Dupla Falta

Dupla Falta Lionel Shriver




Resenhas - Dupla Falta


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Helder 07/07/2013

Uma mulher detestável
Há tempos não lia um livro com um vilão tão potente. Willy Novinsky é simplesmente a personagem mais detestável que já passou na minha vida e se ela foi criada, a responsável por isso NÃO pode ser uma boa pessoa.
O que li aqui, não pode ser só criatividade. Tem que haver um pouco de auto biografia. Após sobreviver duramente a mais um livro de Lionel Shriver, eu concluo: Esta mulher é o demônio. E um dia, ainda vai ganhar o Nobel de Literatura, pois é incrível a sua capacidade de mexer com os sentimentos humanos mais mesquinhos.
Lionel é relevante para estudo de Tese de Faculdade: A mesquinharia no sexo feminino no século XXI. Após ler 3 livros da autora, fico tranquilo em dizer que é impossível comentar sua obra de maneira individual. Lionel Shriver tem uma obra, e por mais que esta obra discuta as mazelas atuais de nossa sociedade moderna, eu afirmo que o tema principal de tudo é o Rancor.
E haja mulher desprezível. A primeira foi Eva, a mãe de Kevin com seus pensamentos egoístas sobre ter um filho e que pagou um preço muito caro por isso. Depois veio Glynis, em Tempo é Dinheiro, que era tão egoísta que não conseguia confessar sua própria culpa, transformando a vida de seu servil marido numa provação maior ainda. Ali, diferente de Kevin, pelo menos houve uma ressurreição. Já aqui, o egoísmo e fracasso é tão grande que o final é uma das coisas mais amargas que já li.
Dupla Falta conta a estória de Willy Novinsky, que desde sua infância sempre foi apaixonada pelo tênis, se dedicando integralmente e simplesmente em ser "a melhor". Aos 23 anos ela conhece Eric, que está começando a jogar tênis profissionalmente. Eric consegue cativa-la, e eles acabam se casando. Eric é um perfeccionista, que sempre fez muito bem tudo aquilo que se dispôs a fazer. E isso num livro de Shriver não por ser algo bom. Com o tempo, Willy passa a vê-lo como uma ameaça, e não mais como seu marido. O que devia ser um simples casamento, com ambos se orgulhando dos progressos e vitórias dos outros, passa a ser uma competição.
E Willy é mesquinha e cruel e burra. Muito burra. Em certas partes da leitura eu me vi gritando com o livro, com vontade de espanca-la.
E é isso que a Lionel consegue fazer com seus leitores. Entramos tanto na estória que nossos sentimentos primários ficam aflorados. Foi assim com Eva e principalmente com Kevin. Foi assim com a estupida e egoísta Beryl, a irmã sanguessuga de Shep e agora com Willy.
Acho que senti mais pena de Eric, do que de Frank que foi traído pelo sonho da America perfeita e de Shep, que quase viu seu sonho de Outra Vida ir por agua abaixo. Mas no fundo Eric também era ruim. Ele tinha o mesmo grande defeito de Willy: Não sabia perder. Porém, ambos buscavam vitórias em jogos diferentes. Willy apostou sua vida no Tenis. Eric apostou no casamento. No tênis ele venceu Willy, a fracassada. Mas no casamento, ela conseguiu lhe dar uma surra de 5 sets a 0.
E o pior de tudo ao ler estes livros da Sra Shriver, é você parar para pensar e concluir que conhece pessoas parecidas ao seu redor. Lionel Shriver tem o dom de retratar a realidade.
No fim, fica até difícil saber se recomenda o livro ou não. É uma ótima leitura, mas deveras indigesta. Se para você leitura é algo somente para relaxar, passe longe. Se quer algo que mexa com suas entranhas, que lhe de raiva, que lhe faça pensar e perceber que o mundo nunca será cor de rosa, mergulhe de cabeça no universo cruel da Sra Shiver.
jo 08/01/2014minha estante
Helder,a sua resenha está perfeita!!!Você conseguiu colocar em palavras tudo o que eu sinto lendo os livros dessa autora.Não tem como sair ileso dessa leitura e nem existe uma opinião comum qto aos desfechos dos dramas relatados.O Mundo Pós Aniversário é enlouquecedor e viciante,o leitor é quem decide qual final é mais adequado.Demais!!!!!!


Mawkitas 05/11/2014minha estante
Eu senti pena tanto do Eric quanto da Willy. E não consigo concordar com você quando diz que as personagens femininas da Shriver são sempre horríveis. Eu vi uma Willy extremamente frágil, insegura e mal resolvida que inclusive admitia esses defeitos verbalmente para o marido em diversos momentos. Ela não conseguia evitar sentir o que sentia, não era algo que escolhia sentir de propósito. E aí, no fim, vemos uma tentativa dela de resolver as coisas da forma que ela acha ser possível. Não é necessariamente uma forma boa de resolver as coisas, mas parece ser a única forma que ela conseguiu encontrar. É triste e ponto, porque a gente que está de fora da situação consegue, racionalmente e sem envolvimento emocional, vislumbrar formas muitos mais saudáveis e menos sofridas paraambos de viver aquele relacionamento.


anitya 04/04/2015minha estante
Helder, você disse tudo. E não imaginei que sentiria mais raiva dessa Willy do que da Eva (Precisamos falar sobre Kevin). Em vários momentos também tive vontade de entrar no livro e dar uns tabefes nessa personagem. Realmente, não dá para passar ileso pelos livros da Lionel.


Ed 04/04/2016minha estante
Pra mim ela é uma das melhores.


Jusciellen 21/05/2018minha estante
Sua resenha diz tudo o que eu estava sentindo. Acabei de terminar a leitura do livro ... nunca senti tanta raiva por um personagem. A Willy é um ser detestável, pior ainda é muitas vezes ter me reconhecido no egoísmo dela.


Tuts 16/01/2022minha estante
Culpar a personalidade da autora pela personalidade da personagem é uma das coisas mais burras que eu já li. Como se ela não tivesse capacidade de criar algo totalmente que ela não é.


Helder 17/01/2022minha estante
Tuts, obrigado por respeitar minha opinião! Já leu outros livros da autora. Recomendo!


Tuts 17/01/2022minha estante
Já li Precisamos falar sobre o Kevin e o fato de eu discordar da sua opinião não significa que eu a desrespeito




Bruna 06/02/2013

Ai, Lionel...
Taí um livro que não dá pra largar. Ao mesmo tempo, dá aquela vontade de parar de ler para a história não acabar logo...

Acredito que muitas pessoas não gostem muito (ou achem que não vão gostar) dos livros da Lionel Shriver - e até os subestimem - por tratarem, em geral, de relações interpessoais, familiares - afinal, isso sempre é tema dos ditos livros de "mulherzinha". Mas, gente, Lionel não é assim.

"Dupla Falta" é cheio do realismo e do sofrimento dos relacionamentos. É muito comum, durante a leitura, sentir vergonha alheia das personagens, do que elas sentem, e mais vergonha ainda de si mesmo, por saber que também o sente.

É uma história de desgaste, de egoísmo, de frustração, de amargura, de fracasso... Características muito presentes em nós, mesmo que escondidas, e que Lionel consegue colocar da maneira mais palpável possível. Anseio fervorosamente pelas próximas traduções dos livros da autora. Nem preciso falar que recomendo, não?
Ed 04/04/2016minha estante
Amo a Shriver, ela é fantástica. Recomendo que leia também, Tempo é dinheiro.. Excelente.




Regiane 20/09/2011

Uma história forte e tensa!

Willy Novinsky se apaixonou perdidamente pelo tênis, desde que pegou pela primeira vez em uma raquete - aos seus 5 anos de idade. Apesar de seus pais jamais terem oferecido nenhum tipo de apoio ao tênis, Willy nunca desanimou, pelo contrário. Desde os 17 anos - quando conheceu seu treinador Max - começou a se dedicar integralmente ao esporte, mas por conta do destino, a relação entre ela e Max, foi além do profissional. Algo que não durou muito, pois quando Willy percebeu que o seu caso com o treinador estava começando a atrapalhar seus treinos, ela resolveu rompê-lo.

Aos 23 anos, ela já fazia parte do ranking profissional, entre os tenistas medianos. Seu lema era: "Ame a mim, ame meu jogo". Nessa mesma época, ela acaba conhecendo Eric Oberdorf - um jovem matemático, recém-formado pela Universidade de Princeton, que chama sua atenção imediatamente. Não só pela sua aparência física, mas por outras qualidades, entre elas, a afinidade pelo tênis.

Eric e Willy se apaixonam, começam a namorar, e consequentemente, se casam. Apesar de Eric não jogar tão bem quanto sua esposa, ele está acostumado a dar o máximo em tudo que se faz, então com o tênis não poderia ser diferente. A vida deles iam perfeitamente bem, até que Eric - assim como Willy - começa a lutar para alcançar uma colocação entre os top 100, isto é, uma classificação entre os melhores. Por conta disso, ele acaba ultrapassando-a, e nisso o casamento se transforma numa competição acirrada, principalmente por parte de Willy, que não se conforma com a situação. Até que ponto o egoísmo de uma pessoa pode chegar? Será que vale a pena sacrificar a felicidade sentimental para obter algo desejado?

No início desse livro, eu me deparei com uma leitura um tanto cansativa, porém após a página 70, o ritmo foi melhorando gradualmente. Fiquei meio impaciente, mas depois eu percebi que foi essencial para que a história aparentasse algo mais real e humano. O romance não acontece instantaneamente como vemos em muitos livros por aí, mas de uma forma bem natural.

A narração em terceira pessoa, é forte e impactante. Mostra uma história de amor que segue ao fracasso. Onde a cumplicidade e a paixão, são preenchidas por egoísmo e inveja, gerando uma guerra de egos.

Os personagens são muito bem construídos. Suas personalidades e características, são muito plausíveis. Fiquei assustada e ao mesmo tempo admirada por Lionel Shriver ter explorado tão a fundo e de uma forma tão magistral o lado obscuro e egocêntrico do ser humano.

O livro é tenso do começo ao fim, e por esse motivo, me senti angustiada até a última página. É uma história que desperta diversos sentimentos. É impossível não se colocar na pele dos personagens, admirá-los ou odiá-los, entendê-los ou repudiá-los.

É uma obra bem diferente do que estou acostumada a ler, mas que vale muito a pena, pois serviu como uma ótima reflexão. Dupla Falta traz uma realidade vivida por muitos casais, com altos e baixos, tumultos e brigas, onde muitas vezes o egoísmo fala muito mais, do que qualquer outro sentimento. Recomendo!

Ana Claudia Car 14/01/2015minha estante
Eu amei o livro , sou suspeita já que adoro
os livros da Lionel.




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Tuts 10/02/2022

Incrível
Meu deus,que livro bom!!! No começo você não dá nada pela história,pq começa bem leve,mas depois,vira tudo uma bola de neve.

A história se focaliza em dois personagens que formam um casal : Willy e Eric. Os dois são,na minha opinião,o oposto um do outro. Willy é egoísta,obcecada,se leva a sério demais em seus objetivos e não aceita perder. Eric leva a vida de uma forma mais leve despretensiosa,sem obsessões e um maior caráter.

Um relacionamento conturbado e completamente disfuncional. Enquanto Willy sempre sonhou em ser uma grande tenista e Eric nunca teve esse sonho mas começa a ganhar posições de destaque,Willy começa a se incomodar com essa situação e vê seu marido como seu inimigo.

O livro possui cenas incríveis e diálogos que eu fiquei ?meu deus,muito bom?! Escrita sensacional,gostei muito dessa leitura. Recomendo demais. O livro nos passa a ideia de que toda obsessão deve ser evitada e combatida. Pretendo ler mais coisas dessa autora.
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Higor 06/09/2014

Sobre abrir mão de coisas por conta de um matrimônio
Um fato incontestável: Lionel Shriver impõe respeito. Mesmo sem nunca ter lido nada dela, já a considerava uma autora respeitada, com um diferencial. Por que isso? Simples, as resenhas sobre seus livros são sempre positivas, destacando o modo como ela é crua e fria, criando personagens tão reais, que nos identificamos com cada um deles, e muitas vezes sentimos repulsa por eles agirem assim e termos agido de igual forma em algum momento da nossa vida.

Willy Novinsky é uma tenista de 19 anos que vive pelo tênis. Na verdade, Willy afirma sem medo que ela mesma é o tênis. Numa partida, conhece Eric Oberdorf, um matemático que joga por hobby. Contrariando Max Upchuck, seu treinador, que a alertou de que uma tenista nunca seria feliz no casamento, Willy se apaixona por Eric.

É aí que mora o problema. Eric vem de uma família que não tolera perder, não ser menos que excelente naquilo que se propõe a fazer, e Willy não admite perder no tênis, ainda mais de um mero amador como Eric. Pior que isso: é inteiramente inadmissível perder de alguém que ela já ganhou uma vez.

Adquiri ‘Dupla Falta’ na época que li ‘Ouro’, de Chris Clive, considerado por mim, até agora um dos cinco melhores livros lidos de 2014, talvez da vida, mas não engatei a leitura de um atrás do outro para não me decepcionar e por saber que os temas seriam um pouco parecidos. Em ‘Ouro’ foi abordada a maternidade, e aqui o casamento.

O que eu concluí com a leitura deste livro, e me fez amá-lo, foi que os personagens são realmente MUITO reais. Willy e Eric não são as melhores pessoas que existem, e um não é mais cruel que o outro, mas ambos são igualmente vilões e mocinhos de suas próprias intrigas. Percebe-se que Willy fazia algo terrível, e Eric não se deixava abalar, mas aparecia e revidava sempre que possível, talvez de maneira pior, ou afetando o bem mais precioso de Willy. Porém, eu senti que, na narração, a autora queria destacar que Willy era pior que ele.

Até metade do livro estava ficando impaciente, pois nas resenhas diziam com insistência que Willy era isso, que Willy era aquilo... “Meu Deus, como Willy é má!”, mas do meio para o final a gente enfim vê que Willy não tem só uma inveja doentia, mas que ela é completamente louca, incrivelmente perturbada. O final foi muito bom, pois faz a gente pensar em como vivem os personagens depois que acaba o livro, embora eu, sinceramente, não ache Willy a vilã de todos os tempos. Senti-me desconfortável com suas atitudes, e às vezes nojo, mas nada além disso.

O livro tem seus erros, óbvio. As discussões do casal são muito intelectuais, e eu não consegui entender quase nenhuma linguagem a respeito das jogadas do tênis, embora não interfira no livro, afinal, o relacionamento entre ambos que é o verdadeiro plot.

‘Dupla Falta’ cumpriu com seu propósito: fez-me ver quão mesquinho é o ser humano; quão destruidora uma pessoa pode ser para conquistar aquilo que tanto almeja. É algo que realmente dá medo, sabe. Se você parar para pensar que, vai se casar com alguém para ser feliz e essa pessoa apenas trará infelicidade, inveja de suas conquistas pessoais, e não a paz e completude pelas suas realizações, você fica com medo de iniciar uma vida matrimonial, a dois.

Enfim, o pior de tudo é saber que muitos relacionamentos são tão parecidos com o do abordado no livro, mas sem precisar, necessariamente, de uma quadra de tênis.
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Mc Brendinha Carvalhão 20/06/2021

Não entendo nada de tênis nem de casamento
Eu simplesmente amo a escrita de Lionel, às vezes mais do que a própria história em si, e o que dizer de Dupla falta? Mais uma ótima escrita da autora.
No fim das contas, talvez mais do que raiva, que é meio de se esperar, senti muita pena da Will. O tênis não era só a coisa mais importante, talvez fosse a única coisa importante, era a vida dela, mas não é sensato se apoiar e apostar todas as fichas em algo só. E Eric... Bem, ele vai acabar dando um jeito de ser campeão em mais outra área da vida.
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Bruna 12/06/2021

Dupla Falta
Eu simplesmente amo como a autora descrever os personagens e a progressão da história, mas infelizmente tenho zero interesse no esporte do livro e isso me deixou meio com tédio em muitas partes.
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Luciana 27/02/2013

Não vale à pena competir.
Gostei da honestidade com que o livro decreve o relacionamento dos personagens, dois atletas do tênis. No lugar de pessoas saudáveis, pessoas inseguras que tem dificuldade em superar hábitos que, se por um lado podem trazer sucesso no esporte, por outro, causam prejuízo na esfera sentimental. É um pouco doloroso em algumas passagens, mas vale muito à pena ler.
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Nívia 07/07/2012

"Decepção" define.
Virei fã da Lionel Shriver antes mesmo de terminar de ler "Precisamos falar sobre o Kevin". Me apaixonei pelo jeito que ela consegue unir psicologia e litetatura, prendendo totalmente a atenção do leitor com personagens perfeitamente construídos.
Obviamente, me interessei em ler os outros livros dela e corri para comprar "Dupla Falta" assim que foi lançado aqui no Brasil. Eu sabia que seria muito difícil superar "Kevin", mas imaginava um livro com uma profundidade parecida e personagens com pelo menos a metade da complexidade dos do primeiro livro. Bem, me enganei totalmente.
"Dupla Falta" tem tudo para aprender a atenção: a história é sobre um casal de tenistas que acaba entrando em crise quando um deles se sobressai na profissão e o outro fica pra trás. Lionel nos promete um cenário perturbador, que colocará em questão rivalidade x paixão. Instigante, não? Seria, se o enredo não acabasse se perdendo antes mesmo do meio do livro.
Os primeiros capítulos têm dinâmica e nos deixam ansiosos para o próximo. Só que, no decorrer da história, tudo acaba se repetindo demais. Cada capítulo acaba sendo mais do anterior, sem nada novo para acrescentar ou instigar o leitor.
Willy Novinsky é uma das personagens mais irritantes que já tive o (des)prazer de conhecer na literatura. A personagem simplesmente não me cativou, tanto é que nem consegui engolir toda a paixão que ela sente pelo tênis, pois tudo pareceu superficial demais para mim.
Eric foi o único personagem que me despertou um pouco de simpatia, embora parecesse inverossímil demais o jeito com que ele aceitava todas as atitudes de Willy. A autora poderia ter explorado um pouco mais a personalidade dele (e ter colocado mais um pouco de atitude no casamento, por favor).
Para mim, a leitura foi totalmente arrastada, nunca demorei tanto a ler um livro que deveria ser de leitura rápida. Em nenhum momento, eu parecia estar lendo algo escrito pela autora genial que escreveu "Precisamos falar sobre o Kevin". Espero não me decepcionar com os outros livros dela, porque esse... não recomendo para ninguém.
Guztavo 02/05/2013minha estante
Movido pelas resenhas a favor do livro, acabei comprando-o. Mas agora que acabei de terminá-lo, é você que colocou em palavras tudo o que eu senti durante a leitura. Parabéns pela resenha honesta.


Helder 11/06/2013minha estante
Estou lendo Dupla Falta e tb odeio Willy Novinski, mas nao acho o livro ruim. Antes li Tempo é Dinheiro. Vale a pena tentar. Lionel tem o dom de criar personagens antipaticas, mas são tão proximas da realidade que acabam nos pegando.




Psychobooks 01/12/2011

Vou começar hoje minha resenha de uma forma bem diferente. Vou partir de uma citação feita pelo The Guardian e a partir dela dissecar a leitura e o que ela me fez sentir:

Em uma época em que o feminismo se tornou uma política que não ousa dizer seu nome, é estimulante encontrar uma escritora que revigora a guerra dos sexos.

O que é um casamento? Quais as barreiras de um relacionamento e a competitividade? Qual o papel de cada cônjuge? E se a mulher se sobrepõe profissionalmente ao homem? Qual passa a ser o papel de cada um? E se esse papel se inverte?

Todas essas questões são abordadas em Dupla Falta, que narra 4 anos do relacionamento e da carreira de Willy e Eric. Willy joga tênis profissionalmente e tem no esporte e no hanking dos profissionais todas as motivações de sua vida. Eric decidiu se tornar profissional há pouco. Ela é o número 437º e ele o 927°.

A apresentação dos personagens é feita de forma gradativa. A narrativa é em terceira pessoa, mas a personagem foco é Willy e suas neuras. O início do relacionamento é ditado por Willy e suas gradativas conquistas nos torneios profissionais, Eric galga suas posições de forma contínua e focada, seu tênis passa de diamante bruto para lapidado com o passar dos anos. O ponto de conflito se dá quando os dois se encontram às portas do top 200 do hanking nacional.

Fiquei o tempo todo me questionando se o livro era sobre o relacionamento dos dois, tendo como plano de fundo o tênis profissional, ou se o foco era no tênis, tendo como plano de fundo o relacionamento dos dois tenistas.

E aqui volto à frase do começo do texto, onde o que mais chama a atenção é: Guerra dos Sexos. Todas as questões expostas durante o enredo e a forma crua como Willy disseca suas emoções e tem consciência de onde estão seus erros e ao mesmo tempo reconhece suas travas em mudá-los, são chocantes. A amargura que acompanha a personagem é deprimente; seu mau humor e autocomiseração são contagiantes Terminei a leitura sorumbática e um sentimento estranho e pesado me acompanhou por algumas horas.

A leitura é um pouco mais densa. Adulta. Trata de questões em que é necessário um pouco mais de experiência de vida dentro de um relacionamento para conseguir ponderar adequadamente todos os pontos de vista.

Link: http://www.psychobooks.com.br/2011/08/resenha-dupla-falta.html
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Thainá Carvalho 03/02/2017

Que livro incrível!
Eu não dava nada nesse livo. Mas que surpresa maravilhosa! Que personagens incríveis! Estou apaixonada pela autora.
Quanto a história, a willy é doente gente. Antes mesmo de começar as tretas com o Eric da pra perceber que o psicológico dela não é muito bom. Distante da família, não tem amigos, não faz nada além de jogar tênis, tem um caso com o treinador. Me parece que o Eric entra na história pra pra gente perceber o quanto a Willy não está bem.
Li em muitas resenhas aqui no skoob, que ela só foi humana. Eu discordo. É claro que dá pra entender os seus sentimentos no início, da até pra se colocar no lugar dela, porque ser superada por alguém é algo que acontece com todo mundo. Mas ela se deixar dominar pelo fracasso e se destrói.
Outro ponto: A willy não ama o tênis. Ela ama vencer. É diferente. Como ela sempre se deu bem no tênis, tinha talento, achou que aquilo era ela. É muito fácil a gente se enxergar em algo que temos sucesso. Mas quando ela percebeu que ela não era mais ''a melhor'' pra ela mesma, o tênis passou a ser sem graça. Isso é estranho. Ela não se via sem o tênis, li muitas vezes no texto, mas na verdade, ela não se via fracassando.
A willy é uma personagem muito legal, e tem vários outros pontos que podia ressaltar.
Quanto ao Eric, em minha visão, foi só uma peça pra expor a fragilidade da willy. Tanto é que a autora nem expõe seus pensamentos e sentimentos quanto a relação dos dois, é tudo a partir da visão da willy. Não é um livro sobre um casal.
Enfim, muito boa leitura. Pesadinha, mas muito boa! Recomendo.
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Ravete 20/01/2017

Antes de ler o livro, li por cima algumas resenhas e estava esperando por uma personagem principal realmente abominável. O que eu encontrei foi um ser humano. Willy tinha SIM inúmeros defeitos: mesquinha, egocêntrica, invejosa... mas, na minha opinião, ela só foi humana. O leitor tem acesso aos sentimentos "impuros" que ela nutre pelo marido. Mas não sabemos de Eric. Só recebemos a informação de que ele era paciente (até demais, diga-se de passagem) e "bondoso". Mas como a própria Willy afirma em algum momento, é bem fácil ser complacente quando se está vencendo. Eu não tive raiva da Willy: tive pena. Assim como no último capítulo também senti pena do Eric. Realmente lastimável.
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Camilla.Alves 02/07/2021

Um soco, assim como um ace num match point.
Finalizei a leitura do livro com uma grande cara de: oi? termina assim mesmo?
Bom, a história é boa, mas engrena mesmo do meio para o fim.
Willy é uma personagem pela qual torcemos tanto e depois passamos a odiar pelo seu lado humano tão explícito.
Claro, que é impossível não se identificar com ela em vários momentos, assim como não criticá-la por suas decisões.
Ainda estou em choque com o final do livro e o sorrisinho que vislumbrei em seu rosto na última cena.
O egoísmo cruel permeia toda a narrativa, a ponto de nos deixar cansados de tanta competição, em tudo e a todo momento.
E no final, fico com a questão: tudo gira em torno de vencer a si mesmo ou vencer o outro?
Quem é o nosso verdadeiro adversário?
É possível, de fato, derrotá-lo ou tirar o time de campo é a opção mais sensata para não encarar quem venceu ou que ambos foram derrotados?
Termino essa leitura me rendendo à escrita dessa autora que construiu essa história com maestria técnica e deixando-nos em silêncio assistindo a bola pingando de um lado para o outro, até o último ponto para conhecer o resultado final da partida.
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Joice (Jojo) 25/12/2016

Livro sob prescrição médica
Vou logo avisando: "Dupla falta" não é uma leitura fácil e tampouco "agradável". Lionel Shriver faz questão de jogar sal naquela ferida que a grande maioria das mulheres carrega - aquela que nos faz questionar nosso papel dentro da sociedade e num relacionamento - e muitas podem não gostar da carapuça que vai ser sugerida.

Na trama, Willy se define da seguinte forma: ela é o tênis. Quando ela resolve se casar com Eric, um rapaz ambicioso, inteligente e espirituoso (mas bem abaixo no ranking do esporte), ela acredita que está fazendo sua melhor jogada. Isso só dura até Eric começar a subir no ranking e deixar Willy cada vez mais insegura.

Este é meu primeiro contato com a escrita de Lionel Shriver, mas fiquei fascinada! A análise dela é precisa e agridoce sobre o papel da mulher, que, na opinião da autora, quer ter sua voz ouvida, mas ainda fica insegura quando confrontada com a realidade masculina (ou o status quo da sociedade). Willy e Eric são personagens fascinantes, e acredito que o grande mérito da autora foi apresentá-lo como um homem apaixonado pela esposa sem, contudo, que ficássemos ressentidos com ela em seu desespero. A angústia de Willy é justificada em toda sua racional insanidade.

A leitura deste livro exige maturidade, então não perca seu tempo se o que você está afim de fazer é desfrutar da companhia de romances descomplicados.
Nay 24/03/2017minha estante
Se gostou desse leia Grande Irmão da mesma autora. É outro soco no estômago de um jeito que só ela faz


Joice (Jojo) 26/03/2017minha estante
Obrigada pela dica, Nay! Já leu "Mundo pós-aniversário"?


Nay 26/03/2017minha estante
Tá na minha lista!!




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