Fabio Pedreira 17/11/2018Fala galera, hoje vamos falar de O salário do medo. Eu encontrei esse (e alguns outros) livros em uma coleção antiga que minha mãe tem e resolvi pegar para ler, pois chamou minha atenção. É um livro curtinho, porém, a tradução dele não é das melhores, com palavras um pouco antigas, fora do que estamos acostumados, isso pode acabar transformando uma leitura que seria rápida em algo mais lento. Mas do que se trata o livro? Bom, vamos para a sinopse.
“Num pobre país da América Central, quatro amigos dispõem-se a uma incrível aventura: transportar uma imensa carga de explosivos – destinada a extinguir um incêndio num poço de petróleo – por uma estrada de difícil acesso. Uma longa e louca viagem onde quatro homens vivem o medo sob as mais variadas formas. Um romance extraordinário. Um clássico do romance de ação e suspense.”
Essa sinopse foi que me chamou atenção e como ação e suspense são um dos meus gêneros favoritos, eu decidi arriscar. Em parte não me decepcionei, achei o começo um pouco arrastado, ele começa contando do acidente que futuramente irá acarretar na contratação de 4 homens para fazer o carregamento da carga de explosivos, a fim de apagar o incêndio. Essa parte é meio parada, sem contar que ele aproveita para introduzir alguns personagens e falar sobre algumas características da América Central (nesse caso, o pais é a Guatemala).
E, como eu disse, o fato de a linguagem ser um pouco mais rebuscada não ajuda. Mas assim que os motoristas são contratados a história ganha outro rumo, ficando muito mais empolgante e deixando a leitura mais tensa. Isso porque a carga não são de explosivos qualquer, mas de toneladas de nitroglicerina pura, ou seja, qualquer balanço mais forte ou qualquer tranco maior no caminhão vai tudo pelos ares.
Isso faz com que você fique apreensivo enquanto lê, sem saber o que vai acontecer, quando vai acontecer ou com quem, é um salto significativo, na minha opinião, na qualidade da leitura. Os personagens (cada um de nacionalidades bastante distintas), que até então brigavam entre si por qualquer vaga de emprego na companhia, agora não tem tanta certeza se foi uma boa terem conseguido o trabalho de motorista.
Outra coisa bem interessante na obra é poder perceber a influência que as grandes companhias de petróleo exercem sobre países de terceiro mundo, tanto na sua economia, sua estrutura, com as pessoas e principalmente como elas tratam e usam seus trabalhadores como se fossem nada. O final desse livro é uma coisa assim que você fica besta, e pior, percebe que ainda hoje continua do mesmo jeito em vários lugares. Algumas pessoas chegam a se vender para conseguir um emprego e por um mísero salário, com a esperança de que vão melhorar de vida, quando na verdade as empresas só fazem explorar. No caso desses trabalhadores do transporte, o salário é alto, mas até que ponto vale a pena viver em constante ameaça de morte... e não só pela carga, diga-se de passagem?
Mas é isso, o livro para mim valeu como 3 estrelas, com pontos fortes, uma narrativa da metade para o fim muito boa, mas que seu lado negativo não permitiu um nota maior, linguagem não muito boa ou um começo mais lento. Mas e você, teria dinheiro no mundo que te fizesse aceitar um emprego desse? Diga aí nos comentários.
Obs: Este livro tem uma adaptação para o cinema.