O Estrangeiro

O Estrangeiro Albert Camus




Resenhas - O Estrangeiro


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Juan Bahia 04/03/2024

O Estrangeiro - Estranha Sensação
Pessoalmente estava com expectativas altas pelo autor e pelo que li das resenhas e prefácios.

O livro conta uma história simples, regular e previsível. Nenhum personagem marcante, nenhum acontecimento surpreendente.

E uma leitura contínua, reta e simples. Poderia até recomendar para mais pessoas mas eu gosto de ler para me divertir ou aprender e este livro não forneceu nenhum dos dois. Não digo que é ruim mas para meu estilo de leitura e para o que busco no momento foi mais um balde de água em um dia frio de inverno.

No fim, em minha opinião e para mim, foi uma história rasa, sem graça, sem conexão ou um desenrolar cativante.
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pitypooralfie 03/03/2024

"tinha um ar tão confiante, não tinha? no entanto, nenhuma das suas certezas valia um cabelo de mulher. nem sequer tinha certeza de estar vivo, já que vivia como um morto. eu parecia ter as mãos vazias. mas estava certo de mim mesmo, certo de tudo, mais certo do que ele, certo da minha vida e desta morte que se aproximava. sim, só tinha isto. mas ao menos agarrava esta verdade tanto quanto esta verdade se agarrava a mim. tinha tido razão, ainda tinha razão, teria sempre razão. vivera de uma certa maneira e poderia ter vivido de outra. fizera isto e não fizera aquilo. não fizera determinada coisa, ao passo que fizera esta outra. e depois? era como se durante todo o tempo tivesse esperado por este minuto e por essa madrugada em que seria justificado. nada, nada tinha importância, e eu sabia bem por quê. também ele sabia por quê. do fundo do meu futuro, durante toda esta vida absurda que eu levara, subira até mim, através dos anos que ainda não tinham chegado, um sopro obscuro, e esse sopro igualava, à sua passagem, tudo o que me haviam proposto nos anos, não mais reais, que eu vivia"

"também os outros seriam um dia condenados. também ele seria um dia condenado. que importava se, acusado de um crime, ele fosse executado por não ter chorado no enterro de sua mãe? o cão de salamano valia tanto quanto a mulher dele. a mulherzinha-autômato era tão culpada quanto a parisiense com quem masson se casara, ou quanto marie, que queria que eu me casasse com ela. que importava que raymond fosse tão meu amigo quanto céleste, que valia mais do que ele? que importava que marie oferecesse hoje a boca a um novo meursault? será que compreendia, portanto, este condenado? e que do fundo do meu futuro..."

esse livro foi muito sensorial pra mim. senti calor do sol inclemente e o cansaço com meursault de forma bem intensa. até quando lia no meu quarto durante a noite, com o ventilador ligado e o ambiente fresco, eu sentia a opressão do calor e o sol esquentando os pensamentos.

o começo do livro foi um pouco difícil, e eu fiquei em dúvida em relação às minhas expectativas. senti um pouco de medo de não conseguir aproveitar ou entender o livro; inclusive, demorei para conseguir dar uma nota e precisei reler o último capítulo.

o estrangeiro é uma obra muito intrigante. acho que o camus construiu o protagonista de tal forma, que eu me senti apática junto com ele; nada me chocava, nenhuma situação absurda me comovia. essa ligação com meursault foi um pouco incômoda em alguns momentos.

o que mais me chocou e chamou a atenção nesta primeira leitura (porque eu com certeza precisarei reler esse livro várias vezes) foi o julgamento. é de fato absurdo tudo o que é trazido ali, como o meursault é julgado não por seu crime, mas por sua apatia diante da vida. eu realmente me senti conectada a partir dessa parte.

além de ficar um pouco revoltada com o absurdo da situação, também encontrei muito espaço para reflexão. acho que o estrangeiro é o tipo de livro que ecoa muito tempo após terminada a leitura, e que pode trazer novas percepções em reencontros futuros.

"pela primeira vez em muito tempo pensei em mamãe. pareceu-me compreender por que, ao fim de uma vida, arranjara um ?noivo?, porque recomeçara. lá, também lá, ao redor daquele asilo onde as vidas se apagavam, a noite era como uma trégua melancólica. tão perto da morte, mamãe deve ter-se sentido liberada e pronta a reviver tudo. ninguém, ninguém tinha o direito de chorar por ela. também eu me senti pronto a reviver tudo. como se esta grande cólera me tivesse purificado do mal, esvaziado de esperança, diante desta noite carregada de sinais e de estrelas eu me abria pela primeira vez à terna indiferença do mundo. por senti-lo tão parecido comigo, tão fraternal, enfim, senti que tinha sido feliz e que ainda o era. para que tudo se consumasse, para que me sentisse menos só, faltava-me desejar que houvesse muitos espectadores no dia da minha execução e que me recebessem com gritos de ódio"

incrível como um livro tão curto pode conter tanta coisa, um universo inteiro de reflexões e críticas bem posicionadas. acho que agora eu entendo um pouquinho o amor que as pessoas têm por esse livro e pelo camus.
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Natanael86 03/03/2024

Iniciando na leitura de camus, por agora, achei incrível a sua forma de escrever e filosofias. Em o estrangeiro, acompanhamos a vida monótona de mersault, na qual vive de forma apática e sem significado. Aqui a "liberdade" do homem que não tem ideologia, fé, ou algo em que se ampare ou de algum sentido dá espaço pra um caminho de sem importância às coisas ao redor do protagonista. Tudo lhe convém.
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Lucy 03/03/2024

Livro muito interessante. Ainda não conhecia nada do autor e vou ler outras obras para entendê-lo melhor.
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lila 03/03/2024

Abismada
Não sei bem como descrever o quanto eu me apaixonei por essa obra e pelo próprio Camus! Essa anedonia monótona que o Mersault carrega consigo diante de felicidades e desgraças traz a tona um existencialismo verdadeiramente absurdo e que desperta inúmeros questionamentos. Essa filosofia, de certo modo deprimente, impulsiona-me a ver minha pequenisse nesse universo e não esperar que ele traga a minha vida um sentido, mas fazer isso eu mesma. O final foi, sem dúvidas, minha parte preferida; um diálogo de epifania tão emocionante e rico que me fez ler até altas madrugadas sem nem conseguir tirar os olhos das páginas!
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Alexsander.Rosa 29/02/2024

As aleatoriedades do cotidiano
Meursault é um personagem completamente apático. Ele recebe os acontecimentos da sua vida com uma total falta de sensibilidade que nos choca durante toda a narrativa, e incomoda, e não sabemos como lidar com essa falta de sensibilidade do personagem.
Podemos considerar esse personagem um sonso, talvez um idiota, por levar uma vida e o que acontece nela de forma tão banal, sem importância, tornando-o um estrangeiro nesse ato que é viver, pois nós para qualquer situação que "foge da curva" nos exaltamos, nos excedemos, e talvez aquilo nos marque tão profundamente que tornará este "passado" um fantasma no nosso presente, e uma sombra do nosso "futuro", pois simplesmente não conseguimos aceitar o simples "acaso" da vida.
Meursault foge da "normalidade" e torna-se um estranho para aqueles ao seu redor, mas ainda consegue encontrar alguém que ame sua estranheza, assim como quem a odeie.
Ele não se preocupa com seu passado nem com o futuro, mas vive seu presente, sem preocupações, e leva sua vida sem grandes preocupações, pois tudo é natural para ele ou acontece "ao acaso".
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elizarquivo 29/02/2024

Leitura obrigatória
Sinto que todo mundo deve se identificar em algum grau com o protagonista. É um daqueles livros que é preciso ler pelo menos uma vez na vida.
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giuliaruas 28/02/2024

Irritação pela Indiferença
Seguindo a filosofia do absurdo, "O Estrangeiro" apresenta uma leitura monótona e indiferente; abordando personagens que, assim como nós, vivem uma vida completamente normal. O enredo, sem muitos detalhes, retrata a vida do protagonista Meursault e os acontecimentos que o levam à prisão e, consequentemente, à pena de morte.

De início, apesar de avaliar em 3 estrelas, por ser uma obra sem muita emoção, que deixa o leitor sempre esperando por mais dos personagens; podemos aumentar para 3.5/4 ao levar em consideração sua linha filosófica e o conceito de que "a literatura tem o poder de despertar diversos sentimentos e emoções a quem lê", já que seu enredo de fato nos faz refletir sobre sua ações e nos instiga os sentimentos mais complexos: especialmente a indignação e a revolta.

Em todo momento, nos perguntamos o por que do protagonista ser tão indiferente e relaxado, tanto com os acontecimentos ao seu redor, quanto com as pessoas que o cercam. Ele não se defende, não se interessa por assunto mais complexos e tão pouco costuma puxar conversas desnecessárias. Para ele, tudo está bom. E para ele, não há nada que realmente possa ser feito. Em várias passagens o leitor se encontra revoltado, até porque um pensamento tão indiferente quanto o do protagonista, de fato, é "um absurdo", assim como tudo o que faz e tudo o que incita as suas ações tão impulsivas.

Foi minha primeira leitura de ficção filosófica e acredito que tenha começado com uma boa obra. Recomendo para aqueles que gostam de livros curtos, de leitura rápida, e que pretendem pesquisar mais sobre a corrente filosófica de Camus logo em seguida.

*Spoiler*

Obs.: Achei compreensível o protagonista utilizar o calor como incentivo para matar um homem. Com as temperaturas de hoje em dia e o suor constante, realmente ficamos mais suscetíveis à impulsividades da irritação — apesar de não tão graves quanto esta.
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Tuturu 28/02/2024

Seja em si mesmo ou em outro, indiferença total é uma completa desgraça. O protagonista chega a ser destetável por conta do disso.
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Fernando.Dimas 28/02/2024

Um clássico da indiferença.
Eu amo a dinâmica desse livro e acho indiferença do nosso protagonista, acho a indiferença do protagonista algo que me encanta e nos momentos sérios eu fiquei realmente sério e indignado.
Lari 28/02/2024minha estante
Quero muito ler esse




Sarah 26/02/2024

Sísifo nunca foi tão feliz.
O estrangeiro é alguém que não se encaixa na sociedade. Isto é, ele não segue as normas de pensamentos do coletivo, como religião. Ele não se lembra de quando a mãe morreu; matou alguém por causa "do Sol"(Como não ter raiva do Sol? Caçoando, antes e depois de você, castigando a pele e forçando você a tomar uma atitude...). Para ele, é simplesmente normal, e para nós, absurdo. Boas vindas ao absurdismo! A essência do livro é complexa, nunca confie em narradores em primeira pessoa. Há quem diga que a personagem principal é um tipo de psicopata. Uma leve pitada de compaixão no final.
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Stefany.Massi 26/02/2024

Uma leitura onde é necessário saber lidar com o absurdo. Até porque Camus é o criador do absurdismo. A apatia do personagem me incomodou em certos momentos e vê o como todos que conviviam com ele, tinham que aceitar o mínimo pra continuar àquele convívio. O livro termina deixando claro o como é boa a escrita do autor, tanto no desenrolar da história quanto em sua conclusão.
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Claudia 25/02/2024

É um livro absurdo!
Trata-se de um homem absurdo, vivendo uma vida absurda, condenado por motivo absurdo.
Enfim, um e excelente livro.
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Wiven 25/02/2024

Primeiro livro que leio de Albert Camus, por ordem de suas escritas literárias, é recomendável começar justamente por esse para poder entender melhor todo o universo de escrita de Camus, como introdução a isso me senti de certa forma desnorteado.
Estive ansioso por tempos para ler este, receio em dizer que o superestimei demais no termo "romance ficção", e como resultado não tive a leitura que esperava, em minha concepção seria algo mais vivo, ativo, fluido, mas o que recebi foi Mersault, um protagonista tão próximo e semelhante a muitos de nós, com sua rotina estabelecida, suas poucas ambições pessoais, seu jeito indiferente quanto as demais coisas.
A verdade que este livro é excelente, mas a carga que esse me trouxe foi muito mais forte que o esperado, seus versos chegam a ser muitas vezes "sufocantes", me sentia acorrentado nas ideias, costumes e ações de Mersault, nos seus cenários em misto de "hora quentes", "hora úmidos", ele começa com as primeiras frases mais únicas e marcantes possíveis, e então, volta a "se arrastar" no mesmo ritmo lento, e me pego preso aos diálogos a primeira vista superficiais do protagonista, mas que na verdade são as ideias absurdistas de Camus florescendo, como ficção, é uma obra excelente e que mesmo com as nuances de ritmo razoavelmente lentas, prende você e o motiva a querer entender o processo e o desfecho de tudo.
A história tem traços de escrita característicos e carregados de significado, foi uma experiência diferente e de fato foi a melhor obra pra começar a entender mais dos pensamentos de Albert Camus. Recomendo!
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Igor201 24/02/2024

Achei um livro muito bom. A primeira parte pode parecer chata, mas é proposital, e ao ler a segunda parte tudo faz sentido e fica tudo emocionante. O narrador é repugnantemente neutro e apático, ao mesmo tempo que é interessante e dá vontade de saber mais sobre o que ele pensa. Dá pra tirar muita coisa desse livro.
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