spoiler visualizarDrica 25/12/2012
A enrolação perdura!
Engraçado que para escrever esta resenha agora, eu tive que resgatar o livro (que estava esquecido no meu guarda-roupa há meses) e relê-lo. Pois, sim, eu só li esse livro uma vez de tão entediante que é! E eu não me lembrava dele o bastante para tirar uma opinião mais profunda sobre o livro.
O pouco que me recordava é que o livro, assim como os anteriores, estendia um drama não muito convincente por mais de 200 páginas, um verdadeiro sofrimento para mim. E tal como penei da primeira vez para lê-lo, penei novamente desta vez para relê-lo, tendo sido forçada a reviver os dilemas adolescentes de Ever (insossa) Bloom.
Desta vez, a vilã é a ex melhor-amiga de Ever, tão ou até mesmo mais insuportável do que a protagonista. Óbvio que para estender uma série até um quinto livro não somente requer coragem, habilidade na hora de dividir a história, bem como um protagonista forte e carismático que consiga carregar a história nas costas, o que lamentavelmente passa longe de acontecer em Os Imortais.
...
Incrível como a escrita de Alyson adquiriu vícios irritantes e por vezes imperdoáveis para um escritor ao longo da série. Se no primeiro volume, ela já não era grande coisa, a escrita da autora tendeu a declinar a cada livro lançado ao invés de melhorar. Cheguei a ficar incomodada com várias passagens, com a forma como tudo é contado e narrado, com frases sempre no presente e pouquíssima profundidade.
Perdi a conta de quantas vezes li o irritante “dou de ombros”, “confirmo com a cabeça”, “passo os olhos” e o mais desagradável acontece nos diálogos... Quase todos eram picotados! Com a interrupção do “bem”, “é sério” e várias vezes durante a mesma fala do mesmo personagem! Entre outros exemplos que tornaram a leitura completamente arrastada e enfadonha.
Se a narração não cativa, a trama com certeza também não o faz!
...
O declínio de Haven não me pareceu convincente. O segredo de Damen não era grande coisa e, claro, só na mente da autora, a burra da Ever poderia criar tempestade em copo d‘água por algo completamente trivial.
A separação do casal não convence também ou a dúvida de Ever em relação aos seus sentimentos por Jude, que se esvaem como num passe de mágica a partir do momento em que ela “morre” e volta por haver compreendido que Damen sempre foi sua alma gêmea, seu predestinado pelo universo, etc, etc, etc.
O livro enche linguiça e te enrola até as últimas páginas, e ainda assim, a cena de desfecho, onde supostamente deveria haver uma tensão, um suspense, acontece tão rápido que é incapaz de te transmitir qualquer sentimento.
...
Ever mais uma vez fracassa em obter o antídoto e nós somos forçados a acompanhar os dramas incessantes da protagonista e de seu namorado mala sem alça. Ainda bem que não esperava grande coisa desse livro — depois de tantas decepções —, assim não me surpreendi quando ele acabou na parte em que um mistério convincente e verdadeiramente digno de um livro surgiu.
Mas isso fica para o próximo e último livro da série, no qual, com certeza, a autora encontrará um novo meio de nos enrolar pelas próximas duzentas e tantas páginas com seus personagens rasos, chatos e tediosos.