Giovanna 02/08/2023
Como uma volta ao mundo através de tempos
Não tenho muito o que dizer. Vivenciei cada parte desse livro entre reflexões, surtos e a maravilhada impressão de que Claude Lanzmann viveu mais que qualquer outra pessoa que eu possa me lembrar. Não viver no sentido de seus 92 anos, mas viveu, efetivamente. Participou da vida.
É um livro que condensa uma grande, uma enorme vida que começa no começo do século XX, o século, a meu ver, mais conturbado historicamente e que mais tinha recursos - em comparação a seus predecessores - para registrar tais eventos históricos. Não lembro muito do começo do livro, pois o li devagar. Apesar de ser uma leitura estrondosamente interessante, não é exatamente divertida. Contudo, posso afirmar que, de tudo que me lembro, ficou uma impressão de extraordinário, mas, ainda assim, real, tangível.
Me sinto mais apta a comentar as páginas finais, mas já o fiz, em parte, no histórico de leitura. Acho válido apenas destacar que toda a atenção ao documentário de Claude, "Shoah", me levou a pensar em algo não mencionado no livro, ao menos não dessa maneira: Tempo e impaciência. Tempo "gasto". Impaciência com nossa realidade. Claude persistiu por 12 anos para dar vida à sua obra-prima... Não vou elaborar muito, pois essas observações já são o suficiente para me lembrarem do que penso agora, dessas ideias que formigam dentro de mim.
P. S. Inicialmente, buscava saber de Simone e Sartre sob o ponto de vista de alguém que não eles próprios ou biógrafos tendenciosos, e obtive um pouco do que buscava. Contudo, valeu MUITO a pena conhecer a incrível vida de Claude Lanzmann.