Am'oonchild 24/11/2022
O novo mal. O vampiro deste tempo. E também o vampiro que ganhou meu coração.
Estou muito segura em dizer que em toda a mitologia vampiresca a qual já consumi não tinha visto ainda um vampiro tão fascinante quanto o nossa querido De Lioncourt. O homem é uma bomba de carisma, sedução, humor e drama. Pegar esse livro e não se apaixonar por ele é impossível e qualquer um que vem direto de Entrevista com o Vampiro fica, no mínimo, atordoado em conhecê-lo de verdade.
Da minha parte, eu já esperava que ia me entregar, pois desde as outras mídias que consumi e as entrelinhas de Entrevista com o Vampiro a sua personalidade já me fascinava. No entanto, ler suas peripécias e questionamentos o fez subir no meu conceito num nível surreal. Gigante. Estratosférico. Eu me encontro apaixonada por ele, assim como ele fica a cada pessoa ou obsessão que toma sua mente. Lestat me sugou por completo.
Eu não posso negar que tenho algumas ressalvas com o livro, que não gosto de como a autora exalta uma visão Ocidental de mundo em detrimento do Oriente ou como descreve personagens que, claramente, seria impossível de serem pessoas brancas. Mas, fico de mãos atadas devido a proporção da história e a potência do Lestat.
Esse cara é o tipo de personagem que sustenta, que faz um livro ser sobre ele, DE FATO. Não apenas porque o título carrega seu nome, mas no sentido de querermos o acompanhar, que tudo que ele faz nos convence de o dar atenção e não é sempre que um protagonista segura as pontas da narrativa assim.
De exemplo, em Entrevista com o Vampiro eu achava muitos parágrafos maçantes e o Louis não me convencia como protagonista, sua personalidade e suas decisões me irritavam, portanto, por várias e várias vezes eu só desejava que a história acabasse logo.
Agora nesse aqui... Além de um protagonista cativante, os personagens a sua volta despertavam simpatia, intriga, curiosidade (tais como Nicolas e Gabrielle) e cada parte do livro foi bem arquitetada, nos guiando para aventuras incríveis que revelavam informações cruciais sobre a estrutura fantasiosa deste mundo e é um texto encantador. Não me admira Anne Rice ter influenciado tanto em como o mito do vampiro passou a ser retratado, pois todas as suas explicações foram tão ricas, que quase eu acreditava na existência desses seres. E também temos os embates e discussões a fé, a bondade, a existência divina e a morte que me fizeram marcas páginas e páginas. Então, tudo isso somando, escalonando aos poucos para culminar num final de tirar o folego é demais!
De último comentário, devo dizer que no começo do livro não comprei fácil a ideia dele investir numa banda, ser um rock star, mas quando Lestat subiu ao placo. Eu senti. Senti que fazia total sentido e a sequência final é sensacional, transcendente.
E essas duas palavras servem também para qualificar o livro como um todo. O Vampiro Lestat é uma experiência como nenhuma outra.