American Psycho

American Psycho Bret Easton Ellis




Resenhas - American Psycho


4 encontrados | exibindo 1 a 4


Marselle Urman 02/04/2014

Descobri este livro em uma lista muito interessante de 50 livros de terror que os aficcionados não deveriam deixar de ler.

E a única coisa medonha sobre ele foi a decepção da minha leitura.

Uma sociedade seleta de gente de capa de revista na New York de 1989, burguesinhos fingindo trabalhar meramente por hobby. Movidos a sexo indiscriminado e desprotegido e drogas de baixa qualidade. Neste ambiente nasce essa flor do campo, Patrick Bateman, o psicopata. Sujeito de gostos aleatórios e sem nenhuma honra, vitimando principalmente pessoas vulneráveis, bêbados e mulheres drogadas. Ler as infindáveis descrições de roupas de marca, cosméticos, aparelhos, restaurantes e boates da moda, tudo isso mergulhado nessa atmosfera fútil e totalmente desprovida de propósito ou sentido foi altamente entediante até a página 130 - onde começa a acontecer alguma coisa.

Este livro leva do nada a lugar algum - não que isso por si seja um demérito, porque já li trechos ótimos de vidas de personagens que não necessariamente tinham um desfecho. Só que esse não tem nada. Não tem estilo literário, não tem empatia com os personagens, não tem tensão, não tem clima, não tem estória. É muito patético.

Me arrastei pelo livro quase até o fim, quando o troquei por um Lee Child que é melhor ao infinito; e não consegui voltar. Acabei vendo o filme para saber se a estória tinha um fim.

Há algum mérito nesta narrativa? Para quem aprecia descrições detalhadas de um açougueiro humano se divertindo em retalhar suas vítimas, pode haver. Não para mim. Terror nenhum, só falta de sentido e muito, muito tédio e enjôo social.
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Ricardo 19/11/2022

O filme basta
A leitura desse livro não apresenta nenhuma vantagem sobre o ato de meramente assistir ao filme. Nada se ganha, nada se perde.
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Sara.Azul 13/02/2022

Intenso no mínimo
Anos depois de ver o filme decidi finalmente ler o livro. É uma leitura intensa e não é para todo o tipo de leitor.
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Abner XZ 21/11/2021

"Olá! Gostaria de Entrar Para Tomar uma Xícara de DESESPERO EXISTENCIAL?"
Olha, eu nem sei. Essa leitura me trouxe tanta coisa que isso aqui vai é virar uma sessão de terapia.

Na real, quanto mais eu penso sobre o livro, mais eu me sinto como se tivesse no meio de um galpão da Leroy Merlin, rodeado de caixas gigantescas que eu preciso desempacotar, separar, montar, despachar, catalogar. Só que essas caixas são pensamentos, ideias, dúvidas, realizações, incertezas, e claro: videotapes.

Eu adoro esse sentimento. Se ver no olho da tempestade de uma cacofonia de conceitos instigantes.

Antes de consumir qualquer obra literária ou de arte, no geral, eu sempre tento alinhar minhas expectativas o máximo que eu puder, pra poder aproveitar o conteúdo com menores chances de frustrações infundadas. Nem sempre dá certo, é obvio (leia-se "quase nunca").

Digo isso porque American Psycho definitivamente não é para todos os públicos. Porém, algo que eu acho ainda mais importante frisar é que: American Psycho não é para todos os momentos. Pra mim, foi uma leitura muito intensa, mas consigo entender quem coloca essa novela na estante do "desnecessário".

Por sorte (ou não), esse não é o meu primeiro carrossel na mente do Bret Easton Ellis, então eu já entrei nessa brincadeira com algum jogo de cintura.

Quando li Less Than Zero, anos atrás, a sensação pós-leitura foi exatamente a que tive aqui, embora em menor intensidade. Aliás, a proposta de ambas as novelas são virtualmente iguais, no final, só que contada de pontos de vista distintos.

Em Less Than Zero, a convivência é com um protagonista que simplesmente desistiu de lutar contra o vazio ("DISAPPEAR HERE"). Em American Psycho, não há luta, não tem pra onde correr. A história é contada pelo próprio vazio ("THIS IS NOT AN EXIT"). Na minha cabeça, ambos os livros são relatos brutais de apatia. Só essa perspectiva já dá pano pra manga de tantas discussões.

Como lidar com a apatia? Acho que é sempre mais simples reagir aos sentimentos que representam as pontas mais extremas do nosso leque de emoções: Desgosto, felicidade, amor, ódio. Mas como processar o não-sentir? Como reagir ao que é indiferente?

É a partir daí que as reações a esse livro se tornam tão irregulares e polarizadas, entre os leitores. Como seres sencientes e naturalmente sociais, estamos sempre procurando uma explicação lógica para o sofrimento, ao nosso redor. Alto e baixo, luz e trevas, bem e mal: desde cedo corremos atrás de um senso de dualidade que nos é imposto a nível inconsciente, pelo menos na cultura ocidental padrão.

Na psique de Patrick Bateman não existe nada remotamente parecido com a dualidade. E é nesse sentido que o livro se torna uma verdadeira história de terror: contemplar a vida de um ponto de vista ao mesmo tempo familiar e alienígena. Aqui, a mesma criatura que representa o padrão de beleza masculino é a que não hesita em esfaquear uns cachorrinhos e, no universo do livro, tá tudo bem, vida que segue. Uma cena de jantar é contada com a mesma naturalidade que um infanticídio. Sofrimento, satisfação, horror e prazer não são mais coisas distintas. ¯\_(ツ)_/¯

Em American Psycho, Bret Easton Ellis conquistou a proeza de acumular tudo o que o pós modernismo significava pra época dos anos 90 em um livro só. E o gosto dessa vitamina de niilismo é tão forte, tão concentrada, tão pura, que reverbera até os dias de hoje e sem dúvida vai deixar uma impressão marcante em qualquer um que tenha ousadia de cumprir esse passeio com o Pat e a coragem de encarar as sutilezas de uma visão que desafia seus conceitos de humanidade e consciência.

No final, é o tipo obra que, pra mim, tá até além do meu gosto ou do seu e de qualquer número de estrelas que a gente der. Independente do que a gente diga, esse livro capitaliza a estética e os pensamentos de uma era, impactou o mundo literário popular e conseguiu alcançar um status de importância histórica que ainda vai ser discutido por décadas. Nas palavras da filósofa MC Melody: "Fale bem ou fale mal, mas fale de [Bret Easton Ellis]".

Encarar a desesperança de olhos abertos pode ser traumático, mas também pode ser revelador.

Ah, e veja bem, se você leu até aqui muito obrigado, mas não se engane. Não tem nenhum motivo pra eu ter escrito essa resenha. Esse texto não significa nada. ;)
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