Charneca em Flor

Charneca em Flor Florbela Espanca
Florbela Espanca




Resenhas - Charneca em Flor


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Bruna 24/06/2021

É ter fome, é ter sede de infinito
SER POETA
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente
- Florbela Espanca, charneca em flor
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Max 16/10/2022

Uma flor bela de alma...
"Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar..."

Florbela sempre esteve à frente do seu tempo, sofreu e viveu tanto que para nossa sorte deixou poemas como esse... Recomendo!
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Tai | @livrosecha 29/01/2021

?Sou a charneca rude a abrir em flor!?
Nessa antologia os temas são: identidade, amor, morte e o próprio escrever. Florbela medita em quem é e como gostaria de ter sido; faz perguntas filosóficas sobre a existência, sobre Deus... É profunda e singela, dolorida e agonizante. Há muito sentimento em Florbela...
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Bea 16/12/2021

Lindo e Melancólico!
Extremamente lindo e melancólico por inteiro!
Há poemas que tocam mais do que outros mas não deixa de ser um bom livro pra ler de coração aberto, se permitindo sentir...
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Lali 28/12/2022

Florbela estava muito a frente de seu tempo. Passeava por temas pouco ortodoxos para uma mulher em sua posição, se posicionava de maneira intensa, sem medo de expor seus anseios, seus desejos, seus amores, seus ódios. Primoroso.
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Capitu 21/09/2020

Para corações deprimidos e apaixonados
Charneca em Flor é um volume de poemas da escritora Florbela Espanca, publicado em 1931 após sua morte. São sonetos simples de uma mulher que está sempre em busca do amor, são poemas melosos e românticos, que me fazem voltar aos meus 13 anos de idade e ao sofrimento da minha primeira paixão.
Florbela Espanca sabe usar com destreza a arte da palavra, escreve com sutileza e muita beleza, seus poemas apesar de simples, trazem uma grande carga emocional para quem lê. O livro Charneca em Flor traz temas como o descanso após a morte, a sensualidade implícita, a busca pela reciprocidade do amor, a tragédia. O que eu acho mais interessante é sentir esse peso e essa avalanche de emoções mesmo ela usando palavras tão bonitas que nos remetem ao paraíso e ao sagrado, mesmo estando no inferno emocional, Florbela me transportou para os lugares mais lindos através de sua poesia.
Florbela Espanca foi uma notável poetisa, mas sua vida não foi nada fácil, filha de um relacionamento extraconjugal do pai com a empregada, ela e seu irmão Apeles, o qual era muito ligada. Perdeu a mãe muito cedo, casou-se 3 vezes e teve alguns abortos, e ao fim de sua vida descobrira que sofria de neurose, tentou dois suicídios e o terceiro foi fatal. Em vida fora uma brilhante poetisa, que cursou Letras e Direito e ganhou importantes prêmios: Prémio António Vaz Leitão; Prémio de Literatura Portuguesa; Nós Poéticos.
Curiosidades:
.Florbela Espanca foi contemporânea de Fernando Pessoa, há uma dúvida de que após a morte de Florbela, Fernando tenha escrito um poema em sua memória, mas isso não foi confirmado, mas foi achado nos espólios dele:
À MEMÓRIA DE FLORBELA ESPANCA
Dorme, dorme, alma sonhadora,
Irmã gémea da minha!
Tua alma, assim como a minha,
Rasgando as nuvens pairava
Por cima dos outros,
À procura de mundos novos,
Mais belos, mais perfeitos, mais felizes.
Criatura estranha, espírito irrequieto,
Cheio de ansiedade,
Assim como eu, criavas mundos novos,
Lindos como os teus sonhos,
E vivias neles, vivias sonhando como eu.
Dorme, dorme, alma sonhadora,
Irmã gémea da minha!
Já que em vida não tinhas descanso,
Se existe a paz na sepultura:
A paz seja contigo!

. Outra curiosidade é o poema FANATISMO interpretado na música composta por dois ótimos músicos brasileiros Zé Ramalho e Fagner.
Fanatismo
Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

"Livro de Sóror Saudade"
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Carina 04/09/2016

Condensar o mundo num só grito
Ah, Florbela... apesar do tom às vezes demasiado romântico, da melancolia suicida, dos temas um tanto redundantes, ainda é uma das minhas poetas preferidas. Se só o fato de ser mulher e assumidamente escritora já a coloca em uma posição de destaque no início do século XX, a sensualidade que emana de seus versos é ainda mais corajosa. Ou, como diriam os grandes pensadores contemporâneos, são poesias que fazem o recalque passar longe.

Ainda que nem todos os poemas tenham a mesma profundidade, este livro não deixa de ser incrível. Trata-se, de fato, de uma obra desigual, mas nem por isso menos legítima.

Trechos:

Quem sabe se este anseio de eternidade,
A tropeçar na sombra, é a verdade,

É já a mão de Deus que me acalenta?

***

São os teus braços
dentro dos meus braços:
Via Láctea fechando o Infinito!

***

Ser a moça mais linda do povoado,
Pisar, sempre contente, o mesmo trilho,
Ver descer sobre o ninho aconchegado
A bênção do Senhor em cada filho.

Um vestido de chita bem lavado,
Cheirando a alfazema e a tomilho…
Com o luar matar a sede ao gado,
Dar às pombas o sol num grão de milho…

Ser pura como a água da cisterna,
Ter confiança numa vida eterna
Quando descer à “terra da verdade”…

Meu Deus, dai-me esta calma, esta pobreza!
Dou por elas meu trono de Princesa,

E todos os meus Reinos de Ansiedade.

***

Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,

Não sei se te encontrei, se te perdi...

***

Ser poeta (...) é condensar o mundo num só grito!

***

E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

***

O amor dum homem? Terra tão pisada!
Gota de chuva ao vento baloiçada...
Um homem? - Quando eu sonho o amor dum deus!

***

Abre os olhos e encara a vida! A sina
Tem que cumprir-se! Alarga os horizontes!
Por sobre lamaçais alteia pontes
Com tuas mãos preciosas de menina.

Nessa estrada da vida que fascina
Caminha sempre em frente, além dos montes!
Morde os frutos a rir! Bebe nas fontes!
Beija aqueles que a sorte te destina!

Trata por tu a mais longínqua estrela,
Escava com as mãos a própria cova
E depois, a sorrir, deita-te nela!

Que as mãos da terra façam, com amor,
Da graça do teu corpo, esguia e nova,

Surgir à luz a haste duma flor!...
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Izabelly112 22/02/2020

Incrível
Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou?! Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Amei a poesia de Florbela Espanca. Já vou procurar outros livros dela para ler.
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Luiza Riveiro 30/07/2020

Charneca em flor, de Florbela Espanca, é uma coletânea de sonetos com uma sensibilidade tamanha. De temáticas relacionadas à morte até ao amor, Florbela Espanca coloca em palavras a sua visão de mundo. Com toda certeza amei o livro e vou procurar mais poemas dessa poeta portuguesa.

“Até agora eu não me conhecia,
Julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.”

Se você gostou da resenha, vai lá no instagram (@nocaminhoumlivro) ver a foto e seguir a gente! O link tá aqui embaixo!

site: https://www.instagram.com/p/B-YNCziD-Ju/
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Carla.Zuqueti 16/07/2021

Lindo
?Enche meu peito, num encanto mago,
O fremito das coisas dolorosas?
Sob as urzes queimadas nascem rosas?
Nos meus olhos as lágrimas apago? ?

?E nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E, já não sou, Amor, soror saudade? Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!?


?Charneca em Flor? é uma das mais famosas obras da poetisa portuguesa Florbela Espanca.

Uma das mais importantes figuras femininas da literatura portuguesa, Florbela, nascida filha ilegítima de João Maria Espanca e Antônia da Conceição Lobo, foi criada pelo pai e sua esposa Mariana Espanca.

Foi uma mulher a frente de seu tempo. Seus poemas são compostos por temas como solidão, erotismo, sofrimento e a busca pela felicidade.

Eu que estou em um momento de amar poesias, me encantei pelo livro e pela história da poetisa, que teve uma breve e intensa vida, ao se casar 3 vezes e se suicidar no dia do seu aniversário de 36 anos.

?E é amar-te, assim,
perdidamente?
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!?

Literatura Clássica ?
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LaraF 15/04/2014

poemas de amor, de dor e tristeza...bem no estilo Florbela Espanca.
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Eduarda Graciano do Nascimento 28/02/2018

Ninguém tem asas como Florbela!
Impressionante como a Florbela tem o poder de, com os seus poemas, nos inspirar a viver cada minutinho com força!
Eu gosto muito dessa autora e costumo compará-la a uma manhã de sol na grama. Não tenho como descrever o que eu sinto lendo. Essa melancolia e sensualidade que permeiam seus poemas são quase um “sopro de liberdade” nas nossas faces.
Ser mulher e poetisa no começo do século XX requer muita coragem e só por isso Florbela Espanca já é digna de admiração. Além disso, ela envereda por caminhos em suas poesias que eram, é claro, considerados ousados para aquela época.

“(...)
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu burel,
E, já não sou, Amor, Soror, Saudade...
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!”

Conheço a Florbela há alguns anos, vivo usando trechos de seus poemas como legendas no instagram, mas nunca havia pegado uma antologia sua pra ler (me julguem). E não é que o fiz no melhor momento possível? Ler esse livro foi como um banho morno. Me senti extremamente relaxada após terminar e com uma vontade tão grande de... não sei... viver? Sei que fiquei super inspirada.
Os poemas de Charneca em Flor falam de amor, de dor, de solidão, de paixão, da natureza, de orgulho, de Deus, de desejos, de ansiedade...
Quatro que particularmente me chamaram a atenção foram: Panteísmo, Orgulho, IV e principalmente Quem Sabe?... Esse último, sobretudo, falou diretamente comigo.

“Quem sabe se este anseio de Eternidade,
A tropeçar na sombra, é a Verdade,
É já a mão de Deus que me acalenta?”

Queria muito ter lido esse livro em frente ao mar, com uma música celta tocando nos fones, porque aí sim acho que eu sairia flutuando!
Recomendo do fundo do meu coração! Duvido que você não se sinta extremamente contemplativo (a) ao terminar.

“Tarde de brasa a arder, sol de verão
Cingindo, voluptuoso, o horizonte...
Sinto-me luz e cor, ritmo e clarão
(...)”

Obs: Eu leria qualquer coisa com esse título. Vocês conseguem pensar num nome mais bonito, poético e, não sei, fresco e feminino, do que Charneca em Flor?

site: http://www.cafeidilico.com/2018/02/charneca-em-flor.html
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Daniel.Bazolli 10/04/2020

Um ótimo livro de poesia, como sempre, a escritora traz todo o seu encanto em belas palavras.
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