Henri B. Neto 07/07/2013Resenha: ''O Templo da Luz'', de Ronaldo BarcelosSabe aquele tipo de livro infanto juvenil que, depois que você lê, acaba inevitavelmente pensando ''Por que não me pediram ele nos tempos da escola''?! Foi mais ou menos esta sensação que tive ao abrir ''Amazon, Guerreiros da Amazônia: O Templo da Luz'', de Ronaldo Barcelos e com ilustrações de Ronaldo Santana. Este é o primeiro volume de uma trilogia, que conta a história do surgimento de um grupo de heróis nacionais, cujo principal objetivo é proteger a Floresta Amazônica, tanto sua fauna quanto sua flora.
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A história começa quando os jovens Allan, Cynthia e Kleyton estão fazendo uma viagem para Manaus, mas o avião em que eles estavam sofre uma pane, e os três acabam perdidos na mata - sem orientação, sem comida e sem nenhum tipo de comunicação. Como se não bastasse, o trio também adoece devido à ingestão de alguns cogumelos venenosos. Neste momento eles são achados por um grupo de índios, que percebendo a gravidade da situação deles, resolve levá-los para uma distante e pouco conhecida tribo: os Amazons.
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O lugar é uma espécie de último refúgio de todos os nativos da região, e lá eles são tratados e curados. Mas o fator mais importante é que nem tudo parece que foi por acaso. Os Amazons possuíam uma antiga profecia, em que dizia que um dia, jovens forasteiros chegariam à tribo e se transformariam em guerreiros - que protegeriam não só o seu povo, como também todo o território. E o grupo acredita cegamente que o trio sejam os primeiros representantes desta predição. À partir deste momento, Allan, Cynthia e Kleyton vão mergulhar à fundo no universo indígena, conhecendo suas lendas, sua cultura e - é claro - os seus inimigos.
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Como eu disse no começo, assim que eu comecei à ler ''Amazon'', tudo o que eu queria era poder voltar no tempo e conhecer a história através do meu eu de 11 anos de idade. Nos meus tempos de escola, sofria bastante com as escolhas pedagógicas dos meus livros paradidáticos - e acho que a proposta de educação ambiental presente nas páginas de ''O Templo da Luz'' seria perfeita para ensinar aos alunos o gosto pela leitura, entreter e criar boas discussão para a sala de aula. O livro tem uma narrativa muito fluída e fácil, ideal para o público alvo - sem falar no trabalho incrível das ilustrações (que são lindas, aliás), que fazem o trabalho de descrição do livro e deixam o texto bem mais leve e enxuto. Em nenhum momento a leitura ficou cansativa, e todos os fatos se desenrolam em um ritmo ideal.
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O livro é repleto de cenas de ação e aventura, mas o que mais me chamou a atenção foi justamente a cultura indígena. Eu me lembro que, quando era criança, eu simplesmente era apaixonado pelas suas lendas e pelos seus costumes. Este detalhe me conquistou muito, pois fui preenchido com uma sensação de nostalgia que à tempos não sentia - sem falar que eu acabei percebendo que o mercado editorial nacional está necessitado de boas tramas que envolvam mais este nosso regionalismo de forma atraente e diferenciada, assim como ''Amazon''.
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Eu não poderia terminar esta resenha sem comentar o brilhante trabalho gráfico apresentado no volume. O livro, além das ilustrações, é bastante colorido e impresso em folha cartonada diferenciada. Toda a diagramação e formatação é muito bonita, capaz de encher os olhos não só dos mais novos, mas de adultos também (assim como eu). Enfim, eu curti bastante ''Amazons'' - e confesso que foi bem mais do que eu esperava. Li o livro todo em uma manhã preguiçosa de domingo, e terminei ele com aquele doce (e inestimável) gosto de quero mais. Super recomendo ele para as crianças de todas as idades, dos 8 aos 80, e nem preciso dizer que preciso da continuação dele para ontem, não é mesmo?!
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Henri B. Neto
''Na Minha Estante''
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