua infância e adolescência. Livro bom para estes dias vagabundos de inverno. [início - fim 08/07/2011]
"O silêncio da água", José Saramago, ilustrações de Manuel Estrada, São Paulo: editora Companhia das Letrinhas, 1a. edição (2011), capa-dura 21,5x29 cm, 24 págs. ISBN 978-85-7406-468-0 [edição original: El silencio del agua (Barcelona: Libros del Zorro Rojo) 2011]