Yuri Matoszko 07/11/2011
Eu comprei esse livro em 2005... era muito criança para ler um livro de criança e no capítulo 2, cansei.
Quando terminei de ler os Anagramas de Varsóvia, não sabia mais que livro ler. Então cheguei a me perguntar quais livros eu tenho há muito tempo e que ainda não li, e olhei ali no meio "O Senhor dos Ladrões". Decidi tentar novamente.
Uma história menos dolorosa que Os capitães da areia, mas com o mesmo limiar e confusão tradicional para um livro que retrata crianças morando sozinha: O mundo é vasto, grande, cheio de possibilidades e encantador. Mas duro no frio, carente, angustiante e com um terrivel desejo de solidariedade.
Valeu muito a pena eu ter esperado mais um pouco para ler, porque a história foi feita para os adultos. Não vale a pena ler esse livro quando criança sendo que na primeira página comprova realmente o que pensamos: que quando criança não sabemos o quão bom é ser uma, até você crescer.
Com um vai e vem pra lá de cansativo e com um objetivo fraco e limitado numa história, o que mais fica forte são as seis crianças do cinema Stella e sua vida cheio de problemas na cidade da lua. Veneza é o palco mágico perfeito para essas crianças,e talvez seja esse o motivo de ser tão menos cruel quanto Capitães da Areia, que se passa na Bahia e seu palco é de calamidades brasileiras.
Foi com uma dor no coração e com o maior desejo do mundo de arranjar um carrossel igual das irmãs Caridade que eu terminei o livro. Com pesar na escolha de Scipio, com pena da vida dura de Riccio e Mosca e com a maior sede de sentir o gosto que as crianças tem: que o mundo é muito grande e vasto. E que não existe nenhum problema que não possa ser resolvido.