Fabio Shiva 22/08/2013
Sensacional!!!
Apesar de minha crescente admiração por John Le Carré, hesitei a começar a leitura desse livro, pois a edição que tenho aqui é um pocket tijolão com letrinhas de formigas pigmeu, então bateu uma preguiça... mas a vontade de ler outro livro do Le Carré foi maior, ainda bem! Pois dá para ter uma noção do quanto gostei desse livro por dois exemplos: primeiro, ele tornou-se de imediato minha leitura exclusiva (normalmente leio três livros de cada vez, e quando estou estressado o número aumenta para cinco e até oito livros!). Segundo, quando cheguei na metade do livro bateu uma tristeza, pois então senti que o fim não tardaria a chegar...
Esse foi o melhor livro do Le Carré que já li, sob alguns aspectos. É o primeiro dele que leio que não tem o tema da guerra fria como cenário, abordando uma questão bem mais recente e polêmica, que é o conflito entre judeus e palestinos. Por isso pude sentir de forma bem mais intensa um grande atrativo na obra desse autor, que é construir um thriller irresistível e ao mesmo tempo convidar o leitor a profundas reflexões sobre o mundo e a humanidade! Bom demais!
Esse tema dos conflitos entre Israel e Palestina já mexeu muito comigo, e há anos atrás fiz um poema a respeito, uma das coisas mais agressivas que já escrevi:
http://punhetapoetica.blogspot.com.br/2006/11/manifesto-feminista.html#links
Lembrei muito desse poema durante a leitura, pois aparentemente John Le Carré compartilha de minha indignação, só que soube expressá-la muitíssimo melhor.
Outro grande atrativo desse livro fica por conta da história mesmo, que gira em torno de Charlie, uma atriz britânica que é “recrutada pelo Serviço de Inteligência israelense para se infiltrar em um grupo terrorista palestino”. Conduzido habilmente por Le Carré, o leitor vivencia junto com Charlie cada etapa de sua intensa aventura, um verdadeiro passo a passo do espião, com seus perigos e agonias secretas. Totalmente eletrizante!
Um motivo especial de alegria para mim foi começar a desvendar alguns truques na escrita de John Le Carré. O principal deles, a meu ver, é que o autor é absolutamente econômico ao fornecer as informações, exatamente como um autêntico espião. O leitor sente a todo momento sua inteligência ser desafiada e estimulada a compreender por si mesmo a enormidade de cenas que são apenas sugeridas. O resultado é muito instigante! Sem dúvida John Le Carré domina como poucos “the subtil art of understatement”.
Mui recomendado!
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Conheça O SINCRONICÍDIO:
http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA
http://www.caligoeditora.com.br/
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html
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